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Exame físico cardiovascular - ausculta cardíaca, bulhas e sopros

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Exame físico 
cardiovascular: 
Ausculta cardíaca normal, bulhas acessórias e sopros 
cardíacos
O estetoscópio: 
• Ausculta imediata (feita com o ouvido no tórax do paciente) X mediada (mediada por aparelho que 
auxilia na escuta) 
• Hastes levemente voltadas para frente para entrar no ângulo certo no ouvido 
• Olivas tem que ser confortáveis 
 
• Receptores ou cabeça: 
o Campânula: sons de baixa frequência – mais graves, como bulhas cardíacas; amplifica o som 
transmitido 
o Diafragma: membrana que capta sons de alta frequência com maior sensibilidade – maioria 
dos sopros; disco com membrana sobreposta; bom em todos os usos 
o Diafragma ajustável: frequência de acordo com a pressão aplicada; multiuso 
 
Método de ausculta: 
• Ambiente silencioso (quando possível) 
• Posição do paciente 
o Decúbito dorsal – som mediano para todas as estruturas do precórdio 
o Sentado 
o Decúbito lateral esquerdo – braço apoiado sobre cabeça; aproximação da ponta do coração 
sobre o tórax – amplia os sons da ponta do coração (valva mitral/tricúspide) 
o Debruçado sobre o leito – aproxima mais a base do coração ao tórax 
• Examinador ao lado direito do paciente – colocando esteto do lado direito temos mais firmeza no 
coração e no tórax; quanto menor força menos ruído para o esteto e mais claro o som passado; o 
diafragma capta muitos ruídos quando movimentamos muito 
• Receptor levemente aplicado diretamente sobre a pele – não pode ser sobre a roupa, pois a roupa 
fricciona e gera ruídos que atrapalham a ausculta 
• 
Focos de ausculta: 
• Foco mitral: 
o 5º espaço intercostal E, linha hemiclavicular; coincide com ictus cordis; próximo ao mamilo 
• Foco aórtico: 
o 2º espaço intercostal D, justaesternal; ao lado do esterno; pega sons da valva aórtica; fica 
mais próximo da valva aórtica – capta sons da valva de forma mais clara 
• Foco pulmonar: 
o 2º espaço intercostal E, justaesternal; próximo ao esterno; 
• Foco tricúspide 
o Levemente à esquerda da base do apêndice xifoide 
• Foco aórtico acessório: 
o 3º / 4º espaço intercostal, reg. paraesternal E; capta sons da aorta também 
• Obs: Manter sempre uma ordem (ex: M (mitral) – Ao (foco aórtico) – P (pulmonar) – T (tricúspide)) 
 
Fases do ciclo cardíaco: 
 
• B1 – formada pelo fechamento das válvulas mitral e tricúspide; pressão do ventrículo rapidamente se 
eleva (contração); TUM; contração isovolumétrica – fase em que a válvula mitral se fechou e aórtica 
ainda não abriu 
• Ejeção ventricular rápida – ventrículo em sístole e sangue sai rapidamente; começa quando a 
pressão do ventrículo ultrapassa a da aorta 
• Ejeção ventricular lenta – sangue sai com mais lentidão, até que no final da ejeção o ventrículo; 
começa a relaxar, e a pressão cai; a pressão cai abaixo da aorta, e a válvula aórtica se fecha = B2 
(fechamento das semilunares na diástole ventricular; relaxamento isovolumétrico) 
• O ruído entre B1 e B2 é sístole; entre B2 e B1 é diástole 
• Enchimento ventricular rápido – átrio despeja sangue dentro do ventrículo; ventrículo faz pressão 
negativa e o sangue despenca no ventrículo; 
• Enchimento ventricular lento – pressão vai se igualando 
• Sístole atrial – para empurrar resto do sangue ao ventrículo; paciente com fibrilação atrial não tem 
prejuízo muito grande da função do coração, pois o átrio empurra apenas uma pequena parcela do 
sangue 
Bulhas cardíacas: 
• B1 → Fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) – “TUM” 
• Mais audível no foco mitral 
• Coincide com o ictus e o pulso carotídeo 
• Timbre mais grave e duração pouco maior que B2 – pois atrioventriculares são valvas maiores que 
semilunares 
• Componente mitral antecede o tricúspide – pois o VE tem sistema de condução elétrico mais 
desenvolvido, e isso faz com que comece a sístole um pouco antes 
 
