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Desenvolvimento Embrionário, Fetal e Anexos

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1 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO, FETAL E ANEXOS 
 SEGUNDA SEMANA 
 A segunda semana do desenvolvimento embrionário é marcada pela implantação do blastocisto. 
 À medida que o blastocisto vai sendo implantado, o embrioblasto sofre mudanças morfológicas, 
produzindo um disco embrionário bilaminar. Esse disco embrionário vai originar as camadas germinativas que 
formam todos os tecidos e órgãos do embrião. 
 As estruturas extra-embrionários que se formam durante a segunda semana são a cavidade amniótica, 
âmnio, saco vitelino, pedículo de conexão e o saco coriônico. 
IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO: 
 Ela ocorre durante a segunda semana, em um período restrito, entre o 6º e o 10º dia após a ovulação. 
 À medida que esse evento vai acontecendo, o trofoblasto aumenta o contato com o endométrio e se 
diferencia em duas camadas: citotrofoblasto (camada interna) e sinciciotrofoblasto (camada externa). 
 Para implantação, as células endometriais sofrem apoptose, facilitando a invasão. 
 Mecanismo da implantação envolve sincronia entre o blastocisto invasor e o endométrio, onde as 
demais células endometriais com suas microvilosidades, moléculas de adesão, citocinas, prostaglandinas, 
fatores de crescimento tornam o endométrio receptivo. 
 Durante esse período de implantação, as células do tecido conjuntivo ao redor do local de implantação 
acumulam glicogênio e lipídios. Algumas dessas células, chamadas de células deciduais, se degeneram nas 
proximidades do sinciciotrofoblasto invasor para que este possa englobar essas células para aproveitar seus 
nutrientes. 
 Além disso, o sinciciotrofoblasto produz o hCG, que em contato com o endométrio entra na circulação 
sanguínea materna para que chegue ao corpo lúteo e iniba a sua degeneração durante a gestação, mantendo 
assim a produção de estrogênio e progesterona que garantem a gestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUTORIAL 03 
2 
 
FORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS EMBRIONÁRIAS: 
 É importante saber que a formação da cavidade amniótica, 
do disco embrionário e do saco vitelínico ocorre no mesmo momento 
da implantação. 
 Disco Embrionário: 
 O embrioblasto, que era uma camada única celular, se divide 
e se separa em duas camadas. A partir daí, essas duas camadas 
começam a ser chamadas de disco embrionário, que é uma placa 
bilaminar. 
1. Epiblasto: camada de células colunares altas, que forma o assoalho da 
cavidade amniótica e está perifericamente em continuidade com o âmnio. 
2. Hipoblasto: camada de células cuboides, que forma o teto da cavidade exocelômica (saco vitelínico) e 
está em continuidade com a membrana exocelômica (membrana vitelínica). 
 
 Cavidade Amniótica: 
 A partir do epiblasto, começam a surgir as células amniogênicas, os amnioblastos. Os amnioblastos se 
separam do epiblasto e envolvem a cavidade amniótica, produzindo o âmnio. 
 Saco Vitelínico: 
 Ainda no disco embrionário, é possível observar que o saco vitelínico primitivo é formado pelo 
hipoblasto e pela membrana da cavidade exocelômica. 
 As células do endoderma do saco vitelínico formam uma camada de tecido conjuntivo (mesoderma 
extraembrionário) que circunda o âmnio e o saco vitelínico. 
 Com a formação dessas três estruturas extraembrionárias concluída, ocorre então o surgimento de 
cavidades isoladas – lacunas – no sinciciotrofoblasto. Essas lacunas passam a ser preenchidas por uma mistura 
de sangue materno proveniente dos capilares endometriais rompidos com restos celulares de glândulas 
uterinas destruídas durante o processo de nidação. 
 Esse fluido nos espaços lacunares que é o responsável por dar início a formação da circulação 
uteroplacentária primitiva, nutrindo o embrião por difusão através do disco embrionário. 
 Obs: O sangue oxigenado chega até as lacunas através das artérias endometriais espiraladas, enquanto 
que o sangue pouco oxigenado é removido das lacunas pelas veias endometriais. 
DESENVOLVIMENTO DO 10º AO 12º DIA: 
 Nesse período geralmente ocorre uma falha no epitélio endometrial, que se inicia no dia 10, sendo 
proveniente do processo de implantação, e se recupera e recobre, geralmente, no 12º dia por um tampão de 
sangue coagulado, sendo o marco da finalização da implantação. 
 Assim que o concepto se implanta, as células do tecido conjuntivo endometrial continuam passando 
por transformações que são chamadas de reação decidual, onde as células incham devido ao acúmulo de 
glicogênio e lipídios no citoplasma com a função principal de fornecer nutrientes para o embrião enquanto 
cria um local imunologicamente privilegiado para o concepto. 
Embrião de 10 dias 
3 
 
