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das A Gabarito utoatividades EDUCAÇÃO AMBIENTAL Centro Universitário Leonardo da Vinci Rodovia , nº .BR 470 Km 71, 1 040 Bairro Benedito - CEP 89130-000 I daialn - Santa Catarina - 47 3281-9000 Elaboração: Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI 2017 Prof.ª Eliane Dalmora 3UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 Observe o conceito de EA e educação ecológica, justificando por que a Educação Ambiental é mais do que uma disciplina derivada da Biologia. R.: Na proposta da Conferência de 1972, a Educação Ambiental deixa de ser uma educação ecológica com atribuição restrita aos professores de Ciências e Biologia, na qual era definida como a ciência que ensinava a conservação, as relações dos seres vivos entre si e destes com o mundo. Com uma visão mais abrangente, a Educação Ambiental passa a ser referenciada pelas contribuições múltiplas das ciências, em especial pela perspectiva que integra uma rede de relações sociais, culturais e naturais (CARVALHO, 2004). A Educação Ambiental é mais do que uma disciplina derivada da Biologia, porque a Educação Ambiental assume sua maioridade em relação à Biologia. As questões ambientais, para serem compreendidas, dependem das contribuições da Física, Química, Biologia e Socioeconomia, entre outras áreas do conhecimento. Constitui-se a leitura dos modos de apropriação social dos recursos naturais, numa perspectiva sistêmica. A perspectiva sistêmica busca identificar todos os componentes da realidade, compreender as interações, retroações, emergências e imposições que ocorrem entre os componentes (MORIN, 1977). A abordagem é adequada para compreender as questões que não estão vinculadas a uma área específica do conhecimento. Refere-se a fenômenos naturais ou sociais que não são somente biológicos, econômicos ou religiosos, mas resultam da interação de todos estes campos. 2 Faça uma síntese da evolução da EA e explique a importância dos encontros internacionais na promoção do desenvolvimento sustentável. R.: Em 1975, ocorre, em Belgrado, o Workshop em Educação Ambiental, promovido pela UNESCO. A Carta de Belgrado define os princípios e as orientações para um programa internacional de EA e se tornou um documento de referência para a questão ambiental. Questiona a natureza fragmentária. Centro Universitário Leonardo da Vinci Rodovia , nº .BR 470 Km 71, 1 040 Bairro Benedito - CEP 89130-000 I daialn - Santa Catarina - 47 3281-9000 Elaboração: Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI 2017 4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L Faz, além disso, um chamamento às responsabilidades individuais quanto ao uso dos recursos e aos estilos de vida, clamando por uma ética global. Questiona, também, as bases de consumo entre nações ricas e pobres. Em 1977, em Tbilisi (na Geórgia), realiza-se a I Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, organizada pela UNESCO/Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). Institui-se, então, a primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental, acordado em 1975, pela Unesco/Pnuma. Na ocasião, estabelece-se a permanência, a multidisciplinaridade e a integração dos conteúdos às questões do local. Também são definidos os objetivos, características e estratégias de implementação da EA. Em 1980, em Budapeste, na Hungria, a UNESCO promove o Seminário Internacional sobre o Caráter Interdisciplinar da EA no ensino de Primeiro e Segundo Graus. A expressão Educação Ambiental (Environmental Education) é cunhada, pela primeira vez, na Inglaterra, em 1965, sendo indicada nas escolas como integrante da educação geral e atribuição de todas as disciplinas afins. (DIAS, 2004). Em 1968, na Conferência de Educação, realizada na Grã- Bretanha, funda-se a Sociedade para a Educação Ambiental. Já em 1970, nos Estados Unidos, é implementada a Lei sobre Educação Ambiental. Em 1972, uma equipe de pesquisadores coordenados por Dennis e Donella Meadows publica o relatório Limits to growth. Na ocasião, em Estocolmo, é realizada a Conferência das Nações Unidas para o meio ambiente. A ideia de desenvolvimento sustentável começa a ser estruturada ao se reforçar as dificuldades das nações do Sul em seguirem os padrões de desenvolvimento dos países do Norte. Mais especificamente, a conferência apresenta, na recomendação nº 96, que a Educação Ambiental (EA) é essencial para a formação de uma nova consciência planetária e para ampliar o compromisso no combate à crise mundial. Os encontros internacionais destacados no Caderno de Estudos tiveram a importância de definir a abrangência da EA e a difusão de uma proposta que foi gradativamente estruturada, tendo a contribuição de pesquisadores, ambientalistas, ativistas políticos e educadores das mais diversas nações. São estabelecidos os princípios da EA e os espaços escolarizados e não escolarizados responsáveis pela sua promoção. As conferências de Belgrado e de Tbilisi foram um marco na definição da EA como um processo multidisciplinar, permanente, presente em todos os níveis de ensino, inclusive na formação profissional. A proposta de EA é finalizada com as contribuições da Carta da Terra e do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. 5UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L 3 Defina a educação como responsável pela formação de cidadãos críticos e atuantes, corresponsáveis pela sustentabilidade planetária. Resposta primeira: o objetivo maior da Educação Ambiental é a formação de um novo olhar do mundo e um pensar diferente, constituinte de uma grande solidariedade planetária, ou seja, o desenvolvimento sustentável que visa à promoção da vida; o equilíbrio dinâmico; a sensibilidade social e a consciência planetária. Também, a EA tem como objetivo ajudar a sociedade a superar o analfabetismo ambiental. Resposta segunda: a finalidade da EA é edificar os pilares das sociedades sustentáveis que envolvem a colaboração dos sistemas sociais para incorporar a dimensão ambiental nas suas atividades de produção e consumo, nos sistemas jurídicos que consolidam normas e condutas e no sistema político-cultural que consolida os espaços democráticos. Cabe à Educação Ambiental ajudar a sociedade a superar o analfabetismo ambiental, que consiste no desconhecimento ou ignorância dos problemas ambientais, das ameaças da (in)sustentabilidade dos ecossistemas e da própria condição de vida da humanidade (DIAS, 2004). O objetivo maior da Educação Ambiental é ousado, por pressupor um novo olhar do mundo e um pensar diferente, constituinte de uma grande solidariedade planetária. Em síntese, a Educação se integra à proposta do desenvolvimento sustentável visando à promoção da vida, ao equilíbrio dinâmico, à sensibilidade social e à consciência planetária. Atualmente, a Educação Ambiental é, efetivamente, apresentada como necessária para todas as nações, devendo ser permanente na formação do cidadão e presente em todos os níveis de ensino. Desde as primeiras formulações, projetos e experiências foram se configurando e originaram um amplo coletivo de educadores, que tem feito diferença no modo como cada cidadão convive e se apropria dos recursos naturais. 4 Escreva sobre a responsabilidade dos educadores e os possíveis impasses para desenvolver a educação ambiental nas escolas. R.: O PRONEA sugere as seguintes formas de atuação para o educador ambiental na educação não formal: • Influenciando no planejamento das políticas públicas, participando dos espaços participativos (conselhos, fóruns, comitês). • Promovendo a transversalidade da questão ambiental, disseminando-a nos diferentes setores da gestão pública e privada (secretarias de obras, turismo, saneamento,saúde, educação, urbanismo, agricultura, indústria e comércio). • Construindo e implementando a Agenda 21, nas mais diversas esferas de atuação (município, escolas, nações e regiões). 6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L • Estimulando a formação, qualificação e aperfeiçoamento em Educação Ambiental dos trabalhadores e da população em geral. • Realizando diagnósticos socioambientais, inserindo matrizes de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais gerados pelos empreendimentos. Impasses: desvalorização do educador, formação fragmentária, ausência de capacitações, ausência de planejamento integrado nas escolas, desvalorização do profissional da educação, educação bancária, entre outras. 