• B2 → Fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar) – “TA” 
• Mais audível nos focos da base, porém o componente pulmonar está restrito ao foco pulmonar 
• Timbre mais agudo, “seco” 
• Componente aórtico antecede o pulmonar – VE contrai um pouco antes que o direito 
Alterações de ritmo: 
• Taquicardia: FC > 100 bpm 
• Bradicardia: FC < 60 bpm 
• Arritmia sinusal: variação da FC com a respiração 
o Aumento na inspiração e redução na expiração – expirar (diminui FC), inspirar (aumenta 
FC); inspirar – aumenta quantidade de sangue no coração; expirar – coração diminui 
frequência 
o Fisiológica em crianças e jovens 
• Extrassístoles 
o Batimento prematuro (surge com intervalo menor que o normal), geralmente seguido de 
uma pausa compensatória 
o Isoladas ou agrupadas (bigeminismo, trigeminismo etc) 
o Batimento que aparece muito próximo do anterior – não tem tempo suficiente para encher 
o ventrículo, então a onda de pulso na periferia é fina 
o TUM TUM TU TUM – normal/alterado 
• Fibrilação atrial 
o Total irregularidade de batimentos cardíacos 
o Átrios não tem atividade elétrica coordenada – átrio fibrila 
o No pulso é difícil de sentir os batimentos 
o Contagem de FC mais fidedigna na ausculta 
Localização dos eventos no ciclo: 
• Sístole 
o Protossístole – terço inicial da sístole 
o Mesossístole – terço médio 
o Telessístole – terço final 
o Holossístole – toda a sístole 
• Diástole 
o Protodiástole – terço inicial 
o Mesodiástole – terço médio 
o Telediástole – terço final 
o Holodiástole – toda a diástole 
 
• Exemplos: 
 
Bulhas acessórias: ritmos tríplices: 
➢ B3: 
• Gerada pela vibração da parede ventricular subitamente distendida pelo sangue no enchimento 
ventricular rápido 
• Ocorre logo depois de B2; quando o ventrículo relaxa e a válvula mitral se abre o sangue cai 
com muita força, pois a diferença de pressão é grande; quando o sangue entra no ventrículo ele 
bate na parede, gerando B3; 
• Ruído protodiastólico de baixa frequência 
• Mais audível no FM em decúbito lateral esquerdo, com a campânula – pois assim que a mitral se 
abre o sangue bate com força na parede; ausculta em paciente com decúbito lateral esquerdo o 
foco mitral = som melhor 
• Pode ser fisiológica em crianças e adultos jovens – por conta da complacência do coração 
• Em situações de dilatação ventricular – pós infarto, miocardiopatia, lesões das válvulas que geram 
sobrecarga de volume e dilatação = B3 patológica 
• “Ritmo de galope” → B3 patológica 
o Situações de sobrecarga de volume e/ou disfunção sistólica do VE 
o Ex.: Insuficiência mitral, comunicação interatrial e interventricular (shunt E-D), 
miocardiopatias, dilatação ventricular 
o Semelhante à fisiológica → depende de outros sinais de patologia cardíaca 
 
• No início da diástole, na fase de enchimento rápido → O sangue se choca com velocidade contra a 
parede do VE dilatado 
 
