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exame físico cardíaco

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Propedêutica I- Exame Físico Cardíaco - MEDICINA UNIMAR.T28/ BEATRYS JULIANI RAMALHO 
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Exame Físico Cardíaco 
André Moro-14/04/2020 
 Diástole passagem do sangue dos ventrículos para as artérias 
 Sístole enchimento dos átrios. 
1. Inspeção 
• Posição do paciente 
 • Edema, cianose, distensão de veia jugular, ortopneia, ascite 
2. Palpação 
 • Ictus cordis(5º. EIC, linha hemiclavicular) 
• Frêmitos 
 • Presença de pulsos (carotídeo, braquial, radial, femoral, poplíteo) 
3. Ausculta 
 • Focos • Bulhas • Sopros (sistólicos ou diastólicos) • Bulhas extras • Desdobramentos 
1°: localizar o espaço intercostal- encontrar o ângulo de Louis (proeminência entre o manúbrio e o esterno) 
O ângulo de Louis tem ao lado o 1º EIC- abaixo, o 2°EIC- esquerdo: foco pulmonar; 2°EIC-direito: Foco aórtico; 
3ºEIC- esquerdo: Foco aórtico acessório. 
5°EIC-esquerdo paraesternal: Foco tricúspide (apêndice xifoide) 
No 5ºEIC, na linha Hemiclavicular, do lado esquerdo, temos o Ictus cordis e o foco mitral. 
O que deve ser observado? 
1- Inspeção 
Batimento de fúrcula; circulação colateral; presença de estase jugular; presença de abaulamentos- cicatrizes- 
na região torácica anterior 
2- Palpação 
Palpar todos os pulsos (periféricos): carotídeo, braquial, radial, femoral, poplíteo 
Pedioso, tibial posterior (logo abaixo do maléolo medial) 
i. Palpar os focos de ausculta 
1. Aórtico (2º EICD) 
2. Pulmonar (2º EICE) 
3. Aórtico Acessório (3º EICE) 
4. Tricúspide (apêndice xifoide) 
5. Mitral (5º EICE/ ictus) 
Se nessa palpação sentir um frêmito cardíaco significa que existe um sopro tão intenso que produz uma onda 
de choque, sentida ao palpar o local. 
-Pulso carotídeo: presente, propulsivo 
 
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- ictus cordis: se estiver no 5º EICE/linha hemiclavicular com tamanho de duas polpas digitais significa que o 
coração está preservado. 
* Se tiver um deslocamento para esquerda de até 2cm, é uma hipertrofia do VE – comum nos hipertensos. 
* se tiver um deslocamento maior que 2,5 para a esquerda é uma cardiomegalia 
3- Percussão 
Hoje, na cardiologia, a percussão da área cardíaca está em desuso 
Se percutir o 3°EIC tem que ter 4 cm de som maciço partindo do esterno- para o lado esquerdo. Encontramos 
a ponta do coração. 
Se percutir o 4°EIC tem que ter 7cm de som maciço partindo do esterno para a esquerda. 
Se percutir o 5°EIC tem que ter 10cm de som maciço partindo do esterno para a esquerda. 
Importante para dosar o tamanho do coração 
4- Ausculta (jamais auscultar por cima da roupa) 
Começar pelas carótidas: procurar sopro, presença do fluxo. 
Focos: auscultar FC 
1º Colocar o estetoscópio o foco mitral, colocar o dedo no pulso radial e contar por 1 minuto. Deve-se sempre 
observar se o batimento está sincronizado com o pulso radial. 
Característica: rítmico, sem estalidos, sem sopros e sem desdobramentos 
Sempre auscultar por, no mínimo 1 minuto, porque nesse minuto pode ter arritmias esporádicas: extrassístole, 
assistolia. 
2º Foco tricúspide 
3º Foco aórtico 
4º Foco pulmonar 
Todos devem ter duas bulhas rítmicas, normofonéticas, sem sopros, sem cliques e estalidos e sem 
desdobramentos. 