5 Apresente os princípios que orientam as novas relações sociedade/ natureza, destacando as possíveis dificuldades para a sua efetiva concretização. R.: Visando consolidar uma proposta de caráter universal, coesa e coerente com a proposta do desenvolvimento sustentável, são definidos os princípios da Educação Ambiental, resumidos a seguir: a) A EA é um direito de todos. Visa formar cidadãos com consciência global e planetária e respeito à soberania dos povos (recupera, reconhece e respeita a história indígena e culturas locais, promovendo a sociobiodiversidade). Dificuldade: relações capitalistas sempre levam à desigualdade, globalização da economia acaba com as culturas e as especificidades de cada local. b) A base é o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo e lugar (da educação formal a não formal), integrando conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ação. Dificuldade: tendências educacionais que ficam na educação bancária, da repetição, do ajuste social e da alienação. Sociedade de massas sem criticidade. c) A EA é um ato político e de transformação social com o desenvolver do pensamento crítico e inovador. Dificuldade: repete-se a visão de formar para adestrar, com conteúdos sem relação com a realidade e o debate político e da sociedade. d) A abordagem pressupõe o conhecimento holístico e sistêmico, com caráter multi e interdisciplinar. Dificuldade: divisão do conhecimento em disciplinas, sem planejamento integrado entre educadores e currículo desconectado, sem transversalidade. e) Os valores a serem preconizados são relativos à solidariedade, à igualdade e à democracia - como participação equitativa nos processos de decisão política. Dificuldade: democracia é lenta no Brasil, sem cultura política para participar, cidadania não é ativa. f) O objetivo é promover a cultura da paz, da cooperação, do diálogo e da austeridade feliz (consiste no atendimento igualitário às necessidades básicas, combatendo a fome de muitos e o consumismo das populações ricas). Dificuldade: reprodução da violência em todas as esferas da sociedade. 7UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L g) A comunicação é um processo democrático e visa à emancipação da informação, opondo-se às tentativas de uso dos meios como forma de dominação e alienação política e cultural. Dificuldade: assim como na educação, predomina a comunicação unilateral, próximo ao difusionismo. h) A abordagem é da ética do respeito a todas as formas de vida, valorizando e conservando a dinâmica, diversidade e a integridade de seus ecossistemas (GADOTTI, 2004). Dificuldade: sociedade antropocêntrica tende a não considerar o direito das demais formas de vida em existir. 6 A preocupação com o ensino de “bons comportamentos” está presente nos objetivos de muitos educadores. Quais os problemas que esta postura pode originar? R.: Ao se estabelecer parâmetros de inserção para a EA, pretende-se romper com uma visão ingênua e até mesmo simplista da questão ambiental, a qual tende a banalizar a sua inserção nos planos educacionais, como ressalta Carvalho (2004, p.152): “a Educação Ambiental passou a ser usada como termo genérico para algo que se aproximaria de tudo o que pudesse ser acolhido sob o guarda-chuva de boas práticas ambientais”. Sem a definição dos princípios éticos que balizam as relações da sociedade com a natureza, os educadores podem banalizar sua proposta em comportamentos esparsos restritos, descontextualizados da própria complexidade da problemática ambiental (sistêmica e global). Acabam apontando a atos isolados, tais como: atitudes de separação de lixo doméstico, plantio de árvores, mutirões de limpeza de rios e áreas públicas, redução do consumo individual de água e resíduos. Sem critérios claros do que seriam “os bons comportamentos” é elencado um conjunto de temas que se repetem em distintas realidades, sem gerar questionamentos mais amplos sobre as reais questões da crise ecológica, a origem do problema e as responsabilidades quanto a possíveis soluções. Visando superar a aplicação inicial da educação ecológica, começa a se estruturar uma nova roupagem, resultado de experiências, reflexões e pesquisas efetivadas nas mais diversas situações pedagógicas e nações. Como resultado: um ensino moralizante não garante a continuidade de ações por falta de compreensão das bases que estruturam o comportamento buscado, fica sujeito a outras influências, sem chegar às causas do problema. Paralelamente, impactos ambientais se replicam, se conjugam e se estendem pelos continentes, gerando preocupações no campo acadêmico, político e social. Torna-se consensual a necessidade de redefinir as formas como conscientemente a economia capitalista e a sociedade armamentista e tecnológica geram impactos, comprometendo a existência da vida no planeta Terra. 8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L TÓPICO 2 1 Faça uma síntese dos artigos mais importantes da Lei no 9.755/99, comentando sobre possíveis impasses para implementar os pressupostos legais. R.: Não estabelece limites nem de idade nem de gênero, etnia, raça, religião ou outra categoria, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal (art. 2º, da Lei nº 9.394). Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à Educação Ambiental, incumbindo: ao poder público definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais; às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores; à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais. No Brasil, a regulamentação da EA se efetivou com a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente, prevista na Lei nº 6.938/81, de 31/08/81. O Artigo 2º, inciso X destaca a “Educação Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade”; a Constituição Federal de 1988 reitera a necessidade da EA a todos os cidadãos. Já o Decreto nº 4.281, de 25/06/02, detalha as competências, atribuições e mecanismos definidos para a PNEA. Impasses: muitas ações têm sido pouco incisivas ou sem a continuidade que a política pública poderia garantir. Isto é resultado da própria situação de precariedade enfrentada pela educação pública brasileira, traduzida em investimentos insuficientes e o estilo de formação dos licenciados, cuja atuação se restringe a repassar conteúdos, sem refletir sobre o planejamento mais amplo e o propósito do ato de ensinar. Como resultado, a postura do profissional educador está aquém do enfrentamento aos desafios da educação do mundo contemporâneo. Uma sociedade da informação dual marcada, por um lado, pelo estudantecom acesso amplo e ilimitado às novas tecnologias da informação e, do outro, o estudante excluído, enfrentando níveis de analfabetismo dados pelas novas formas de desigualdade social e educacional. 2 No Brasil, a legislação, muitas vezes, tende a regular as situações ideais sobre a forma como a sociedade deve proceder. Porém, no campo ambiental há grande distanciamento entre os princípios legais e a sua execução efetiva. Como a consulta participativa na elaboração do PRONEA pode ajudar a solucionar estes impasses? 9UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L R.: A Política Nacional de Educação Ambiental está se consolidando no Brasil como resultado da organização em rede dos educadores ambientais na busca pela aprovação da Lei de Educação Ambiental, bem como sua regulamentação e divulgação nos mais diversos territórios e instâncias educacionais. A Educação Ambiental é assumida como permanente, democrática, interdisciplinar e sistêmica. Seus propósitos são ousados, por sugerir uma práxis educativa, de formação humanista para sociedades sustentáveis, de responsabilidade local/global e intergeracional. Sugere a redefinição das bases de consumo e produção, buscando redefinir consciências e o compromisso compartilhado das empresas, governos, educadores e meios de comunicação. 