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MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 1 SUMÁRIO Eletrocardiograma Intro ao ECG.......................................................... 2 Sistema Hexa Axial no plano frontal .................. 3 A interpretação .................................................... 4 Análise do ECG ...................................................... 4 Cálculo da FC ........................................................ 6 Sistematização da leitura do ecg ........................ 6 Dor Torácica I : Síndrome Coronariana Aguda Introdução e etiologia .......................................... 7 Diferenciação/investigação .................................. 7 Exames + complementares .................................. 8 Marcadores de necrose miocárdica (MNM) ...... 8 ECG ......................................................................... 9 Rx de tórax ............................................................ 9 Dor torácica isquêmica ........................................ 9 ANGINA ................................................................. 10 IAM ........................................................................ 10 Estratificação de risco ....................................... 11 Manejo pós-estratificação ................................ 13 Terapêutica da SCA Introdução .......................................................... 14 Lesão x IAM ......................................................... 14 SCA sem SST........................................................ 14 O ECG .................................................................... 15 Fases da isquemia ........................................... 16 Estratificação para terapêutica ........................ 16 Esquema SCA ...................................................... 17 Farmacológica ..................................................... 17 Reperfusão emergencial na SCA CSST ............... 19 ATC primária ....................................................... 19 Fibrinólise ............................................................ 19 Critérios de reperfusão .................................. 20 Terapêutica na SCA SST ..................................... 20 ATC..................................................................... 20 CRM ................................................................... 20 Dor Torácica II: Dissecção Aguda de Aorta Introdução e etiopatogenia ............................... 21 Epidemiologia ..................................................... 21 Quadro clínico ..................................................... 21 Fatores de risco .................................................. 22 Fatores de pior prognóstico .............................. 22 Classificação ....................................................... 22 Diagnóstico ......................................................... 23 Terapêutica ......................................................... 24 Tipo A .................................................................... 24 Tipo b .................................................................... 25 Dor Torácica III: Tromboembolismo Pulmonar Introdução .......................................................... 26 Epidemiologia ..................................................... 26 Quadro Clínico .................................................... 26 Diagnóstico ......................................................... 28 Raio X – avaliação primária por dt ................. 29 ECG ........................................................................ 30 outros exames .................................................... 30 Tratamento ......................................................... 31 estratificação de gravidade .............................. 31 baixo risco ........................................................ 32 risco intermediário ......................................... 32 alto risco ........................................................... 32 MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 2 INTRO AO ECG ECG E O CICLO CARDÍACO ECG normal: podemos identificar a contração atrial pela presença da onda P, seguida por pequeno intervalo e então pela despolarização ventricular representada pelo complexo QRS, notamos uma outra onda chamada T e que corresponde à repolarização ventricular, período em que o musculo cardíaco se prepara para o próximo batimento; Inicialmente, foram atribuídas letras arbitrarias a cada deflexão; A onda P aparece quando os átrios se despolarizam (a primeira metade da onda corresponde a despolarização do AD e a segunda do AE), como os átrios possuem paredes finas e a massa de tecido muscular é pequena, a onda de corrente gerada é fraca e a onda P é pequena. O complexo QRS, ou onda R é produzido pela despolarização dos ventrículos; esse complexo é produzido por uma grande massa muscular, gerando a maior deflexão ECG; durante essa fase os átrios se repolarizam, mas essa deflexão é encoberta pelo QRS. A repolarização dos ventrículos correspondente ao segmento ST, produz a onda T, isso ocorre mais lentamente, originando uma onda mais alargada do que as outras; Ponto J: onde acaba o QRS e começa o segmento ST (são comuns alterações nesse ponto em condições isquêmicas; ocorre o supra de ST e muitas vezes o infra de ST – que nada mais é do que uma imagem em espelho, ou seja, um reflexo de vetor por conta do supra existente) Há ainda a onda U que equivale à repolarização dos músculos papilares (geralmente não aparece; mais comum em casos de bradicardias exacerbadas ou hiperpotassemia). O REGISTRO Unidade de Ashman: o papel de registro do ECG é quadriculado e divido em quadrados pequenos e grandes. Interpretação: • Sentido horizontal, tempo (segundo). • Sentido vertical, amplitude (m Volt) Quadrado pequeno: • Horizontal = 1mm= 0,4seg. • Vertical = 0,1m.V. Quadrado grande: • Horizontal: 5mm = 0,20seg. • Vertical = 5mm = 0,5mV. MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 3 SISTEMA HEXA AXIAL NO PLANO FRONTAL Derivações são as posições no paciente em que são captadas as atividades elétricas do coração; ao todo são 12: 6 periféricas (membros) e 6 precordiais. DERIVAÇÕES PRECORDIAIS As derivações unipolares precordiais (V1 a V6): obtidas com o eletrodo explorador sobre o coração em 6 lugares diferentes. • V1 – 4º espaço intercostal na borda direita do esterno • V2 – 4º espaço intercostal na borda esquerda do esterno • V3 – ponto médio entre V2 e V4 • V4 – 5º EIE, na altura da LHC • V5 – 5º EIE na linha axilar inferior • V6 – 5º EIE na linha axilar média DERIVAÇÕES FRONTAIS OU PERIFÉRICAS: Colocação dos eletrodos em MM Vermelho Braço direito Amarelo Braço esquerdo Preto Perna direita Verde Perna esquerda O plano frontal é um corte elétrico do coração no sentido vertical. Consta de 3 derivações bipolares (D1-D2-D3) e 3 derivações unipolares (aVR-aVL-aVF) sendo então identificável a direção do vetor cardíaco, para a direita ou para a esquerda e para cima ou para baixo. DERIVAÇÕES BIPOLARES: Obtidas pela aplicação de eletrodos ao braço direito (RA), braço esquerdo (LA) e perna esquerda (LL). Registram as diferenças de potencial entre dois locais, sem qualquer rede de resistência. • Derivação I: registrada do braço direito- para o esquerdo + (BD e BE). • Derivação II: registrada do braço direito- para perna esquerda+ (BD e PE). • Derivação III: registrada do braço esquerdo- para a perna esquerda+ (BE e PE). DERIVAÇÕES UNIPOLARES AVR, AVL, AVF: obtidas pela aplicação de eletrodos a três extremidades (BD, BE, PE) designadas como eletrodo explorador. Teoricamente, uma derivação unipolar registra o potencial elétrico de somente um local. • AVR: eletrodo do braço direito é o explorador e osdemais são indiferentes (BD). • AVL: eletrodo do braço esquerdo é o explorador e os demais são indiferentes (BE). • AVF: eletrodo da perna esquerda é o explorador e os demais são indiferentes (PE). MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 4 R= righ (direito) L= left (esquerdo) F= foot (pé) A INTERPRETAÇÃO Relação paredes x derivações x artérias acometidas Parede Derivações Provável artéria Inferior D2, aVF e D3 Coronária D Anterior V1-V4 Desc. Anterior Anterior Extensa V1-V6 Desc. Anterior Lateral V5, V6, D1 e aVL Circunflexa Lateral alta D1 e aVL Circunflexa Septal V1 e V2 Desc. Anterior VD V3R ou V4R Coronária D Reg dorsal do VE V7-V9 Coronária D ou Circunflexa O tronco da coronária esquerda se bifurca em descendente anterior e circunflexa e no lado direito partindo do seio coronário direito, nasce a coronária direita. Quando surge a necessidade de avaliar ventrículo direito com as derivações precordiais, os eletrodos em posição de V3 e V4 serão realocados diametralmente opostos a posição em que se encontravam (convencional – 5º EIE na LMC) e chamar de V3R e V4R (derivação especial). Quando avaliado a região dorsal do VE, existem outras derivações especiais V7, V8 e V9, que nada mais são do que alguns eletrodos reposicionados ainda na altura do 5º EIE, porém em direção ao dorso do paciente. OBS: é necessário modificar no laudo os eletrodos que você usou para substituir essas derivações especiais; ALGUNS ACHADOS: Supra ST – indicativo de SCA isquêmica – IAMCSSST; Infra de ST – se isolado, realizar investigação com V7, V8 e V9; se em conjunto ao supra, nada mais é do que uma imagem em espelho, ou seja, um reflexo do vetor devido ao supra existente; Bloqueio de ramo - é um atraso na despolarização dos ventrículos, se VD há BRD, se VE há BRE. São critérios clássicos