 Além disso, no 12º dia, as lacunas sinciciotrofoblastos adjacentes ao embrião sofrem um fusionamento 
para que formem uma rede lacunar, que dá ao sinciciotrofoblasto uma aparência esponjosa. Essas redes 
lacunares, em especial às perto do polo embrionário, são os primórdios dos espaços intervilosos da placenta. 
 Com isso os capilares endometriais ao redor do embrião se tornam congesto e dilatados, formando os 
sinusóides maternos (vasos de parede fina, mas com largura superior a capilares). 
 Esses sinusóides são então desgastados pelo sinciciotrofoblasto de forma que o sangue materno passe 
a fluir livremente para dentro da rede lacunar, que entra em contato com o trofoblasto que absorve o fluido 
nutritivo e transfere os nutrientes ao embrião. 
 Conforme ocorrem mudanças no trofoblasto e no endométrio, o mesoderma extraembrionário 
aumenta, criando espaços celômicos extraembrionários isolados que com o passar do desenvolvimento se 
fundem e formam uma grande cavidade isolada chamada celoma extraembrionário que envolve o âmnio e a 
vesícula umbilical (exceto na parte em que essas estruturas são aderidas ao córion). 
 Com a formação do celoma, a vesícula umbilical, que é formada por células endodérmicas 
extraembrionária, tem seu tamanho diminuído formando um pequeno saco vitelino secundário que tem papel 
de nutrição do embrião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO FINAL DA SEGUNDA SEMANA (13º E 14º DIAS): 
 O evento que marca o final da segunda semana e dá início a terceira semana de desenvolvimento é a 
formação do córion, que é a estrutura precursora da placenta ao final da gestação. 
 O desenvolvimento do córion inicia com a formação das vilosidades coriônicas primárias, que ocorrem 
ao final da segunda semana, momento em que o embrião necessita de um bom aporte de nutrientes por 
conta do crescimento acelerado. 
 A formação inicial dessas vilosidades coriônicas primárias ocorre como uma invasão do citotrofoblasto 
no sinciciotrofoblasto, onde se forma uma barreira hematoplacentária, que separa o tecido da mãe e do bebe. 
 O transporte de nutrientes advindos da mãe ainda não é tão eficaz apenas com as vilosidades 
primárias. O sangue chega nas redes lacunares e passa pela barreira hematoplacentária e vai célula a célula 
Embrião de 12 dias 
4 
 
até chegar no embrião. Então é necessário que ocorra a formação de uma rede vascular eficiente, que quando 
finalizada passa a ser chamada de vilosidades coriônicas secundárias. 
 Ao final da segunda semana, o celoma extraembrionário é “digerido”, causando uma divisão do 
mesoderma extraembrionário em duas camadas que são chamadas de: 
 Mesoderma somático extraembrionário: reveste o trofoblasto e cobre o âmnio; 
 Mesoderma esplâncnico extraembrionário: envolve o saco vitelínico. 
 Com isso, o mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas de trofoblastos (citotrofoblasto 
e sinciciotrofoblasto) formam o córion, transformando a cavidade do celoma em cavidade coriônica, que é 
revestida pelo saco coriônico. 
 Dessa forma, o interior do saco coriônico passa a se encontrar o embrião com os sacos vitelínico e 
amniótico presos por pedículos. 
EMBRIÃO DE 14 DIAS: 
 Com 14 dias após a fertilização, o embrião já se encontra com o disco embrionário bilaminar, que é 
formado por uma parte de epiblasto e outra por hipoblastos(originados da divisão do disco embrionário). 
 O hipoblasto dará origem ao endoderma do saco vitelínico, que dará origem ao mesoderma 
extraembrionario. Além disso, durante os próximos dias de desenvolvimento, o hipoblasto também dará 
origem à placa precordal, que desenvolve o sistema nervoso central, boca e cabeça do bebe. 
 Já o epiblasto, formará o ectoderma do âmnio, o ectoderma embrionário e a linha primitiva. A linha 
primitiva dará origem ao mesoderma extraembrionário, ao mesoderma embrionário, ao processo notocordal e 
ao endoderma do embrião. 
TERCEIRA SEMANA 
 A terceira semana do desenvolvimento coincide com a semana seguinte à primeira ausência do 
período menstrual, ou seja, 5 semanas após o primeiro dia do último ciclo menstrual normal. Neste período 
uma gravidez normal pode ser detectada por ultrassonografia. 
 O rápido desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário trilaminar durante a terceira 
semana é caracterizado por: 
 Aparecimento da linha primitiva; 
 Desenvolvimento da notocorda; 
 Diferenciação das três camadas germinativas. 
GASTRULAÇÃO: Formação das camadas germinativas 
 A gastrulação é o processo pelo qual as três camadas germinativas, precursoras de todos os tecidos 
embrionários, e a orientação axial são formados nos embriões. Constitui o evento mais importante que ocorre 
durante a terceira semana e representa o início da morfogênese. Durante essa semana, o disco embrionário 
bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar. 
 O ectoderma embrionário dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central e periférico, aos olhos 
e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos tecidos conjuntivos da cabeça. 
5 
 
 O endoderma embrionário é a fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e digestório, 
incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares de órgãos associados ao trato 
digestório, como o fígado e o pâncreas. 
 O mesoderma embrionário dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células sanguíneas, ao 
revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras, ao revestimento seroso de todas as 
cavidades do corpo, aos ductos e órgãos dos sistemas genitais e excretor e à maior parte do sistema 
cardiovascular. No tronco, ele é a origem de todos os tecidos conjuntivos, incluindo cartilagens, ossos, 
tendões, ligamentos, derme e estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos internos. 
 Linha Primitiva: 
 A linha primitiva é o espessamento que ocorre no 
epiblasto, formada na face dorsal do embrião. 
 Surge na extremidade caudal do embrião como 
resultado da proliferação e migração de células do 
epiblasto para o plano mediano do disco embrionário, 
iniciando os primeiros sinais da gastrulação, sendo que ao 
longo da linha forma-se um sulco primitivo. 
 Nesse sulco primitivo é onde partem as células que são responsáveis por originar o mesênquima 
(formador das células de sustentação do corpo, responsável pelo tecido conjuntivo). 
 Enquanto isso, na extremidade cefálica, surge o nó primitivo, com uma pequena depressão no centro 
que leva o nome de fosseta primitiva 
 Após esse processo de formação da linha primitiva, ocorre uma invaginação das células do epiblasto, 
que dão origem às três camadas germinativas do embrião. Sob a influência de vários fatores de crescimento, 
as células do epiblasto vão através da linha primitiva, pelo sulco primitivo, formando a endoderme e a 
mesoderme. 
PROCESSO NOTOCORDAL: 
 Algumas células mesenquimais migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva, formando um 
cordão celular mediano, o processo notocordal. 
 Inicialmente, o processo notocordal se alonga e ganha lúmen, formando o canal notocordal, que se 
estende cranialmente a partir do nó primitivo até a placa pré-cordal. 
 O processo notocordal cresce cranialmente entre o ectoderma e o endoderma até alcançar a placa 
pré-cordal, uma pequena área circular de células endodérmicas cilíndricas na qual o ectoderma e o endoderma 
se fundem. É com essas camadas fundidas que se forma a membrana bucofaríngea (boca). 
 Caudalmente a linha primitiva há uma área circular também com disco bilaminar responsável por 
formar a membrana cloacal (que dá origem ao ânus). 
 Com o passar do desenvolvimento a notocorda surge pela transformação do bastão celular do 
processo notocordal. O assoalho do processo notocordal funde-se com o endoderma e degeneram. Nisso 
ocorre a proliferação de células notocordas a partir da extremidade cranial, a placa notocordal se dobra e 
forma a notocorda, que possui três funções gerais: 
6 
 