 Desdobramento fisiológico: no foco pulmonar, na fase final da inspiração-> B2 tem um desdobramento fixo 
5º Foco aórtico acessório 
Sempre palpando o pulso radial para comparar 
Usar a campanula menor para auscultar a fúrcula- batimento acompanhado da passagem do ar pela traqueia: ouve 
o sopro traqueal junto com a frequência cardíaca 
*Incluir a ausculta das axilas 
Posição de Pachon- manobra de sensibilização para auscultar cardíaca 
Se a ausculta estiver difícil em decúbito dorsal, pedir para o paciente ficar em decúbito lateral esquerdo. 
Projeta a massa cardíaca para o hemitórax esquerdo e, na hora que colocar o estetoscópio vai ter um 
aumento da sensibilidade cardíaca 
Bulhas 
• Som de curta duração, gerado pelo fechamento das valvas semilunares, aórtica (A2) e pulmonar (P2). 
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 • Usualmente examinada com o paciente em decúbito dorsal, mas às vezes precisa-se examinála com o 
paciente sentado 
Primeira bulha (B1) (marca o início da sístole) 
▪ Som de curta duração - fechamento das valvas atrioventriculares, mitral (M1) e tricúspide (T1). 
▪ Mais bem percebida com o paciente em decúbito dorsal, com o diafragma do estetoscópio nos focos 
mitral e tricúspide. 
Palpar um pulso radial ou carotídeo a bulha que coincidir com o pulo é a primeira bulha. 
▪ Bulha que coincide com o pulso carotídeo. 
Segunda bulha (B2) (espaço entre B2 e B1 é a diástole) 
Características: fonese: Normofonéticas; Hipofonéticas; Hiperfonéticas 
Terceira bulha (B3) 
▪ Som de baixa frequência - desaceleração do sangue 
▪ Concomitante com a fase de enchimento rápido - marcador de disfunção sistólica do VE (insuficiência 
cardíaca podem ter outros sinais que indicam esse distúrbio) 
▪ Pode ser normal em crianças (tórax é muito fino) 
Quarta bulha (B4) 
▪ Som de curta duração - simultâneo com a contração atrial (última fase da diástole som pré-sistólico) 
▪ Usualmente examinada com o paciente em decúbito dorsal 
▪ Vibração do sangue durante a contração atrial 
A valva mitral fecha junto com a valva tricúspide; a valva aórtica fecha junto com a valva pulmonar 
Desdobramentos (valvas não fecharão ao mesmo tempo) 
Ausculta dos componentes separadamente 
Pode ser fisiológico ou indicar anormalidade 
Técnica - utilizar a membrana do estetoscópio aplicado de forma suave sobre o tórax 
Tlum fechamento das valvas aórtica e pulmonar em momentos diferentes (intervalo muito curto) 
Tla  fechamento das valvas mitral e tricúspide em momentos diferentes (intervalo muito curto) 
 
Cliques e Estalidos (estenose valvar valva não consegue abrir adequadamente) 
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▪ Sons de alta frequência (agudos) e melhor audível com o diafragma do estetoscópio 
▪ Ocorrem próximos a B1 (início da sístole) (cliques de ejeção estenose da valva aórtica ou da valva pulmonar) B2 
(diástole) (estalidos de abertura dificuldade de abrir a valva mitral ou a valva tricúspide; estenose mitral ou tricuspide) 
▪ Surgem quando há estenose valvar 
▪ Desaparecem quando a valva calcifica ou torna-se imóvel 
Clique de ejeção Estalido de abertura 
Ruído sistólico Ruído diastólico 
Abertura de valva semilunar estenosada Abertura de valva AV estenosada 
Estenose aórtica e pulmonar Estenose mitral e tricúspide 
Atrito pericárdico 
▪ Ocorre na pericardite aguda 
▪ Desaparece quando surgem grandes derrames pericárdicos ou quando a pericardite é crônica 
 O pericárdio que deslizava começa a raspar um sobre o outro e faz um ruído áspero. 