3 Em que consiste o planejamento educacional numa perspectiva processual? R.: O art. 1º da Lei da EA define como um processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Entendida como processo, a EA terá abertura para a construção de relações, distanciando-a da proposta de gerar um produto único, onde as pessoas são treinadas, capacitadas ou formadas para assumirem comportamentos tidos como os mais adequados para com o meio ambiente. A preocupação é de gerar possibilidades; de elaborar e reelaborar programas amplos de educação; coadunada com as próprias mudanças nas relações da sociedade com o conhecimento e as configurações mais contemporâneas de ensino/aprendizagem. Enquanto processo, e não um produto preestabelecido, a educação pode ser atualizada no seu tempo e no espaço. No espaço, considera-se que as sociedades locais são ora resultado de um território e ora estruturantes deste território, resultando em dinâmicas específicas de uso e apropriação dos recursos naturais. Neste contexto, um programa de Educação Ambiental começa com a investigação da realidade apresentada em cada sociedade e visa problematizar as relações instituídas no meio ambiente, seja na esfera do trabalho, no espaço doméstico ou no lazer. Como nos indica Freire (1987, p. 68) “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. 4 Quais são as contribuições de Paulo Freire para uma proposta de educação voltada para a formação de novos valores de sociedade e sua relação com o ambiente? 10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L R.: Como eixo norteador de sua prática pedagógica, é possível a formação ética dos educadores, conscientizando-os sobre a importância de estimular o educando a uma reflexão crítica da realidade em que está inserido. Ao abordar a questão ambiental na educação, há que se considerar sistemicamente as relações entre o global e o local que ora se distinguem e ora interagem e interatuam, como refere o art. 4o da Lei nº 9.795, que define para a EA uma abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais. A tendência da educação foi de apresentar os problemas sociais e ambientais, sem situá-los espacialmente e socialmente; eram problemas distantes da realidade do educando, tornando o processo ensino- aprendizagem sem foco de interesse. O conteúdo ministrado é apreendido mecanicamente, como uma informação curiosa, mas que não gera um debate, uma compreensão significativa e uma conexão com a sua própria vida, capaz de suscitar um questionamento sobre o estilo de desenvolvimento, o compromisso da sociedade e dos indivíduos quanto à degradação ambiental em curso. De outro lado, ao localizar um problema, situando-o no contexto do educando, perde-se a universalidade da questão ambiental no mundo contemporâneo, simplificando a questão com soluções pequenas e individuais de comportamentos, no qual são descolados. 5 Por que a EA valoriza uma formação de um agente ativo, capaz de decisão política e de exercício da cidadania? R.: A Educação Ambiental visa lançar questionamentos sobre a forma como os indivíduos e as coletividades se posicionam neste mundo, gerando profundas transformações nas condições de vida do planeta Terra. Ao propor a contextualização do cotidiano, a dialogicidade, a relação da teoria com a prática, o objetivo da proposta de Paulo Freire é passar de uma visão de mundo baseada no senso comum para uma visão crítica da realidade, capaz de estimular a transformação, gerando-se então uma ação pedagógica fundamentalmente libertadora. A educação é o lócus da reflexão, o que implica relacionar o mundo vivido e as experiências cotidianas às teorias. 6 A perspectiva da práxis pedagógica é amplamente conhecida entre os educadores, porém poucos fazem a opção por esta proposta. Quais os possíveis esforços pessoais e mudanças institucionais para que os educadores optem pela proposta freiriana de ensino-aprendizagem? R.: Os educadores devem rever suas concepções de ensino-aprendizagem e sua ação imitativa, sem deixar explícitas suas intencionalidades na prática pedagógica. Compreender criticamente a realidade dos problemas ambientais envolve uma leitura da realidade local, mas interpretada sob referenciais teóricos mais 11UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L amplos proporcionados pela Pedagogia da Autonomia e da Libertação (ver Figura 2), como ressalta Paulo Freire na obra Pedagogia da Autonomia (2002). Esta perspectiva se distancia da educação adestradora, cujo aprendizado ocorre por condicionamento de respostas operantes, apresentada por Burrhus F. Skinner. Entende-se que o comportamento é ensinado por meio de esforços imediatos e contínuos a uma resposta aos estímulos, que induzirão o indivíduo a ter a resposta cada vez mais adequada. A fundamentação deste entendimento está nos experimentos realizados com animais em laboratórios, nos quais identifica respostas do tipo reflexo, condicionadas ou não, que são emitidas devido a estímulos sensoriais, como a salivação em resposta à comida e a contração da pupila diante da luz. TÓPICO 3 1 Com base no questionamento apresentado pelo texto: “O que aprendeu hoje na escola?”, faça as seguintes atividades: a) As instituições de ensino que você compartilha (seus amigos, irmãos, filhos ou sobrinhos) têm superado esta visão de mundo acrítica, descolada da natureza socioeconômica e política tão presente na sociedade contemporânea? Resposta Pessoal. Na minha instituição não há clareza quanto ao posicionamento que o professor das ciências sociais em especial deve ter. Não há uma proposta político-pedagógica que defina o perfil do estudante que se almeja. Não se discutem as abordagens, nem os currículos com base em um objetivo maior definido no grupo. O currículo muda, os regimentos também, mas sem gerar reflexões sobre os impasses da formação dos conteúdos desencaixados da realidade. b) Perceba que a escola, ao passar as informações de modo positivo, acaba construindo uma falsa impressão de realidade, marcando um mundo idealizado de ordem e progresso conferido por atuações nem sempre democráticas, dando inclusive uma falsa impressão de liberdade, paz, ética na política, respeito à hierarquia e status social. Faça um comentário sobre esta afirmação destacandoo quanto estes ensinamentos reafirmam o status social de uma sociedade marcada pelas desigualdades, o clientelismo político, a reprodução da violência e a alienação social. R.: Ao considerar o mundo sem problemas, as pessoas não se mobilizam para reivindicar direitos, por simplesmente não se perceberem como parte 12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L do problema, acreditam no mundo com a teoria que aprenderam, sem conflitos, sem impactos. Gera um sentido de acomodação das pessoas e uma falsa impressão de realidade. Desmobiliza para não pensar nas questões fundamentais da realidade, romantizando-a e não preparando as pessoas para enfrentar o mundo e atuar como agente de transformação social, capaz de identificar as relações de exploração e injustiças sociais. c) Como estes ensinamentos positivos e acríticos podem estar distantes dos propósitos da Educação Ambiental? O que aprendeu hoje na escola? Que aprendeu hoje na escola, Querido filhinho meu? Que aprendeu hoje na escola, Querido filhinho meu? Aprendi que Washington nunca mentiu, Aprendi que um soldado quase nunca morre, Aprendi que todo mundo é livre, Foi isso que o mestre me ensinou, E foi o que aprendi hoje na escola, Foi o que na escola eu aprendi. Que aprendeu hoje na escola, Querido filhinho meu?[...] Aprendi que o policial é meu amigo, Aprendi que a justiça nunca morre, Aprendi que o assassino tem o seu castigo, Mesmo que a gente se equivoque às vezes, E foi o que aprendi hoje na escola, Foi o que na escola eu aprendi. Que aprendeu hoje na escola, Querido filhinho meu?