1. Definir o eixo do embrião; 
2. Ser a base para formação do esqueleto axial; 
3. Futuro local dos corpos vertebrais. 
 Notocorda se degenera e desaparece quando os corpos vertebrais se formam, sendo que parte dela 
persiste como núcleo pulposo de cada disco intervertebral. 
 Notocorda também funciona como indutor primário do embrião inicial, induzindo o ectoderma 
embrionário a se espessar e formar a placa neural – primórdio do SNC. 
 Além disso, algumas células mesenquimais da linha primitiva migram cranialmente em cada lado do 
processo notocordal e ao redor da placa pré-cordal. É aí que elas se encontram cranialmente para formar o 
mesoderma cardiogênico na área cardiogênica, onde o primórdio do coração começa a se desenvolver no final 
da terceira semana. 
NEURULAÇÃO: Formação do tubo neural 
 É o processo de formação da placa neural, das pregas neurais e do fechamento das pregas neurais para 
formação do tubo neural, que se inicia na terceira semana e finaliza até o final da quarta semana, quando 
ocorre o fechamento do neuroporo caudal. 
 Placa e Tubo Neural: 
 Conforme a notocorda se desenvolve, ela induz o ectoderma localizado acima dela ou adjacente à linha 
média, a se espessar e formar uma placa neural alongada de células epiteliais espessas. O neuroectoderma da 
placa dá origem ao SNC, o encéfalo e a medula espinhal, além de outras estruturas como a retina. 
 Aproximadamente no 18º dia, a placa neural se invagina ao longo de seu eixo central para formar o 
sulco neural mediano com pregas neurais em cada lado, as quais se tornam proeminentes na extremidade 
cranial do embrião, e são o primeiro sinal do desenvolvimento do encéfalo. 
 Ao final da terceira semana, as pregas neurais se movem e se fusionam transformando a placa neural 
em tubo neural, o primórdio das vesículas encefálicas e da medula. Com o passar do tempo, esse tubo neural 
se separa do ectoderma da superfície (que futuramente forma a epiderme superficial). 
 Crista Neural: 
 À medida que as pregas neurais se fundem para formar o tubo neural, algumas células 
neuroectodérmicas situadas ao longo da margem interna de cada prega neural perdem a sua afinidade 
epitelial e a ligação às células vizinhas. Conforme o tubo neural se separa do ectoderma superficial, as células 
da crista neural formam uma massa achatada irregular, a crista neural, entre o tubo neural e o ectoderma 
superficial acima 
 A crista neural logo se separa em porção direita e esquerda, e estas se deslocam para as regiões 
dorsolaterais do tubo neural, onde dão origem aos gânglios sensoriais dos nervos espinhais e cranianos, e aos 
gânglios do sistema nervoso autônomo. 
 Além de formar as células ganglionares, as células da crista neural formam as bainhas de neurilema dos 
nervos periféricos e contribuem para a formação das leptomeninges (aracnoide e pia-máter). As células da 
crista neural também contribuem para a formação das células pigmentares, da medula da glândula 
suprarrenal e muitos outros tecidos e órgãos. 
7 
 
DESENVOLVIMENTO DOS SOMITOS: 
 Além da notocorda, as células derivadas do nó primitivo formam o mesoderma paraxial. Essa formação 
do mesoderma paraxial ocorre próximo ao nó primitivo, onde a população celular aparece como uma coluna 
espessa e longitudinal de células, que ao final da terceira semana se diferenciar,se condensa e começa a se 
dividir em corpos cuboides pareados denominados de somitos. 
 Esses blocos celulares de mesoderma se encontram localizados em cada lado do tubo neural em 
desenvolvimento, com um surgimento de cerca de 38 pares de somitos ao longo dos dias 20 e 30, sendo que 
ao final da quinta semana, há cerca de 42 a 44 pares de somitos. 
 Inicialmente, os somitos surgem na futura região occipital da cabeça do embrião e logo se 
desenvolvem craniocaudalmente, para dar origem à maior parte do esqueleto axial e da musculatura 
associada, junto com a derme da pele adjacente. 
DESENVOLVIMENTO DO CELOMA INTRAEMBRIONÁRIO: 
 O celoma intraembrionário é a cavidade do corpo do embrião que surge como espaços celômicos 
isolados no mesoderma intraembrionário lateral e no mesoderma cardiogênico. 
 Esses espaços ao longo do desenvolvimento se unem para formar uma única cavidade em formato de 
ferradura, o celoma intraembrionário, que divide o mesoderma lateral em duas camadas: 
1. Camada somática/parietal: somatopleura que vai formar a parede do corpo do embrião e cobre o 
âmnio; 
2. Camada visceral/esplâncnica: esplancnopleura que vai formar o intestino e cobre o saco vitelino. 
DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR: 
 Ao final da segunda semana, a nutrição do embrião é obtida a partir do sangue materno pela difusão 
através do celoma extraembrionário e da vesícula umbilical. Mas é durante a terceira semana que se 
desenvolve uma circulação uteroplacentária primordial através de dois mecanismos: 
1. Vasculogênese: formação de novos canais vasculares pela união de precursores individuais celulares 
(angioblastos); 
2. Angiogênese: formação de novos vasos pelo brotamento e ramificações de vasos pré-existentes. 
 A formação dos vasos sanguíneos inicia-se quando as células mesenquimais se diferenciam em 
angioblastos, que são as células formadoras de vasos. Esses angioblastos se aglomeram e formam as ilhotas 
sanguíneas (aglomerados celulares angiogênicos isolados) que possuem pequenas cavidades no interior. Os 
angioblastos se achatam e formam as células endoteliais ao redor das cavidades das ilhotas sanguíneas, dando 
origem ao endotélio. 
 Com o passar do desenvolvimento muitas dessas cavidades se fusionam e formam uma rede de canais 
endoteliais (vasculogênese). Esses vasos recém-criados então se ramificam nas áreas adjacentes por meio do 
brotamento endotelial (angiogênese) e se fundem com outros vasos, formando o sistema sanguíneo primitivo. 
 Obs: As células mesenquimais ao redor dos vasos sanguíneos endoteliais primitivos se diferenciam para 
formar tecido muscular e tecido conjuntivo da parede dos vasos. 
 