estabelecidos para diagnóstico de BRE: • Aumento na duração do QRS >0,120s (QRS alargado); • Onda R monofásica nas derivações esquerdas (V5, V6, D1 e aVL) alargadas e empastadas; • Pode existir o padrão RS em V5 e V6; • Ausência de Q em D1, V5 e V6; • Ondas R pequenas ou ausentes (QS) em precordiais direitas, com S profundas e alargadas com espessamento ou entalhes. • SAQRS -30 a 60. • Na derivação (D ou E) que o QRS é positivo, a onda T vai ser negativa e vice-versa. • Eixo desviado – aVR positivo (já que o normal é sempre negativo) e aVF negativo ANÁLISE DO ECG Cada registro deve ser analisado sistematicamente, considerando-se: ritmo; frequência e amplitude das ondas; mensuração e duração das ondas e dos intervalos; regularidade nos intervalos e complexos; Onda P normal: → Presente; → Morfologia: arredondada e pequena; → Frequência: 60 a 100/minuto; → Duração: até 0,12s (3 quadradinhos) MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 5 → Amplitude de 2,5mm aprox. (2 quadradinhos e meio); → Positiva (para cima) em D1, D2, aVF, V5 e V6; Invertida em aVR; Intervalo PR – início da onda P ao início do QRS: → Duração 0,12 a 0,20s (de 3 a 5 quadradinhos) – variável de acordo com a frequência cardíaca; → Segmento PR – final da onda P ao começo do QRS: as suas alterações são avaliadas junto ao intervalo PR; Complexo QRS, conjunto de ondas: Q – primeira deflexão negativa – corresponde ao vetor de despolarização septal; R – primeira deflexão positiva – vetor resultante da despolarização das paredes livres dos ventrículos; S – deflexão negativa após a onda R – despolarização das regiões basais dos ventrículos. → Avaliar a progressão da onda R nas derivações precordiais; → Morfologia variável de acordo com a derivação – o R tende a começar menor em V1 e vai crescendo até V6; o inverso acontece com o S, que se comporta de forma decrescente (V1-V6); → Duração 0,06 a 0,10 segundos; na prática se estiver maior do que 0,12s (3 quadradinhos) está alterado. → Amplitude: 5-20mm (plano frontal) e 10- 30mm (plano horizontal), sem desvio do eixo; → Orientação: para a esquerda e para trás; → Eixo normal: plano frontal entre -30 e +90; plano horizontal para trás; → Possível avaliar os bloqueios de ramo; Segmento ST: → Geralmente isoelétrica, podendo ter variações de 0,5mm e com leve concavidade para cima; OBS: SCA CSSST necessidade de reperfusão por condição isquêmica; pode sugerir lesão de órgão-alvo quando associado a sobrecarga ventricular importante em casos crônicos; Onda T: → Morfologia: começa com ascendente lento e descendente rápido; lembra uma pequena montanha; tem duração menor do que a voltagem; → Deve ter a mesma direção (positiva ou negativa) que a onda de maior amplitude do complexo QRS; → Pode sugerir distúrbios eletrolíticos, ex: hipercalemia; condições isquêmicas; Intervalo QT – começa no complexo QRS e vai até o final da onda T: → Muito variável de acordo com a frequência cardíaca; vai de 350 a 440ms (9 a 11 quadradinhos) → O Cálculo obedece a fórmula de Bazzet MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 6 QTc = QT(s)√𝑅𝑅(𝑠) → Valor normal QTc: Homens <0,45s; mulheres <0,46s; → Associado a síndromes de QT longo e QT curto; CÁLCULO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA Se o paciente tem ritmo regular consideramos: Que cada segundo corresponde a 25mm, portanto, em 1 minuto, teremos 1500 quadradinhos. Entre 2 contrações ventriculares - ondas R, que vão representar o ciclo cardíaco - contamos a quantidade de quadradinhos (distância, ou seja, o intervalo de tempo). Ex: intervalo de 20 quadradinhos entre 2 ondas R; 1500/20 = 75 bpm; Se o paciente não tem ritmo regular: Contar o número de QRS na derivação D2 longo (derivação que percorre um tempo maior de registro) e multiplicar por 6. Ex: D2 longo correspondente 16 batimentos; FC: 16 x 6 = 96 SISTEMATIZAÇÃO DA LEITURA DO ECG 1. Checar se o exame é do paciente e em qual configuração o ECG foi realizado; Informações que agreguem na análise posterior (idade, sexo etc.). Configuração normal é de 25mm/seg. N. 2. Determinar a FC; 3. Analisar ritmo do paciente; Procurar onda P – se sinusal, ele deve ser positivo nas derivações inferiores (D2, D3 e aVF). A cada onda P, deverá existir um QRS correspondente; A onda P deve possuir a mesma morfologia quando analisado a mesma derivação; Ritmo atrial ectópico – onda P negativa nas derivações inferiores. 4. Análise onda P: morfologia, amplitude, duração; 5. Análise PR: duração; 6. Análise complexo QRS: morfologia, amplitude, duração, eixo; 7. Análise segmento ST: morfologia e nível; 8. Análise onda T: morfologia; 9. Análise intervalo QT: duração; 10. Análise e interpretação do ECG; MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 7 INTRODUÇÃO E ETIOLOGIA • A dor precordial referida corresponde a uma queixa responsável por cerca de 5-10% dos atendimentos no PA. • Pode ter etiologia cardíaca ou não cardíaca; • Etiologias – musculoesqueléticas; gastrointestinais; cardíacas; psicogênicas; pulmonares • Importante na abordagem do paciente no PA, afastar as causas potencialmente fatais de DT que necessitam de intervenção imediata; → SCA – síndrome coronariana aguda → Dissecção aguda de aorta → Tromboembolismo Pulmonar → Pneumotorax hipertensivo → Ruptura esofagiana DT de origem cardíaca clássica (SCA) – geralmente são obstrutivas que falam a respeito de aterosclerose, angina instável e estável, IAM e angina pós-IAM. DIFERENCIAÇÃO/INVESTIGAÇÃO 10 minutos para rodar ECG, monitorar o paciente (Monitor cardíaco, oxímetro de pulso e PAM – pressão arterial média - não invasiva) + história + exame físico sucintos/direcionados. OBS: Outras causas que não a SCA, elas precisam sempre serem levadas em consideração. O triplo descarte, nada mais é quando o paciente chegar com dor torácica e ser descartadoSCA, TEP e dissecação de aorta. OBS: Mãos sobre o esterno, algumas vezes, de punho fechado, para indicar o desconforto central subesternal constritivo —> SINAL DE LEVINE. ANAMNESE: → Caracterização da dor torácica: início e duração, qualidade (em aperto? pontada?), localização, irradiação, intensidade, fatores desencadeantes (melhora com repouso, piora com esforço ou estresse emocional?) fatores de alívio, sintomas associados e evolução no tempo. → Avaliação dos fatores de risco MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 8 HAS, DM, dislipidemia, tabagismo, obesidade, história familiar para doença arterial coronária (DAC), antecedentes de procedimento de revascularização miocárdica (angioplastia e/ou cirurgia). → Alergias do paciente EXAME FÍSICO DIRIGIDO: Inspeção do estado geral: Fáceis de dor? Sudorese? Palidez? Posição antálgica (geralmente o paciente se encontra com o tronco próximo das pernas)? Dados vitais: FC, FR, PA e saturação. Exame cardiovascular: Apresenta regularidade no ritmo cardíaco (regular e em 2T?), Sonoridade das bulhas (normofonéticas?), Pesquisa de sopros cardíacos, bulhas extras (B3 e B4), Atrito pericárdio? EJP? Pulso (simétricos, assimétricos, filiformes) Uma vez encontrados determinados achados no exame físico sugestivos, a especificidade é alta OBS: Pulsos assimétricos + DT chamam atenção para dissecação de aorta; Pulsos muito filiformes pode ser sugestivo de hipotensão e má perfusão. OBS: Estase jugular pode ser encontrada nas seguintes patologias: ICC, pneumotórax, embolia pulmonar com repercussão maciça, pneumotórax hipertensivo e entre outras. OBS: Sopros endotorácicos podem indicar estenose de valva aórtica (dificuldade para abrir) que também é causa de DT. Ausculta (estertores crepitantes podem indicar congestão pulmonar) e percussão (hipotimpanismo pode indicar pneumotorax hipertensivo) pulmonar. OBS: SEMPRE procurar sinais de gravidade (taquicardia, hipotensão indicam sinais de gravidade): má perfusão (ench capilar >3s; redução do débito urinário; rebaixamento do nível de consciência); congestão pulmonar; arritmias Exames complementares: Lab (Troponin- seriadas; D-dimero); Rx de tórax, ECO TT e ECO TE, AngioTC OBS: Nao se pede todos esses exames, depende do caso!! Mas RX de tórax e ECG são solicitados em todos os pacientes com dor torácica. EXAMES + COMPLEMENTARES PROTOCOLO: Rx + ECG para todos os pacientes com DT – vai do perfil A ao perfil C (já que algumas populações especiais – etilistas, diabéticos, idosos - costumam ter apresentações atípicas com os chamados equivalentes anginosos); excluindo dores atípicas sem sugestão de origem cardíaca (principalmente quando ocorre em ambulatório). OBS: Os marcadores de necrose miocárdica são seriados, ou seja, são realizadas 3 mensurações no intervalo das 3 primeiras horas. E o ECG é feito pelo menos a cada 6 horas ou se o paciente a referir dor. MARCADORES DE NECROSE MIOCÁRDICA (MNM) A necrose do miocárdio libera algumas enzimas e proteínas estruturais dos miócitos e podem ser quantificados em pacientes com IAM. Os principais são: mioglobina, creatinoquinase isonomia MB (CK-MB), CK-MB massas e as troponinas I e T. Os marcadores de necrose miocárdica devem ser solicitados em todos os pacientes com suspeita de SCA e repetidos entre 6 e 12 horas. Vale lembrar que a elevação de tais marcadores não é um quadro exclusivo dos casos de IAM. Mioglobina: → Encontrada tanto no músculo cardíaco quanto no esquelético; → se eleva precocemente após necrose miocárdica, podendo ser identificada já na primeira hora de oclusão; → possui sensibilidade diagnóstica para o IAM significativamente maior que a CK-MB, mas sua relativa baixa especificidade (80%) resulta em altas taxas de falso-positivos, encontrados em paciente com trauma