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Gabarito das Autoatividades EDUCAÇÃO AMBIENTAL (GESTÃO AMBIENTAL) 2009/2 Módulo V 3UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L TÓPICO 1 1 Relacione os objetivos da EA. Resposta primeira: o objetivo maior da Educação Ambiental é a formação de um novo olhar do mundo e um pensar diferente, constituinte de uma grande solidariedade planetária, ou seja, o desenvolvimento sustentável que visa à promoção da vida; ao equilíbrio dinâmico; à sensibilidade social e à consciência planetária. Também, a EA tem como objetivo ajudar a sociedade a superar o analfabetismo ambiental. Resposta segunda: a finalidade da EA é edificar os pilares das sociedades sustentáveis que envolvem a colaboração dos sistemas sociais para incorporar a dimensão ambiental nas suas atividades de produção e consumo, nos sistemas jurídicos, que consolidam normas e condutas; e no sistema político cultural, que consolida os espaços democráticos. 2 Explique a importância dos encontros internacionais na promoção da EA. R.: Os encontros internacionais, destacados no Caderno de Estudos, tiveram a importância de definir a abrangência da EA e a difusão de uma proposta que foi gradativamente estruturada, tendo a contribuição de pesquisadores, ambientalistas, ativistas políticos e educadores das mais diversas nações. São estabelecidos os princípios da EA e os espaços escolarizados e não escolarizados responsáveis pela sua promoção. As conferências de Belgrado e de Tiblissi foram um marco na definição da EA como um processo multidisciplinar, permanente, presente em todos os níveis de ensino, inclusive na formação profissional. A proposta de EA é finalizada com as contribuições da Carta da Terra e do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Define a educação como responsável pela formação de cidadãos críticos e atuantes, corresponsáveis pela sustentabilidade planetária. 3 Dê a finalidade do PRONEA. R.: A finalidade da EA, para o PRONEA, é edificar os pilares das sociedades sustentáveis, que envolvem a colaboração dos sistemas sociais para incorporar a dimensão ambiental nas suas atividades de produção e consumo, nos sistemas jurídicos, que consolidam normas e condutas; e no sistema GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL UNIDADE 1 4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L político cultural, que consolida os espaços democráticos e de Educação Ambiental. A atribuição do PRONEA é de articular ações educativas para proteger, recuperar e potencializar a educação que promovam as mudanças culturais e sociais. 4 Escreva sobre a responsabilidade de desenvolver a Educação Ambiental. R.: A competência para implementar as ações de promoção da educação ambiental é de todos os segmentos sociais e esferas do governo. A atribuição do governo federal é de articular ações educativas para proteger, recuperar e potencializar a educação, pormovendo as mudanças culturais e sociais. 5 Por que a Educação Ambiental é mais do que uma disciplina derivada da Biologia? R.: Porque a Educação Ambiental assume sua maioridade em relação à Biologia. As questões ambientais, para serem compreendidas, dependem das contribuições da Física, Química, Biologia e Socioeconomia, entre outras áreas do conhecimento. Constitui-se a leitura dos modos de apropriação social dos recursos naturais, numa perspectiva sistêmica. A perspectiva sistêmica busca identificar todos os componentes da realidade, compreender as interações, retroações, emergências e imposições que ocorrem entre os componentes (MORIN, 1977). A abordagem é adequada para compreender as questões que não estão vinculadas a uma área específica do conhecimento. Refere-se a fenômenos naturais ou sociais que não são somente biológicos, econômicos ou religiosos, mas resultam da interação de todos esses campos. 6 Apresente os princípios que orientam a formação de Sociedades Sustentáveis de Responsabilidade Global. R.: 1. A EA é um direito de todos. Visa formar cidadãos com consciência global e planetária e respeito à soberania dos povos (recupera, reconhece e respeita a história indígena e culturas locais, promovendo a sociobiodiversidade). 2. A base é o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo e lugar (da educação formal à não formal), integrando conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ação. 3. A EA é um ato político e de transformação social, pensamento crítico e inovador. 4. A abordagem é do conhecimento holístico e sistêmico, com caráter multi e interdisciplinar. 5. Os valores a serem preconizados são relativos à solidariedade, igualdade e democracia – como participação equitativa nos processos de decisão política. 6. O objetivo é promover a cultura da paz, da cooperação, do diálogo e 5UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L da austeridade feliz (consiste no atendimento igualitário às necessidades básicas, combatendo a fome de muitos e o consumismo das populações ricas). 7. Estimular a comunicação democrática para a emancipação da informação. 8. Estimular a ética de respeito a todas as formas de vida, respeitando e conservando seus ecossistemas (GADOTTI, 1994). 7 Como você observa, há muitas possibilidades de ação para o gestor ambiental. Porém, muitas empresas públicas e privadas não dispõem de vagas para o gestor ambiental, mesmo cientes da atualidade e urgência da questão. Considerando este fator, quais são as atividades de Educação Ambiental que você pode desempenhar numa secretaria de meio ambiente municipal, tornando visível o seu papel de gestor ambiental? R.: O PRONEA sugere as seguintes formas de atuação para o gestor ambiental: ● Influenciando no planejamento das políticas públicas, tomando parte nos espaços participativos (conselhos, fóruns, comitês). ● Promovendo a transversalidade da questão ambiental, disseminando-a nos diferentes setores da gestão pública e privada (secretarias de obras, turismo, saneamento, saúde, educação, urbanismo, agricultura, indústria e comércio). ● Construindo e implementando a Agenda 21 nas mais diversas esferas de atuação (município, escolas, nações e regiões). ● Estimulando a formação, qualificação e aperfeiçoamento em educação ambiental dos trabalhadores e da população em geral. ● Realizando diagnósticos socioambientais, inserindo matrizes de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais gerados pelos empreendimentos. TÓPICO 2 1 Defina desenvolvimento sustentável. R.: O desenvolvimento sustentável apresenta várias dimensões, conforme Sachs (2000): social (progresso no sentido da equidade e justiça social); cultural (conscientização e valorização dos ecossistemas, a integração dos povos e a não violência); do meio ambiente; de distribuição territorial equilibrada dos assentamentos e atividades humanas; econômica (visando à satisfação das necessidades humanas básicas); política (reconciliando e integrando o desenvolvimento com a conservação da biodiversidade, participação e autonomia). 