8 
 
 Sistema Cardiovascular Primitivo: 
 O coração e os grandes vasos se formam a partir das células mesenquimais na área cardiogênica, sendo 
que os canais longitudinais e tubos cardíacos endocárdicos se desenvolvem durante a terceira semana. 
 Ao final da terceira semana, o sangue está circulando e o coração começa a bater entre o 21º e 22º 
dia. O sistema cardiovascular é o primeiro sistema de órgãos a alcançar um estado funcional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DAS VILOSIDADES CORIÔNICAS: 
 Logo após o aparecimento das vilosidades coriônicas primárias, ao final da segunda semana, elas 
começam a se ramificar. É no início da terceira semana, que o mesênquima cresce para dentro dessas 
vilosidades formando um eixo central de tecido mesenquimal. 
 Algumas células mesenquimais nas vilosidades se diferenciam em capilares e células sanguíneas, 
formando as vilosidades coriônicas terciárias. 
 Esses capilares então se fundem e formam redes arterio-capilares, que logo se conectam com o 
coração do embrião através dos vasos que se diferenciam no mesênquima do córion. 
 Ao final da terceira semana, o sangue do embrião começa a fluir lentamente através dos capilares das 
vilosidades coriónicas, captando o oxigênio e os nutrientes do sangue materno presente no espaço interviloso, 
enquanto expulsa dióxido de carbono e produtos residuais. 
QUARTA SEMANA 
 É durante a quarta semana do desenvolvimento embrionário que os folhetos germinativos 
estabelecidos na terceira semana se diferenciam de modo a formar o primórdio dos grandes sistemas de 
órgãos do corpo. Ao mesmo tempo, o disco embrionário trilaminar sofre um processo de dobramento. É 
através desse processo que o embrião de formato laminar, plano e achado, assume uma forma cilíndrica e 
mais parecida com a forma corporal a qual estamos habituados. 
DOBRAMENTO DO EMBRIÃO: 
 No início da quarta semana, os dobramentos nos planos mediano e horizontal convertem o disco 
embrionário trilaminar achatado em um embrião cilíndrico, que passa a ter uma posição em C. 
9 
 
 Obs: A velocidade do crescimento lateral do embrião não acompanha a velocidade de crescimento 
longitudinal, sendo por isso que ocorre o dobramento. 
 Obs2: Os dobramentos das extremidades cefálica, caudal e dobramento lateral ocorrem de forma 
simultânea. 
 O dobramento no crânio e nas regiões laterais do embrião começa a partir do 22º dia, enquanto, na 
região caudal, começa no 23º dia. A partir de então, o dobramento das extremidades cranial e caudal e o 
dobramento lateral do embrião ocorrem simultaneamente. 
 Dobramentos no Plano Mediano: 
 Ocorre no sentido craniocaudal e é através dele que se dá o alongamento embrionário em 
comprimento. Ele ocorre em consequência do rápido crescimento embrionário no eixo notocordal, isto é, do 
maior eixo do embrião, e que não é acompanhado pelo crescimento das laterais. 
1. Prega Cefálica: 
 Na região cranial do embrião, a prega neural forma o primórdio do encéfalo no início da quarta semana. 
Inicialmente, devido à proliferação celular, o encéfalo em desenvolvimento, chamado prosencéfalo, projeta-
se ligeiramente na direção dorsal, para a cavidade amniótica. Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvi-
mento cresce cranialmente, indo além da membrana orofaríngea, e então coloca-se sobre o coração em 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 Em seguida, pelo processo contínuo de crescimento do prosencéfalo, as estruturas mais craniais do 
embrião são curvadas ventralmente. Isso significa dizer que o septo transverso, a área cardiogênica e a 
membrana orofaríngea são deslocadas para a superfície ventral do embrião. 
 Durante o dobramento longitudinal, a parte dorsal do endoderma do saco vitelínico é incorporado ao 
embrião com o intestino anterior (formando o primórdio do segmento inicial do sistema digestório entre o 
encéfalo e o coração). 
2. Prega Caudal: 
 Resulta do crescimento da parte distal do tubo neural, sendo que à medida que o embrião cresce, a 
região caudal se projeta sobre a membrana cloacal. 
 O dobramento da prega caudal provoca o deslocamento das estruturas da extremidade caudal do 
embrião no sentido ventral. As estruturas deslocados cranial e ventralmente são a linha primitiva, o pedículo 
do embrião (constitui o primórdio do cordão umbilical) e a região do alantoide, que é um divertículo endo-
dérmico da vesícula umbilical. 
 Durante esse dobramento, parte do endoderma é incorporado como intestino posterior, cuja porção 
terminal sofre uma dilatação formando a cloaca. 
10 
 
