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PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL Priscila comprou um carro de Wagner por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para tanto Priscila pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante dividido em nove parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. As parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando Priscila, por ter sido dispensada de seu emprego, não conseguiu arcar com o valor das duas prestações restantes. Priscila entrou em contato com Wagner, diretamente, explicando a situação e informando que iria tentar conseguir o valor restante para quitar o débito, tendo Wagner mencionado que a mesma não se preocupasse e que aguardaria o pagamento das parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi transmitida pelo vendedor à compradora por mensagem de texto. Apesar disso, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, quando Priscila conseguiu um empréstimo com um amigo para quitar as parcelas, ela não conseguiu encontrar Wagner nos endereços onde comumente dava-se a quitação das prestações, a residência ou o local de trabalho de Wagner, ambos na cidade de São Paulo. Priscila soube, no mesmo dia em que não encontrou Wagner, que estava impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor incluíra seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da ausência de pagamento das últimas parcelas. Esperando ver-se livre da restrição, quitando seu débito, Priscila efetuou o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela, em uma agência bancária de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, Wagner, no quinto dia após a ciência, recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário. Como advogado(a) de Priscila, redija a medida processual mais adequada para que a compradora obtenha a quitação do seu débito e tenha, de imediato, retirado seu nome do cadastro do SPC. AO JUÍZO DE DIREITO DA __ª VARA DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP PRISCILA, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora da cédula de identidade RG nº X.XXX.XXX, com endereço eletrônico _____________________, residente e domiciliada na Rua _____________________ nº _______________ na cidade de São Paulo/SP, neste ato representada por seu advogado que ao final subscreve, com escritório profissional no endereço _________________________ na cidade __________, onde recebe intimações, vem mui respeitosamente, com fulcro no art. 335 do CC/02 e no art. 539 do CPC/15, propor a presente, AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face de WAGNER, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portador da cédula de identidade RG nº X.XXX.XXX, com endereço eletrônico _____________________, residente e domiciliado na Rua _____________________ nº _______________ na cidade de São Paulo/SP. I - PRELIMINARMENTE O requerente é pobre no sentido legal do termo, não podendo, portanto, arcar com as despesas do processo, sem se privar do necessário a sua sobrevivência e à sobrevivência de sua família, nos termos da Lei 13.105/2015, artigos 98 e 99. II. DOS FATOS A autora comprou um carro do réu por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para tanto a autora pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante dividido em nove parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. As parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando a autora, por ter sido dispensada de seu emprego (ANEXO I), não conseguiu arcar com o valor das duas prestações restantes. A autora então entrou em contato com o réu, diretamente, explicando a situação e informando que iria tentar conseguir o valor restante para quitar o débito, tendo o réu mencionado que a mesma não deveria se preocupar pois aguardaria o pagamento das demais parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi transmitida pelo vendedor à compradora por mensagem de texto (ANEXO II). Apesar disso, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, quando a autora conseguiu um empréstimo com um amigo para quitar as parcelas, ela não conseguiu encontrar o réu nos endereços onde comumente dava-se a quitação das prestações (ANEXO III), a residência ou o local de trabalho do réu, ambos na cidade de São Paulo. A autora soube, no mesmo dia em que não encontrou o réu, que estava impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor incluiu seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da ausência de pagamento das últimas parcelas. Esperando ver-se livre da restrição, quitando seu débito, a autora efetuou o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela (ANEXO IV), em uma agência bancária de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, o réu, no quinto dia após a ciência, recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário (ANEXO V). III - DO DIREITO A autora apenas quer dar por quitada a sua dívida, e exerce seu direito previsto no artigo 539, §3º da Lei 13.105 de 2015 o qual aduz: “Art. 539… §3º - Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.” Assim como o art. 335, inciso I da Lei 10.406 de 2002, o qual estabelece: “Art. 335. A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;” Somando a isso, a autora solicita a exclusão de seu nome do cadastro negativo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) pois, por este motivo, não consegue se reinserir no mercado de trabalho, além dos demais prejuízos que esse tipo de cadastro acarreta à pessoa. É cabível o pedido de indenização por dano moral neste caso, segundo a súmula 385 do STJ, que, ao ser interpretada por analogia, estabelece que, caso o nome do suposto devedor já não esteja negativado, é cabível a reparação por danos morais, senão vejamos: Súmula 385 do STJ: “Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.” então é notório que cabe o que se pede. IV - DOS PEDIDOS Tendo o exposto e o conteúdo probatório presente nos anexos, a autora requer: a) concessão da gratuidade de justiça, visto que autora não possui condições de prover sustento próprio e de sua família; b) a citação do réu para levantar o depósito feito, no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) ou, querendo, oferecer contestação, segundo o art. 542 da Lei 13.105 de 2015; c) a exclusão do nome da autora, do cadastro do SPC, e indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) com devida aplicação de juros e correção monetária; d) a condenação do réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios no valor de 20% (vinte por cento) do valor da causa, com fulcro no art. 85 da Lei 13.105 de 2015; e) a utilização de todos os meios de prova em direito admitidas, em especial a documental. Atribui-se à causa o valor de R$ 9.000,00 (nove mil reais), como aduz o art. 292 da Lei 13.105 de 2015, em seus incisos V e VI bem como em seu §2º. Nestes termos, pede deferimento. ______________________ Advogado OAB DF XXXXX FICOU COM DÚVIDA? MANDA SUA PERGUNTA AÍ!
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