6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L 2 Dê um conceito de meio ambiente, ressaltando as consequências de uma definição que tende a ignorar a influência humana na transformação do meio ambiente. R.: São muitas as definições de meio ambiente, revelando que há um caráter difuso, com muitas possibilidades de entendimento de meio ambiente, abrangendo os mais diversos modos de pensar de cada sociedade. Portanto, para Reigota, meio ambiente é uma representação social. As definições restritas excluem a influência dos componentes humanos do meio, o que leva à falsa ideia de que é possível a existência de ambientes naturais, cuja dinâmica não é afetada pela ampla e definitiva interferência humana, em especial da sociedade industrial. Para evitar esta visão, Jollivét e Pavé definem meio ambiente como: O conjunto de meios naturais (milieux naturels)ou artificializados da ecosfera onde o homem se instalou e que ele explora, que ele administra, bem como o conjunto dos meios não submetidos à ação antrópica e que são considerados necessários à sua sobrevivência. Esses meios são caracterizados: por sua geometria, seus componentes físicos, químicos, biológicos e humanos e pela distribuição espacial desses componentes; pelos processos de transformação, de ação ou de interação envolvendo esses componentes e condicionando sua mudança no espaço e no tempo; por suas múltiplas dependências em relação às ações humanas; por sua importância tendo em vista o desenvolvimento das sociedades humanas. (1997, p. 65). 3 Defina os coletivos jovens, destacando a importância da participação social na consolidação do desenvolvimento sustentável. R.: Consiste na formação de educandos (coletivos jovens) para a participação; constituição de Conselhos de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas, estabelecendo o controle social da Educação Ambiental na escola e a implementação da Agenda 21 Escolar, dando suporte a atividades curriculares e extracurriculares das escolas, para construir projetos coletivos de intervenção transformadora, incluindo a pesquisa-ação e a formação de um banco de dados. Busca-se uma formação com base nos princípios ecológicos, visando à compreensão real da dinâmica de interações possíveis nos ecossistemas livres da manipulação planejada para os desígnios humanos. A EA, ao realizar a alfabetização ecológica, estará estimulando a consciência ecológica, que vincula os jovens em redes de cooperação solidária engajadas nas questões ambientais. 4 O que são representações sociais? Quais os tipos mais comuns de representações do meio ambiente? R.: As representações sociais, conforme Reigota (1994, p.70), são modos de 7UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L pensar que orientam as condutas dos indivíduos na sociedade e equivalem a “um conjunto de princípios construídos interativamente e compartilhados por diferentes grupos que através delas compreendam e transformam a realidade”. Algumas representações sociais de meio ambiente são categorizadas, segundo Sauvé apud Sato (2004), como: natureza (que devemos apreciar e respeitar); recurso (água, energia, resíduos, biodiversidade); problema (contaminação, danos ambientais, irregularidades climáticas, ameaças de destruição); meio de vida (a casa, o trabalho e seu entorno, tudo o que nos rodeia); sistema (ambiente como um grande sistema, os efeitos das transformações se inter-relacionam e não podem ser isolados); biosfera (visão de totalidade, da unidade cósmica e da unicidade da vida); projeto de vida (interdependência sociedade/meio ambiente, responsabilidade e capacidade de transformação socioambiental). 5 Opine acerca da importância de o educador ambiental identificar as representações sociais do educando. R.: Ao compreender o que o educador e o educando pensam do meio ambiente, é possível saber quais são os conceitos, valores e crenças a serem redefinidos ou considerados no processo educativo. Isto porque os conteúdos escolares, os meios de comunicação, a família e o mundo do trabalho ainda estão distantes de uma visão sistêmica, holística, de biosfera e de compromisso planetário. Cabe ao educador ambiental identificar, primeiramente, quais as representações sociais do educando. Com este diagnóstico, o educador pode estabelecer metas e, mais facilmente, atingir resultados na orientação do educando, pois estará ciente do modo como o meio ambiente é percebido e vivido pelas comunidades. A definição de cada um tem vínculo com os interesses científicos, artísticos, políticos, filosóficos, religiosos e profissionais, que permeiam a sua vida. 6 De acordo com sua opinião, que mudanças poderiam ser operadas na sua vida e no seu espaço de trabalho, com base nos princípios da alfabetização ecológica? R.: As pessoas orientadas por tais princípios modificarão a sua racionalidade, característica da sociedade ocidental, adotando comportamentos que afetam decisivamente seu modo de vida. O respeito aos ciclos naturais requer preocupações com a própria subsistência, com o uso sustentável dos recursos (tal como ocorre com as populações tradicionais), a compreensão mitológica e/ou a elaboração de regras que garantem a continuidade da vida e o respeito à diversidade cultural e às especificidades territoriais. Para romper com a racionalidade dominante da sociedade moderna é preciso 8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L redefinir o próprio conceito que temos de capacidade de autossustentação do planeta Terra. Assumir que somos os principais responsáveis pela gestão dos ecossistemas, e podemos construir jardins democráticos, diversos, harmônicos, produtivos ou construir quintais monoculturais, desiguais, caóticos e inférteis. Como futuros profissionais, os gestores ambientais terão a responsabilidade de administrar e definir o sentido do desenvolvimento da humanidade no planeta Terra. Avaliar o potencial de cada um no uso dos recursos naturais usando os