➢ B4: 
• Gerada pelo choque do fluxo sanguíneo mobilizado pela contração atrial de encontro ao sangue já 
presente no interior do ventrículo 
• Quando o átrio contrai, ele choca esse sangue contra o que já está no ventrículo – barulho antes do 
início da sístole, antes de B1 
• Ruído telediastólico (ou pré-sistólico) de fraca intensidade 
• Raramente fisiológica em crianças 
• Nunca presente na fibrilação atrial! 
• B4 patológica 
o Gerada pela redução da complacência ventricular (dificuldade de relaxamento) – quando o 
ventrículo encher ele deve permitir que o sangue entre; ventrículo “duro” = redução da 
complacência – isso ocorre quando sua parede fica muito grossa – ao longo do tempo ao 
receber pressão alta, ele começa a se espessar = hipertensão arterial sistêmica não 
controlada, o que submete o VE a uma sobrecarga de pressão 
o A primeira coisa que se altera no miocárdio ao ficar isquêmico é a perda de sua capacidade 
de relaxar; dor torácica = IAM = primeira alteração do exame físico é B4 
o Estenose das valvas aórtica e pulmonar, hipertensão arterial grave, hipertrofia do VE, 
isquemia miocárdica 
 
• No final da diástole, na fase de contração atrial → Aumento súbito de pressão para dentro de um VEjá cheio e com paredes duras (que não relaxam) 
Alterações das bulhas: 
• Intensidade: 
o Hiperfonese de B1 (som aumentado) 
▪ Taquicardia, hipertireoidismo, extrassístoles, após exercício: valvas AV bem abertas 
quando começam o fechamento → fecham mais rápido e com maior ruído 
▪ Valva AV fecha com mais força 
▪ Extrassístole – intervalo curto entre sístoles; depois há período compensatório, 
onde o ventrículo se enche mais, e na próxima contração o ruído é mais intenso 
▪ Aumento de pressão das cavidades (p. ex.: estenose mitral): maior abertura na 
diástole; quando o ventrículo relaxa, a mitral se abre muito, logo, mais força é 
requerida para que feche depois 
▪ Valvas espessadas, “duras” (p. ex.: febre reumática) – ruído mais hiperfonético 
 
o Hipofonese de B1 (som diminuído) 
▪ Valva se fecha mais lentamente; mitral vai relaxando; mais fraqueza na contração = 
B1 menos rigorosa 
▪ Bradicardia: ao fim da diástole, pelo maior enchimento, as valvas já estão quase 
fechadas → menor ruído 
▪ Infarto do miocárdio extenso, insuficiência cardíaca grave: menor força de 
contração → Fechamento mais lento e com menor força 
▪ Valvas muito calcificadas, com movimentação reduzida 
▪ Derrame pericárdico: interfere na transmissão dos ruídos intracardíacos; também 
ocorre na obesidade e no enfisema pulmonar 
• Intensidade: 
o Hiperfonese de B2 
▪ Aumento do débito cardíaco (comunicação interatrial, p.ex.) 
▪ Aumento da pressão na aorta (hipertensão arterial sistêmica): VAo fecha com mais 
força → hiperfonese de A2 
▪ Aumento da pressão da artéria pulmonar (hipertensão pulmonar): hiperfonese de 
P2; 
▪ P2 > A2: B2 no foco pulmonar mais intensa que no aórtico 
▪ Componente pulmonar acaba sendo mais intenso que o aórtico = na hipertensão 
pulmonar 
 
o Hipofonese de B2 
▪ Valvas com mobilidade reduzida (calcificadas ou fundidas) 
▪ Hipotensão arterial grave, baixo débito cardíaco: valvas abrem menos 
▪ Fatores que atrapalham a transmissão do ruído (obesidades, DPOC) 
Desdobramento das bulhas: 
• Quando os componentes que deveriam ser simultâneos (fechamento M e T; Ao e P) ocorrem 
separados 
• Desdobramento fisiológico de B2 
o Na expiração as valvas se fecham simultaneamente → ruído único 
o Na inspiração, o componente pulmonar atrasa – a pressão negativa puxa o sangue para o 
coração; inspiração mais profunda – parte direita do coração se enche mais (mais sangue) = 
tempo maior para esvaziar, logo, o componente pulmonar se fecha depois 
▪ Aumento do retorno venoso → aumento de volume do VD → maior tempo de 
ejeção 
o Comum em crianças, variável em adultos 
o Audível somente no foco pulmonar 
 
