Buscar

116_marx-karl-o-capital-2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

sob circunstâncias adequadas, de converter-se inversamente em fonte
de desenvolvimento humano.301
A necessidade de generalizar a lei fabril de uma lei de exceção
para fiações e tecelagens, estas primeiras formações da empresa me-
canizada, em uma lei de toda a produção social decorre, como se viu,
da marcha histórica de desenvolvimento da grande indústria, em cuja
esteira é completamente revolucionada a estrutura tradicional da ma-
nufatura, do artesanato e do trabalho domiciliar; a manufatura trans-
forma-se continuamente em fábrica, o artesanato em manufatura e,
por fim, as esferas do artesanato e do trabalho domiciliar tornam-se,
em tempo relativo espantosamente curto, antros de miséria, onde cam-
peiam livremente as mais fantásticas monstruosidades da exploração
capitalista. Por fim, são duas as circunstâncias que se tornam decisivas:
primeiro, a experiência, sempre de novo repetida, de que o capital,
assim que fica sujeito ao controle do Estado apenas em alguns pontos
da periferia social, se ressarce tanto mais desmesuradamente nos outros
pontos;302 segundo, o clamor dos próprios capitalistas por igualdade
nas condições de concorrência, isto é, limitações iguais à exploração
do trabalho.303 Ouçamos, a respeito disso, dois gritos do coração. Os
Srs. W. Cooksley (fabricantes de pregos, correntes etc., em Bristol)
introduziram voluntariamente a regulamentação fabril em seu negócio.
“Como o antigo sistema, irregular, continua nas empresas vi-
zinhas, eles ficam expostos à desvantagem de ter seus garotos
de trabalho atraídos (enticed) a continuarem trabalhando noutro
local após as 6 horas da tarde. ‘Isto’, dizem eles naturalmente,
‘é uma injustiça contra nós e uma perda, já que esgota parte da
energia dos garotos, da qual devemos ter pleno usufruto’.”304
O Sr. J. Simpson (Paper-Box Bag Maker,305 Londres) explica aos
comissários da “Child. Empl. Comm.”:
“Ele subscrevia qualquer petição em prol da implantação das
leis fabris. Na atual situação, sempre se sentia intranqüilo à
noite (he always felt restless at night), após fechar sua oficina,
com a preocupação de que outros deixassem trabalhar por mais
tempo, arrebatando-lhe suas encomendas diante de seu nariz”.306
“Seria uma injustiça”, resume a “Child. Empl. Comm.”, “para
com os empregadores maiores que suas fábricas fossem subme-
OS ECONOMISTAS
118
301 O trabalho em fábrica pode ser tão limpo e primoroso quanto o trabalho doméstico, e talvez
até mais. (Reports of Insp. of Fact., 31st Oct. 1865. p. 129.)
302 Loc. cit., pp. 27, 32.
303 Maciças documentações quanto a isso nos Rep. of Insp. of Fact.
304 Child. Empl. Comm., V Report. p. X, nº 35.
305 Fabricante de embalagens de papelão. (N. dos T.)
306 Loc. cit., p. IX, nº 28.

Continue navegando