[...] Aprendi que o nosso governo deve ser forte, Que está sempre certo e nunca erra, Que os nossos chefes são os melhores do mundo E que os elegemos uma e outra vez, E foi o que eu aprendi na escola, Foi o que na escola eu aprendi. Que aprendeu hoje na escola, Querido filhinho meu? [...] Aprendi que a guerra não é tão ruim assim, 13UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L Aprendi sobre as grandes em que entramos, Que lutamos na França e na Alemanha, E que, talvez um dia, eu tenha uma chance, E foi o que eu aprendi na escola, Foi o que na escola eu aprendi. *Neil Postman e Charles Weingartner. Trad. Álvaro Cabra FONTE: Disponível em: <http://professoreducacional.blogspot.com/2010_10_01_archive.html>. Acesso em: 24 mar. 2011. R.: A questão ambiental tem a política como a responsável por grandes impactos gerados, como o caso de desmatamentos legalizados pelos parlamentares, construção de usinas atômicas como modelo de crescimento do setor energético, estradas em áreas de conservação. Enfim, uma educação que simplifica a realidade histórica e social da sociedade, reproduz a posição acrítica do cidadão, que não se responsabiliza, nem se sensibiliza. Trata os problemas de forma superficial, sem compreender as causas e os riscos imbuídos nas tecnologias. Não há como pensar que se realiza a EA numa escola dessa natureza. 2 Defina os coletivos jovens, destacando a importância da participação social na consolidação de novos compromissos da sociedade com o meio ambiente. R.: Consiste na formação de educandos (coletivos jovens) para a participação; constituição de Conselhos de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas, estabelecendo o controle social da Educação Ambiental na escola e a implementação da Agenda 21 Escolar, dando suporte a atividades curriculares e extracurriculares das escolas para construir projetos coletivos de intervenção transformadora, incluindo a pesquisa-ação e a formação de um banco de dados. Busca-se uma formação com base nos princípios ecológicos, visando à compreensão real da dinâmica de interações possíveis nos ecossistemas livres da manipulação planejada para os desígnios humanos. A EA, ao realizar a alfabetização ecológica, estimulará a consciência ecológica, que vincula os jovens em redes de cooperação solidária engajadas nas questões ambientais. TÓPICO 4 1 Comente a afirmativa: “Na educação de adultos, a realidade do educando é o ponto de partida para se estruturar o processo de aprendizagem”. 14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L R.: Ao trazer para os conteúdos de aprendizagem temas do contexto ou situações que fazem parte do universo de preocupações do educando, coloca- se a própria complexidade da realidade em debate, o que não se encaixa nas abordagens cartesianas que tendem a compartimentalizar, fragmentar e afastar o conteúdo a ser apreendido da realidade de vida de quem aprende. Além disso, quando os conteúdos tratam de ecossistemas ou situações em que o educando não se identifica, não há o chamado para a responsabilidade e, portanto, se distancia de uma educação para a cidadania. Esse deslocamento de realidade resulta no desinteresse do educando pelo espaço escolar ou no descolamento dos conteúdos de ensino às aplicações do que fazer no cotidiano é um dos grandes motivadores da evasão escolar. Ao se dissociar o conteúdo da realidade social e o mundo do trabalho, o aprender perde o sentido para as classes populares que apresentam muitas necessidades imediatas a serem satisfeitas. Freire apresenta uma grande contribuição para o paradigma da educação popular no Brasil e no mundo. Seus pressupostos de ensino-aprendizagem se baseiam no diálogo, na articulação da escola com a sociedade e no desenvolvimento da consciência crítica através da abordagem histórica. 2 Como diagnosticar a realidade do educando para compor seus conteúdos de ensino? R.: O ponto de partida para o desencadeamento do aprendizado do educando requer o estudo da sua realidade, de como ele a percebe e a sente, o que vai além de um simples levantamento da situação local. Consiste num processo contínuo de problematização da realidade, englobando as dimensões política, econômica, social, cultural e ecológica como forma de busca de uma visão não fragmentada de mundo. Nesta forma de conhecer a realidade, as questões ambientais podem ser identificadas sem cair no erro da simplificação. Nas práticas de Educação Ambiental, o diagnóstico da realidade corresponde a duas etapas: a) sensibilização, onde é identificada a percepção espacial e temporal dos indivíduos e da sociedade sobre o ambiente local e global, e também se levanta quais são as representações sociais, as ideias de natureza que sustentam as práticas dos indivíduos com o meio ambiente; b) conhecimento e habilidades, onde o educador faz o levantamento (participativo) dos problemas ambientais que fazem parte do contexto dos estudantes e provoca a redefinição do problema na perspectiva da práxis pedagógica (interação dialética teoria/prática). 3 Explique como deveria ser a definição dos temas geradores para desencadear um trabalho de educação ambiental nas comunidades. 15UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L R.: O autor sugere que a aprendizagem se constitui mais facilmente, caso for utilizado o próprio universo vocabular do contexto do educando. Uma primeira tarefa do educador é compreender esse universo, identificando temas geradores e, assim, aproximando os conteúdos de ensino ao mundo vivido do educando. Na tematização, busca-se a representação de um aspecto da realidade, de uma situação existencial construída pelo educando que o interpreta e constitui significado. O cotidiano é o instrumental de leitura da realidade para que o indivíduo a compreenda e possa interferir sobre ela. A leitura do cotidiano é o início da abertura para a reflexão. Após seu reconhecimento, é preciso realizar um exercício de reflexão, como destaca Freire (1980): qualquer lugar em que tomo distância do contexto concreto exercemos uma reflexão crítica sobre a prática, temos nele um contexto teórico, uma escola no sentido radical que a palavra deve ter. 4 Tendo como base a expressão de Simon Rodriguez (apud GUTIÉRREZ; PRADO, 1999), oque não se faz sentir não se entende, e o que não se entende não interessa, reflita sobre os seus momentos de maior entusiasmo de aprendizagem. Qual é a base teórica que destaca a importância do significado dos conteúdos trabalhados para o aprendizado? R.: Os conteúdos contextualizados dão sentido à caminhada do educando, ou seja, uma educação onde o sentimento, a intuição, a emoção, a vivência e a experiência são o móvel da formação do cidadão ativo e corresponsável. As aprendizagens mais significativas podem envolver metodologias que envolvam o lúdico, tais como: práticas de laboratório e de campo, viagens técnicas, teatro, música, literatura, vídeos, debates e dinâmicas de grupo. O mais importante é o vínculo do conteúdo com as preocupações da realidade do educando. No caso da Educação Ambiental podem ser visitas a locais da cidade, como lixões, aterros sanitários, estações de tratamento de esgotos, parques, áreas verdes, propriedades rurais, entre outros. As experiências práticas desenvolvidas no mundo do trabalho constituem uma forma única de apreender habilidades e coordenação motora. Pode ocorrer na indústria, no comércio, na agricultura, nos serviços. Quanto à base teórica, a expressão educar é caminhar com sentido foi desenvolvida por Gutièrrez e Prado (1999) e, posteriormente, é reconfigurada no contexto da sociopoética desenvolvida por Jacques Gauther (CARVALHO, 2004). 5 Faça uma síntese das abordagens pedagógicas que influenciaram a obra de Paulo Freire. 