➢ Desdobramento fisiológico de B2: 
• 
➢ Desdobramentos patológicos de B2: 
• Desdobramento constante e variável 
o Bloqueio de ramo direito: 
▪ Atraso no estímulo elétrico ao VD → contração atrasada de VD → atraso 
no fechamento da valva pulmonar 
o Estenose pulmonar: esvaziamento mais lento; demora mais para fechar 
o Aumenta na inspiração 
 
• Desdobramento fixo 
o Comunicações interatrial e interventricular: 
▪ Sobrecarga de volume das cavidades direitas 
▪ Mais volume → demora mais tempo para esvaziar → valva pulmonar se 
fecha após a aórtica 
o Não varia com a respiração: Inspiração= maior retorno venoso – menos sangue 
atravessa do lado esquerdo para direito // expiração= maior shunt – mais sangue 
passa do lado esquerdo para direito, pois lado direito fica com menos sangue 
o Coração vai se dilatando para acomodar a sobrecarga de sangue, o que predispõe 
a insuficiência cardíaca 
 
• Desdobramento paradoxal (invertido) 
o Bloqueio importante de ramo esquerdo 
▪ Atraso no estímulo ao VE → contração de VE atrasada → atraso no 
fechamento da valva aórtica 
o Estenose aórtica grave 
o Surge na expiração e desaparece na inspiração: inspiração alentece 
fisiologicamente a pulmonar – pulmonar fecha antes e lado esquerdo tem 
dificuldade de fechar; ao inspirar, a aórtica atrasada se iguala com a pulmonar que 
geralmente é mais lenta 
Outros sons: 
➢ Estalidos ou cliques: 
 Importante definir sua posição no ciclo cardíaco (sistólico, diastólico / proto, meso e tele) 
• Valva espessada = dificuldade de abrir = estalido 
• Estalido diastólico de abertura da valva mitral (ou tricúspide): 
o Na estenose mitral (valva espessada e com aumento de pressão do AE), a valva se 
abre vigorosamente, produzindo um estalido. 
o Mais audível em decúbito lateral esquerdo, em foco mitral e 3º e 4º EICE 
o Protodiastólico 
• Estalido protossistólico (pulmonar e aórtico): 
o Ruídos de ejeção: súbita ejeção de sangue para os vasos da base (estenose 
pulmonar/aórtica, dilatação pulmonar/aórtica, CIA, hipertensão pulmonar) 
o Som agudo (diferente do desdobramento de B1) 
o Relacionado mais com a abertura da valva 
• Clique sistólico (meso/telessistólico) 
o Relacionado mais com o fechamento da valva 
o Som agudo, seco, variando com a respiração 
o Prolapso das valvas mitral (principalmente) ou tricúspide – situação em que a valva 
ao invés de se fechar naturalmente, um lado dela prolapsa, e isso faz o ruído 
 
➢ Atrito pericárdico 
• Ruído gerado pelo atrito entre os folhetos visceral e parietal do pericárdio quando ásperos e 
espessos → pericardite fibrinosa 
o Som de rangido de “couro novo” 
• Não coincide com nenhuma das fases do ciclo cardíaco – aparece na sístole e diástole 
• Alterado com a mudança de decúbito – pois muda a posição do coração dentro do saco 
pericárdico 
• Desaparece com o derrame pericárdico (os folhetos se afastam) – atrito some, pois o líquido 
excessivo impede isso 
Sopros cardíacos: 
• Sopros são vibrações causadas por alterações do regime de fluxo sanguíneo através de um vaso ou 
orifício – sangue muda seu regime 
• Quanto menor o espaço para o sangue passar, mais ruído terá 
• Alterações de: 
o Velocidade (geralmente sempre participa do mecanismo): exercício, anemia, hipertireoidismo 
e febre 
▪ Aumento da velocidade do sangue = mais atrito com as paredes = sopro 
o Viscosidade: anemia 
▪ Redução das células sanguíneas = sangue menos espesso = circula mais rápido 
o Passagem por uma zona estreitada (entre duas câmaras cardíacas, entre uma câmara e um 
vaso ou entre dois vasos): estenoses e insuficiências valvares, estenoses vasculares 
▪ Área que sangue passar estreitada = mais ruído; 
▪ Ex: placa de ateroma na carótida – entre as duas partes do vaso há estreitamento 
• Quando o fluxo deixa de ser laminar e passa a ser turbilhonar 
 