 Dobramento Lateral no Plano Horizontal: 
 Resulta do crescimento rápido da medula espinhal e dos somitos, formando as pregas laterais direita 
e esquerda, que se flexionam ventralmente em direção ao plano mediano, formando um embrião 
praticamente cilíndrico. 
 As pregas laterais formam o primórdio da parede abdominal e, ao se movimentarem ventralmente, 
incorporam parte da camada germinativa endodérmica. Essa parte da vesícula umbilical incorporada ao 
embrião dá origem ao intestino médio, que gerará o intestino delgado. 
 Como resultado do dobramento, o ectoderma do disco embrionário original cobre toda a superfície 
tridimensional do embrião, exceto na futura região umbilical, de onde surgem o saco vitelínico eo pedículo de 
conexão. É assim que o ectoderma, juntamente com contribuições dos dermomiótomos, do mesoderma da 
placa lateral e de células da crista neural, acaba por formar a pele. 
 Com isso, ocorre a formação de um embrião com formato de um tubo dentro de um tubo, no qual o 
tubo ectodérmico externo forma a pele, e o tubo endodérmico interno forma o intestino. Preenchendo o 
espaço entre esses dois tubos está o mesoderma, responsável pela formação de outras estruturas vitais. 
 
 
DERIVADOS DAS CAMADAS GERMINATIVAS: 
 Ectoderma: 
- Sistema nervoso central e periférico; 
- Epitélios sensoriais do olho, orelha e do nariz; 
- Epiderme e anexos (unhas e pelos); 
- Glândulas mamárias; 
- Hipófise; 
- Glândulas subcutâneas; 
- Esmalte dos dentes; 
- Gânglios espinhais autônomos e cranianos (V, VII, I X e X); 
- Bainha dos nervos dos sistemas nervoso periférico; 
- Meninges do encéfalo e da medula espinhal. 
 
 
 
 
11 
 
 Mesoderma: 
- Tecido conjuntivo; 
- Cartilagem; 
- Ossos; 
- Músculos estriados e lisos; 
- Coração; 
- Vasos sanguíneos e linfáticos; 
- Rins; 
- Ovários e testículos; 
- Ductos genitais; 
- Membranas pericárdica, pleural e peritoneal; 
- Baço e córtex das adrenais. 
 
 Endoderma: 
- Revestimento epitelial dos tratos respiratório e gastrointestinal; 
- Tonsilas; 
- Tireoide e paratireoides; 
- Timo, fígado e pâncreas; 
- Revestimento epitelial da bexiga e maior parte da uretra; 
- Revestimento epitelial da cavidade do tímpano, antro timpânico e da tuba auditiva. 
QUINTA SEMANA 
“Semana da Cabeça” 
 Rápido crescimento do encéfalo e proeminências faciais que faz com que o crescimento da cabeça seja 
mais rápido que o crescimento de outras regiões do corpo. 
 A face do rosto em formação fica em contato com a eminencia cardíaca durante a quinta semana 
 Formação do seio cervical, uma depressão ectodérmica lateral, formado pelo crescimento do segundo 
arco faríngeo lateral que se superpõe ao terceiro e quarto arcos. 
 Brotos dos membros superiores adquirem a forma de remos e os membros inferiores de nadadeira. 
 Formação das cristas nefrogenicas que indicam o sítio dos rins mesonéfricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SEXTA SEMANA 
“Semana dos Sentidos” 
 Embriões na sexta semana mostram movimentos espontâneos, tais como, contrações no tronco e nos 
membros em desenvolvimento. Tem sido relatado que embriões nesse estágio apresentam respostas reflexas 
ao toque. 
 As placas das mãos se desenvolvem nos membros superiores, os raios digitais (futuros dedos) 
começam a se desenvolver, enquanto que os membros inferiores se desenvolvem um pouco mais tarde. 
 Ocorre movimentação espontâneas do embrião com contrações bruscas do t ronco e dos membros 
formados. 
 Saliências auriculares se formam em torno do sulco braquial faríngeo, entre os dois primeiros arcos. 
 Esse sulco é responsável por formar o meato auditivo externo e as saliências se fundem para formar a 
aurícula. 
 O olho passa a ser bem evidente e o pigmento retiniano já se formou. 
 A cabeça é muito maior que o tronco e se dobra sobre a grande saliência cardíaca, sendo que essa 
posição da cabeça é a responsável pelo encurvamento da região cervical. 
 O tronco e o pescoço começam a se tornar retos. 
 O embrião passa a apresentar resposta reflexa ao toque. 
 Desenvolvimento dos membros inferiores. 
 Intestino começa a entrar no celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical para que 
possam se acomodar com o rápido crescimento. 
 
 
 
 
 
 
 
SÉTIMA SEMANA 
“Semana dos Membros Modificados” 
 Formam-se depressões entre os raios digitais que separam os 
futuros dedos. 
 Forma-se o canal vitelino (ducto estreito que antes formava uma 
comunicação entre o intestino primitivo e o saco vitelínico) 
 O intestino entra no celoma extraembrionário na porção proximal 
do cordão umbilical, formando a hérnia umbilical fisiológica (isso ocorre 
por que a cavidade abdominal é pequena demais para acomodar o intestino em crescimento). 
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OITAVA SEMANA 
 Os dedos das mãos encontram-se separados, mas unidos por membranas. Além disso, é possível 
visualizar depressões entre os raios digitais dos pés, mostrando o surgimento dos dedos inferiores. 
 A cauda ainda está presente, porém é mais curta e rombuda, sendo que ao final todos os sinais da 
cauda desaparecem. 
 O plexo vascular do couro cabeludo aparece e forma uma faixa característica em torno da cabeça. 
 Ao final da oitava semana todas as regiões dos membros estão aparentes, os dedos se alongam e se 
encontram completamente separados. 
 Ocorre os primeiros movimentos propositais dos membros. 
 Ossificação começa nos membros inferiores. 
 Embrião possui uma feição nitidamente humana, porém a cabeça é proporcionalmente maior que o 
restante do corpo (cerca de metade do corpo do embrião é a cabeça). 
 As pálpebras estão se fechando por fusão epitelial. 
 Intestino ainda se encontra na porção proximal do cordão umbilical. 
 As aurículas estão adquirindo a forma final, porém ainda estão implantadas numa região mais abaixo 
da cabeça. 
 Ainda não é possível fazer diferenciação sexual por observação da genitália externa. 
 