16 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L R.: O pensamento de Paulo Freire pode ser relacionado com o de muitos educadores contemporâneos, a seguir enumerados: a) Célestin Freinet (1896-1966), um revolucionário educador francês, assim como Freire, acredita na capacidade de o aluno organizar sua própria aprendizagem. b) Com Carl Rogers (1912-1987), apesar das divergências quanto à direção dos conteúdos, há pontos comuns no que diz respeito à liberdade de expressão individual, à crença na possibilidade de os homens resolverem, eles próprios, seus problemas, desde que motivados interiormente para isso. c) Com Ivan Illich (1926), o filósofo austríaco, compartilha da crítica da escola tradicional burocrática que impede os educadores de se autodesenvolver e de se libertar da alienação das escolas. Porém, Paulo Freire, ao contrário de Illich, acredita na escola. Ela pode mudar e deve ser mudada, pois joga um papel importante na transformação social. d) A influência de John Dewey (1859-1952) e seu discípulo Anísio Teixeira (1900-1971), se refere ao excessivo centralismo, ligado ao autoritarismo e ao elitismo da educação brasileira. O que a pedagogia de Paulo Freire aproveita do pensamento de John Dewey é a ideia de "aprender fazendo", o trabalho cooperativo, a relação entre teoria e prática, o método de iniciar o trabalho educativo pela fala (linguagem) dos alunos. e) Há muita semelhança com Lev Vygotsky (1896-1934), o pedagogo russo, e o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). Apesar de Freire e Vygotsky terem vivido em tempos e hemisférios diferentes, a abordagem de ambos enfatiza aspectos das mudanças sociais e educacionais que se interpenetram. Enquanto Vygotsky enfoca a dinâmica psicológica, Freire se concentra no desenvolvimento de estratégias pedagógicas e na análise da linguagem. A teoria da escrita de Vygotsky contém uma descrição dos processos internos que caracterizam a produção das palavras escritas. f) Paulo Freire estava de acordo com a tese de Piaget e insistia: necessitamos desenvolver a “curiosidade” do aprendiz para poder desenvolver o ato de aprendizagem. Piaget sustenta que aprendemos somente quando queremos e somente quando o que aprendemos é significativo para nós mesmos. Também o papel da ação é fundamental para o desenvolvimento da criança, porque é a característica essencial do pensamento lógico para ser operativo. g) O pensamento humanista de Freire foi inspirado no personalismo de Emmanuel Mounier (1905-1950) e pelo existencialismo (Martin Buber), pela fenomenologia (Georg Hegel) e pelo marxismo (Antonio Gramsci e Jürgen Habermas). 6 Comente acerca da maneira como a escola e a comunidade podem promover a aprendizagem para que o cotidiano de cada um seja transformado. 17UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L R.: A leitura do cotidiano é o início da abertura para a reflexão. Após seu reconhecimento é preciso realizar um exercício de reflexão, como destaca Freire (1983): qualquer lugar em que tomo distância do contexto concreto, exercemos uma reflexão crítica sobre a prática, temos nele um contexto teórico, uma escola no sentido radical que a palavra deve ter. Ao abrir-se para o universo do conhecimento, o sujeito começa a vislumbrar outras possibilidades e sempre novas necessidades de conhecer. O resultado é a construção da cidadania, coberta de uma nova consciência e um novo saber que o insere num contexto social mais amplo, assumindo uma consciência planetária de ser e de estar no mundo. UNIDADE 2 TÓPICO 1 1 Defina desenvolvimento sustentável. R.: O desenvolvimento sustentável apresenta várias dimensões, conforme Sachs (2000): social (progresso no sentido da equidade e justiça social); cultural (conscientização e valorização dos ecossistemas, a integração dos povos e a não violência); do meio ambiente; de distribuição territorial equilibrada dos assentamentos e atividades humanas; econômica (visando a satisfação das necessidades humanas básicas); política (reconciliando e integrando o desenvolvimento com a conservação da biodiversidade, participação e autonomia). 2 Defina meio ambiente, ressaltando as consequências de uma definição que tende a ignorar a sua própria influência humana na transformação do meio ambiente. R.: São muitas as definições de meio ambiente, revelando que há um caráter difuso, com muitas possibilidades de entendimento de meio ambiente, abrangendo os mais diversos modos de pensar de cada sociedade. Portanto, para Reigota, meio ambiente é uma representação social. As definições restritas excluem a influência dos componentes humanos do meio, o que leva à falsa ideia de que é possível a existência de ambientes naturais cuja dinâmica não é afetada pela ampla e definitiva interferência humana, em especial da sociedade industrial. Para evitar esta visão, Jollivét e Pavé (1997, p. 65) definem meio ambiente como: 18 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L O conjunto de meios naturais (milieux naturels) ou artificializados da ecosfera onde o homem se instalou e que ele explora, que ele administra, bem como o conjunto dos meios não submetidos à ação antrópica e que são considerados necessários à sua sobrevivência. Esses meios são caracterizados: por sua geometria, seus componentes físicos, químicos, biológicos e humanos e pela distribuição espacial desses componentes; pelos processos de transformação, de ação ou de interação envolvendo esses componentes e condicionando sua mudança no espaço e no tempo; por suas múltiplas dependências em relação às ações humanas; por sua importância tendo em vista o desenvolvimento das sociedades humanas. 3 O que são representações sociais? Quais os tipos mais comuns de representações do meio ambiente? R.: As representações sociais, conforme Reigota (1994, p. 70), são modos de pensar que orientam as condutas dos indivíduos na sociedade e equivalem a “um conjunto de princípios construídos interativamente e compartilhados por diferentes grupos que através delas compreendem e transformam a realidade”. Algumas representações sociais de meio ambiente são categorizadas, segundo Sauvé (apud SATO, 2004), como: natureza (que devemos apreciar e respeitar); recurso (água, energia, resíduos, biodiversidade); problema (contaminação, danos ambientais, irregularidades climáticas, ameaças de destruição); meio de vida(a casa, o trabalho e seu entorno, tudo o que nos rodeia); sistema (ambiente como um grande sistema, os efeitos das transformações se inter-relacionam e não podem ser isolados); biosfera (visão de totalidade, da unidade cósmica e da unicidade da vida); projeto de vida (interdependência sociedade/meio ambiente, responsabilidade e capacidade de transformação socioambiental). 4 Quando os educadores possuem o entendimento de meio ambiente restrito, no qual o homem não faz parte da natureza, cometem-se alguns equívocos quanto à avaliação do problema e à busca de soluções. Faça uma análise dos equívocos resultantes, comentando sobre o descompromisso das pessoas quanto à situação ambiental local. R.: As sociedades que simplesmente visualizam o meio ambiente como recursos têm dificuldade para compreender o contexto atual e definir a problemática decorrente do utilitarismo imbuído nos modos predatórios de 19UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L apropriação. A população tende a se retrair nas situações em que o meio ambiente se encontra degradado e os ecossistemas descaracterizados, resultando em efeitos encadeados e trágicos que afetam a economia e a qualidade de vida. As pessoas diretamente afetadas tendem a se afastar da natureza, principalmente quando perdem as referências de um meio ambiente dinâmico, biodiverso, estável e produtivo. A compreensão efetiva do problema depende de referenciais positivos das dinâmicas naturais e as bases sociais de convivência possível e equilibrada com o meio a ser traduzida em beleza, alimentação abundante e variada, serviços ambientais de lazer e alimentação saudável, rica e abundante. 