➢ Regimes de fluxo: 
 
• Fluxo laminar: células e seus componentes caminham paralelamente ao vaso, onde a parte central é 
mais rápida pois tem menos atrito com a parede do vaso, e parte periférica é mais lenta = sempre 
em lâminas, o que facilita o escoamento do sangue 
• Obstrução: estenose – faz com que o sangue passe mais lentamente, e como há mais fluxo para 
passar numa área mais estreita, o fluxo acelera para passar a mesma quantidade de sangue do que 
na situação normal; passa em velocidade maior, e a pressão após o estreitamento estará baixa = 
sangue preenche espaço vazio, gerando o turbilhonamento, que faz com que o sangue se choque 
com a parede do vaso, gerando o sopro 
 
➢ Exemplo prático: 
• O vermelho mostra que o sangue sobe em direção a parede, e o azul que o sangue se 
afasta da parede; 
• A cor que indica a direção; vermelho – tudo na mesma direção 
• Quando se aproxima da estenose, a característica do fluxo muda – várias cores = mostra 
como o sangue fica turbilhonado depois da estenose, para preencher a região pós-estenose 
= isso gera o sopro 
• 
➢ Avaliação semiológica: 
• Situação no ciclo cardíaco 
o Sistólicos, diastólicos, sistodiastólicos ou contínuos – importante localizar o sopro para 
entender daonde surge o ruído 
• Topografia 
o Foco onde é mais audível (FM, FAo, FP, FT) 
• Irradiação 
o Propagação do som para outra região 
o EX: A valva aórtica fica muito perto das carótidas, sopro das valvas aórticas tendem a irradiar 
paraas carótidas; pode irradiar para o dorso 
• Intensidade 
o Classificada em “+” (1 a 6 +) 
• Timbre e tonalidade 
o Aspirativo (sugando), ejetivo, piante (musical) 
• Modificação com manobras (respiração, musculares) e com a posição 
 
➢ Intensidade dos sopros: 
• +/+6: Muito leve, dificilmente audível 
• +2/+6: Leve, mas facilmente audível 
• +3/+6: Alto, sem frêmito 
• +4/+6: Muito alto, com frêmito 
• +5/+6: Muito alto, audível com o estetoscópio parcialmente encostado na pele 
• +6/+6: Muito intenso, audível mesmo com o estetoscópio completamente desencostado da pele 
o Obs.: frêmito é a sensação tátil da vibração; se o som for muito intenso ele produz a 
vibração na mão; 
o Até 3+ não tem frêmito; 4 para cima tem frêmito 
 
➢ Sopros sistólicos: 
• Estenose aórtica ou pulmonar → ejetivos 
• Insuficiência mitral ou tricúspide → regurgitativos – as válvulas impedem que sangue retorne para 
átrio, mas a insuficiência faz com que sangue retorne, gerando esse tipo de sopro 
• Início logo após a B1 e término antes da B2 
• Geralmente são mais intensos que os diastólicos 
 
• Estenose aórtica 
o Abertura incompleta da valva aórtica 
o Holossistólico mas cresce e decresce, onde é mais intenso na mesossístole; sopro em 
diamante – aumenta e diminui; 
o A pressão do ventrículo aumenta gradativamente; quando a válvula aórtica se abre o sangue 
passa aos poucos, a maior força de contração é no meio da sua contração, pois quando ele 
está totalmente cheio ele não tem tanta força; no meio da sístole é quando consegue 
empurrar com maior velocidade o sangue 
o Mais intenso em foco aórtico e aórtico acessório 
o Em “diamante” ou em crescendo-decrescendo 
o Irradiado para a reg. cervical (carótidas) 
o Causas: degenerativa (mais comum; ocorre na faixa dos 70/80 anos – deposição de gordura, 
cálcio = dificuldade de abrir), doença reumática (febre reumática é uma doença sistêmica 
que compromete as valvas), malformação congênita (bicúspide – em vez de ter 3 folhetos, 
ela tem 2 que abrem com dificuldade) 
o Associado a: 
▪ Sintomas de angina, síncope e dispneia 
▪ Pulso de amplitude reduzida ou anacrótico 
▪ Ictus propulsivo, que pode estar desviado (presença de hipertrofia) 
 