princípios da reciclagem, reúso e redução em termos energéticos e de consumo. Compreensão dos efeitos em cadeia e cumulativos gerados pelo consumo individual e a tendência de simplificar os ecossistemas. TÓPICO 3 1 Comente a afirmativa: Na educação de adultos, a realidade do educando é o ponto de partida para se estruturar o processo de aprendizagem. R.: Ao trazer para os conteúdos de aprendizagem temas do contexto ou situações que fazem parte do universo de preocupações do educando, coloca- se a própria complexidade da realidade em debate, o que não se encaixa nas abordagens cartesianas que tende a compartimentalizar, fragmentar e afastar o conteúdo a ser apreendido da realidade de vida de quem apreende. Além disso, quando os conteúdos tratam de ecossistemas ou situações em que o educando não se identifica, não há o chamado para a responsabilidade e, portanto, distancia-se de uma educação para a cidadania. Esse deslocamento de realidade resulta no desinteresse do educando pelo espaço escolar ou no descolamento dos conteúdos de ensino às aplicações do que fazer cotidiano é um dos grandes motivadores da evasão escolar. Ao se dissociar o conteúdo da realidade social e o mundo do trabalho, o aprender perde o sentido para as classes populares que apresentam muitas necessidades imediatas a serem satisfeitas. Freire apresenta uma grande contribuição para o paradigma da educação popular no Brasil e no mundo. Seus pressupostos de ensino-aprendizagem se baseiam no diálogo, na articulação da escola com a sociedade e no desenvolvimento da consciência crítica através da abordagem histórica. 2 Como diagnosticar a realidade do educando para compor seus conteúdos de ensino? R.: O ponto de partida para o desencadeamento do aprendizado do educando requer o estudo da sua realidade, de como ele a percebe e a sente, o que vai além de um simples levantamento da situação local. Consiste num processo contínuo de problematização da realidade, englobando as dimensões política, 9UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L econômica, social, cultural e ecológica como forma de busca de uma visão não fragmentada de mundo. Nesta forma de conhecer a realidade, as questões ambientais podem ser identificadas sem cair no erro da simplificação. Nas práticas de educação ambiental, o diagnóstico da realidade corresponde a duas etapas: a) sensibilização, na qual é identificada a percepção espacial e temporal dos indivíduos e da sociedade sobre o ambiente local e global, e também se levanta quais são as representações sociais, as ideias de natureza que sustentam as práticas dos indivíduos com o meio ambiente; b) conhecimento e habilidades, o que permite ao educador fazer o levantamento (participativo) dos problemas ambientais que fazem parte do contexto dos estudantese provoca a redefinição do problema na perspectiva da práxis pedagógica (interação dialética teoria/prática). 3 Explique como deveria ser a definição dos temas geradores para desencadear um trabalho de educação ambiental nas comunidades. R.: O autor sugere que a aprendizagem se constitua mais facilmente, caso for utilizado o próprio universo vocabular do contexto do educando. Uma primeira tarefa do educador é compreender esse universo, identificando temas geradores e, assim, aproximando os conteúdos de ensino ao mundo vivido do educando. Na tematização, busca-se a representação de um aspecto da realidade, de uma situação existencial construída pelo educando que o interpreta e constitui significado. O cotidiano é o instrumental de leitura da realidade para que o indivíduo a compreenda e possa interferir sobre ela. A leitura do cotidiano é o início da abertura para a reflexão. Após seu reconhecimento, é preciso realizar um exercício de reflexão, como destaca Freire (1980): “qualquer lugar em que tomo distância do contexto concreto, exercemos uma reflexão crítica sobre a prática, temos nele um contexto teórico, uma escola no sentido radical que a palavra deve ter”. 4 Tendo como base a expressão de Simon Rodriguez (apud GUTIÉRREZ; PRADO, 1999) “o que não se faz sentir, não se entende, e o que não se entende, não interessa”, reflita sobre os seus momentos de maior entusiasmo de aprendizagem. Qual é a base teórica que destaca a importância do significado dos conteúdos trabalhados para o aprendizado? R.: Os conteúdos contextualizados dão sentido à caminhada do educando, ou seja, uma educação em que o sentimento, a intuição, a emoção, a vivência e a experiência são o móvel da formação do cidadão ativo e corresponsável. As aprendizagens mais significativas podem envolver metodologias que envolvam o lúdico, como: práticas de laboratório e de campo, viagens técnicas, teatro, música, literatura, vídeos, debates e dinâmicas de grupos. O mais importante é o vínculo do conteúdo com as preocupações da realidade 10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L do educando. No caso da Educação Ambiental, poderiam ser visitas em locais da cidade como lixões, aterros sanitários, estações de tratamento de esgotos, parques, áreas verdes, propriedades rurais, entre outros. As experiências práticas desenvolvidas no mundo do trabalho constituem uma forma única de apreender habilidades e coordenação motora. Pode ocorrer na indústria, no comércio, na agricultura, nos serviços. Quanto à base teórica, a expressão “educar é caminhar com sentido” foi desenvolvida por Gutièrrez e Prado (1999) e, posteriormente, é reconfigurada no contexto da sociopoética, desenvolvida por Jacques Gauther. (CARVALHO, 2004). 