5 Por que é importante o educador ambiental identificar as representações sociais do educando? R.: Ao compreender o que o educador e educando pensam do meio ambiente é possível saber quais são os conceitos, valores e crenças a serem redefinidos ou considerados no processo educativo. Isto porque os conteúdos escolares, os meios de comunicação, a família e o mundo do trabalho ainda estão distantes de uma visão sistêmica, holística, de biosfera e de compromisso planetário. Cabe ao educador ambiental identificar, primeiramente, quais são as representações sociais do educando. Com este diagnóstico, o educador pode estabelecer metas e, mais facilmente, atingir resultados na orientação do educando, pois estará ciente do modo como o meio ambiente é percebido e vivido pelas comunidades. A definição de cada um tem vínculo com os interesses científicos, artísticos, políticos, filosóficos, religiosos e profissionais que permeiam a sua vida. 6 Por que o desenvolvimento sustentável não tem uma grande penetração na sociedade? Em que medida a falta de participação e engajamento político dos cidadãos impede a implementação de uma política para o desenvolvimento? R.: O desenvolvimento sustentável não obteve grandes avanços porque não pode ser implementado apenas pelas agências representantes de alianças nacionais e internacionais sensibilizadas pelas efetivas ameaças globais. Também é difícil pela própria complexidade da questão. A proposta do desenvolvimento sustentável se complexifica com o próprio entendimento sistêmico da questão ambiental, sua implementação engloba múltiplas dimensões (SACHS, 2000). As tentativas de imposição de cima para baixo não possibilitam o crescimento orgânico a partir das respostas das pessoas. Vai depender de uma contínua criação de espaços políticos e sociais em que o poder das pessoas 20 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L possa, efetivamente, ser exercido e construído a partir do conhecimento e representações já existentes. Também se trata de decidir quem tem o poder de realizar as reformas institucionais necessárias. O debate sobre as estratégias de promoção do desenvolvimento sustentável reconhece a necessidade de se contar com uma participação ativa das populações-alvo, no planejamento e na implementação das atividades definidas para melhorar o seu bem-estar, como destaca Guivant (2006): o empowerment destas pessoas através de sua participação é um elemento-chave, combinado com um claro conhecimento dos limites ambientais e dos requisitos para atingir a satisfação das necessidades básicas. No entanto, a participação pode se constituir apenas como uma resistência frente aos contrapontos encontrados, pois este conceito é tão aberto que pode permitir que interesses estabelecidos ignorem suas implicações radicais e se contentem com ajustes menores. As implicações mais radicais desta proposta podem ser ameaçadas quando as máquinas institucionais do desenvolvimento dominante perceberem seus poderes ameaçados. As ações de cogestão incorporam, portanto, as inter-relações, globais e de longo prazo, entre o sistema socioeconômico e o sistema ecológico, refletindo a adoção de novas opções de desenvolvimento e a preocupação pela renovação dos recursos no longo prazo. Esse conceito sistêmico de gestão para o desenvolvimento alimenta todas as esferas de tomada de decisão política, enfatizando a corresponsabilidade e a valorização da ética e da cultura. TÓPICO 2 1 Quais são as contribuições da teoria da complexidade para as ciências ambientais? R.: A teoria permite identificar os componentes da realidade na sua totalidade, sem perder a individualidade ou a especificidade de cada fenômeno ou entidade. Isto porque permite compreender as interações, retroações, emergências e imposições que ocorrem entre os componentes (MORIN, 1977). A abordagem é adequada à compreensão das questões que não estão vinculadas a uma área específica do conhecimento. Refere-se a fenômenos naturais ou sociais, que não são somente biológicos, econômicos ou religiosos, mas resultam da interação de todos estes campos. A perspectiva visa, portanto, romper com as abordagens dos especialistas que tendem a compartimentalizar e simplificar a complexidade da realidade. É adequada para problemas de natureza sistêmica, como: doenças originadas pela interação de múltiplos fatores ou não localizadas num órgão específico. Atualmente, tem importância fundamental em todos os campos do conhecimento da Física, da Economia, da Medicina e da Ecologia. 21UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L 2 Caracterize uma problemática ambiental de natureza global. Faça uma lista de problemas ambientais locais, mas que se replicam por muitos continentes do planeta Terra. R.: São problemáticas que se repetem nos territórios, podendo ou não estar relacionadas. Geralmente, fazem interfaces com o modelo de desenvolvimento que prioriza os capitais e gera desigualdades sociais: • Gestão dos recursos hídricos (envolvendo todas as tributárias de uma grande bacia hidrográfica, incluindo territórios que se estendem para outras nações). • Recursos de propriedade comum, tais como: o ar atmosférico, as florestas, as áreas de proteção dos mananciais, o carvão. • A fertilidade dos solos e a exploração agrícola. • A questão das patentes e das sementes. • O conhecimento ecológico tradicional e o direito dos povos. • A poluição das megalópoles, os problemas de deslocamento. • O consumismo, os desperdícios e a geração de lixo. • A contaminação do meio ambiente e a qualidade de vida dos agricultores e demais usuários de tecnologias. • Os riscos da radiação e da energia nuclear. • A questão energética. 3 Quais são as características do ambiente entendido como unidade complexa, tal como define Edgar Morin? R.: O ambiente concebido como biótopo e de uma biocenose é plenamente um sistema, isto é, um todo se organizando, a partir das interações entre constituintes (biológicos e geofísicos). Uma unidade complexa, ou Unitas multiplex, que comporta uma extraordinária diversidade de espécies [...]; é um sistema que produz as suas emergências, não só ao nível global, mas também ao nível dos seres que oconstituem, os quais manifestam qualidade de que não disporiam isoladamente [...]. Características: As relações entre o todo e as partes são de uma extrema ambiguidade e complexidade no princípio de que o todo é, ao mesmo tempo, superior ou inferior ao todo, de que as partes são superiores e inferiores às partes, de que há cisões, buracos negros, zonas de penumbra no interior do todo, e também nas inter-relações entre partes. Como todo o sistema ativo, o ecossistema é, ao mesmo tempo, constituído e dilacerado pelas suas interações internas (MORIN, 1980). Um terceiro elemento dos sistemas complexos é quanto à questão da organização dos organismos, enquanto unidade constituída a partir da 22 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L multiplicidade. Cada ponto do holograma possui toda a informação do objeto e todo o holograma possui informação de um só ponto do objeto - “não só a parte está no todo, mas o todo está na parte.” (MORIN, 1997, p. 181). Esse tipo de organização está presente nos organismos vivos, mesmo uma célula epidérmica com papel de proteção contém a informação genética do ser global. A qualidade eco-organizadora: não é manter incessantemente, em condições iguais, através de nascimentos e mortes, o estado estacionário do clima, é ser igualmente capaz de produzir ou inventar novas organizações a partir de transformações irreversíveis que sobrevêm no biótipo ou na biocenose. O mais importante não é a estabilidade em si, mas a capacidade de construir estabilidades novas, em que a evolução pode ocorrer com a interrupção de condições favoráveis e das desorganizações daí decorrentes. (Figura 6). 4 Quais são os parâmetros para se realizar uma educação que aborde a problemática ambiental na sua dimensão sistêmica e complexa? Quais são os impasses que os educadores devem enfrentar e superar para realizar esta abordagem? R.: A Educação Ambiental se refere a um campo do conhecimento integrado e diverso que, por ser sistêmico, não nega as disciplinas específicas (Química, Biologia, Física, Matemática, Economia, Artes e Engenharias), mas requer o diálogo destes saberes, marcados pelas inter-relações. A questão ambiental constitui-se, na contemporaneidade, num espaço complexo de relações e interações sociais, o qual evidencia diversos interesses, em especial vinculados ao crescimento econômico da sociedade de consumo e ao privilégio de setores detentores do capital, o qual traduz interesses conflitantes ao bem comum, à qualidade de vida e à conservação dos ecossistemas. Nesta ótica, são múltiplas as dimensões da questão ambiental, traduzida em um campo de disputas de atores sociais e de interesses de poder, que também se traduz na educação, refém das políticas públicas. A teoria da complexidade passou a ser valorizada, recentemente, entre o meio acadêmico, devido à crise do paradigma científico vigente, em resolver problemáticas da realidade de natureza sistêmica. Esta crise se manifesta nos mais diversos campos do conhecimento: Saúde, Ecologia, Astronomia, Engenharia, Economia e Psiquiatria. A teoria da complexidade vem preencher as seguintes lacunas do conhecimento: Frente à questão da incompletude da ciência, à simplificação da realidade e à sua mutilação, se buscam a articulação, a identidade e a diferença de todos os aspectos físicos, biológicos, sociais, culturais, psíquicos e espirituais. A ambição da complexidade é resgatar estas articulações perdidas e 23UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L fragmentadas pelos recortes entre disciplinas, categorias cognitivas e tipos de conhecimento. O rompimento com a simplificação, enunciada através de leis e princípios reducionistas, presos a análises de causas e efeitos, a busca de objetos determinantes e a regularidade dos fenômenos observáveis. Um segundo erro, o da abstração universalista, o qual tende a dissimular a singularidade, a localidade e a temporalidade. O singular e o local não podem ser esquecidos ou apagados pela totalidade. A compreensão do local é fundamental no estudo das ciências ambientais, o qual não pode perder de vista como esta singularidade se manifesta na sua relação com o todo, considerando seu papel na constituição de determinados ecossistemas. 