• Estenose aórtica – detalhes... 
o Alterações com manobras: 
▪ Reduzem o sopro: inspiração profunda, hand-grip – força de contração da mão – 
cria resistência arterial aumentada, o que transmite para vasos maiores pressão 
aumentada, igualando mais ou menos ventrículo contraído e aorta - pressão 
aumentada na aorta = pressão mais próxima a do ventrículo, logo, a diferença de 
pressão diminui, e a velocidade do sangue diminui; na inspiração diminui a 
quantidade de sangue chegando no VE 
▪ Aumentam o sopro: exercício físico, posição súbita de pé 
o Quanto pior a estenose (menor o orifício) maior o sopro 
▪ Reduz nos casos muito graves 
o Foco aórtico: doenças da valva aórtica // Aórtico acessório: doenças da aorta 
o Sopro de Gallavardin: sopro piante (musical) no foco mitral 
 
• Insuficiência mitral 
o Fechamento incompleto da valva mitral 
o Mais intenso em foco mitral 
o Inicia junto com a B1, geralmente holossistólico 
o Irradiação para a axila 
o Causas: doença reumática, prolapso da valva mitral, infarto do miocárdio 
o Associado a: 
▪ Sintomas de dispneia, ortopneia 
▪ Congestão pulmonar 
▪ Ictus difuso e desviado (para esquerda), e B3 na presença de dilatação: dilatação do 
ventrículo, por conta da sobrecarga de volume 
• 
• Insuficiência mitral – detalhes... 
o Alterações com manobras: 
▪ Diminuem o sopro: ficar de pé rapidamente, manobra de Valsalva – manobra é a 
força de expansão do abdômen, como se fosse uma força soprando contra uma 
resistência; pedir para paciente assoprar no dorso da mão – quando ele faz força, 
ele cria uma pressão positiva no tórax, e isso reduz a quantidade de sangue nos 
ventrículos, logo, menos sangue é ejetado, e menos sangue estará disponível para 
refluir, o que reduz o sopro 
▪ Aumentam o sopro: posição de cócoras, hand-grip (exercício isométrico) 
• Hand-grip: exercício isométrico de contração – cria resistência para o 
sangue sair, logo, o ventrículo fica mais cheio e faz mais força para mandar 
sangue pela aorta; logo, aumenta o sopro 
o Prolapso da valva mitral: sopro principalmente telessistólico 
o IM aguda: sopro protossistólico – ventrículo contrai e muito sangue volta para o átrio; 
o Sopro circular de Miguel Couto: 
▪ IM crônica 
▪ Irradiação em faixa para axila e dorso – circula o tórax 
 
• Insuficiência tricúspide 
o Fechamento incompleto da valva tricúspide – quando VD contrai ocorre refluxo 
o Mais audível no foco tricúspide 
o Sopro holossistólico de alta frequência 
o Aumenta com a inspiração profunda (manobra de Rivero-Carvallo) – manobra de inspiração 
profunda; inspiração profunda aumenta retorno venoso = aumenta sopro do lado direito; 
o Se grave, pode haver pulsação sistólica do fígado 
 
• Estenose pulmonar 
o Semelhante à aórtica, mas mais audível no foco pulmonar 
o Aumenta com a inspiração profunda – aumento do retorno venoso = aumento do sopro 
 
➢ Sopros diastólicos: 
 
