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Taynah Pinheiro | TVC Medicina Lesõe� Elementare� ASH/NASH/FARMACOLÓGICAS Relembrando … - Localização Situado no hipocôndrio direito, com borda superior na altura da quinta costela e a inferior junto ao rebordo costal, o fígado é mantido em sua posição anatômica pelos pedículos vasculares e pelos ligamentos falciforme, coronário, hepatorrenal, triangular direito e triangular esquerdo. Tais ligamentos representam desdobramentos do peritônio que recobre o órgão em sua maior parte e forma a cápsula de Glisson, que dá consistência e resistência ao parênquima hepático. - Sistema Porta-hepático → Veia porta: é formada pela confluência das veias Mesentérica Superior e Esplênica. Leva para o fígado o sangue proveniente do intestino, portanto, é um importante meio para disseminação de células neoplásicas (metástase). → Veia gástrica esquerda ou coronária drena a porção distal do esôfago e a pequena curvatura, entrando na V. porta em cerca de ⅔ dos casos e o restante drena para a V esplênica. A artéria hepática, ramo do tronco celíaco, fornece sangue com alta tensão de O2, correspondendo a aproximadamente 30 a 40% do volume sanguíneo hepático, sendo os demais 60 a 70% trazidos pela veia porta (formada pelas veias mesentéricas superior e inferior e pela veia esplênica), que drena o sangue proveniente dos intestinos, do pâncreas e do baço. - Funções Hepáticas → Síntese de lipídios, proteínas, fatores de coagulação → Secretora: bilirrubina, lipídeos → Metabólica: colesterol, regulação de carboidratos, proteínas → Imunológica: armazenam substâncias- substância → Depuração de toxinas provenientes da absorção intestinal: estas substâncias são absorvidas pelos enterócitos intestinais, ganham a circulação venosa mesentérica e em seguida a Veia porta, chegando finalmente ao fígado. - Microarquitetura Hepática: baseia-se no modelo lobular. O fígado é dividido em lóbulo orientado em torno dos afluentes terminais da V. hepática com tratos portais na periferia do lóbulo. OBS: em caso de isquemia, a zona 3 do órgão será a mais afetada. ❖ Tríade Portal: - Artéria hepática própria - Veia porta hepática - Ductos hepáticos comum (biliar) Taynah Pinheiro | TVC Medicina CIRROSE HEPÁTICA - É um diagnóstico histológico e ocorre devido a uma constante agressão aos hepatócitos, com consequente formação de nódulos de regeneração e fibrose extensa e difusa do parênquima hepático. - É um processo irreversível - Causas: essas alterações patológicas são a etapa final de muitas condições que lesam o fígado como: ➔ Doença hepática alcoólica ➔ Doença hepática não alcoólica ➔ Hepatites Virais B e C ➔ Hemocromatose ➔ Doença de Wilson ➔ Cirrose biliar primária → O fígado cirrótico tem como característica macroscópica a perda da superfície lisa, formando nódulos (nodularidade difusa na superfície) FIBROSE HEPÁTICA - A constante agressão aos hepatócitos leva à ativação das células estreladas do fígado , por exemplo, a partir de citocinas inflamatórias, que vão ativar genes, envolvidos na produção de fibrina. Essa ativação leva a liberação de colágeno e desarranjo da arquitetura normal do órgão. - A fibrose localiza-se no espaço de disse. O colágeno vai circundando os hepatócitos, formando o que chamamos de nódulos regenerativos. Os hepatócitos são classificados como células estáveis, ou seja, tem capacidade regenerativa importante, mas é preciso um estímulo, por exemplo, o inflamatório. Ao sofrerem a inflamação, ocorre uma atividade proliferativa importante e ao redor desses novos hepatócitos irá ocorrer a deposição de colágeno por conta da ativação das células estreladas. As lesões tóxicas (álcool, gordura, medicamento), também induzem a morte dos hepatócitos. O processo de fibrose tem início na zona 1, no