 
 
 
 
 
 
NONA SEMANA AO NASCIMENTO 
 Durante a nona semana até o nascimento, inicia-se então o período de desenvolvimento fetal, que 
está intimamente relacionado ao rápido crescimento do corpo e com a diferenciação dos tecidos, órgãos e 
sistemas, que tem os eventos marcantes sendo: 
 Diminuição relativa do crescimento da cabeça comparado ao corpo; 
 Taxa de crescimento elevada; 
 Ganho de peso significativo nas últimas duas semanas. 
PRINCIPAIS EVENTOS DA 9ª A 12ª SEMANA: 
 No início da 9ª semana a cabeça é quase metade do corpo total do feto, porém durante o 
desenvolvimento até a 12ª semana ocorre uma rápida aceleração do crescimento corporal, que faz com que 
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ao final da 12ª semana o feto já tenha o dobro do comprimento inicial, sendo que a cabeça tem uma 
diminuição do crescimento, porém ela continua desproporcionalmente grande. 
 Ocorre alteração na face do feto, uma vez que na 12ª semana, os centros de ossificação primária já 
aparecem, em especial no crânio e ossos longos. Além disso, os olhos já estão bem separados e as orelhas 
têm uma baixa implantação. 
 Os membros superiores alcançam o comprimento final relativo, enquanto que os membros inferiores 
ainda são menores. 
 A genitália externa inicia a 9ª semana de forma semelhante, porém ao final da 12ª semana a sua forma 
fetal madura já está estabelecida, sendo possível diferenciar os sexos. 
 Na metade da 10ª semana, as alças intestinais são visíveis na extremidade proximal do cordão 
umbilical. Na 11ª semana, o intestino retorna para o abdômen que agora consegue comportar internamente. 
 Até a 9ª semana o fígado ainda é o local de formação de hemácias principal, mas depois da 12ª semana, 
o baço assume essa f unção. 
 Inicia a formação da urina nesse período, sendo que a essa urina forma o líquido amniótico, onde o 
feto absorve uma parte e depois deglute, para passar os resíduos para a circulação da mãe pela membrana 
placentária. 
PRINCIPAIS EVENTOS DA 13ª A 16ª SEMANA: 
 Durante esse período o crescimento é muito rápido, o que faz com que a cabeça "diminua" mais em 
relação ao corpo e que os membros inferiores fiquem mais compridos. 
 Além disso, nesse período o feto começa a se movimentar, porém são movimentos discretos que 
muitas vezes só são notados por meio de ultrassonografia. 
 A ossificação do esqueleto é ativa e os ossos podem ser vistos no USG já no início da 16ª semana. 
 Nos fetos do sexo feminino, na 16ª semana os ovários se diferenciam e já contém os folículos 
primordiais com ovogonias. 
 Na face ocorre a migração dos olhos para a posição anterior (que antes era anterolateral). 
 Geralmente nesse período o feto já possui 11 cm e cerca de 110 gramas. 
PRINCIPAIS EVENTOS DA 17ª A 20ª SEMANA: 
 O crescimentocomeça a ficar mais lento, porém continua ocorrendo. Os movimentos fetais já podem 
ser percebidos pela mãe. 
 Os pés são cobertos por verniz caseosa (semelhante a um material gorduroso) que protege a pele do 
bebé da exposição ao líquido amniótico. 
 Com 20 semanas, o corpo fetal é coberto por lanugo (uma penugem delicada que recobre o corpo 
todo) que ajuda a manter a verniz caseosa presa a pele para proteção da pele do feto. 
 Ocorre o desenvolvimento da gordura parda, principalmente na base do pescoço, posterior ao esterno 
e na área perirrenal, sendo um importante local de produção de calor pela oxidação de ácidos graxos. 
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 Em fetos masculinos, com 20 semanas os testículos começam a descer, mas apenas até a parede 
abdominal posterior. 
 Geralmente nesse período o feto possui cerca de 300 gramas. 
PRINCIPAIS EVENTOS ENTRE A 21ª E A 25ª SEMANA: 
 A pele fica enrugada e menos translúcida, com uma cor entre rosa e vermelho por conta dos capilares 
sanguíneos. 
 Com 21 semanas, começa a ocorrer movimentos rápidos dos olhos. 
 Inicia-se o período canalicular do desenvolvimento dos pulmões, durante o qual os brônquios e 
bronquíolos crescem e dutos alveolares se desenvolvem. 
 Com 24 semanas, os pneumócitos tipo II dos septos interalveolares do pulmão começam a secretar 
surfactante, porém o sistema respiratório ainda é imaturo. Em fetos femininos o pneumócito tipo II produz 
surfactante de forma mais eficiente que o feto masculino. 
 Inicia-se o desenvolvimento das unhas das mãos 
 Geralmente ao final desse período o feto possui cerca de 600 gramas. 
Obs: A partir da 25ª semana o feto já pode sobreviver, porém a chance de morte é extremamente elevada 
devido a imaturidade do sistema respiratório. 
PRINCIPAIS EVENTOS DA 26ª A 29ª SEMANA: 
 Nesse período os pulmões e os vasos pulmonares já possuem a capacidade de realizar troca gasosa 
adequada. 
 O Sistema Nervoso Central já sofreu um amadurecimento e consegue controlar os movimentos 
respiratórios e a temperatura corporal. 
 A partir desse período o feto inicia o funcionamento do ciclo circadiano, começando a dormir em 90% 
do tempo, enquanto que os outros 10% são marcados por movimentos de autodefesa ocasionados pelo 
reflexo do susto. 