5 Os ecossistemas apresentam possibilidades de recuperação conforme o grau de perturbações a eles impostas. Porém, a intensidade de pressão pode desencadear um processo de desordem em cadeia, ficando difícil a evolução do sistema para estágios anteriormente estabelecidos. Faça um comentário sobre os processos de coevolução dos ecossistemas relacionando com situações dos ecossistemas degradados que você presencia na sua cidade. R.: A qualidade eco-organizadora: não é manter incessantemente, em condições iguais, através de nascimentos e mortes, o estado estacionário do clima, é ser igualmente capaz de produzir ou inventar novas organizações a partir de transformações irreversíveis que sobrevêm no biótipo ou na biocenose. O mais importante não é a estabilidade em si, mas a capacidade de construir estabilidades novas, em que a evolução pode ocorrer com a interrupção de condições favoráveis e das desorganizações daí decorrentes (Figura 6). Nesta direção, Morin (1980, p. 38) questiona as noções que restringem os processos evolutivos a atributos da espécie: “[...] a ecoevolução está marcada por inúmeras mutações ecológicas, isto é, reestruturações novas sob efeito de perturbações a longo e em curto prazo: submersões, emersões, enrugamentos, elevações, erosões, tropicalizações, glaciações, migrações e aparecimento de espécies novas”. Observe que a harmonia na natureza, nos ecossistemas, clímax, dificilmente se manifesta de modo permanente, ao contrário da ideia de estabilidade altamente difundida no meio acadêmico no século XX. Nesta visão de coevolução, define-se a estabilidade do ecossistema em termos de situações transitórias onde podem se manifestar estados de equilíbrios. Esta estabilidade é decorrente de um estágio avançado da sucessão vegetal, e ocorre quando as exigências impostas às condições do meio natural tornam-se insignificantes frente à capacidade de tolerância 24 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L e adaptação das espécies. As interações entre os seres vivos atingem autonomia na condição de reprodução da vida indefinidamente, a partir da sua própria sustentação. Assim, o equilíbrio apresenta um ideal regulativo, e os conceitos de estado e de dinâmica permitem uma abordagem mais condizente com a realidade observada. Compreende-se que a ecosfera não está e nunca esteve em equilíbrio no sentido usual do termo. O que ocorre são processos de evolução de estados de equilíbrio temporário em situações de um clímax dinâmico, no qual, por exemplo, o equilíbrio de um agrupamento florestal é considerado como um mosaico composto por diferentes estágios de desenvolvimento, considerando a heterogeneidade das formações vegetais tropicais. Variações de natureza estocástica devem ser consideradas, tais como: as microclimáticas, pedológicas e ainda aquelas de natureza biótica (polinização, atrativos aos dispersores, predação, perturbações antrópicas e existência de um grande número de espécies raras). As perturbações da sociedade atual são definitivas, velozes e incisivas, não permitindo atuação do tempo para regular novas formas de organização do sistema. Um somatório de interrupções tem levado à extinção definitiva de espécies. O meio urbano é excludente, insustentável, dependente de grandes inversões de insumos e emissor de calor, causando intervenções de natureza global, similar a uma grande mudança climática. As tentativas de conter este processo são tímidas, frente ao ritmo de imposições que afetam a integridade e a dinâmica autônoma dos ecossistemas. 6 Por que se diz que os sistemas florestais atingem um estágio de desenvolvimentodo tipo “clímax” apenas temporariamente? R.: Primeiramente, havia o entendimento no campo da ecologia de que as florestas significavam o topo da evolução dos ecossistemas, assim, naturalmente, tinham uma estabilidade intrínseca na sua estrutura e composição e apenas a ação antrópica intervinha sobre o seu estado permanente de equilíbrio. Atualmente, se consideram as interações das populações mais dinâmicas, reguladas por variações na estrutura adaptativa, em resposta às imposições do meio. Novamente, a contribuição da teoria da complexidade nos coloca um novo entendimento da dinâmica dos ecossistemas, onde a ordem obtida através de um estado “clímax” de sistemas florestais é apenas temporalmente definida e está sujeita a instabilidades e transformações intrínsecas. 25UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L TÓPICO 3 1 Como a EA pode ser instrumento para a construção de uma noção de conservação como dever coletivo, considerando os impactos ambientais diferenciados em situações em que a desigualdade social é um imperativo? R.: O educador ambiental precisa introduzir uma concepção distante do que, usualmente, os detentores do capital costumam exercer. Busca-se o ideário de que cada indivíduo em particular, enquanto participante, vivente e atuante no planeta, tem uma responsabilidade com o coletivo, enquanto direito de acesso aos recursos naturais e para com os ecossistemas e os demais seres vivos, quanto à integridade e qualidade de vida no planeta Terra, além do propiciado pela privatização do bem. A Educação Ambiental tem o desafio de avaliar e romper com concepções arraigadas e contraditórias, quanto à noção de patrimônio e recursos de bem comum, que prevê a política ambiental para a biodiversidade em ecossistemas florestais estratégicos como a Mata Atlântica, Cerrado e Floresta Amazônica. É importante destacar que a Educação Ambiental faz parte de um programa mais amplo, sendo apenas suporte para implementação da gestão ambiental integrada, sozinha, não poderá realizar uma revolução cultural de tamanha envergadura. Esta também envolve a redefinição da noção de patrimonialidade e implica a disseminação de um discurso que apela menos para uma humanidade abstrata e mais para o comprometimento das pessoas, com a geração da qualidade de vida nas suas localidades e com aquilo que deve ser legado para as gerações futuras (WEBER, 1997). 2 Quais as consequências advindas da noção de meio ambiente como sendo um bem de uso comum e patrimônio da humanidade? R.: O maior impacto desta noção está para os agentes econômicos, que utilizam e exploram os recursos indistintamente, como se fossem objetos de sua única e exclusiva posse, portanto, de livre iniciativa para seu uso, extração e transformação. O ambiente, como bem comum, numa sociedade capitalista, que preserva a propriedade privada, tradicionalmente, entra em contradição com os interesses coletivos e da natureza. Então se propõe uma grande evolução conceitual, pois passa do direito individual para o direito coletivo. Há que se ter claro que são muitas as resistências quando, por meios legais e efetivos, se pretende regular a forma de acesso e estabelecer regras sobre as formas de utilização dos recursos apropriados privadamente. Esta noção contrapõe-se às tentativas de mercantilização da natureza, pois restabelece o pertencimento da natureza como um bem comum. No início de um processo que visa à educação patrimonial, é preciso reconhecer que 26 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L na percepção das populações e dos governos persistem antagonismos entre conservação e desenvolvimento. Tal abordagem é contrária às posições centralizadoras do decisor individual, apelando para o envolvimento e a responsabilidade dos múltiplos atores sociais interessados na utilização dos recursos naturais. 