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Exame físico cardiovascular: Ausculta cardíaca normal, bulhas acessórias e sopros cardíacos O estetoscópio: • Ausculta imediata (feita com o ouvido no tórax do paciente) X mediada (mediada por aparelho que auxilia na escuta) • Hastes levemente voltadas para frente para entrar no ângulo certo no ouvido • Olivas tem que ser confortáveis • Receptores ou cabeça: o Campânula: sons de baixa frequência – mais graves, como bulhas cardíacas; amplifica o som transmitido o Diafragma: membrana que capta sons de alta frequência com maior sensibilidade – maioria dos sopros; disco com membrana sobreposta; bom em todos os usos o Diafragma ajustável: frequência de acordo com a pressão aplicada; multiuso Método de ausculta: • Ambiente silencioso (quando possível) • Posição do paciente o Decúbito dorsal – som mediano para todas as estruturas do precórdio o Sentado o Decúbito lateral esquerdo – braço apoiado sobre cabeça; aproximação da ponta do coração sobre o tórax – amplia os sons da ponta do coração (valva mitral/tricúspide) o Debruçado sobre o leito – aproxima mais a base do coração ao tórax • Examinador ao lado direito do paciente – colocando esteto do lado direito temos mais firmeza no coração e no tórax; quanto menor força menos ruído para o esteto e mais claro o som passado; o diafragma capta muitos ruídos quando movimentamos muito • Receptor levemente aplicado diretamente sobre a pele – não pode ser sobre a roupa, pois a roupa fricciona e gera ruídos que atrapalham a ausculta • Focos de ausculta: • Foco mitral: o 5º espaço intercostal E, linha hemiclavicular; coincide com ictus cordis; próximo ao mamilo • Foco aórtico: o 2º espaço intercostal D, justaesternal; ao lado do esterno; pega sons da valva aórtica; fica mais próximo da valva aórtica – capta sons da valva de forma mais clara • Foco pulmonar: o 2º espaço intercostal E, justaesternal; próximo ao esterno; • Foco tricúspide o Levemente à esquerda da base do apêndice xifoide • Foco aórtico acessório: o 3º / 4º espaço intercostal, reg. paraesternal E; capta sons da aorta também • Obs: Manter sempre uma ordem (ex: M (mitral) – Ao (foco aórtico) – P (pulmonar) – T (tricúspide)) Fases do ciclo cardíaco: • B1 – formada pelo fechamento das válvulas mitral e tricúspide; pressão do ventrículo rapidamente se eleva (contração); TUM; contração isovolumétrica – fase em que a válvula mitral se fechou e aórtica ainda não abriu • Ejeção ventricular rápida – ventrículo em sístole e sangue sai rapidamente; começa quando a pressão do ventrículo ultrapassa a da aorta • Ejeção ventricular lenta – sangue sai com mais lentidão, até que no final da ejeção o ventrículo; começa a relaxar, e a pressão cai; a pressão cai abaixo da aorta, e a válvula aórtica se fecha = B2 (fechamento das semilunares na diástole ventricular; relaxamento isovolumétrico) • O ruído entre B1 e B2 é sístole; entre B2 e B1 é diástole • Enchimento ventricular rápido – átrio despeja sangue dentro do ventrículo; ventrículo faz pressão negativa e o sangue despenca no ventrículo; • Enchimento ventricular lento – pressão vai se igualando • Sístole atrial – para empurrar resto do sangue ao ventrículo; paciente com fibrilação atrial não tem prejuízo muito grande da função do coração, pois o átrio empurra apenas uma pequena parcela do sangue Bulhas cardíacas: • B1 → Fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) – “TUM” • Mais audível no foco mitral • Coincide com o ictus e o pulso carotídeo • Timbre mais grave e duração pouco maior que B2 – pois atrioventriculares são valvas maiores que semilunares • Componente mitral antecede o tricúspide – pois o VE tem sistema de condução elétrico mais desenvolvido, e isso faz com que comece a sístole um pouco antes • B2 → Fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar) – “TA” • Mais audível nos focos da base, porém o componente pulmonar está restrito ao foco pulmonar • Timbre mais agudo, “seco” • Componente aórtico antecede o pulmonar – VE contrai um pouco antes que o direito