 Com 26 semanas, as pálpebras se abrem. 
 A gordura subcutânea desenvolve-se, eliminando as rugas da pele. 
 O baço passa a realizar apenas a hematopoiese. 
 Com 28 semanas, a eritropoiese no baço cessa e a medula óssea assume essa função, tornando-se o 
principal local desse processo. 
 Geralmente nesse período o feto j á possui cerca de 1,1kg com cerca de 25cm. 
PRINCIPAIS EVENTOS DA 30ª A 34ª SEMANA: 
 Nesse período a pele é rosada e lisa. A quantidade de gordura amarela aumenta de 3,5% para 8%, 
dando a aparência mais cheia aos braços. 
 A partir da 32ª a maioria dos que nascem prematuros já conseguem sobreviver. 
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 O feto geralmente possui cerca de 2,2 kg e 40 cm. 
PRINCIPAIS EVENTOS ENTRE A 35ª E A 38ª SEMANA: 
 É conhecida como a fase do “acabamento” uma vez que praticamente tudo está pronto. 
 O sistema nervoso fica maduro e começa a efetuar suas funções integrativas. 
 O crescimento começa a ficar mais lento, e geralmente, o feto começa a ganhar 14g por dia, tendo a 
circunferência da cabeça e do abdome quase iguais, com posterior aumento do abdome. 
 Durante a 36ª semana é comum que o feto alcance a marca dos 3,4 kg e 50 cm. 
 Com 37 semanas o tamanho do pé passa a ser um pouco maior que o comprimento do fêmur, sendo 
um indicador de idade gestacional através do USG. 
 A quantidade de gordura amarela sofre um aumento para 16% do peso total. 
 Em fetos masculinos, na 38ª semana, o testículo já se encontra no escroto, geralmente. 
DATA ESPERADA PARA O PARTO: 
 Ocorre, geralmente, cerca de 266 dias (38 semanas) após a fertilização ou 280 dias (40 semanas) após 
a data da última menstruação. 
 Obs: 12% das crianças nascem de 1 a 2 semanas depois do esperado. 
ANEXOS EMBRIONÁRIOS 
DEFINIÇÃO: 
 Os anexos embrionários são as estruturas que derivam dos folhetos germinativos do embrião 
(mesoderme, ectoderme e endoderme), mas que, no entanto, não f azem parte do seu corpo, desaparecendo 
após o nascimento. 
 De forma geral, esses anexos participam do desenvolvimento do embrião, auxiliando na nutrição, 
proteção e t rocas de substâncias entre feto e mãe, sendo os anexos os seguintes: 
VESÍCULA VITELINA: 
 É o primeiro anexo a ser formado, podendo ser chamado também de saco vitelínico. A estrutura se 
assemelha a uma bolsa e t em sua origem a partir do endoderma e do mesoderma. 
 O endoderma é o folheto embrionário responsável por originar alguns órgãos do sistema digestório, 
assim, a vesícula vitelínica, por ser formada a partir deste folheto, está intimamente ligada ao intestino do 
embrião, de forma que em seu interior há o vitelo que é uma substância nutritiva que, junto com a placenta, 
garantir a alimentação do embrião. 
ÂMNIO: 
 É um anexo formado a partir da mesoderma e do ectoderma. Nos mamíferos, essa estrutura é 
popularmente conhecida como “bolsa d’água”. A estrutura trata-se de uma espécie de membrana responsável 
por envolver integralmente o embrião formando uma cavidade chamada de cavidade amniótica, onde no seu 
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interior se encontra o feto mergulhado em líquido amniótico, que proporciona um ambiente úmido ao feto e 
garante proteção contrachoques mecânicos, desidratação e proteção contra algumas substâncias patológicas. 
 Além disso, é por conta da cavidade e do líquido amniótico que o feto possui espaço para pequenas 
movimentações, que proporcionam o desenvolvimento muscular e impede sua adesão ao âmnio. 
 Obs: O líquido da cavidade amniótica é completamente absorvido ao final do desenvolvimento do feto, 
sendo que essa absorção se dá pelo trato gastrointestinal durante a gravidez. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÓRION: 
 É também conhecido como serosa, sendo o anexo embrionário mais externo, responsável por envolver 
o embrião e todos os demais anexos. O cório é uma membrana originada a partir do mesoderma e do 
ectoderma, proporcionando não só uma proteção mecânica como também uma proteção térmica ao feto. 
 Além disso, o cório também está relacionado com a defesa contra a entrada de micro-organismos 
patogênicos no concepto, e participa, junto com o alantóide, das trocas gasosas entre o ambiente externo e 
o embrião. 
 Surge nas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário. Com o passar da gravidez, as 
vilosidades do polo embrionário continuam a crescer e se expandir, formando o córion frondoso, enquanto 
que as vilosidades do polo oposto se degeneram e formam o córion liso. 
 Durante o processo de formação do córion frondoso, ocorre a reação decidual sobre o córion, 
constituindo uma camada compacta, chamada de placa decidual, de grandes células (células deciduais) que 
possuem grandes quantidades de lipídeos e glicogênio. 
 Já em relação ao córion liso, ocorre a decídua capsular, que envolve o córion liso com uma camada 
que se distende e degenera devido ao crescimento da cavidade coriônica. Com o desenvolvimento, o córion 
liso então entra em contato e se funde com a parede uterina, do l ado oposto do útero, formando a decídua 
parietal. 
 