• Estenose mitral 
o Abertura incompleta da valva mitral 
o Mais intenso em foco mitral 
o Sopro diastólico em “ruflar” com reforço pré-sistólico: ruflar – barulho do bater de asa de 
pássaros; átrio contrai = aumento temporário do sopro 
o Causas: doença reumática (mais comum), síndrome carcinoide, lúpus, artrite reumatoide 
o Associado a: 
▪ Dispneia, ortopneia, fibrilação atrial 
▪ B1 hiperfonética – se tem mais sangue circulando no lado esquerdo, e a válvula é 
endurecida, quando ela fechar, ela fecha mais rigorosamente = ruído 
▪ Estalido de abertura mitral – por ela ser mais espessa 
o Modificações: 
▪ Aumenta com exercício (mais sangue circulando do lado esquerdo) e com a 
expiração 
▪ Reduz com a inspiração 
 
• Insuficiência aórtica 
o Fechamento incompleto da valva aórtica 
o Mais intenso em foco aórtico – mais protodiastólico, pois quando aorta se fecha sua pressão 
está alta; se ela se fecha incompletamente, mais sangue passa por essa falha 
o Sopro diastólico de alta frequência, aspirativo, decrescente, irradiado para a ponta 
o Causas: doença reumática, lúpus, aterosclerose, endocardite. 
o Diversos sinais semiológicos associados, periféricos e cardíacos 
• 
 
• Sinais semiológicos da insuficiência aórtica 
o PA divergente (aumento PAs e redução PAd) 
o Pulso célere ou em “martelo d’água” – pulso que sobe rápido e diminui rápido 
o Pulsação visível das carótidas (“dança arterial”) 
o Sopro de Austin-Flint 
▪ Sopro diastólico de baixa intensidade, audível no ápice do VE (que coincide com o 
ictus e foco mitral), gerado pelo impacto do jato da insuficiência aórtica sobre a 
valva mitral – quando o sangue volta da aorta para ventrículo, isso produz uma 
dificuldade para mitral se abrir 
 
o Pulso capilar de Quincke 
▪ Pulsação na base das unhas com a leve compressão 
o Sinal de Musset – sístole alta e diástole baixa 
▪ Pulsação da cabeça com os batimentos cardíacos 
o Sinal de Müller 
▪ Pulsação da úvula 
o Sinal de Minervini 
▪ Pulsação da base da língua 
o Sinal de Traube 
▪ Ruído sistólico e diastólico auscultado nas artérias femorais (pistol shot) – gerado 
pelo fluxo passando mais rápido 
o Sinal de Duroziez 
▪ Sopro auscultado à compressão da artéria femoral 
 
➢ Sopros não valvares: 
• Estenoses vasculares: sangue passa em turbulência 
• 
• Fístula arteriovenosa: atalho direto de veia calibrosa para artéria calibrosa – sopro bastante intenso 
 
• Cardiopatias congênitas: 
o Mais comuns: Comunicação interatrial (CIA), comunicação interventricular (CIV), persistência 
do canal arterial (PCA), estenose pulmonar e tetralogia de Fallot 
o CIA 
▪ Comunicação entre os átrios 
▪ Shunt (desvio) E-D → hiperfluxo nas câmaras direitas e circulação pulmonar; átrio 
esquerdo trabalha com pressões maiores que o direito, logo, sangue tende a ir de 
onde tem maispressão para onde tem menos pressão 
▪ Sopro sistólico de ejeção no foco pulmonar, de pequena intensidade 
▪ Desdobramento constante e fixo da B2 no foco pulmonar 
o CIV 
▪ Comunicação entre os ventrículos 
▪ Shunt E-D 
▪ Sopro holossistólico de regurgitação no 4º / 5 EICE (entre os FM e FT), irradiando 
para o hemitórax D 
▪ Hiperfonese de B2 (hipertensão pulmonar) 
o PCA 
▪ Canal arterial continua aberto após o nascimento – canal no feto que liga aorta com 
artéria pulmonar 
▪ Sopro contínuo, sistodiastólico (em “maquinaria”), no 1º e 2º EICE (onde fica o canal 
arterial), que reduz com a inspiração – pois a pressão da aorta é maior que a 
pressão pulmonar, tanto na sístole quanto na diástole 
▪ Inspirar profundamente = mais pressão na artéria pulmonar = pressões entre aorta 
e pulmonar estão mais parecidas, logo, menos sangue desvia da aorta para a 
pulmonar 
▪ Geralmente esse sopro irradia para o tórax

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