muscular, convulsões, cardioversão elétrica ou insuficiência renal crônica, por isso limitam o seu uso isoladamente. Creatinofosfoquinase-MB (CK-MB): → é uma enzima que catalisa a formação de moléculas de alta energia, logo e encontrada em tecidos que consomem muita energia (musculo cardíaco e esquelético e tecido nervoso). MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 9 → A sensibilidade de um única CK-MB imediatamente após a chegada no hospital e baixa (30- 50%). Contudo, sua utilização dentro das primeiras 3h de admissão aumenta sua sensibilidade para cerca de 80- 85%, alcançando 100% quando utilizada de forma seriada, a cada 3-4h, desde a admissão até a 9a (ou 12h após o início da oclusao coronariana). Troponina – PADRÃO OURO PARA DX DE IAM → São proteínas encontradas exclusivamente no músculo cardiaco. → Devido a sua alta sensibilidade, discretas elevações são compatíveis com pequenos (micro) infartos, mesmo em ausência de elevação de CK-MB. → As troponinas são marcadores mais lentos para se elevarem após a oclusão, sua sensibilidade na admissão é muito baixa (20-40%), aumentando lenta e progressivamente nas 12h seguintes. Troponina Ultrassensível (tem comportamento dinâmico; consegue identificar isquemia no intervalo de tempo de 1-2h) - faz-se a dosagem assim que o paciente é admitido, repete com 1- 2h, se ainda inconclusivas ou sugestivas de infarto, faz a terceira em 3h. A TPN convencional é feita com a admissão e repete-se com 3-6h; sendo que alguns hospitais só possuem a qualitativa (positiva/negativa); essa não tem muito valor preditivo, por isso lança-se mão da CMBK e CKMB massa. As diretrizes brasileiras e americanas recomendam a utilização das troponinas I e T, se não disponível, a CK-MB para dx de IAM ou dx de reinfarto. Em média, a troponina T tem sensibilidade de 96,9% e especificidade de 94,5% para o diagnóstico de IAM. ECG ECG com 12 derivações e as derivações especiais (a diretriz diz: faça as 12 derivações e repita em caso de recorrência de sintomas e caso ele recorra sintomas e o ECG de 12 derivações continue normal, faça as derivações especiais. OBS: Pacientes com SCACSST em parede inferior é obrigatório ter V3R, V4R para avaliar VD. OBS: Pacientes que tenha um infra de ST em V1 e V2 obrigatoriamente temos que completar com V7 e V9 para avaliar infarto de parede dorsal) + Raio x + TP ultrassensível Deve ser realizado e analisado em até 10 minutos desde a admissão e/ou contato médico. São necessários ECG’s seriados, com o objetivo de aumentar a sensibilidade para a presença de alterações isquêmicas, conforme a necessidade. No contexto clínico de SCA, a elevação do segmento ST é medida a partir do ponto J, é considerada sugestiva de oclusão arterial coronariana nas seguintes apresentações: supradesnivel do segmento ST >2,5mm em homens com idade < 40 anos; 2mm em homens com > 40 anos; >1,5mm em mulheres nas derivações V2-V3 e/ou >1mm em outras derivações, na ausência de hipertrofia ventricular esquerda ou BRE. ECG normal reduz sensivelmente a probabilidade de IAM, mas não a exclui. Cerca de 6% dos pacientes que procuram a unidade de emergência com um ECG normal, irão apresentar IAM. A sensibilidade do ECG inicial para o IAM e de 45-60% quando se utiliza o supradesnível do segmento ST como critério diagnostico. Dessa forma, metade dos pacientes com IAM não é diagnosticado com um único ECG, sendo importante a realização de forma seriada. RX DE TÓRAX Tem importância para o Dx diferencial de DT (dissecação de aorta, TEP, pneumotórax e pneumediastino) e na identificação de complicações do IAM. Logo, tem sua maior utilidade no dx diferencial de DT não isquêmica e pode sugerir a presença de pneumonia, pneumotorax, derrame pericárdico, embolia pulmonar e hipertensão pulmonar. DOR TORÁCICA ISQUÊMICA Qual a probabilidade dessa dor ser anginosa, ou seja, de origem isquêmica? TEMPOÉ MÚSCULO!!! – o desbalance do consumo de oxigênio devido a obstrução dos vasos, vai levar a uma isquemia que se prolongada, pode gerar necrose miocárdica; MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 10 ANGINA Pode se apresentar clinicamente estável ou instável, sendo que a primeira é uma cuja apresentação, descrição da dor, exame físico não referem emergência; é uma dor que surge com o esforço, seja ele médio ou alto, mas que pode ser investigada e manejada ambulatorialmente. A segunda é uma condição na qual a dor necessita de intervenção imediata e surge mesmo aos pequenos esforços e/ou repouso, sendo que o paciente relata que iniciou aos grandes esforços e progrediu para a atual condição; é manejada no pronto socorro. A dor anginosa instável com troponina elevada é altamente sugestiva de infarto. IAM OBS: Quando a dor dura de 20-30 minutos + marcador troponina = probabilidade de IAM. Avaliar o quadro de uma síndrome coronariana aguda – SCA - e a probabilidade de ser um infarto agudo do miocárdio. Observar ao ECG a presença ou não de supra de ST, que vai sugerir junto com a troponina positiva a ocorrência de IAM. Quando há SST, significa que a placa aterosclerótica se rompeu, portanto há trombose e oclusão total da luz arterial, necessitando de intervenção imediata para evitar (revascularização miocárdica) e/ou manejar necrose miocárdica. SCA sem supra – há trombose e oclusão parcial da luz arterial, sugerindo angina instável ou um IAM sem SST; ECG NO IAM IAMC SSST: Elevação do segmento ST > 1mm em pelo menos duas derivações contíguas/lineares – ex: em V1 e V2; V3 e V4; e pode suprar de V1 a V6 também - (> 2mm em homens e > 1,5mm em mulheres em derivações precordiais de V1 à V3 – já que devido a qualidade do exame e colocação incorreta do eletrodo – mais pra cima - o supra pode ser falseado). Ou Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE) presumivelmente novo – todo bloqueio é considerado presumivelmente novo, até que se prove o contrário. Na presença dessas alterações é considerada a reperfusão emergencial em até 90 minutos (porta-balão) com cateterismo seguido de angioplastia de primeira escolha, quando não possível/disponível, realizar a trombólise (angioplastia química). OBS: Sempre que há supra de segmento ST tem infra no complexo QRS e vice -versa? Não, nem sempre tem efeito espelho, mas quando aparece reforça o supra. IAM SSSST: O ECG alterado reforça o dx, porém o normal não o exclui. Alterações que podem estar presentes: onda T apiculada; inversão de onda T; Depressão do segmento ST ou plus minus; e ECG normal (até 30% dos casos); OBS: O padrão Plus Minus nada mais é do que um onda T bífida, ou seja, que apresenta duas polaridades. Ela equivale a uma lesão isquêmica de descendente anterior (parede anterior); que é altamente indicativo para suboclusão – nesse caso o cateterismo é necessário o mais rápido possível MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 11 OBS: A onda T pode vir negativa em V1, V2, V3 e V4 em pacientes jovens, isso é chamado de padrão juvenil. Contudo, uma vez que ela estiver positiva deve permanecer assim, pois uma mudança de positivo para negativo sugere lesão isquêmica. ABORDAGEM TERAPÊUTICA NA SCA CSST Essa população tem a luz do vaso totalmente ocluída, precisando de uma reperfusão imediata, no máximo em 90 minutos, contando a partir da sua admissão, é o chamado tempo porta-balão, que varia para 120 minutos quando o paciente é transferido para outra unidade (essa transferência ocorre quando possível realizar o trajeto + admissão + procedimento no intervalo de 120min; sempre priorizar a angioplastia!; quando não for viável, a trombólise é a segunda escolha). A coleta de biomarcadores, apesar de ser informação valiosa, não vai ser priorizada nesses casos, devido ao tempo para disponibilizar o resultado; além disso, é necessariamente certificado que virá positivo, já que há supra. A classificação de risco também não é priorizada para essa população e, é feita paralelamente, principalmente como marcador prognóstico. Há duas abordagens possíveis, sendo a primeira, o cateterismo seguido de angioplastia (ATC), com stent que deverá ser metálico ou farmacológico. Quando não disponível/possível a primeira escolha, é feita a estratégia alternativa, a trombólise, que nada mais é do que uma angioplastia química/farmacológica, “abrindo” o trombo. A hemorragia cerebral é uma condição de contraindicação absoluta, na qual deve realizar-se a transferência de unidade mesmo que ultrapasse o tempo porta-balão. Após ATC, programar cateterismo de checagem, se houve reperfusão, manter a manutenção da terapia adjuvante a admitir em unidade coronária; se não houve reperfusão programar angioplastia de resgate; SSST → ECG sem supra de ST → IAM SSST = troponina positiva; → Angina instável = troponina negativa → Os marcadores devem ser seriados para definir se angina, ou IAM Curva típica da troponina: A troponina positiva tem tempo de duração, ou seja, ela cresce até atingir o pico e, decai em seguida até sua normalização - se não cursa dessa forma, não é IAMSSST e vai ser abordado como SCA SSST, sendo que pode acontecer em pacientes com sepse, em doentes renais crônicos... A abordagem terapêutica nesses casos depende da estratificação de risco, que é feita com a classificação de Killip e a calculadora de Grace. Protocolo - Seriar marcadores + teste funcional + programar cateterismo de acordo com o risco Se risco baixo, levar o paciente a teste funcional para isquemia (teste ergométrico; ecocardiograma por stress; cintilografia miocárdica; RNM sob stress); quando o resultado para isquemia for negativo: alta; quando for positivo realizar de 24 a 72h; sempre dar preferência aos exames de imagem, pois o teste ergométrico só avalia alterações eletrocardiográficas relacionadas com o esforço. Se risco alto ou intermediário, intervir com o cateterismo precoce (12-24h intermediário; alto risco até 3h); exceto nos casos de plus minus (emergência). Lembrando que o paciente com o ECG normal, mas com suspeita indicativa, apresentando dor típica, também se encaixa nesse protocolo SCA SSST. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO São feitos tanto no ECG com supra de ST, quanto nos sem supra de ST. Nos casos de SCA SSSST, é para estratificar o risco e definir o tempo do CATE, outrossim o escore também faz MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 12 prognóstico da mortalidade e eventos cardíacos. Já nos casos de SCA CSSST, geralmente não há tempo para realizar o escore pois se trata de uma emergência, mas ele deve ser feito e constar no prontuário do paciente. HEART Escore HEART: identifica facilmente a probabilidade de eventos adversos (morte, infarto, revascularização miocárdica urgente – angioplastia ou cirurgia), no período de 6 meses após a apresentação, auxiliando a triagem de paciente com dor torácica na emergência. Os pacientes com escore de 0 a 3 pontos apresentam chance de 1,6% de experimentarem um evento adverso; para aqueles com escore de 4 a 6 pontos uma chance de 13%; e para os com pontuação 7 ou mais, 50% de chance de apresentarem um evento adverso. Esse score nos dá a segurança de uma alta cabível; todos os critérios serão somados e se o somatório for até 3 o risco desse paciente ter ter eventos cardiovasculares maiores (IAM, morte ou revascularização) em até 6 semanas é muito próxima de 0, podendo dar alta. Pacientes com HEART baixo risco (<3) + TPN negativa + ECG sem alterações + ausência de história de DAC podem prontamente ser liberados do serviço de emergência para reavaliação ambulatorial. CLASSIFICAÇÃO DE KILLIP Estima a gravidade da insuficiência ventricular nos pacientes com IAM; utilizados critérios de congestão pulmonar e de pressão, bulhas extras para estimar a classe de risco, definindo se há risco de óbito e se há IC. Pode ser usado pra SSST ou CSST Classificação de Killip CLASSE 1 sem congestão, sem B3 (B3 positivo é sinal de hipervolemia) e PA normal; sem sinais de IC CLASSE 2 estertores crepitantes em bases pulmonares e/ou B3 presente; sinal de IC discreta; CLASSE 3 congestão que passou da base, e ocupa 2/3 ou mais, há edema agudo de pulmão; CLASSE 4 presença de congestão/edema agudo de pulmão e hipotensão, o paciente tem choque cardiogênico OBS: A ausculta no precórdio da B3 (TUM TA TA), reflete uma hipervolemia. OBS: Edema agudo de pulmão se apresenta com crestos em pelo menos dois terços do pulmão em ambos hemitórax, alguns pacientes podem apresentar secreção rosada, devido à sangramento alveolar. OBS: Choque cardiogênico nada mais é do que um paciente com edema agudo de pulmão + hipotensão (PAsistólica abaixo de 90mmHg), apresentando pulsos filiformes, desacordado, sonolento. KILLIP É BASICAMENTE EXAME FÍSICO!! CALCULADORA/ESCORE DE GRACE A calculadora de Grace prediz morte intra- hospitalar, sendo alto risco >140; e em 6 meses de alta, sendo alto risco >118; pode ser usado para SSST e CSST. É uma calculadora aplicada na admissão do paciente. Avalia critérios como Idade FC, PA, creatinina, classe Killip, se teve parada cardíaca na admissão, se houve desvio de ST, e alterações de MNM. MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 13 TIMI RISK Prediz risco de morte, infarto e revascularização em 14 dias após SCA SSST; ou prediz mortalidade 30 dias após o IAM CSST (já infartou), sendo alto risco > 5 pontos para ambos os casos. Figura – TIMI RISK para SCA SSST OBS: na SCA SSSST, se >3, considerar fazer CATE precoce Figura – TIMI RISK para SCA CSSST OBS: CALCULADORA CRUSADE Estima o risco basal de sangramento em pacientes com IAM; leva em consideração hematócrito basal, clearence de creatinina, FC, TA, doença vascular, diabetes, IC e o sexo. a. 0-20: muito baixo risco b. 21-30: baixo risco c. 31-40: moderado risco d. 41-50: alto risco e. >50: muito alto risco. É importante avaliar o risco de sangramento porque os pacientes com alto risco irão se beneficiar de terapia antitrombótica (AAS, heparina, clopidogrel). MANEJO PÓS-ESTRATIFICAÇÃO Se for de baixo risco, o paciente realiza teste funcional para isquemia (teste ergométrico, ecocardiograma sob estresse, cintilografia miocárdica ou RM sob estresse): se negativo, recebe alta; se positivo, realizar cateterismo em 24-72h. Caso o paciente seja de risco intermediário ou de alto risco, o cateterismo deve ser precoce, dentro de 24h. Deve-se utilizar, se possível, a maioria das calculadoras; na maioria das vezes, o risco vai ser o mesmo nas calculadoras, mas caso seja diferente, prevalece o de maior risco. Entre TIMI e GRACE, usar o GRACE (sensibilidade de 79- 100%; especificidade parecida com a do TIMI). MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 14 INTRODUÇÃO Quem tem maior mortalidade SCASSST ou SCACSST? Depende! Em se tratando do intra-hospitalar, a síndrome com supra tem 7% de mortalidade, enquanto a sem supra tem entre 3-5%. Porém, o pós hospitalar, em um período de 6 meses, os índices vão se igualando. No primeiro momento em que o vaso está ocluído, trata-se de uma situação crítica, depois o perfil demográfico e a comorbidade vão ser definidos pela mortalidade. O paciente com supra geralmente tem um perfil de menos comorbidades, jovem, as vezes é tabagista ou está em terapia de reposição hormonal, tendo um perfil demográfico diferente. Uma vez que bem assistido durante o estágio crítico, sendo bem tratado e ficando sem a disfunção ventricular, terá uma vida normal. Esse tipo de paciente tem mortalidade maior justamente durante o evento, ou seja, na fase aguda. Já o paciente sem supra, geralmente é idoso, multiarterial, com múltiplas comorbidades e por ser multiarterial pode ter vários eventos/internamentos por oclusão desses complexos ou pela descendente anterior ou por vários outros motivos e por isso tem esse comportamento bimodal. LESÃO X IAM É indicativo de lesão miocárdica os índices de Troponina acima do percentil 99; porém ela positiva sozinha não define infarto, ela define uma lesão miocárdica. É aquela TPN que fica acima do percentil 99 para idade/gênero. No IAM temos além da injúria miocárdica (troponina positiva, com curva típica), o contexto clínico de isquemia desse órgão, que se apresenta na forma de: → Sintomas sugestivos de isquemia aguda (dor ou clínica sugestiva, SST, plus minus, BRE); → Nova alteração isquêmica no ECG; → Exame de imagem que aponte alteração da contratilidade ou perda do miocárdio viável; → Identificação do trombo IC por angiografia ou necrópsia; Em outros contextos que a TPN se elevam sem ser IAM chamamos de TINOCA. SCA SEM SST Seriar TPN (negativa = angina; positiva = infarto) + estratificar risco (GRACE, TIMI, KILLIP, HEART); • Baixo risco: • ECG normal, TPN negativa s/ antecedentes de DAC pessoal, o escore HEART ≤3 e diagnóstico diferenciais excluídos como embolia, dissecção, rotura esofagiana, etc, podemos dar alta para esse paciente com acompanhamento ambulatorial. Quando esses critérios não são todos preenchidos, faz-se teste funcional e se der positivo para isquemia tem-se até 72h para CATE, se negativo é permitido dar alta. O chamado paciente “liso”, ou seja, sem dor recorrente + ECG normal + sem elevação de TPN; é necessário fazer um teste ergométrico, quando não é possível (paciente paraplégico, obeso, em uso de prótese) ou se o ECG está ininterpretável, leva-se esse paciente a um método de imagem de ECO ou CMPE, físico ou farmacológico. Se negativarem, segue com a alta e acompanhamento ambulatorial, após afastar dx diferencial. E se positivar, CATE em até 72h. MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 15 • Risco intermediário: CATE 12-24h; • Alto risco, ou seja, GRACE >140, CATE em até 2h. Existe uma alternativa ao CATE: paciente com risco baixo ou intermediário que chegam no PA, sendo jovens, com pouca ou nenhuma comorbidade, TPN e ECG normal ou inconclusivo posso fazer uma ANGIOTC de coronárias na emergência. Sendo positiva, a ANGIOTC de coronária não tem uma acurácia muito boa para definir a graduação da lesão, portanto melhor proceder com um CATE. O ECG Perfis que mesmo sem supra se comportam como graves e necessitam de CATE de urgência: • Instabilidade hemodinâmica • Choque cardiogênico • Dor refrataria • Arritmia • Complicação mecânica do infarto (comunicação interventricular, insuficiência mitral) • IC aguda • Ou alterações intermitentes no segmento ST (supra com períodos normais) Em todos esses casos, estamos diante de pacientes de alto grau de risco, ou seja, deve se comportar como se fosse um paciente suprado. Bloqueio = alargamento de QRS; duração de mais de 120ms. BRD não é igual isquemia, mas o o BRD novo com achado de cardiopatia em alguns exames pode estar associado a algumas cardiopatias, seja miocardiopatia hipertrófica ou dilatada, isquemias; É necessário fazer o ECG de 12 derivações. Se há um supra de ST ele equivale a parede alterada com sua respectiva artéria; porém se for um infra, não ocorre isso; Quando pedir V7, V8 e V9? Principalmente nas situações em que tenho V1 infrado e pode considerar que não há supra, porém ele pode estar mascarado; em forma de supra de parede dorsal, e só estamos vendo a parede sptal e o infra, ou seja, sendo uma imagem em espelho de um supra que está acontecendo no dorso, que corresponde a essas derivações; É dizer, se tem um infra em