Alterações de ritmo: • Taquicardia: FC > 100 bpm • Bradicardia: FC < 60 bpm • Arritmia sinusal: variação da FC com a respiração o Aumento na inspiração e redução na expiração – expirar (diminui FC), inspirar (aumenta FC); inspirar – aumenta quantidade de sangue no coração; expirar – coração diminui frequência o Fisiológica em crianças e jovens • Extrassístoles o Batimento prematuro (surge com intervalo menor que o normal), geralmente seguido de uma pausa compensatória o Isoladas ou agrupadas (bigeminismo, trigeminismo etc) o Batimento que aparece muito próximo do anterior – não tem tempo suficiente para encher o ventrículo, então a onda de pulso na periferia é fina o TUM TUM TU TUM – normal/alterado • Fibrilação atrial o Total irregularidade de batimentos cardíacos o Átrios não tem atividade elétrica coordenada – átrio fibrila o No pulso é difícil de sentir os batimentos o Contagem de FC mais fidedigna na ausculta Localização dos eventos no ciclo: • Sístole o Protossístole – terço inicial da sístole o Mesossístole – terço médio o Telessístole – terço final o Holossístole – toda a sístole • Diástole o Protodiástole – terço inicial o Mesodiástole – terço médio o Telediástole – terço final o Holodiástole – toda a diástole • Exemplos: Bulhas acessórias: ritmos tríplices: ➢ B3: • Gerada pela vibração da parede ventricular subitamente distendida pelo sangue no enchimento ventricular rápido • Ocorre logo depois de B2; quando o ventrículo relaxa e a válvula mitral se abre o sangue cai com muita força, pois a diferença de pressão é grande; quando o sangue entra no ventrículo ele bate na parede, gerando B3; • Ruído protodiastólico de baixa frequência • Mais audível no FM em decúbito lateral esquerdo, com a campânula – pois assim que a mitral se abre o sangue bate com força na parede; ausculta em paciente com decúbito lateral esquerdo o foco mitral = som melhor • Pode ser fisiológica em crianças e adultos jovens – por conta da complacência do coração • Em situações de dilatação ventricular – pós infarto, miocardiopatia, lesões das válvulas que geram sobrecarga de volume e dilatação = B3 patológica • “Ritmo de galope” → B3 patológica o Situações de sobrecarga de volume e/ou disfunção sistólica do VE o Ex.: Insuficiência mitral, comunicação interatrial e interventricular (shunt E-D), miocardiopatias, dilatação ventricular o Semelhante à fisiológica → depende de outros sinais de patologia cardíaca • No início da diástole, na fase de enchimento rápido → O sangue se choca com velocidade contra a parede do VE dilatado ➢ B4: • Gerada pelo choque do fluxo sanguíneo mobilizado pela contração atrial de encontro ao sangue já presente no interior do ventrículo • Quando o átrio contrai, ele choca esse sangue contra o que já está no ventrículo – barulho antes do início da sístole, antes de B1 • Ruído telediastólico (ou pré-sistólico) de fraca intensidade • Raramente fisiológica em crianças • Nunca presente na fibrilação atrial! • B4 patológica o Gerada pela redução da complacência ventricular (dificuldade de relaxamento) – quando o ventrículo encher ele deve permitir que o sangue entre; ventrículo “duro” = redução da complacência – isso ocorre quando sua parede fica muito grossa – ao longo do tempo ao receber pressão alta, ele começa a se espessar = hipertensão arterial sistêmica não controlada, o que submete o VE a uma sobrecarga de pressão o A primeira coisa que se altera no miocárdio ao ficar isquêmico é a perda de sua capacidade de relaxar; dor torácica = IAM = primeira alteração do exame físico é B4 o Estenose das valvas aórtica e pulmonar, hipertensão arterial grave, hipertrofia do VE, isquemia miocárdica • No final da diástole, na fase de contração atrial → Aumento súbito de pressão para dentro de um VEjá cheio e com paredes duras (que não relaxam) Alterações das bulhas: • Intensidade: o Hiperfonese de B1 (som aumentado) ▪ Taquicardia, hipertireoidismo, extrassístoles, após exercício: valvas AV bem abertas quando começam o fechamento → fecham mais rápido e com maior ruído ▪ Valva