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ALANTÓIDE: 
 É uma membrana em formato de saco ou vesícula que se origina a partir do endoderma e do 
mesoderma. Essa estrutura possui a função de participar dos processos de trocas gasosas e da remoção e 
armazenamento de excretas produzidas pelo metabolismo do embrião. 
 Obs: Nos seres humanos, essa estrutura é pouco desenvolvida, já que a placenta tem, dentre outras 
funções, a de desempenhar o papel de remoção das excretas. 
PLACENTA: 
 Tem seu início de formação quando o embrião é implantado no útero, ocorrendo a partir da associação 
entre o córion, e alantóide e o endométrio uterino. É uma estrutura responsável por diversas funções como: 
1. Realizar as trocas gasosas com transporte de oxigênioe dióxido de carbono entre o sangue materno e 
o feto. 
2. Fornecer substâncias nutritivas necessárias para o crescimento e desenvolvimento do embrião 
3. Produção de hormônios femininos como HCG, progesterona, estradiol, lactogênio para manutenção 
da gravidez 
4. Filtrar para a corrente sanguínea da mãe os resíduos que são eliminados pelo feto 
5. Transmitir anticorpos maternos ao feto para gerar imunidade para algumas doenças. 
 
 Obs: Após o nascimento do feto, a placenta, geralmente, se desprende da parede do útero em cerca de 
30 minutos e é expelida pela cavidade uterina. 
 É o local responsável pela troca de nutrientes e gases entre a mãe e o feto, sem que ocorra o contato 
entre o sangue dos dois indivíduos, possuindo uma ordem mista, que confere a placenta uma denominação 
de órgão fetomaternal, uma vez que possui o componente fetal (parte do saco coriônico, mais 
especificamente o córion frondoso) e um componente materno (derivado do endométrio uterino). 
 Obs: O sangue da mãe e do feto só tem contato durante o parto, porém em uma proporção muito 
pequena. 
 
 Funcionamento Placentário: 
 Na zona juncional feto materna, entre as placas coriônica (feto) e decidual (mãe), há a presença dos 
espaços intervilosos, os quais são repletos de sangue materno que trazem os nutrientes e captam as excretas 
por meio de difusão. 
Obs: Durante o 4ª e 5º mês de gestação, a decídua forma septos deciduais, que se projetam aos espaços 
intervilosos, mas sem atingir a placa coriônica, criando uma série de divisões da placenta que são chamados 
de cotilédones. 
 Circulação Placentária: 
 Os cotilédones recebem seu suprimento sanguíneo através de cerca de 100 artérias espiraladas que 
perfundem a placa decidual até os espaços intervilosos, onde a luz da artéria espiralada é pequena, que 
ocasiona uma pressão arterial extremamente alta, permitindo a irrigação das vilosidades da árvore vilosa com 
sangue oxigenado. 
 Quando a pressão diminui, o sangue flui de volta a decídua, onde atinge as veias endometriais 
retornando para a circulação materna. 
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 Com isso, as trocas placentárias podem ocorrer apenas nas vilosidades que se encontram em contato 
íntimo com a membrana sincicial de revestimento, uma vez que essa é revestida por microvilosidades. 
 Além disso, o sangue materno é separado do sangue fetal através da placa coriônica, que torna a 
placenta humana hemocorial. 
 Além disso, a barreira placentária é inicialmente composta pelo revestimento endotelial dos vasos 
fetais, tecido conjuntivo, citotrofoblastos e sinciciotrofoblasto, porém, do quarto mês em diante, essa 
membrana se torna mais fina, já que o revestimento endotelial dos vasos entre em contato íntimo com a 
membrana sincicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CORDÃO UMBILICAL: 
 Se origina a partir da parede do âmnio, do saco vitelino e do alantóide, sendo composto por 2 artérias 
e 1 bia protegida por um tecido mucoso que recebe o nome de gelatina de wharton. 
 As paredes arteriais são compostas por fibras musculares e elásticas, que contribui para a constrição 
rápida dos vasos umbilicais após o corte do cordão umbilical durante o nascimento. 
INDICAÇÕES DE ULTRASSONOGRAFIA 
ULTRASSOM DO PRIMEIRO TRIMESTRE: 
 É a ultrassonografia mais importante durante a gestação, sendo indicada a sua realização entre 11ª 
até a 13ª semana de gestação, sendo importante para identificar e detectar os seguintes componentes: 
 Localizar o saco gestacional; 
 Identificar o embrião e/ou vesícula vitelina; 
 Determinar o comprimento cabeça-nádega; 
 Detectar a atividade cardíaca; 
 Determinar o número de f etos, inclusive a amnionicidade e corionicidade dos fetos múltiplos, caso 
possível; 
 Avaliar a anatomia embrionária/fetal compatível com o primeiro trimestre; 
 Avaliar o feto, os anexos e o fundo de saco; 
 Avaliar a região da nuca fetal, quando possível; 
 Avaliar se há ocorrência de anomalias fetais, como acrania, holoprosencefalia, encefalocele, espinha 
bífida, onfalocele e megabexiga. 
ULTRASSOM DO SEGUNDO TRIMESTRE: 
 Deve ser realizado entre a 20ª e a 24ª semana de gestação, sendo avaliado os seguintes parâmetros: 
 Confirmar a atividade cardíaca fetal, a quantidade de f etos e a genitália fetal (caso possível); 
 Definir a apresentação do feto; 
 Avaliar a amniocidade, corionicidade, volume de líquido amniótico e as dimensões fetais; 
 Confirmar a localização da placenta e sua relação com o orifício interno do colo uterino; 
 Estimar o volume do líquido amniótico; 
 Estimar a idade gestacional; 
 Avaliar o útero, os anexos e o colo; 
 Examinar a anatomia fetal, inclusive a possibilidade de anomalias. 
ULTRASSOM DO TERCEIRO TRIMESTRE: 
 É realizado entre a 32ª e 34ª semana de gestação, sendo importante para identificar: 
 Avaliar a presença de risco durante o parto; 
 Diagnóstico de tamanho fetal, avaliado a possibilidade de um feto pequeno para a idade gestacional 
(PIG) ou de um feto grande para a idade gestacional (GIG); 
 Presença de macrossomia fetal, quando o peso neonatal é maior que 4,5kg; 
 Avaliar a apresentação fetal e confirmação de aspectos vitais.

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