V1, V2 e V3. Isso nadamais é que uma imagem em espelho que pode estar acontecendo um supra lá no dorso do VE, que só vai ser visualizado fazendo o V7 e o V8, sendo um supra de parede dorsal as artérias coronária direita ou circunflexa podem estar acometidas. MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 16 Imagem mostra supra anterior extenso - V2, V3, V4, V5, V6, DI e aVL – o ponto J se une a onda T. Imagem em espelho na parede inferior. Supra em DII, DIII e aVF referente a parede inferior, pensa-se que a artéria acometida foi a circunflexa; tem imagem espelhada em DI e aVL; supra em V3R e V4R ou seja, o VD foi acometido; FASES DA ISQUEMIA Quando o vaso é ocluído totalmente, em até 20 minutos começa a isquemiar, quando ultrapassa esse tempo, há lesão. Quando perdura por mais de 2h, há necrose e morte celular; ou seja, a primeira etapa é a isquemia, a segunda lesão e a terceira é a necrose; Na isquemia os danos são reversíveis; as alterações são restritas a onda T, ela vai ficar hiperaguda, aumenta a amplitude poucos minutos após a oclusão; A fase de lesão tem o SST, ou seja, a corrente da lesão miocárdica. Quando não é atingida a meta terapêutica no tempo porta balão, começa a ocorrer necrose, com aparecimento de onda Q anormais, equivalendo a 1 terço da onda R, ou seja, é a primeira onda negativa que quando comparada ao R é mais de 1/3 e algumas vezes o complexo não vem inteiro, somente com o Q presente. Isso é indicativo de morte celular; Quando o paciente chega após 1h de infarto, o supra está presente e começa a aparecer a onda Q patológica depois de algumas horas, principalmente após 6h. após 1 dia, o supra reduz e pronuncia-se a onda Q; com mais ou menos uma semana esse supra some; Quando após uma semana o supra é persistente, a parede acometida vai estar discinética, sinal que infere que a área comprometeu-se tanto que fez discinesia e aneurisma ventricular; Passadas as 3 fases, em 24h a onda T começa a mudar o padrão chegando a negativar; geralmente é um quadro que se apresenta quando o paciente infartou intra-hospitalar ou na porta do hospital, e foi abordado ainda na fase hiperaguda, apesar de ser raro; ESTRATIFICAÇÃO PARA TERAPÊUTICA Primeiro passo após a constatação de infarto: Definir a estratégia de desobstrução do vaso; MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 17 No paciente suprado a primeira opção é a ATC em até 90 minutos (porta-balão) quando disponível/possível. Se o tempo de dor do paciente for de até 12h, há a opção de escolher entre a fibrinólise e a angioplastia; porém se passar de 12h a janela terapêutica já foi ultrapassada e a situação deixa de ser emergência/urgência – se ele não tem instabilidade elétrica, isquemia, choque, sem dor – admite então esse paciente na unidade coronariana e medicá-lo para programar um CATE eletivo. Porém se o paciente chega no pico da dor em até 12h, está dentro da janela terapêutica, com benefício da reperfusão emergencial. Se decidido proceder com angioplastia, tem-se o tempo porta-balão para realiza-la; quando indisponível o CATE, tem-se o “porta-agulha” que é até 30 minutos para realizar a medicação. Quando realizada a ATC em tempo hábil, o paciente é levado para a unidade coronariana para terapia coadjuvante. Nos casos de fibrinólise também, a reperfusão vai ser avaliada, com sucesso é levado para a unidade coronariana, sem sucesso, vai ser feita angioplastia de resgate o mais rápido possível. OBS: pacientes com tempo de dor maior que 12h que necessitam de CATE: dor persistente, instabilidade elétrica ou em choque cardiogênico; ou seja, quando chega com um desses critérios = CATE; caso contrário fibrinólise; ESQUEMA SCA Medidas gerais a serem tomadas: • Monitor cardiaco • Oxímetro de pulso • PAM não invasiva • Acesso venoso periférico (MSE) • Oxigenoterapia se SpO2 menor qie 90% ou paciente com sinais de desconforto reapiratório; As medidas gerais + estabilização do paciente + medidas farmacológicas devem ser iniciadas assim que suspeitar de SCA. EM PARALELO... DEVE SER DECIDIDO SOBRE A TERAPÊUTICA DE REPERFUSÃO CORONARIANA. 3 ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO APÓS O CATETERISMO: Terapia farmacológica apenas; terapia farmacológica + ATC; terapia farmacológica + CRM FARMACOLÓGICA MONABICH – (os medicamentos utilizados atualmente são outros, porém o mnemônico ajuda a alembrar das classes farmacológicas) 1. Morfina 2. Oxigênio 3. Nitratos 4. AAS 5. Betabloqueador 6. IECA 7. Clopidogrel 8. Heparina Atualmente, introduzimos o AAS (mastigado) no primeiro momento e os outros (escolher somente UM – inibidores de ADP: prasugrel; ticagrelor; clopidogrel) em outro momento: Importante lembrar do CRUSADE que calcula o risco de sangramento; o Clopidrogrel vai ser bom em contextos de disfunção ou insuficiência renal ou alto risco de sangramento; 1. Na SCA CSST: só usar o inibidor do receptor P2Y12 na sala de hemodinâmica. Explicação: acontecia de fazer a dupla agregação antes e descobria, no CATE, que o paciente era caso cirúrgico. 2. Na SCA SSST: nos casos de caso intermediário ou grave risco, fazemos o AAS e, na sala da hemodinâmica, introduzimos o segundo anti- agregante. Porém, nas situações que o CATE não é imediato e o paciente tem um baixo risco de sangramento, faremos a dupla anti agregação. NITRATO O nitrato é um vasodilatador tanto arterial como venoso, isso permite que eu aumente a complacência do vaso, gerando uma melhora a MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 18 performance miocárdica, perfusão coronariana, melhora complacência arterial e venosa. Tudo com intuito de tornar o paciente normocárdico. Atualmente, utilizamos o nitrato sublingual. O tridil venoso só utilizamos quando se fez uso de nitrato sublingual e não deu certo e o paciente apresentou angina persistente, congestão pulmonar e hipertensão. Contraindicações: • Suspeita de infarto de VD; • PAS < 90 mmHg; • Uso recente de inibidores da fosfodiesterase sildenafila (viagra), vardenafila, Levitra e lodenafila (Elleva) nas últimas 24 h, tadalafila nas últimas 48 horas; OBS: se o paciente tem supra em DII, DIII e AVF, devemos solicitar V3R e V4R para descartar infarto de VD. Caso ele tenha infarto de VD e seja aplicado o tridil, esse paciente pode ter uma hipotensão refratária. MORFINA Analgesia em pacientes que mantenham or torácica, apesar da terapia anti isquêmica otimizada (casos refratários ao uso de nitrato e BB). Contraindicações: pacientes hipotensos, hipovolêmicos ou em depressão respiratória BETA-BLOQUEADOR (PRIMEIRAS 24H) O betabloqueador é oral e de preferência nas primeiras 24 horas. Mas no contexto de bradiarritimias, isquemia refratária ou paciente com crise hipertensiva utilizar endovenoso (ou seja, nesses casos, vamos nitrato e betabloqueador) o metoprolol IV. Só podem ser utilizados em pacientes estáveis devido a grande risco de desenvolver choque cardiogênico nos instáveis. Contraindicações: • FC < 60bpm; • Hipotensão; • Intervalo PR >24º ms; • BAV 2 e 3º grau; • Asma; • DPOC ou DAOP grave; • Disfunção ventricular grave com sinais de descompensação clínica; • Killip > 2 OUTROS As estatinas e os IECAS ou BRA também devem ser iniciados nas primeiras 24 horas (NÃO PRECISA SER APLICADO NO MOMENTO QUE O PACIENTE ENTRA, NOS PREOCUPAMOS COM OS MEDICAMENTOS ANTERIORES E DEPOIS ESSES). As estatinas serão usadas em dose máxima exceto nas contraindicações (CPK elevado – as estatinas elevam o TGO, TGP, CPK. Disfunção hepática, rabdomiólise). O LDL nesse paciente pode estar baixa pois ele é consumido na SCA. O IECA ou BRA são utilizados nas primerias 24 horas no intuito de controlar a PA, mas principalmente no intuito de ajudar o remodelamento ventricular. ANTICOAGULAÇÃOAnticoagular todo mundo enquanto durar o internamento, por até 8 dias ou até revascularização ser realizada. Caso haja angioplastia primária, é recomendado que a dose de ataque de heparina, de preferência a heparina não fracionada, deva ser realizada pela equipe da hemodinâmica pois reduz complicação de sangramento. No caso da fibrinólise, sempre iremos heparinizar antes de trobolisar. Ou seja, vamos usar AAS, clopidogrel e heparina (enoxaparina; heparina não-fracionada – pacientes com disfunção renal aguda, obesos mórbidos; fondaparinux – pacientes com alto risco de sangramento), sendo a enxoparina a melhor escolha. HNF é utilizada quando clearence de creatinina está abaixo de 15 ou pacientes muito obesos > 150 kg. Já a HBPM (clexane ou enoxeparina) é 1 mg/kg de 12/12 horas. Se paciente acima de 75 anos (0,75mg/kg de 12/12 horas), em casos de disfunção renal e o clearence de creatinina entre 15- 30mL/min/1,73m², colocar 1 mg/kg a cada 24 horas. Já o fondaparinux utiliza 2,5mg por via subcutânea, 1x ao dia. No caso de TEP eu posso usar o fundaparinux porém na dosagem de 7,5 mg. INIBIDORES DA GLICOPROTEÍNA IIBII IA Não é recomendado o uso rotineiro; Abciximab – pacientes submetidos a ATC primária, em situações de alta carga trombótica (não está mais em circularação); MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 19 Tirofiban; pacientes não submetidos a reperfusão e refratários ao tratamento usual (dupla anti agregação, nitratos, beta bloquador); ou seja, só é usado em paciente que não tem escolhas terapêuticas; REPERFUSÃO EMERGENCIAL NA SCA CSST Deve ser considerada para todos os pacientes elegíveis com IAM CSST até 12 horas de evolução dos sintomas, ou até 24 h (naqueles com insuficiência cardíaca (IC) grave, instabilidade hemodinâmica ou elétrica, ou dor/isquemia persistentes) ou até 36 horas (nos que evoluíram com choque cardiogênico