AV fecha com mais força ▪ Extrassístole – intervalo curto entre sístoles; depois há período compensatório, onde o ventrículo se enche mais, e na próxima contração o ruído é mais intenso ▪ Aumento de pressão das cavidades (p. ex.: estenose mitral): maior abertura na diástole; quando o ventrículo relaxa, a mitral se abre muito, logo, mais força é requerida para que feche depois ▪ Valvas espessadas, “duras” (p. ex.: febre reumática) – ruído mais hiperfonético o Hipofonese de B1 (som diminuído) ▪ Valva se fecha mais lentamente; mitral vai relaxando; mais fraqueza na contração = B1 menos rigorosa ▪ Bradicardia: ao fim da diástole, pelo maior enchimento, as valvas já estão quase fechadas → menor ruído ▪ Infarto do miocárdio extenso, insuficiência cardíaca grave: menor força de contração → Fechamento mais lento e com menor força ▪ Valvas muito calcificadas, com movimentação reduzida ▪ Derrame pericárdico: interfere na transmissão dos ruídos intracardíacos; também ocorre na obesidade e no enfisema pulmonar • Intensidade: o Hiperfonese de B2 ▪ Aumento do débito cardíaco (comunicação interatrial, p.ex.) ▪ Aumento da pressão na aorta (hipertensão arterial sistêmica): VAo fecha com mais força → hiperfonese de A2 ▪ Aumento da pressão da artéria pulmonar (hipertensão pulmonar): hiperfonese de P2; ▪ P2 > A2: B2 no foco pulmonar mais intensa que no aórtico ▪ Componente pulmonar acaba sendo mais intenso que o aórtico = na hipertensão pulmonar o Hipofonese de B2 ▪ Valvas com mobilidade reduzida (calcificadas ou fundidas) ▪ Hipotensão arterial grave, baixo débito cardíaco: valvas abrem menos ▪ Fatores que atrapalham a transmissão do ruído (obesidades, DPOC) Desdobramento das bulhas: • Quando os componentes que deveriam ser simultâneos (fechamento M e T; Ao e P) ocorrem separados • Desdobramento fisiológico de B2 o Na expiração as valvas se fecham simultaneamente → ruído único o Na inspiração, o componente pulmonar atrasa – a pressão negativa puxa o sangue para o coração; inspiração mais profunda – parte direita do coração se enche mais (mais sangue) = tempo maior para esvaziar, logo, o componente pulmonar se fecha depois ▪ Aumento do retorno venoso → aumento de volume do VD → maior tempo de ejeção o Comum em crianças, variável em adultos o Audível somente no foco pulmonar ➢ Desdobramento fisiológico de B2: • ➢ Desdobramentos patológicos de B2: • Desdobramento constante e variável o Bloqueio de ramo direito: ▪ Atraso no estímulo elétrico ao VD → contração atrasada de VD → atraso no fechamento da valva pulmonar o Estenose pulmonar: esvaziamento mais lento; demora mais para fechar o Aumenta na inspiração • Desdobramento fixo o Comunicações interatrial e interventricular: ▪ Sobrecarga de volume das cavidades direitas ▪ Mais volume → demora mais tempo para esvaziar → valva pulmonar se fecha após a aórtica o Não varia com a respiração: Inspiração= maior retorno venoso – menos sangue atravessa do lado esquerdo para direito // expiração= maior shunt – mais sangue passa do lado esquerdo para direito, pois lado direito fica com menos sangue o Coração vai se dilatando para acomodar a sobrecarga de sangue, o que predispõe a insuficiência cardíaca • Desdobramento paradoxal (invertido) o Bloqueio importante de ramo esquerdo ▪ Atraso no estímulo ao VE → contração de VE atrasada → atraso no fechamento da valva aórtica o Estenose aórtica grave o Surge na expiração e desaparece na inspiração: inspiração alentece fisiologicamente a pulmonar – pulmonar fecha antes e lado esquerdo tem dificuldade de fechar; ao inspirar, a aórtica atrasada se iguala com a pulmonar que geralmente é mais lenta Outros sons: ➢ Estalidos ou cliques: Importante definir sua posição no ciclo cardíaco (sistólico, diastólico / proto, meso e tele) • Valva espessada = dificuldade de abrir = estalido • Estalido diastólico de abertura da valva mitral (ou tricúspide): o Na estenose mitral (valva espessada e com aumento de pressão do AE), a valva se abre vigorosamente, produzindo um estalido. o Mais audível em decúbito lateral esquerdo, em