espaço periportal, atingindo todas as regiões depois. A fibrose na zona 1 irá comprimir os vasos da região, diminuindo a irrigação o que irá causar isquemia e necrose nas zonas 2 e 3. Taynah Pinheiro | TVC Medicina DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCÓOLICA - É um distúrbio que leva a esteatose hepática: acúmulo de gordura no tecido hepático. - Pode estar associada à Síndrome Metabólica: obesidade, hipertensão, diabetes e dislipidemia - NASH= non alcoholic steatohepatitis- é considerada uma fase da DHGNA (doença hepática gordurosa não alcoólica) → Macroscopicamente, há hepatomegalia, com aparência amarelada (acúmulo de bilirrubina) e acúmulo de gordura. → Microscopicamente é possível visualizar a distribuição de gordura. → Complicação: a inflamação crônica pode desencadear mutações genéticas, com desenvolvimento de neoplasia. → Fatores de podem contribuir na reversibilidade do caso: dieta; mudança no estilo de vida; exercícios físicos; redução da glicemia DOENÇA HEPÁTICA ALCOÓLICA - Está relacionada ao consumo excessivo de álcool ➢ Até 80 g de álcool (6 cervejas ou 30ml de 40% de teor alcoólico) de 3 a 5 dias: esteatose leve e reversível ➢ Ingestão diária de 80g ou +: risco mais severo ➢ Ingestão de 160 ou mais por 10 ou 20 anos: alta severidade - Fatores que podem influenciar a severidade : Taynah Pinheiro | TVC Medicina ➔ Gênero: as mulheres são mais suscetíveis pois metabolizam menos o álcool - acumulando metabólitos secundários. ➔ Afrodescendentes ➔ Comorbidades: infecção por hepatite C (HCV) e vírus Hepstein - Barr (HBV) ● Patogenia - O álcool é hepatotóxico: a oxidação do álcool gera metabólitos tóxicos como o acetaldeído. Ocorre também a redução de NAD para NADH- que induz a síntese de ácidos graxos no fígado (esteatose). - Outro ponto importante é que a metabolização do etanol ocorre por meio da CYP2E1 que produz EROS que causam peroxidação lipídica das membranas dos hepatócitos: mais lesão hepática. - A própria ação do álcool no intestino libera endotoxinas bacterianas: TNF e citocinas que ativam as células de Kupffer, que irão causar mais lesões no hepatócito. ● Morfologia → Corpúsculo de Mallory-Denk indicado pela seta: é característico da doença hepática alcoólica. É caracterizado pelo acúmulo de proteínas. Isso ocorre pois há um metabólito intermediário do álcool, que é um acetato que irá se acumular. A glutationa (antioxidante) permite a excreção desse acetato metabolizando e tornando-o mais solúvel. Se há excesso da produção do acetato, esgotando o sistema de glutationa, ocorre o acúmulo no interior do hepatócito de proteínas. → Esteato- hepatite alcoólica: diversos hepatócitos balonizados Metabolismo do álcool: existe uma competição entre o NAD,(co-fator) que é importante para o metabolismo lipídico e também para o metabolismo do álcool. O hepatócito ‘’entende’’ que é mais importante usar o NAD para metabolizar o álcool do que metabolizar os lipídeos. Com o consumo do NAD para o metabolismo do álcool, os estoques deste cofator ficam diminuídos, prejudicando o metabolismo dos lipídios. Assim, ocorre acúmulo de triglicerídeos no interior dos hepatócitos, caracterizando a esteatose hepática. → Fibrose: em tom azulado Taynah Pinheiro | TVC Medicina → Extensas faixas de colágeno separam os nódulos cirróticos arredondados. LESÃO HEPÁTICA INDUZIDA POR MEDICAMENTOS E TÓXICOS ● Classificação: A. Previsíveis (intrínseca): afetam todos os indivíduos de modo dose dependente. Ex.: acetaminofeno - insuficiência hepática, depende do sistema citocromo P450 B. Imprevisíveis (idiossincrásicas): raros- dependem de idiossincrasias do hospedeiro: propensão a montar resposta imune ao estímulo antigênico ou taxa de naquele agente pode ser metabolizado.
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