com <18 horas de choque). ATC PRIMÁRIA Cumprir meta porta-balão <90 minutos. Situações obrigatórias: • Choque cardiogênico; • Complicações mecânicas; • Contraindicação absoluta a fibrinólise; • Dúvida diagnóstica; Situações preferenciais: • Dor > 3horas; • IAM anterior extenso; • Killip III; • Escore TIMI > 5; • Risco de sangramento elevado; Considerar que em casos de transferência ter em conta o tempo porta-balão de 120 minutos, considerando até 30 para o transporte. Em casos de inviabilidade de ATC mesmo com transferência, o tempo porta-agulha é de 30 minutos; FIBRINÓLISE Deverá ser garantido a terapia de reperfusão química na ausência de possibilidade de realização de ATC, com cumprimento do tempo porta balão <30 minutos. É imprescindível a certificação da ausência de contra indicações para fibrinólise. Absolutas: • Qualquer sangramento intracraniano prévio; • AVC isquêmico nos últimos 3 meses; • Dano ou neoplasia no SNC; • Trauma significativo na cabeça/rosto nos últimos 3 meses; • Sangramento ativo ou diátese hemorrágica (menstruação é exceção); • Dissecção aguda de aorta; • Discrasia sanguínea; Relativas • AVC isquêmico >3 meses ou doenças não listadas nas absolutas; • Gravidez; • Uso de antagonistas da vitamina K; quanto maior o INR maior o risco de sangrar; • Sangramento interno recente de 2-4 semanas; • HAS não controlada >180x110 mmHg; • Punções não compressíveis; • História de HAS crônica e não controlada; • Úlcera péptica ativa; • Exposição prévia a estreptoquinase; Se a contraindicação for relativa, julgar custo- benefício para cumprir a não maleficência; se for absoluta NÃO REALIZAR; no caso da gravidez, é relativo porque o médico tem autonomia e licença para salvar a mãe em detrimento da vida do bebê; MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 20 CRITÉRIOS DE REPERFUSÃO 1. Resolução/diminuição da intensidade da DT; 2. Redução de 50% do SST até 4 horas do término da infusão do trombolítico; 3. Pico precoce de troponina (curva bem baixa); 4. Arritmias de reperfusão: RIVA; bradicardias sinusais com FC < 55 bpm ; o alívio súbito dos bloqueios atrioventriculares ou dos bloqueios de ramo quando ocorridos durante ou logo após o término da infusão do trombolítico. OBS: dos 4 critérios, 2 são encontrados no ECG. O ECG após trombólise pode ser solicitado em até 4 horas após o procedimento. De preferência, melhor esperar as 4 horas para poder identificar as alterações que confirmarão a reperfusão de sucesso. VPP: quanto mais critérios, maior; 1 critério (77-89%); 2 critérios (84-90%); 3 critérios (96- 100%); 4 critérios (100%); Caso não haja critérios de reperfusão, procede- se com uma ATC de resgate imediata; se houve todos os critérios, proceder com transferência para UTI, destacar que houve uma ATC de resgate e deverá ser monitorado. Importante realizar coronariografia em TODOS os pacientes, com recomendação entre 2 e 24h após inicio do quadro; TERAPÊUTICA NA SCA SST Paciente sem supra de ST pode ter várias artérias comprometidas. É preciso avaliar a necessidade de cirurgia ou angioplastia. Para isso deve ser avaliado o grau de complexidade das lesões, geralmente são lesões com mais de 75% de obstrução. Quando temos lesões intermediárias devemos avaliar se gera ou não isquemia. A cirurgia será solicitada quando tivermos lesões multivasculares/multiarteriais ou envolvimento de tronco (artéria CX + Desc. ant), que são lesões difíceis, de alta complexidade. Tem um escore que é utilizado para avaliar se é um paciente cirúrgico (Escore Syntax). ATC • Pacientes com obstrução coronariana significativa, cuja anatomia seja favorável a abordagem percutânea por angioplastia; • Nas lesões intermediárias após teste funcional isquêmico positivo ou guiado por FFR; • A revascularização completa só deve ser considerada em pacientes com SCA SSST sem choque e doença coronariana multivascular; • Naqueles pacientes que só foi realizada a revascularização da artéria culpada, será necessário a uma avaliação com teste funcional; CRM 1. Nos pacientes com Doença arterial coronariana grave que não foram candidatos à terapia fibrinolítica ou ATC, e permanecem com isquemia miocárdica; 2. ATC sem sucesso, com persistência de isquemia ou instabilidade hemodinâmica 3. Lesão de TCE ou multiarteriais (a partir de 3 artérias); 4. Anatomia coronariana apropriada - leitos distais livres (devido a utilização de enxertos venosos – safena – e arteriais – mamária, radial); 5. Choque cardiogênico nas primeiras 36 horas em pacientes com IAM CSST, cuja cirurgia pode ser realizada em < 18 horas do início do choque, e que apresentem lesão de TCE ou lesão multiarterial (ou tri-arteriais) 6. Em situações de complicações mecânicas (ruptura VE, CIV, Insuficiência mitral isquêmica); As complicações mecânicas são critérios obrigatórios para o CATE. Desconfiar quando há presença de sopro de CIV (asculta) em região esternal baixa; ou sopro sistólico no foco mitral (pensar em insuficiência mitral isquêmica com rotura papilar de cordoalhas). No caso na IM isquêmica a conduta vai depender. Se tiver comprometimento da CX ou da CD e abrirmos essas artérias, isso pode ser resolvido. Porém, a disfunção pode ser tão grave com necrose de músculo papilar, levando a rotura de cordoalha, necessitando de cirurgia. EM RESUMO: IAM CSST: preferir CATE IAM SSST: estratificar para decidir; se CATE, ATC primária; se lesões complexas CRM; MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 21 INTRODUÇÃO E ETIOPATOGENIA É uma rotura longitudinal da parede aórtica, mais especificamente da camada íntima, causada pelo enfraquecimento da camada média; quando a íntima é lacerada, gera um orifício comunicante, que vai fazer com que a média comece a delaminar/dissecar, sendo exposta a pressão sanguínea,criando dois canais, um falso lúmen e um verdadeiro. O primeiro, com o tempo, tem o tamanho do lúmen superior ao verdadeiro e, além de receber o fluxo sanguíneo também comprime o verdadeiro. Quando esse vaso é dissecado, o organismo de forma endógena responde de forma a começar a trombosar o sangue que está no falso lúmen, para que uma vez trombosando ele resolva endogenamente a dissecção sem precisar alterá-lo. Um sinal de mau prognóstico é quando ao invés de um orifício comunicante, existam outros distais retroalimentando a luz falsa, que vai causar o rompimento da camada média OBS: Importante não trocar com o conceito de rotura de aorta, que vai ser transversal e atinge as 3 camadas aórticas (intima, média e adventícia). Variantes - Hematoma intramural (10-20%) onde a intima é preservada, onde de uma forma espontânea há uma rotura da média sem perfurar a intima, fazendo um hematoma dentro da parede; Ulcera aterosclerótica penetrante pode ocorrer uma formação de placa de aterosclerose principalmente na aorta descendente, que pode complicar e ulcerar, sendo que quando isso acontece ela leva um maior fluxo sanguíneo causando também uma dissecção; EPIDEMIOLOGIA Tem incidência de 2,6 a 3,5 dos casos por 100.000 pessoas/ano. Sendo que 2/3 são homens; a média da faixa etária atingida é entre 63-67 anos. Tem um prognóstico ruim, cursando com alta mortalidade se não tratada, essa mortalidade aumenta 1-2% por hora e 25% dos pacientes morrem nas primeiras 24h; 50% em uma semana e 75% em um mês. QUADRO CLÍNICO Sintomatologia: DT súbita intensa lancinante (sensação de “rasgar”), com irradiação para dorso; pode irradiar para região cervical ou mandibular; pode ser interescapular com irradiação para abdome; é característica uma dor toracoabdominal (seguindo o trajeto aórtico), que na maioria das vezes é migratória, indo de tórax para abdome; Pode ocorrer alguns eventos como sincope, dispneia, hemoptise, hemiplegia. Quando há dissecção da coronária E, causa sopro aórtico; quando há dissecção da A.direita, há supra de ST grande; se dissecou até o arco, na região do troncobraquicefálico, afeta importantes artérias do lado direito, causando diminuição de pulso desse lado (há divergência de pulso e pressão entre MMSS); se afetar a carótida esquerda, corre risco de AVC, se as duas carótidas (o arco todo), há risco de morte encefálica. A porção descendente da aorta irriga diversos orgãos abdominals e a coluna/medula, podendo causar isquemia de diversos orgãos, a depender do ramo afetado. Podendo haver isquemia de MMII a depender da extensão da dissecção MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 22 No EF é importante avaliar a simetria de pulsos, sopro aórtico, sonoridade das bulhas e presença de estase de jugular. SINAIS SUGESTIVOS É importante o diagnóstico precoce + terapêutica adequada e imediata Assimetria (amplitude diferente) de pulso e de PA (divergente) + Sopro diastólico aspirativo (insuficiência aórtica) + déficit neurológico agudo A PA vai estar divergente, ou seja, com PA diastólica muito baixa, chegando a zerar muitas vezes; pode ocorrer aparecimento de uma terceira medida de PA, que seria o 0 (Ex:11/4/0); tende a haver sopro diastólico em foco aórtico (sugestivo de insuficiência) Os pulsos vão estar assimétricos e muitas vezes se apresentam filiformes (de fraca intensidade), por isso é importante examinar os dois pulsos ao concomitantemente, para conseguir compará-los. OBS: Toda vez que estiver diante de uma DT súbita associada a uma insuficiência aórtica (SD em aórtica), desconfiar de dissecção; LEMBRETE: Semiologia dos sopros: Sopro sistólico em mitral e tricúspide: insuficiência Sopro diastólico em mitral e tricúspide: estenose Sopro sistólico em aórtica e pulmonar: estenose Sopro diastólico em aórtica e pulmonar: insuficiência Pode haver supra