foco mitral e 3º e 4º EICE o Protodiastólico • Estalido protossistólico (pulmonar e aórtico): o Ruídos de ejeção: súbita ejeção de sangue para os vasos da base (estenose pulmonar/aórtica, dilatação pulmonar/aórtica, CIA, hipertensão pulmonar) o Som agudo (diferente do desdobramento de B1) o Relacionado mais com a abertura da valva • Clique sistólico (meso/telessistólico) o Relacionado mais com o fechamento da valva o Som agudo, seco, variando com a respiração o Prolapso das valvas mitral (principalmente) ou tricúspide – situação em que a valva ao invés de se fechar naturalmente, um lado dela prolapsa, e isso faz o ruído ➢ Atrito pericárdico • Ruído gerado pelo atrito entre os folhetos visceral e parietal do pericárdio quando ásperos e espessos → pericardite fibrinosa o Som de rangido de “couro novo” • Não coincide com nenhuma das fases do ciclo cardíaco – aparece na sístole e diástole • Alterado com a mudança de decúbito – pois muda a posição do coração dentro do saco pericárdico • Desaparece com o derrame pericárdico (os folhetos se afastam) – atrito some, pois o líquido excessivo impede isso Sopros cardíacos: • Sopros são vibrações causadas por alterações do regime de fluxo sanguíneo através de um vaso ou orifício – sangue muda seu regime • Quanto menor o espaço para o sangue passar, mais ruído terá • Alterações de: o Velocidade (geralmente sempre participa do mecanismo): exercício, anemia, hipertireoidismo e febre ▪ Aumento da velocidade do sangue = mais atrito com as paredes = sopro o Viscosidade: anemia ▪ Redução das células sanguíneas = sangue menos espesso = circula mais rápido o Passagem por uma zona estreitada (entre duas câmaras cardíacas, entre uma câmara e um vaso ou entre dois vasos): estenoses e insuficiências valvares, estenoses vasculares ▪ Área que sangue passar estreitada = mais ruído; ▪ Ex: placa de ateroma na carótida – entre as duas partes do vaso há estreitamento • Quando o fluxo deixa de ser laminar e passa a ser turbilhonar ➢ Regimes de fluxo: • Fluxo laminar: células e seus componentes caminham paralelamente ao vaso, onde a parte central é mais rápida pois tem menos atrito com a parede do vaso, e parte periférica é mais lenta = sempre em lâminas, o que facilita o escoamento do sangue • Obstrução: estenose – faz com que o sangue passe mais lentamente, e como há mais fluxo para passar numa área mais estreita, o fluxo acelera para passar a mesma quantidade de sangue do que na situação normal; passa em velocidade maior, e a pressão após o estreitamento estará baixa = sangue preenche espaço vazio, gerando o turbilhonamento, que faz com que o sangue se choque com a parede do vaso, gerando o sopro ➢ Exemplo prático: • O vermelho mostra que o sangue sobe em direção a parede, e o azul que o sangue se afasta da parede; • A cor que indica a direção; vermelho – tudo na mesma direção • Quando se aproxima da estenose, a característica do fluxo muda – várias cores = mostra como o sangue fica turbilhonado depois da estenose, para preencher a região pós-estenose = isso gera o sopro • ➢ Avaliação semiológica: • Situação no ciclo cardíaco o Sistólicos, diastólicos, sistodiastólicos ou contínuos – importante localizar o sopro para entender daonde surge o ruído • Topografia o Foco onde é mais audível (FM, FAo, FP, FT) • Irradiação o Propagação do som para outra região o EX: A valva aórtica fica muito perto das carótidas, sopro das valvas aórticas tendem a irradiar paraas carótidas; pode irradiar para o dorso • Intensidade o Classificada em “+” (1 a 6 +) • Timbre e tonalidade o Aspirativo (sugando), ejetivo, piante (musical) • Modificação com manobras (respiração, musculares) e com a posição ➢ Intensidade dos sopros: • +/+6: Muito leve, dificilmente audível • +2/+6: Leve, mas facilmente audível • +3/+6: Alto, sem frêmito • +4/+6: Muito alto, com frêmito • +5/+6: Muito alto, audível com o estetoscópio parcialmente encostado na pele • +6/+6: Muito intenso, audível mesmo com o estetoscópio completamente desencostado da pele o Obs.: frêmito é a sensação tátil da