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tidas à regulamentação, enquanto, em seu próprio ramo de ati- vidade, a pequena empresa não estivesse sujeita a nenhuma li- mitação legal do tempo de trabalho. E, à injustiça decorrente de condições desiguais de concorrência em relação às horas de tra- balho devidas à exclusão das empresas menores, acrescentar-se-ia ainda a desvantagem para os fabricantes maiores de que seu suprimento de trabalho juvenil e feminino seria desviado para as oficinas não sujeitas à legislação. Por outro lado, isso daria estímulo à multiplicação das oficinas menores, que, quase sem exceção, são as menos favoráveis à saúde, conforto, educação e melhoria geral do povo”.307 Em seu relatório final, a “Children’s Employment Commission” propõe que sejam submetidas à lei fabril mais de 1,4 milhão de crianças, pessoas jovens e mulheres, das quais cerca de metade é explorada pela pequena empresa e pelo trabalho domiciliar.308 “Caso”, diz o relatório, “o Parlamento aceitasse nossa proposta em toda sua amplitude, é fora de qualquer dúvida que tal legis- lação exerceria a mais benéfica influência não só sobre os jovens e os fracos, com os quais se ocupa imediatamente, mas sobre a massa ainda maior de trabalhadores adultos que ficariam sob sua ação direta (mulheres) ou indireta (homens). Ela lhes imporia horas regulares e moderadas de trabalho; pouparia e acumularia a reserva de energia física, da qual tanto depende seu próprio bem-estar e o do país; protegeria a geração em crescimento do esforço excessivo em idade imatura, que mina sua constituição e leva à decadência prematura; finalmente, assegurar-lhes-ia — ao menos até os 13 anos de idade — a oportunidade de receberem instrução elementar e acabaria com a incrível ignorância (...) tão fielmente descrita nos relatórios da comissão e que só pode ser encarada com a sensação de máximo sofrimento e um sentimento profundo de degradação nacional.”309 MARX 119 307 Loc. cit., p. XXV, nº 165-167. Cf., sobre as vantagens da grande empresa comparada à pequena empresa, Child. Empl. Comm., III Report., p. 13, nº 144; p. 25, nº 121; p. 26, nº 125; p. 27, nº 140 etc. 308 Os ramos industriais a regulamentar são: manufatura de rendas, tecelagem de meias, entrançamento de palha, manufatura de wearing apparel com suas inúmeras divisões, con- fecções de flores artificiais, indústria de calçados, chapelaria e luvaria, alfaiataria, todas as fábricas metalúrgicas, dos altos-fornos até as fábricas de agulhas etc., fábricas de papel, manufatura de vidro, manufatura de tabaco, fábricas de Indian-rubber, fabricação de liço (para a tecelagem), tecelagem manual de tapetes, manufaturas de guarda-chuvas e som- brinhas, fabricação de fusos e de canilhas, tipografias, encadernação, comércio de artigos de papel (stationery e a correspondente feitura de caixas de papelão, cartões, cores para papéis etc.), cordoaria, manufatura de adornos de azeviche, olarias, manufatura manual de seda, tecelagem de Coventry, salinas, produção de velas e de cimento, refinaria de açúcar, produção de biscoitos, diversas indústrias de madeira e outros trabalhos mistos. 309 Loc. cit., p. XXV, nº 169.
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