5 Faça uma síntese das abordagens pedagógicas que influenciaram a obra de Paulo Freire. R.: O pensamento de Paulo Freire pode ser relacionado com o de muitos educadores contemporâneos, a seguir enumerados: a) Célestin Freinet (1896-1966), um revolucionário educador francês que, assim como Freire, acredita na capacidade do aluno organizar sua própria aprendizagem. b) Carl Rogers (1912-1987), apesar das divergências quanto à direção dos conteúdos, há pontos comuns no que diz respeito à liberdade de expressão individual, à crença na possibilidade de os homens resolverem, eles próprios, seus problemas, desde que motivados interiormente para isso. c) Ivan Illich (1926), o filósofo austríaco, compartilha da crítica da escola tradicional burocrática, que impede os educadores de se autodesenvolverem e de se libertarem da alienação das escolas. Porém, Paulo Freire, ao contrário de Illich, acredita na escola. Ela pode mudar e deve ser mudada, pois joga um papel importante na transformação social. d) A influência de John Dewey (1859-1952) e seu discípulo Anísio Teixeira (1900-1971) refere-se ao excessivo centralismo, ligado ao autoritarismo e ao elitismo da educação brasileira. O que a pedagogia de Paulo Freire aproveita do pensamento de John Dewey é a ideia de "aprender fazendo", o trabalho cooperativo, a relação entre teoria e prática, o método de iniciar o trabalho educativo pela fala (linguagem) dos alunos. e) Há muita semelhança com Lev Vygotsky (1896-1934), o pedagogo russo, e o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). Apesar de Freire e Vygotsky terem vivido em tempos e hemisférios diferentes, a abordagem de ambos enfatiza aspectos das mudanças sociais e educacionais que se interpenetram. Enquanto Vygotsky enfoca a dinâmica psicológica, Freire se concentra no desenvolvimento de estratégias pedagógicas e na análise da linguagem. A teoria da escrita de Vygotsky contém uma descrição dos processos internos que caracterizam a produção das palavras escritas. f) Paulo Freire estava de acordo com a tese de Piaget e insistia: necessitamos 11UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L desenvolver a “curiosidade” do aprendiz para poder desenvolver o ato de aprendizagem. Piaget sustenta que aprendemos somente quando queremos e somente quanto o que aprendemos é significativo para nós mesmos. Também o papel da ação é fundamental para o desenvolvimento da criança, porque é a característica essencial do pensamento lógico para ser operativo. g) O pensamento humanista de Freire foi inspirado no personalismo de Emmanuel Mounier (1905-1950) e pelo existencialismo (Martin Buber), pela fenomenologia (Georg Hegel) e pelo Marxismo (Antonio Gramsci e Jürgen Habermas). 6 Comente acerca da maneira como a escola e a comunidade podem promover a aprendizagem para que o cotidiano de cada um seja transformado. R.: A leitura do cotidiano é o início da abertura para a reflexão. Após seu reconhecimento, é preciso realizar um exercício de reflexão, como destaca Freire (1980): “[...] qualquer lugar em que tomo distância do contexto concreto, exercemos uma reflexão crítica sobre a prática, temos nele um contexto teórico, uma escola no sentido radical que a palavra deve ter”. Ao se abrir para o universo do conhecimento, o sujeito começa a vislumbrar outras possibilidades e sempre novas necessidades de conhecer. O resultado é a construção da cidadania, coberta de uma nova consciência e um novo saber, que o insere num contexto social mais amplo, assumindo uma consciência planetária de ser e de estar no mundo. UNIDADE 2 TÓPICO 1 1 Porque nos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) o meio ambiente é reconhecido como um tema transversal? R.: A emergência da questão ambiental tem levado a um engajamento da sociedade em geral e, inclusive, das instituições que coordenam as políticas públicas. O tema Meio Ambiente, pela própria urgência e gravidade de alcance dos problemas, foi incluído nas orientações curriculares do Ministério da Edu- cação como um tema transversal, que permeia toda prática educacional. 2 Faça uma reflexão acerca do significado de se trabalhar determinado con- 12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L teúdo de forma transversal. R.: A transversalidade constitui, conforme YUS (1998, p. 21), “[...] uma forma de entender o tratamento de determinados conteúdos educativos que não fazem parte das disciplinas ou áreas clássicas do saber e da cultura”. O tra- tamento dos temas transversais, para o autor acima, pressupõe as seguintes orientações: a interdisciplinaridade, o pensamento complexo e holístico; a integração curricular; a elaboração de projetos; formação crítica e participativa; proximidade da escola com a comunidade. Como exemplo, o tema ambiental terá um tratamento transversal se desen- volvido na interface das disciplinas escolares, considerando os aspectos físicos e biológicos e, principalmente, os modos de interação do ser humano com a natureza, por meio de suas relações sociais, do trabalho, da ciência, da arte e da tecnologia. 3 Explique como as diversas áreas do conhecimento podem contribuir para o desenvolvimentode uma visão integrada e abrangente das questões am- bientais. R.: As áreas de Ciências Naturais, História e Geografia são as tradicionais parceiras para o desenvolvimento dos conteúdos da área ambiental, pela própria natureza dos seus objetos de estudo. Cada uma das demais áreas, dentro da sua especificidade, pode contribuir para que o aluno tenha uma visão mais integrada do ambiente: Língua Portuguesa, trabalhando as inú- meras “leituras” possíveis de textos orais e escritos, explicitando os vínculos culturais, as intencionalidades, as posições valorativas e as possíveis ide- ologias sobre meio ambiente, embutidas nos textos; Educação Física, que tanto ajuda na compreensão da expressão e autoconhecimento corporal, da relação do corpo com ambiente e o desenvolvimento das sensações; Arte, com suas diversas formas de expressão e diferentes releituras do ambiente, atribuindo-lhe novos significados, desenvolvendo a sensibilidade por meio da apreciação e possibilitando o repensar dos vínculos do indivíduo com o espaço; além do pensamento Matemático, que se constitui numa forma específica de leitura e expressão. São todas fundamentais, não só por se constituírem em instrumentos básicos para os alunos poderem conduzir o seu processo de construção do conhecimento sobre meio ambiente, mas também como formas de manifestação de pensamento e sensações. Elas ajudam os alunos a trabalhar seus vínculos subjetivos com o ambiente, permitindo-lhes expressá-los. 4 Identifique possíveis dificuldades enfrentadas pelas escolas para avançar na adoção da proposta da transversalização dos conteúdos. R.: ● A formação dos educadores é disciplinar e as formas de pensar são reducionistas. 13UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L ● A escola não tem tempo para os professores planejarem conjuntamente suas atividades, estabelecendo o diálogo e as inter-relações dos conteúdos. ● Os projetos ficam igualmente limitados pela falta de tempo dos professores horistas ou com excesso de horas em sala de aula. ● Abrir-se para a realidade é um campo desconhecido e “trabalhoso”, não apropriado para a realidade das escolas. 