vibração; se o som for muito intenso ele produz a vibração na mão; o Até 3+ não tem frêmito; 4 para cima tem frêmito ➢ Sopros sistólicos: • Estenose aórtica ou pulmonar → ejetivos • Insuficiência mitral ou tricúspide → regurgitativos – as válvulas impedem que sangue retorne para átrio, mas a insuficiência faz com que sangue retorne, gerando esse tipo de sopro • Início logo após a B1 e término antes da B2 • Geralmente são mais intensos que os diastólicos • Estenose aórtica o Abertura incompleta da valva aórtica o Holossistólico mas cresce e decresce, onde é mais intenso na mesossístole; sopro em diamante – aumenta e diminui; o A pressão do ventrículo aumenta gradativamente; quando a válvula aórtica se abre o sangue passa aos poucos, a maior força de contração é no meio da sua contração, pois quando ele está totalmente cheio ele não tem tanta força; no meio da sístole é quando consegue empurrar com maior velocidade o sangue o Mais intenso em foco aórtico e aórtico acessório o Em “diamante” ou em crescendo-decrescendo o Irradiado para a reg. cervical (carótidas) o Causas: degenerativa (mais comum; ocorre na faixa dos 70/80 anos – deposição de gordura, cálcio = dificuldade de abrir), doença reumática (febre reumática é uma doença sistêmica que compromete as valvas), malformação congênita (bicúspide – em vez de ter 3 folhetos, ela tem 2 que abrem com dificuldade) o Associado a: ▪ Sintomas de angina, síncope e dispneia ▪ Pulso de amplitude reduzida ou anacrótico ▪ Ictus propulsivo, que pode estar desviado (presença de hipertrofia) • Estenose aórtica – detalhes... o Alterações com manobras: ▪ Reduzem o sopro: inspiração profunda, hand-grip – força de contração da mão – cria resistência arterial aumentada, o que transmite para vasos maiores pressão aumentada, igualando mais ou menos ventrículo contraído e aorta - pressão aumentada na aorta = pressão mais próxima a do ventrículo, logo, a diferença de pressão diminui, e a velocidade do sangue diminui; na inspiração diminui a quantidade de sangue chegando no VE ▪ Aumentam o sopro: exercício físico, posição súbita de pé o Quanto pior a estenose (menor o orifício) maior o sopro ▪ Reduz nos casos muito graves o Foco aórtico: doenças da valva aórtica // Aórtico acessório: doenças da aorta o Sopro de Gallavardin: sopro piante (musical) no foco mitral • Insuficiência mitral o Fechamento incompleto da valva mitral o Mais intenso em foco mitral o Inicia junto com a B1, geralmente holossistólico o Irradiação para a axila o Causas: doença reumática, prolapso da valva mitral, infarto do miocárdio o Associado a: ▪ Sintomas de dispneia, ortopneia ▪ Congestão pulmonar ▪ Ictus difuso e desviado (para esquerda), e B3 na presença de dilatação: dilatação do ventrículo, por conta da sobrecarga de volume • • Insuficiência mitral – detalhes... o Alterações com manobras: ▪ Diminuem o sopro: ficar de pé rapidamente, manobra de Valsalva – manobra é a força de expansão do abdômen, como se fosse uma força soprando contra uma resistência; pedir para paciente assoprar no dorso da mão – quando ele faz força, ele cria uma pressão positiva no tórax, e isso reduz a quantidade de sangue nos ventrículos, logo, menos sangue é ejetado, e menos sangue estará disponível para refluir, o que reduz o sopro ▪ Aumentam o sopro: posição de cócoras, hand-grip (exercício isométrico) • Hand-grip: exercício isométrico de contração – cria resistência para o sangue sair, logo, o ventrículo fica mais cheio e faz mais força para mandar sangue pela aorta; logo, aumenta o sopro o Prolapso da valva mitral: sopro principalmente telessistólico o IM aguda: sopro protossistólico – ventrículo contrai e muito sangue volta para o átrio; o Sopro circular de Miguel Couto: ▪ IM crônica ▪ Irradiação em faixa para axila e dorso – circula o tórax • Insuficiência tricúspide o Fechamento incompleto da valva tricúspide – quando VD contrai ocorre refluxo o Mais audível no foco tricúspide o Sopro holossistólico de alta frequência o Aumenta com a inspiração profunda (manobra de Rivero-Carvallo) – manobra