de ST em decorrência de por exemplo, uma dissecção de coronária, que vai invadir o óstio da coronária e ocluir o óstio, ocasionando o supra; Não confundir a dissecção com SCA, já que o tratamento trombolítico pode matar esse tipo de paciente por conta da exacerbação do sangramento. COMPLICAÇÕES • Ruptura de aorta • Tamponamento cardíaco (hipotensão, abafamento de bulhas e estase de jugular – Tríade de Becker); • IAo aguda; • Derrame pericárdico; • Hematoma peri-aórtico; • Oclusão dos ramos aórticos (isquemia cerebral; IAM; isquemia de membros; isquemia medular; isquemia de vísceras abdominais); FATORES DE RISCO • HAS (mecanismo de sobrecarga) /Dislipidemia/Tabagismo; • Genéticas (Síndrome de Marfan; Síndrome de Ehlers-Danlos, SLD, Síndrome de Turner); • VAoB – Valva aórtica bicúspide - que devia ser tricúspide; Coarctação de Aorta (estreitamento/má formação com estenose intraluminal); • Trauma (pode haver dissecção ou insuficiência aórtica); Iatrogenia (cateterismo, cirurgia cardíaca com canulação aórtica); • Gestação (pode haver embolia pulmonar, SCA ou dissecção que geralmente ocorre no final da gestação/periparto/pós-parto, quando ocorre...) • Drogas – cocaína; • Infecciosa (sífilis)/ Inflamatória (Vasculite de Takayasu, Arterite de células gigantes); FATORES DE PIOR PROGNÓSTICO • Dissecção de Aorta Tipo A; Idade> 70 anos; ECG – isquemia; alterações neurológicas; insuficiência renal; derrame pericárdico; tamponamento cardíaco; • Orifícios comunicantes distais responsáveis pela persistência de falsa luz (cursa com rompimento impedindo de trombosar o conteúdo do pseudo lúmen); CLASSIFICAÇÃO As classificações mais utilizadas são a De Bakey e a Stanford, que é mais utilizada pelos cirurgiões por ser mais lógica e mais prontamente resolutiva. Essas classificações remetem ao acometimento topográfico da dissecção. MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 23 Relembrando a anatomia da aorta - ao nível da valva aórtica se estendendo até o tronco braquiocéfalico está a aorta ascendente; do tronco até a subclávia esquerda é o arco aórtico; debaixo da subclávia esquerda é a descendente que se divide em porção torácica e abdominal; Segundo Stanford: → Tipo A: Quando a aorta ascendente é envolvida na dissecção, é chamada de Tipo A, independente da extensão → Tipo B: Quando a ascendente e o arco são poupados, atingindo apenas a descendente, a dissecção é do Tipo B. Protocolo – tem a aorta ascendente envolvida o tratamento é devidamente cirúrgico; se não tem, cabe avaliação para determinar o seguimento terapêutico; Segundo Bakey: → Tipo I: envolve toda a parte torácica da aorta (ascendente,arco e descendente); → Tipo II: envolve somente ascendente e uma parte do arco aórtico; → Tipo III: envolve somente a descendente (abaixo da subclávia esquerda); DIAGNÓSTICO PROTOCOLO: Todo paciente que chega ao PA com queixa de DT, será manejado com os marcadores de necrose miocárdica, ECG, Rx de tórax; tudo isso para proceder com o Dx diferencial desse paciente; no ECG podem estar presentes as alterações que indiquem condição isquêmica; os marcadores geralmente não vem positivos; ECOCARDIOGRAMA Importante lembrar que é um exame que pode ser feito beira-leito, beneficiando pacientes instáveis e/ou situações em que o transporte/transferência não é possível. Ecocardiograma Transtorácico (Sensibilidade 59-83%; Especificidade 63-93%; valor preditivo positivo aceitável e valor preditivo negativo baixo) – Exame importante na DAA tipo A; é comum a realização do Eco TT seguido do TE; → Ponto negativo: não visualiza a porção distal da ascendente do arco da aorta e da aorta descendente. Ecocardiograma Transesofágico (sensibilidade 94-100%; especificidade 77-100%) – Exame com limitação em visualizar porção distal da ascendente e proximal do arco aórtico (devido acoluna de ar da traqueia e do brônquio direito que fica em cima dessa porção); não avalia a porção abdominal da aorta. → Ponto negativo: exame semi-invasivo no qual é passado um transdutor via esofágica, que vai até cerca de 35cm da arcada dentária (o arco vai ser visualizado +/- aos 18cm); e na maioria das vezes necessita de sedação; → Ponto positivo: No Eco TE o transdutor é aproximado ao coração, ganhando acurácia, a janela ecocardiográfica é extremamente superior; é possível fazer melhores cortes de imagem da aorta; A vantagem em relação ao Eco TT é que pode identificar os orifícios comunicantes da DA. Exame 1 – Eco TE, há 33cm da arcada dentária – aorta descendente; Com imagens esbranquiçadas que fala a MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 24 favor de formação de fibrina; Circulado de azul está a magem do flapping, ou seja, a íntima que está rompida + o orifício comunicante + a luz verdadeira que está sendo comprimida pela luz falsa; Exame 1.1 – Luz verdadeira comprimida; Falso lúmen distendido com fluxo de entrada bem pronunciado vindo do lúmen verdadeiro (como se fosse uma vazão); caso em que o paciente já está começando a trombosar o conteúdo da falsa luz, caso ele consiga, o seu quadro será autoresolutivo sem necessidade de intervenção; ANGIOTOMOGRAFIA DE TÓRAX (Sensibilidade 95%/ Especificidade 87-100%) Exame de escolha pela maior acurácia para Dx de envolvimento de vasos supra aórticos; consegue fazer além do corte axial, uma reconstrução tridimensional da aorta; Não avalia bem a valva aórtica, tampouco avalia o orifício de entrada (comunicante); muitas vezes é complementado com o ECO, para avaliar esses dados adicionais, já que o paciente tem a possibilidade de cursar com uma insuficiência aórtica, portanto a válvula deve ser avaliada para considerar a terapêutica cirúrgica (a válvula precisará de intervenção?); A identificação do OE é importante pois se algum orifício distal não for identificado e passar despercebido, esse pode retroalimentar a que já foi corrigida e o paciente pode dissecar antes/durante a intervenção cirúrgica; Tem como limitação a necessidade de contraste; corriqueiramente há pacientes com IR, ou condições graves; ANGIO RNM DE TÓRAX (Excelente acurácia). Mesma acurácia da AngioTC. A diferença é que o contraste usado é o gadolínio. Tem limitações: em relação aos pacientes com baixo clearance de creatinina; por ser um exame demorado e pacientes instáveis não podem se submeter devido a monitorização difícil, o uso de bombas chumbadas devido ao magnetismo; Então só pode ser feito com o paciente totalmente estável; Por esses motivos não é o exame de escolha; A aortogrofia foi exame padrão ouro até os anos 80, porém é raramente utilizado atualmente, por ser um exame invasivo e com riscos. Quando o cateterismo já está sendo realizado e é levantada a possibilidade de DA, utiliza-se esse exame. TERAPÊUTICA Quando o paciente é admitido, ele deve ser monitorado, fornecido O2, obtido acesso periférico e estabilizado; Muitas vezes esse paciente chega hipertenso, com muita dor (realizar analgesia), extremamente taquicárdico, então é importante estabilizar essa TA e a FC para estressar o mínimo possível a aorta, fazendo com que as ondas de cisalhamento na parede aórtica sejam reduzidas e permita que o organismo do paciente endogenamente possa trombosar a falsa luz, fornecendo um melhor prognóstico/evolução; quando o paciente segue hipertenso/taquicárdico, ele continua estressando a aorta, e isso faz com que a linha de dissecção não regrida, muito pelo contrário, ela tende a progredir O tratamento depende basicamente da classificação (Stanford). TIPO A Intervenção cirúrgica (vascular) obrigatória – independentemente de ser anterógrada ou retrógrada - por se tratar de uma área nobre acometida (ascendente) que engloba ramos da carótida, subclávia; então se não proceder com cirurgia, há grandes chances do paciente evoluir para um AVC, morte encefálica, insuficiência aórtica (valva aórtica) cursando com edema agudo de pulmão e insuficiência respiratória. Exemplo de tipo B com intervenção cirúrgica (retrógrada) – o paciente pode dissecar em um padrão tipo B (acomete a descendente), e MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 25 retrogradamente (“subindo”) pode expandir-se a ponto de invadir a aorta ascendente. OBS: Nos casos que envolvem comprometimento difuso da aorta em várias porções, é necessária a intervenção cirúrgica por 2 profissionais cirurgiões, um vascular e um cardíaco. Prognóstico: mortalidade 1-2%/h (equivalente aos casos retrógrados). TIPO B Nesse caso, o cirurgião vascular vai avaliar o paciente e decidir entre uma intervenção cirúrgica e terapia endovascular; Somente na dissecção tipo B complicada – rotura (quando rompe e tampona endogenamente, propiciando tempo para intervenção), dor persistente, aneurisma sacular, dilatação/expansão da aorta, isquemia visceral/membros, dissecção retrógrada da AAsc - é que é tratada com cirurgia ou tratamento endovascular (procedimento percutâneo); o procedimento invasivo é justificado em casos em que a aorta corre risco de rompimento ou já sofreu rotura e, ainda quando está isquemiando MM ou vísceras; Quando não complicada a terapêutica é farmacológica, já que é muito menos fatal, tendo mortalidade de cerca de 10% em 30 dias; quando comparada ao risco do procedimento, o segundo acaba sendo maior; → O tratamento medicamentoso é empregado em casos de DA não complicada; DA crônica (geralmente os pacientes já trombosaram endogenamente a luz falsa) tipo A ou B não complicada; → É feita com: analgesia; betabloqueadores (metoprolol, ismolol, propranolol); nitroprussiato de sódio (manter a PA estável); → Metas terapêuticas: PA 120x80 mmHg; FC: 55-60; ou seja, o duplo produto controlado; MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 26 INTRODUÇÃO TEP consiste na obstrução aguda da circulação arterial pulmonar pela instalação de coágulos sanguíneos, geralmente, oriundos da circulação venosa sistêmica, com redução ou cessação do fluxo sanguíneo pulmonar para a área afetada. Essas condições inter-relacionadas constituem o tromboembolismo venoso, no qual a trombose venosa profunda é o evento básico e o TEP, a principal condição aguda. 