5 Elabore um pequeno texto, retratando como ocorre a integração entre os três blocos sugeridos nos PCN, permitindo uma visão abrangente, multi e interdisciplinar da questão ambiental. R.: Os conteúdos foram reunidos em três blocos: a natureza “cíclica” da Na- tureza; sociedade e meio ambiente; manejo e conservação ambiental. O primeiro bloco apresenta conteúdos que possibilitam ampliar e aprofundar o conhecimento da dinâmica das interações ocorridas na natureza. O segundo bloco trata de aspectos mais abrangentes da relação sociedade/natureza. O último bloco trata das possibilidades, positivas e negativas, de interferências dos seres humanos sobre o ambiente, apontando suas consequências. Estes são três aspectos das questões ambientais: os blocos não são estan- ques, nem sequenciais, mas aglutinam conteúdos relativos aos diferentes aspectos que configuram a problemática ambiental. Eles possibilitam enxergar de maneira mais consistente esses determinantes dos vários ambientes, como eles se configuraram e como poderiam ser modificados. TÓPICO 2 1 Se você tiver possibilidade ouça e sinta a música do Raul Seixas – Mosca na sopa. Observe a letra, teça comentários e destaque os versos mais sig- nificativos que expressam as características dos agrotóxicos. R.: A música é um instrumento complementar para reflexão das causas so- ciais, ecológicas e técnicas do uso dos agroquímicos. Mais especificamente, pode ajudar na compreensão dos efeitos da intervenção humana na cadeia alimentar e a dinâmica de reprodução dos insetos. Observe que a mosca surge de um lugar desconhecido: “a mosca que pintou pra lhe abusar”. A princípio, vitimando-nos, zombando, tirando a paciência (abusar), como um invasor que toma o alimento e o desafia com uma força maior que a nossa tecnologia, como diz: “e não adianta vir me dedetizar, pois nem o DDT pode assim me exterminar. Porque você mata uma e vem outra em meu lugar”. Coloca a facilidade de reprodução das moscas, que confere força à espécie. Também nos coloca que, por mais que as pessoas queiram se afastar das moscas, elas sempre estarão na sua volta: “eu tô sempre junto de você” e permanece no cotidiano até mesmo quando dorme – “eu sou a 14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L mosca no seu quarto a zumbizar. Eu sou a mosca que perturba o seu sono”. Concluindo, a letra do Raul pode ser um elemento motivador para um debate sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente, colocando- nos o questionamento sobre a tecnologia. 2 Faça uma reflexão, comentando a relação das pessoas com os animais indesejados (ratos, raposas, capivaras, lagartos, formigas, gafanhotos, gatos e outros) no seu espaço de trabalho e de convivência (escola, comunidade, fábrica, igreja). R.: Tais relações variam conforme o contexto socioeconômico das pessoas, bem como a sua opção de vida. De um modo geral, as pessoas tendem a ter um sentimento de negação aos animais que lhe causam algum tipo de dano. Até por uma questão de proteção e de sobrevivência, a humanidade estabeleceu inúmeros mecanismos de recusa e formas tentativas de ex- termínios. Alguns animais são realmente ameaçadores para a integridade física dos seres humanos, mas muitos são mitos construídos. Portanto, é difícil as pessoas compreenderem que entre os morcegos apenas um gru- po é transmissor da raiva. Isto também se estende para os ofídios (cobras peçonhentas e não peçonhentas), formigas e roedores. O desenvolvimento tecnológico da agricultura levou ao entendimento de que se deve combater todos os animais que representam algum tipo de dano econômico às lavouras. Em contrapartida, na agroecologia, este entendimento está mudando com o conceito de que não existe praga nas lavouras, existe planta mal alimentada e de que é possível produzir buscando restabelecer as dinâmicas de interação ecossistêmicas, inclusive as cadeias alimentares. 3 Como o educador pode introduzir assuntos que expressam conflitos entre os usuários, sem cair na condenação das más práticas? R.: Há dois cuidados a serem tomados quando os educadores elencarem assuntos como o dos agrotóxicos: primeiro é preciso considerar a questão cognitiva da criança e seus estágios de desenvolvimento, e o segundo está relacionado com a fragmentação do conhecimento (estes temas abrangem questões econômicas, sociais, antropológicas, físicas químicas e biológi- cas). Os conflitos estão relacionados à adoção de tecnologias dos pais agricultores e os impactos que ela gera no meio ambiente. Não necessariamente porque o tema problemático é parte da realidade, é que precisa ser abordado com todos os educandos. Há determinados temas mais apropriados para serem abordados na adolescência, considerando o suporte cognitivo (compreensivo) e a predisposição para o debate político e ético. 15UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L 4 Comente sobre a inserção dos temas transversais no currículo. Escreva sobre a interdisciplinaridade. R.: Ao final do século, os efeitos da fragmentação do saber refletem muito dos problemas enfrentados pelos educadores. Para construir uma visão integral e totalizante do mundo, é preciso articular saber, conhecimento, vivência, escola, comunidade, meio ambiente. A metodologia do trabalho interdiscipli- nar implica integrar conteúdos, conceber o conhecimento como totalidade; integrar ensino e pesquisa e a complementaridade entre as ciências; e o ensino-aprendizagem se constitui durante toda a vida do indivíduo. 5 Faça considerações pessoais acerca de como vão sendo inseridas as disciplinas numa determinada unidade didática. R.: Ao se inserir um tema transversal no currículo, é importante ressaltar que existem disciplinas que têm mais afinidades e relações entresi e com os temas, destacando-se que, conforme SEF (1997, p. 41) na “[...] transver- salidade os temas passam a ser parte integrante das áreas e não externos e/ou acoplados a elas, definindo uma perspectiva para o trabalho educativo que se faz a partir delas”. Ao situar a contribuição de cada disciplina para a temática, é importante que o grupo de professores interaja e constitua a ideia do todo, evitando o trata- mento em blocos isolados e os riscos de passar para o educando a tentativa da somatória das partes, que certamente perderá a visão da totalidade, que constitui a realidade da questão. TÓPICO 3 1 Apresente os agentes promotores da EA nos espaços não escolarizados. R.: A legislação ambiental prevê estratégias para garantir a continuidade da educação ambiental ao cidadão que não frequenta a escola. Primeiramen- te, os meios de comunicação, o poder público, os grupos, as associações, as cooperativas e ONGs estão incumbidos de promover a participação do cidadão nos programas de gestão ambiental. Cabe ao poder público incentivar a difusão, nos meios de comunicação de massa, de programas e campanhas de esclarecimento à população em geral. A participação dos sindicatos, associações, empresas públicas e privadas, na formulação e execução de programas competentes, garantirá estes espaços nos mais diversos meios de comunicação (televisão, rádios comunitárias ou não e internet). 