▪ Ruído de alta frequência, áspero e raspante 
▪ Melhor audível com a flexão do tronco do paciente e utilizando o diafragma do estetoscópio pressionado sobre o 
tórax 
▪ Pode ser audível em qualquer área do precórdio 
Se inclinar o tronco do paciente para frente, ausculta-se com mais clareza o atrito pericárdico. 
Sopros cardíacos 
Definição: Conjunto de vibrações de maior duração que as bulhas, se originam dentro do próprio coração e/ou em um 
de seus grandes vasos 
Mecanismos 
1. Fluxo de sangue através de uma obstrução parcial 
2. Fluxo de sangue através de uma irregularidade valvar ou intravascular (valva calcificada não tem fluxo laminar, 
torna-se turbulento) 
3. Aumento do fluxo de sangue através de estruturas normais (mais sangue começa a entrar nas estruturas maiores, 
ocorre mais no bebe  sopro inocente) 
4. Fluxo de sangue dentro de uma câmara dilatada5. Fluxo regurgitante através de uma valva incompetente (insuficiência ou regurgitação) 
Ex.: Criança nasceu com dois folhetos em vez de três na valva aórtica, consegue se abrir normalmente, mas não fecha 
direito regurgitação do fluxo turbilhonamento do sangue dentro do coração Sopro. 
Sopros cardíacos* Frêmito 
Caracterização: • Localização no ciclo cardíaco (sistólico: B1-B2 ou diastólico: B2-B1) • Intensidade (+ a ++++/4+) 
• Duração (proto, meso, tele ou holo) • Irradiação (auscultado em outro foco) •Característica (suave, aspirativo, rude, 
piante) 
Sistólicos 
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Insuficiência mitral: Holossistólico, apical, irradia p/ axila, B1 hipofonética; B3 (sobrecarga de volume); Desdobramento 
de B2 
 O ventrículo esquerdo está em sístole, o átrio vai receber sangue das veias pulmonares e dos ventrículos o átrio 
vai dilatar ao longo do tempo 
Estenose aórtica: Mesossistólico (crescendo/decrescendo/ “em diamante”), rude, aórtico, irradia p/ pescoço, Pulso 
Parvus Tardus/ Estalido de abertura aórtico 
 Não passa sangue suficiente pela valva aórtica, passa turbilhonado do VE para a Aorta. 
Insuficiência tricúspide: Sistólico que aumenta com inspiração (aumenta RV), B3 (sobrecarga de volume) 
 VD está com defeito, ejeta o sangue e uma parte vai para a artéria pulmonar e a outra vai para o átrio direito. 
Comunicação interventricular (CIV) Holossistólico B3 (sobrecarga de volume) todas as vezes que o VE ejeta o sangue, 
uma parte vai para a aorta e outra parte vai para o VD sopro sistólico em todos os focos cardíacos. 
Diastólicos 
Estenose mitral Mesotelediastólico, baixa frequência/s/ irradiação;  na diástole, quando o a mitral deveria abrir e o 
sangue passar normalmente, ela não abre, fica semiaberta (estenose mitral) o sangue passa do átrio esquerdo para o 
ventrículo esquerdo promovendo uma aceleração do sangue, causa sopro. B1 hiperfonética Estalido de abertura 
mitral Hipertensão pulmonar (dispneia/ escarro hemoptóico/edema agudo de pulmão) 
Insuficiência aórtica Protodiastólico, aspirativo, também em foco aórtico acessório Sopro de Austin Flint: IAo grave B3 
(sobrecarga devolume) Pulso em martelo d’água - Corrigan PA divergente 
 O sangue volta para dentro do VE produzindo um sopro diastólico

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