30-40% dos pacientes com TVP vão evoluir com TEP. As tromboses que vão gerar mais repercussão clínica são as que acontecem acima do joelho, já que os trombos são de maior calibre; as que ocorrem do joelho pra baixo podem gerar repercussão com menor importância/gravidade clínica, pois os trombos formados são menores. O paciente que tem TEP, somente cerca de 30% vai ter dor de MMII positivo para TVP, muitas vezes porque o trombo não está ali, já migrou, ou as vezes tem trombo em outros segmentos (pelve ou MMSS) ou intercameral; EPIDEMIOLOGIA TEP é a 3ª causa de morte entre as doenças cardiovasculares. Tem incidência anual que varial de 23-69 casos para cada 100.000 habitantes. O índice de mortalidade por TEP é de 30% dos casos que não foram tratados, e de 2,5- 10% nos que foram tratados de forma adequada. QUADRO CLÍNICO 25% dos casos podem ter como manifestação inicial a morte súbita. O quadro típico é de: Dor torácica + Dispneia + Hemoptise – porém só acontece em 20% dos casos (tríade clássica); Manifestações clínicas: dor pleurítica (que vai ser ventilatória dependente, em região inframamilar referida durante inspiração profunda); dispneia; hemoptise; hipoxemia; hipocapnia; febre (pode ser baixa); síncope ou pré-síncope (pode ser um dos sintomas isolados; pode ocorrer no início do quadro); instabilidade hemodinâmica (em alguns casos); Considerar quadros oligossintomáticos (sintomas leves) e, lembrar da frase“o TEP não é o que aconteceu, é o que pode vir a acontecer”; considerar casos de desconforto respiratório mesmo sem hipoxemia OBS: Muito importante avaliar os sinais de Homans (paciente refere dor na panturrilha com a dorsiflexão do pé) e Bancroft (paciente refere dor à palpação da panturrilha contra a estrutura óssea) FISIOPATOLOGIA HIPOXEMIA A hipoxemia na TEP é multifatorial: → Há migração do trombo com consequente oclusão arterial aguda; no momento em que essa artéria é ocluída, ligeiramente a área que ela irriga, vai ser afetada; essa área vai estar ventilada, porém mau (ou não) perfundida; → A relação entre ventilação e perfusão (VxQ) vai estar desequilibrada; é o chamado espaço morto alveolar; temos que, está ventilando, mas não está perfundindo, portanto não há trocas gasosas; → Depois dessa oclusão há uma vasoconstricção e uma broncoconstricção reflexa – que pode se apresentar na forma de sibilos e taquipneia; → Deficiência de surfactante (substância composta por proteínas, fosfolipídios...) – é um filme alveolar que permite a abertura normal e impede o colabamento dos alvéolos, na sua ausência e/ou deficiência, vai ocorrer o contrário, propiciando o colapso alveolar, culminando em hipoxemia; → Efeito shunt (desvio do fluxo sanguíneo que irrigaria a área embolizada para áreas não embolizadas, predomínio da perfusão sobre a ventilação, ou seja, mais perfusão do que ventilação, que também não ajuda nas trocas gasosas) → Constricção dos ductos alveolares, que faz com que haja redução de volume pulmonar e elevação área em cúpula diafragmática e atelectasias associadas, piorando ainda mais as trocas gasosas, culminando em hipoxemia. OBS: Nem toda hipoxemia é TEP! Outras condições podem gerar esse quadro, como asma brônquica, infecção pulmonar. OBS: Todo paciente com TEP tem hipoxemia? Nem sempre, o quadro clínico é variado; MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 27 porém, a hipoxemia no contexto de dor torácica sempre elevar a suspeita de TEP. OBS :As principais manifestações da gasometria de um paciente com embolia pulmonar vai ser alcalose respiratória e a hipoxemia (PaO2 baixa); INSTABILIDADE HEMODINÂMICA Uma das manifestações do TEP é a instabilidade hemodinâmica, e para o paciente chegar nesse ponto, ele passa por algumas etapas antes de culminar em hipotensão e hipoperfusão tecidual que são condições graves com repercussões nas câmaras direitas; Primariamente, quando há oclusão a nível pulmonar, automaticamente a resistência vascular pulmonar aumenta, além de fazer uma vasoconstricção reflexa que gera hipertensão da artéria pulmonar; a sobrecarga pressórica vai ter repercussões nas câmaras direitas do coração, primeiro no VD, e sendo o pulmão a pós-carga do VD, ela aumenta; O VD comparado ao VE, tem uma estrutura anatômica muito mais frágil, e essa sobrecarga e tensão sobre a parede vai gerar enrijecimento e isquemia (pelo desbalanço entre a oferta e a demanda de O2 ) e uma dilatação desse VD por tentar competir com o fluxo e demanda de oxigênio; se isso se perdurar, vai culminar em disfunção sistólica, ou seja, um ventrículo “fraco”, então tanto a perfusão do pulmão e das câmaras esquerdas ficará prejudicada, devido a diminuição da quantidade de sangue direcionada a essas áreas; com isso há diminuição da pré- carga do VE, que vai reduzir o volume sistólico; com o volume diminuído, chega menos sangue a coronária, e o hipofluxo também causa isquemia do VD, daí o ciclo se repete/intensifica, diminuindo também o débito cardíaco; Se têm menos fluxo de sangue, o paciente faz hipotensão e tem choque circulatório, sendo que sistemicamente ele terá uma hipoperfusão tecidual; esse paciente pode ser admitido no PA já em choque circulatório, oligoanúrico, com insuficiência renal ou sonolento (extremamente grave); Quando diante de um paciente grave, é preconizado um Eco beira-leito, se este não evidencia a hipertensão pulmonar, dilatação de câmara direita ou disfunção de VD, não é TEP! Deve-se pensar em outro diagnóstico, qualquer outro tipo de choque circulatório que explique a condição. Mas se não tem hipertensão pulmonar ou repercussão em câmara direita, não é TEP! FATORES PREDISPONENTES → Histórico familiar e/ou pessoal de trombose/trombofilias (o principal fator - deficiência da proteína C, SAAF); → Obesidade (doença inflamatória, com tendência a inflamação arterial e predispõe a formação de trombo); → Pós operatório; cirurgia recente; → Imobilidade permanente ou temporária; → Gestantes e puérperas (estados suscetíveis a hipercoagulobilidade); → Reposição hormonal, uso de anticoncepcional oral; → Portador de câncer (CA de pâncreas é altamente trombogênico); → Idade > 65 anos (iatrogenia); → Covid-19 (doença pró-coagulante, com lesão e inflamação endotelial, levando cerca de até 20% dos pacientes em emergência a desenvolver quadro de TEP); 60% desses pacientes possuem tais fatores; já 40% não tem um fator predisponente, mas ainda assim devemos pesquisar para evitar a recorrência; Todos os fatores convergem com a Tríade de Virchow que engloba 3 pilares fundamentais para formar a trombogênese,; as vezes há doenças que alteram a crase sanguínea formando hipercoagulobilidade (SAAF, doenças reumatológicas, neoplásicas, gestação); pode MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 28 ocorrer temporariamente uma lesão endotelial ou processo inflamatório endotelial que em quadros de imobilidade acaba sendo o ”estopim” Ou seja, a tríade de Virchow contempla: hipercoagulobilidade; lesão/inflamação endotelial; e estase venosa (pessoas em estado vegetativo ou acamados por longos períodos) ESCORE DE WELLS Escore que padroniza o julgamento para avaliar o risco do paciente estar com TEP; Avalia critérios e sinais clínicos associados a fatores predisponentes, permitindo avaliar a conduta de exames para o paciente; → Leva em conta eventos de TVP e TEP prévios; → FC >100 bpm; → Cirurgia ou imobilização recente (nas últimas 4 semanas, isso inclui parto cesáreo e natural); → Sinais clínicos de TVP; → Diagnóstico alternativo menos provável para TEP; → Hemoptise; → Câncer; Além da forma convencional, há outra versão para probabilidade clínica, sendo que 4 pontos ou menos o Dx é considerado improvável; acima de 4 pontos é considerado provável. O primeiro segue o protocolo de baixo-intermediário risco; o provável segue o protocolo de alto risco; a mesma aplicação serve para a versão simplificada que é usada no PA. ESCORE DE GENEBRA OBS: Quando há divergência de classificação de acordo com os escores, considerar sempre o de pior classificação. → Leva em conta eventos de TVP e TEP prévios; → FC de 75 a 94 ou = 94 bpm; → Cirurgia ou imobilização/fratura recente (nas últimas 4 semanas, isso inclui parto cesáreo e natural); → Hemoptise; → Câncer ativo; → Dor unilateral em MMII; → Dor a palpação venosa profunda em MMII ou edema unilateral; → Idade > 65 anos De acordo com esse score TEP é improvável até 2 pontos e provável com 3 pontos ou mais. A versão simplificada traz um ponto para cada critério, e dois pontos para a FC caso seja maior/igual a 94; DIAGNÓSTICO Pacote de DT: Rx tórax + ECG + MNM; na avaliação inicial; Uma vez levantada a suspeita de TEP, é muito importante saber como e quando pedir o D- dímero – um produto de degradação da fibrina, MODULO II Medicina UniFTC | 6º Semestre 29 que aumenta na presença de trombos – e a angioTC; o primeiro é pedido quando há baixa/intermediária probabilidade ou quando a TEP é considerada improvável de acordo com os scores; quando há TEP provável ou de alta probabilidade, solicitar AngioTC para confirmação do quadro; Ou seja, quando a
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