2 Reflita sobre a maneira como a escola pode romper com o tradicional dis- tanciamento da realidade do educando. 16 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L R.: A escola abre-se para a sociedade, quando a Educação Ambiental consiste num projeto transversal que traz questões emergentes da realidade do edu- cando e da comunidade. Nesta perspectiva, o educando não mais precisa se despir da sua vida real, ao entrar na escola; ao contrário, ela é o espaço que permite a reflexão da realidade, trazendo a esperança da mudança. A escola, além de trazer informações, é suporte para o indivíduo atuar, colocando-se como ser histórico, que constrói e elabora a realidade. Esta ação educativa de inserção da escola na comunidade é composta de um sujeito que reflete a realidade vivida, o que se encaixa com a meta do movimento ambientalista de trazer as questões ambientais para o debate público. 3 Dê a importância dos meios de comunicação de massa no processo edu- cativo. R.: Os meios de comunicação podem realizar programas diários, relacionados às questões ambientais, incluindo referências à realidade do público ouvinte. Para que os meios de comunicação contribuam nesse sentido, é preciso mais aproximação entre o conhecimento formal e os saberes populares, auxiliando na orientação das práticas adequadas. 4 Relendo o tópico, explique como foram definidas as palavras geradoras do trabalho ambiental na comunidade em questão. O que elas expressam? R.: Após realizar as reuniões, entrevistas, questionários e visitas a várias famílias, o grupo constituiu com a comunidade um nível de convivência suficiente para compreender como cada família estabelece suas relações cotidianas com o meio ambiente. Com essa convivência, obtivemos os elementos básicos para gerar os conteúdos de Educação Ambiental, cujos eixos norteadores foram as características do Ribeirão Fruteira e as formas de apropriação por parte dos usuários. A problematização da realidade local, durante a qual a comunidade partici- pou ativamente no processo de definição dos problemas, permitiu que os dados levantados fossem analisados pela comunidade, em interação com os acadêmicos. Desse modo, foi definida, com maior clareza, a forma como os aspectos econômicos, sociais e culturais influenciam nos modos de apropria- ção dos recursos naturais. As palavras geradoras identificadas expressaram o cotidiano, as relações da comunidade e o uso dos recursos hídricos. 5 O trabalho de Educação Ambiental na comunidade apresentado no texto identificou a representação social do ribeirão. Explique-a. Como o processo educativo pode contribuir para mudar o entendimento e as expectativas das pessoas? R.: O significado de rio, na percepção dos moradores, decorre da própria história de apropriação das vertentes hídricas. A descaracterização da mata 17UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L ciliar e os assoreamentos, resultantes das construções (barragens, represas, moradias, agricultura), são pressões que intensificam o dano. Gradativamente, com a descaracterização do ecossistema, a água do ribeirão deixa de ter o significado de fonte de vida. Ela passa a ser representada como sinônimo de problemas: enchentes, mau cheiro e risco de contaminação. Neste contexto, o processo educativo implica a redefinição do problema, identificando as causas e buscando ancorar outros significados para os recursos hídricos, inclusive a possibilidade de recuperação. 6 Explique por que o grupo de animadores obteve êxito na participação da comunidade na implementação das ações. R.: As técnicas de ensino-aprendizagem utilizadas tiveram o êxito almejado, por envolverem a dimensão do conhecimento e da mudança das ações. Nesse sentido, o resgate do conhecimento ecológico tradicional e o conheci- mento dos limites socioeconômicos dos agricultores foram substanciais para gerar, de modo participativo, alternativas para os problemas diagnosticados. O envolvimento dos agricultores em todas as etapas do processo de pes- quisa foi fundamental para que essas alternativas fossem assumidas como de propriedade dos próprios agricultores e haverá continuidade das ações implementadas UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Explique o que é a Carta da Terra. Resposta 1 - A Carta da Terra é equivalente à Declaração Universal dos Di- reitos Humanos, no que concerne à sustentabilidade, à equidade e à justiça social. Deverá se constituir em um documento vivo, apropriado pela sociedade planetária, e revisto periodicamente em amplas consultas globais. Pretende ser uma carta dos povos, um código universal de conduta para pessoas, para instituições e para Estados. Resposta 2 - A Carta da Terra é uma declaração de princípios fundamentais, com significado perdurável, a ser compartilhada amplamente pelos povos da todas as raças, culturas e religiões. Percebe-se que ela articula valores 18 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L universais e se constitui um chamado para a ação, agregando novas dimen- sões significativas de valores as que já se encontram expressas em outros documentos relevantes. 2 Enumere os campos do conhecimento e os profissionais que contribuíram para elaborar a Carta da Terra. R.: Ela é resultado de um processo mundial de consulta pública, que agre- gou o comprometimento de organizações e instituições governamentais e não governamentais de diferentes setores, que influem no desenvolvimento sustentado. 3 Entre os princípios da Carta da Terra, alguns fazem referência, especifica- mente, à educação. Escreva sobre eles. R.: A promoção e aplicação dos conhecimentos e tecnologias que facilitam o cuidado com a Terra. A educação universal para uma vida sustentada. 