de inspiração profunda; inspiração profunda aumenta retorno venoso = aumenta sopro do lado direito; o Se grave, pode haver pulsação sistólica do fígado • Estenose pulmonar o Semelhante à aórtica, mas mais audível no foco pulmonar o Aumenta com a inspiração profunda – aumento do retorno venoso = aumento do sopro ➢ Sopros diastólicos: • Estenose mitral o Abertura incompleta da valva mitral o Mais intenso em foco mitral o Sopro diastólico em “ruflar” com reforço pré-sistólico: ruflar – barulho do bater de asa de pássaros; átrio contrai = aumento temporário do sopro o Causas: doença reumática (mais comum), síndrome carcinoide, lúpus, artrite reumatoide o Associado a: ▪ Dispneia, ortopneia, fibrilação atrial ▪ B1 hiperfonética – se tem mais sangue circulando no lado esquerdo, e a válvula é endurecida, quando ela fechar, ela fecha mais rigorosamente = ruído ▪ Estalido de abertura mitral – por ela ser mais espessa o Modificações: ▪ Aumenta com exercício (mais sangue circulando do lado esquerdo) e com a expiração ▪ Reduz com a inspiração • Insuficiência aórtica o Fechamento incompleto da valva aórtica o Mais intenso em foco aórtico – mais protodiastólico, pois quando aorta se fecha sua pressão está alta; se ela se fecha incompletamente, mais sangue passa por essa falha o Sopro diastólico de alta frequência, aspirativo, decrescente, irradiado para a ponta o Causas: doença reumática, lúpus, aterosclerose, endocardite. o Diversos sinais semiológicos associados, periféricos e cardíacos • • Sinais semiológicos da insuficiência aórtica o PA divergente (aumento PAs e redução PAd) o Pulso célere ou em “martelo d’água” – pulso que sobe rápido e diminui rápido o Pulsação visível das carótidas (“dança arterial”) o Sopro de Austin-Flint ▪ Sopro diastólico de baixa intensidade, audível no ápice do VE (que coincide com o ictus e foco mitral), gerado pelo impacto do jato da insuficiência aórtica sobre a valva mitral – quando o sangue volta da aorta para ventrículo, isso produz uma dificuldade para mitral se abrir o Pulso capilar de Quincke ▪ Pulsação na base das unhas com a leve compressão o Sinal de Musset – sístole alta e diástole baixa ▪ Pulsação da cabeça com os batimentos cardíacos o Sinal de Müller ▪ Pulsação da úvula o Sinal de Minervini ▪ Pulsação da base da língua o Sinal de Traube ▪ Ruído sistólico e diastólico auscultado nas artérias femorais (pistol shot) – gerado pelo fluxo passando mais rápido o Sinal de Duroziez ▪ Sopro auscultado à compressão da artéria femoral ➢ Sopros não valvares: • Estenoses vasculares: sangue passa em turbulência • • Fístula arteriovenosa: atalho direto de veia calibrosa para artéria calibrosa – sopro bastante intenso • Cardiopatias congênitas: o Mais comuns: Comunicação interatrial (CIA), comunicação interventricular (CIV), persistência do canal arterial (PCA), estenose pulmonar e tetralogia de Fallot o CIA ▪ Comunicação entre os átrios ▪ Shunt (desvio) E-D → hiperfluxo nas câmaras direitas e circulação pulmonar; átrio esquerdo trabalha com pressões maiores que o direito, logo, sangue tende a ir de onde tem maispressão para onde tem menos pressão ▪ Sopro sistólico de ejeção no foco pulmonar, de pequena intensidade ▪ Desdobramento constante e fixo da B2 no foco pulmonar o CIV ▪ Comunicação entre os ventrículos ▪ Shunt E-D ▪ Sopro holossistólico de regurgitação no 4º / 5 EICE (entre os FM e FT), irradiando para o hemitórax D ▪ Hiperfonese de B2 (hipertensão pulmonar) o PCA ▪ Canal arterial continua aberto após o nascimento – canal no feto que liga aorta com artéria pulmonar ▪ Sopro contínuo, sistodiastólico (em “maquinaria”), no 1º e 2º EICE (onde fica o canal arterial), que reduz com a inspiração – pois a pressão da aorta é maior que a pressão pulmonar, tanto na sístole quanto na diástole ▪ Inspirar profundamente = mais pressão na artéria pulmonar = pressões entre aorta e pulmonar estão mais parecidas, logo, menos sangue desvia da aorta para a pulmonar ▪ Geralmente esse sopro irradia para o tórax
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