4 A Carta da Terra pressupõe mudanças nos valores de consumo e de orga- nização social. Elabore um pequeno texto contemplando esses valores. R.: A produção, o consumo e a reprodução devem ser sustentáveis. Para ser sustentável, o desenvolvimento precisa ser economicamente factível, ecologi- camente apropriado, socialmente justo, includente, culturalmente equitativo, respeitoso e sem discriminação. O bem-estar não pode ser só social; deve ser também sociocósmico. 5 Como as experiências simples do cotidiano podem fazer a diferença na nossa forma de existir no planeta Terra? R.: 1) Valorizando e consumindo produtos locais e produzidos com o mínimo de ônus local. 2) Buscando alimentos saudáveis, livres de contaminação, produzidos por agricultores familiares, locais, debaixo uso de insumos externos e de com- bustíveis fósseis. Também podemos produzir parte dos alimentos. 3) Fazendo uso dos recursos renováveis e seguindo os princípios dos 3Rs (reduzir, reutilizar, reciclar). 4) Evitando o consumo de produtos florestais provenientes de desmatamentos predatórios. 5) Condenando toda a forma de comércio de animais silvestres e cativeiros domésticos, que comprometam o bem-estar animal e a reprodução da es- pécie. 6) Utilizando transportes coletivos e de baixo uso de energia. Fazendo ca- minhadas, andando de bicicleta, quando possível. Buscando residir mais próximo possível do trabalho. 7) Buscando trabalhos construtivos de uma sociedade melhor, cooperando 19UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L com os colegas e evitando empregos com fins apenas utilitários. 8) Promovendo a vida em comunidades, participando de movimentos contra o crescimento demográfico e a concentração urbana. 9) Participando e sendo voluntário em movimentos ambientalistas e outras organizações atentas às questões de injustiça social e ambiental. 6 Elabore um conceito para a cultura da sustentabilidade. R.: A cultura da sustentabilidade consiste no cultivo a uma biocultura, uma cultura da vida, da convivência harmônica entre os seres humanos e entre estes e a natureza. A cultura da sustentabilidade deve nos levar a saber se- lecionar o que é realmente sustentável em nossas vidas, em contato com a vida dos outros. Só assim seremos cúmplices nos processos de promoção da vida e caminharemos com sentido. 7 Explique como o princípio da sustentabilidade contribui para orientar a prática pedagógica. Resposta 1 - A sustentabilidade econômica e a preservação do meio ambiente dependem também de uma consciência ecológica e esta da educação. A sus- tentatibilidade deve ser um princípio interdisciplinar reorientador da educação, do planejamento escolar, dos sistemas de ensino e dos projetos político- pedagógicos da escola. Os objetivos e conteúdos curriculares devem ser significativos para o(a) educando(a) e também para a saúde do planeta. Resposta 2 - A ecopedagogia está ligada ao projeto utópico de mudança nas relações humanas, sociais e ambientais, promovendo a educação sustentável (ecoeducação) e ambiental, com base no pensamento crítico e inovador, em seus modos formal, não formal e informal, tendo, como propósito, a formação de cidadãos com consciência local e planetária, que valorizem a autodeter- minação dos povos e a soberania das nações. 8 No dia a dia, há aspectos comportamentais que podem ser mais imediata- mente adotados pelas pessoas. Cite-os. R.: A partir da problemática ambiental vivida cotidianamente pelas pessoas nos grupos e espaços de convivência e na busca humana da felicidade, processa-se a consciência ecológica e opera-se a mudança de mentalidade. A vida cotidiana é o lugar do sentido da pedagogia, pois a condição humana passa inexoravelmente por ela. A ecopedagogia implica uma mudança radical de mentalidade em relação à qualidade de vida e ao meio ambiente, que está diretamente ligada ao tipo de convivência que mantemos com nós mesmos, com os outros e com a natureza. 9 Você pode perceber, com a leitura do Caderno, que a ecopedagogia orienta a questão da estrutura organizacional das escolas em termos de participação 20 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L política. Explique o modo como isso ocorre. R.: A ecopedagogia propõe uma nova forma de governabilidade diante da ingovernabilidade do gigantismo dos sistemas de ensino, propondo a descentralização e uma racionalidade baseadas na ação comunicativa, na gestão democrática, na autonomia, na participação, na ética e na diversidade cultural. Entendida dessa forma, a ecopedagogia se apresenta como uma nova pedagogia dos direitos, que associa direitos humanos, econômicos, culturais, políticos e ambientais, e direitos planetários, impulsionando o resgate da cultura e da sabedoria popular. Ela desenvolve a capacidade de deslumbramento e de reverência diante da complexidade do mundo e a vinculação amorosa com a Terra. TÓPICO 2 1 Reflita sobre a aprendizagem com sentido. R.: A aprendizagem com sentido forma protagonistas, não repetidores de ideias. Os autores criticam muito o sem sentido da educação atual, que obriga crianças e jovens a repetir conhecimentos e informações absolutamente, sem qualquer relação com a vida deles e que nada significam e jamais significarão para o resto das suas vidas. Veem-se muito, hoje, referenciais pedagógicos baseados no próprio desenvolvimento simbólico e arquetípico da personalida- de e da cultura, para tornar o estudo naturalmente lúdico, emocional, cômico e dramático, atraente e emergente da relação transferencial amorosa entre o aluno, a classe e o professor. A sensibilização é a primeira etapa do trabalho de EA, pois favorece o apren- dizado com sentido. O aprendizado com sentido se desenvolve através de atividades lúdicas como a poesia, a arte, a literatura e o teatro. 2 Elabore um conceito para ecopedagogia. R.: A ecopedagogia tem por finalidade reeducar o olhar das pessoas, isto é, desenvolver a atitude de observar e evitar a presença de agressões ao meio ambiente e aos viventes, e o desperdício, a poluição sonora, visual, a poluição da água e do ar etc. para intervir no mundo, no sentido de reeducar o habitante do planeta e reverter a cultura do descartável. 3 Explique a importância dos espaços públicos para convivência, lazer e brincadeira. R.: A convivência com os elementos naturais proporciona o sentido da exis- tência na Terra, da solidariedade planetária e da sabedoria do cuidado. Os espaços públicos de livre acesso para o compartilhamento para as crianças brincarem favorecem o desenvolvimento da consciência ambiental. 21UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L 4 Elabore um pequeno texto, efetuando reflexões acerca do significado de uma infância repleta de experiências de convivência e brincadeiras, em contato com ecossistemas conservados. R.: As experiências vividas com intensidade podem fazer a grande diferença para o engajamento futuro do cidadão nas questões ambientais. Utilizando somente a razão, o ser humano aprende, mas, quando utiliza o sentimento e a emoção, ele apreende e se educa. Uma pessoa está sensibilizada quando se emociona pelo objeto e, por meio das informações recebidas, redireciona suas atitudes e ações de forma a manter o equilíbrio com o meio ambiente. A experiência positiva de convivência com a natureza na infância é decisiva no engajamento dos adultos na defesa à conservação do meio ambiente. 5 Na sua opinião, e com base nas leituras do Caderno de Estudos, quais os reflexos que podemos ter ao constituir infâncias isoladas da convivência com os espaços naturais? R.: A sociedade atual tem afastado as crianças dos espaços naturais, transfor- mando natureza em mercadoria, coloca em risco a possibilidade de compre- ensão do sentido da vida por parte de toda uma geração. Este afastamento pode levar à desvalorização dos ecossistemas conservados. TÓPICO 3 1 Pesquise, no seu Caderno de Estudos, os espaços naturais que poderiam ser buscados pelo educador para desenvolver o sentido estético e o encan- tamento da criança pela natureza. R.: O desenvolvimento de uma série de atividades planejadas pode propor- cionar, à criança, a oportunidade de encontro com a natureza, despertando a sua curiosidade e o sentido de observação. Os locais a serem buscados são os mais diversos: acampamentos, pescarias e outras tantas atividades de entretenimento em ambientes abertos; visitas à Unidade de Conservação e jardins zoológicos; convivência em áreas de produção agrícola; montagem e cuidados com jardins e hortas; adoção de animais de estimação e visitas em centros de reabilitações de animais silvestres. 2 Você considera indicativo proporcionar às crianças experiências quevão além do mero diagnóstico dos problemas ambientais? Justifique. R.: Geralmente, os conteúdos programáticos de Ciências são desenvolvidos nas escolas como se não houvesse mais nada de novo a ser descoberto, ou que esta é uma tarefa apenas indicada para os especialistas do assunto. Esse 22 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L posicionamento tende a tornar os conteúdos desinteressantes, já que não há mais nada a questionar e todos os problemas têm uma solução previamente definida, que é ditada pelo professor. Gradativamente, ao se desenvolver a capacidade de questionamento, obser- vação, comparação, vai se desvelando toda a complexidade da realidade, como destaca Herman, Passineau, Scimpf, Treuer (1992, p. 70): “[...] através da reflexão e observação, será possível estabelecer relações com outras experiências, ideias e informações, proporcionando-lhe a oportunidade de ampliar seu conhecimento. As descobertas são consequências naturais da exploração, desse momento de reflexão que as diferencia”. 3 Sugira maneiras de estimular as crianças a perceberem mais amplamente o meio ambiente. R.: Se o objetivo é estimular a curiosidade das pessoas, explorando os es- paços nem sempre visíveis ao olhar desatento dos transeuntes, utilize uma venda nos seus olhos, conduzindo-os sob a orientação do olfato e audição, desafiando-os a descobrir os elementos até então despercebidos. Uma ex- periência amplamente difundida é o projeto Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos. Adicional às trilhas interpretativas, há os jogos que podem ser instrumentos para explorar os espaços do meio ambiente. Os jogos não competitivos desen- volvem a cooperação, a confiança e o cuidado, podem auxiliar na percepção sensorial e facilitar no ensino de conceitos de ecologia (como exemplos temos cadeia alimentar, dinâmica populacional, diversidade biológica). 4 Como a arte, a literatura e a pesquisa social podem contribuir para o forta- lecimento da educação ambiental nas escolas? Explique. R.: A literatura contribui para a formação de valores, desperta o interesse das crianças, facilitando os questionamentos sobre a importância da con- servação da natureza, a forma como a mata se constitui pela interação com flora e fauna. Por ter sido um material que propiciou a transposição da história imaginária para a realidade vivenciada pelas crianças, apresenta um caráter de interação e resgate da subjetividade, ao contrário de muitas cartilhas que acabaram descontextualizando os problemas, por remeterem as crianças a lugares nos quais não se identificam. A curiosidade e a imaginação da criança podem ser uma forma de você de- senvolver um rico mundo de faz de conta, mais apropriada para crianças de até oito anos de idade. Aqui, é importante reinventar os contos infantis, não mais cobertos por uma floresta perigosa, abrigo de monstros ameaçadores e devoradores de crianças indefesas. Como sugestão de literatura infantil, observe os contos infantis reelaborados em obras como a Turma do Pererê, 23UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L do Ziraldo. Dessa forma, pode-se concluir que a literatura infantil é um dos instrumentos de maior alcance para a urgente conscientização ecológica das crianças, sen- do complementar aos passeios realizados nos espaços com a natureza. 5 Considerando as dificuldades para a inserção da preocupação ambiental no sistema econômico mundial, pode-se acreditar que um outro mundo ainda é possível? Disserte sobre isso. R.: A história ainda a fazemos nós. Se a constituímos, podemos sim fazer a diferença. Se não tivermos alcançado o êxito almejado, pelo menos não ficaremos com a certeza de que não houve oposições à lógica dominante de degradação dos ecossistemas. Os desafios são imensos, mas quanto mais projeção os educadores tiverem, formando pessoas atuantes e que sabem o sentido que querem dar para a vida e tudo o que a sustenta, mais possibilidades teremos para conter os processos predatórios. Também cabe destacar que a Educação Ambiental é parte de um movimento mais amplo de promoção do desenvolvimento sustentável. Ela sozinha não fará a diferen- ça na composição das novas relações da sociedade para com o ambiente. A composição dos acordos internacionais, a participação da economia na adoção dos princípios da Carta da Terra serão os pilares estruturantes das novas bases de existência das populações no planeta Terra.
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