3 Quais são os riscos que podem impedir o desenvolvimento de programas que promovam o pluralismo, ou seja, o envolvimento e a responsabilização dos múltiplos atores sociais? R.: - A marginalização de alguns grupos (mulheres, jovens e alguns atores econômicos), ameaçando a equidade. - A perda da eficiência na gestão dos projetos e das ações, por uma tomada de decisão lenta, um debate falseado pelo acirramento dos conflitos e pelos custos de transações e de controle elevados. - A presença de agentes governamentais dependentes das pressões do mercado e das oportunidades. O respeito ao pluralismo pressupõe a negociação de diferentes representações e ideologias sociopolíticas. Reconhece que não há uma solução única e definitiva para os problemas relacionados à apropriação dos recursos naturais e que, ao serem explicitadas as divergências em termos de valores e objetivos, o trabalho de gestão pode ser desenvolvido com base na responsabilização dos atores sociais envolvidos. 4 Qual a importância da negociação entre atores sociais em situação de conflitos de uso dos recursos naturais? Quais os procedimentos da gestão patrimonial nestes casos? R.: A gestão patrimonial requer uma organização que permita a negociação entre os atores envolvidos na resolução não violenta de conflitos socioambientais. O processo de negociação baseia-se na elaboração de diagnósticos socioambientais, na construção de cenários e na negociação de situações, rompendo-se assim com as formas tradicionais de gestão mais ou menos autoritárias, e no uso e adequação dos mais diversos meios para a gestão (regulamentos, incentivos financeiros, informações) como resultado de decisões negociadas e coletivas. A gestão ambiental deve apreender as diversas preocupações subjacentes à intervenção pública para além de preferências particulares ou individuais de consumidores e usuários. No regime atual, a população desconhece os negócios do Estado e os grupos que se mobilizam acabam se fragmentando, tendo pouca eficácia em termos de oposição às medidas tomadas. É preciso recriar e multiplicar os espaços do cidadão, de modo que a população 27UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L estimulada seja capaz de se mobilizar para orientar a qualquer momento a ação do Estado. Isso exige muito mais do que as atuais instituições representativas têm oferecido em termos de engajamento das coletividades nas decisões. Trata-se de fomentar uma democracia ampliada, usando-se, para isso, as novas técnicas de informação e de comunicação e educação ambiental. Como instrumento de estímulo à conservação, é importante manter uma perspectiva interligada que alie a valorização econômica à ambiental. Inovações começam a ser apresentadas em muitos países envolvendo a iniciativa privada e a ação governamental. Também se deve considerar a integração entre as políticas educacionais, de formação dos profissionais, de gestão do território e outras políticas setoriais que incidem direta ou indiretamente sobre as florestas. Antes das soluções técnicas, é preciso efetuar as escolhas de ordem política, econômica e social de modo partilhado e aplicar o critério da equidade. Nestas condições, uma gestão efetiva se pode instaurar coadunada com os esforços dos educadores ambientais. 5 Como a fragilidade do avanço da democracia brasileira afeta as conquistas no campo ambiental e compromete os avanços da proposta de desenvolvimento sustentável? R.: As causas da desordem ecológica residiram na própria formação social da política brasileira, cujos elementos mais importantes são a hierarquia, o paternalismo, a repressão e o autoritarismo. Do paternalismo resulta uma sociedade formalista, em que regras e regulamentos são muito mais importantes que fatos, mas, quando oportuno, elas são ignoradas para favorecer os interesses particulares (FERREIRA, 1993). Ao centrar sua atuação em uma legislação ambiental estabelecida, sem buscar a legitimação mais ampla da comunidade, o governo acaba estimulando a competiçãoativa entre os grupos que pretendem beneficiar-se dos recursos do meio ambiente, gerando um hiato entre a lei ditada e o cumprimento efetivo da legislação e acirrando as competições pelo território e apropriação de seus recursos, ao invés de incentivar seu uso corresponsável. O predomínio da tecnocracia e a defesa aos interesses da elite propiciam uma orientação voltada para a alocação privada dos recursos naturais, exprimindo a primazia da dimensão econômica sobre a conservação. O clientelismo político permite o não discernimento do que contorna a vida pública e a privada, o familiar e o habitual, além de fortalecer os muros que separam drasticamente a ciência, a pesquisa e as esferas de gestão ambiental. O resultado é a face trágica de devastação que atingiu o Brasil em todas as esferas da produção (agricultura e indústria, em especial), afetando a qualidade de vida de seus habitantes (seja pelo processo segregador da urbanização brasileira, seja pelos efeitos da Revolução Verde, que contaminam os habitantes do meio 28 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L rural). Neste sentido, uma das marcas registradas da política ambiental brasileira é a perspectiva da democracia delegativa – que busca manter a fragilidade das instituições públicas, permitindo a coexistência de um comportamento político-administrativo ora moderno ora tradicional. O Estado mantém uma posição defensiva ao priorizar a dinâmica econômica, não a problematizando como a origem dos problemas socioambientais gerados durante o período do Milagre do Crescimento Econômico. Deste modo, nos anos de 1980 a criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente não atende prontamente aos desafios para a disseminação de uma gestão ambiental efetiva. Da mesma forma, os órgãos de fiscalização não configuram um modelo institucional adaptado a esses novos desafios. O modelo de gestão ambiental usado pelos órgãos estaduais também entrou em crise: prefeituras de grandes e médias cidades procuram atender à população que está mais atenta às questões ambientais, mas as demandas locais são muitas e os órgãos ambientais são insuficientes. A transição democrática fica muitas vezes ameaçada pela forma tradicional de gestão pública, centrada no poder do coronelismo, do chefe de repartição e da discriminação social. Experiências de descentralização, municipalização, desburocratização, parcerias e terceirização têm avanços mais lentos devido à indefinição dos espaços institucionais. A crise é política, não há equilíbrio de forças, não há harmonia concertada no sentido de um planejamento ou de uma política claramente definida para atender a critérios ambientais de longo prazo. Em consequência, o sistema político brasileiro atual reflete a hegemonia de uma democracia restrita, pois nele não há igualdade de oportunidades, constituindo-se num instrumento para diminuir as diferenças sociais. Como as práticas políticas são muito incipientes, as políticas são veiculadas de cima para baixo, sem um controle social efetivo. 6 Quais são os mecanismos institucionais e legais que visam constituir e estabelecer uma gestão ambiental integrada e genuinamente participativa? R.: Nos anos de 1980, houve a criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente, a ser gerido pelos órgãos de fiscalização de alcance local e regional. Experiências de descentralização, municipalização, desburocratização, parcerias e terceirização são espaços institucionais interessantes para o equilíbrio de forças políticas locais - uma política claramente definida para atender a critérios ambientais de mais longo prazo com controle social efetivo. No campo ambiental, sinalizam-se indicativos de avanços referentes à participação democrática a partir da criação dos órgãos colegiados, que abrangem as instâncias regionais e locais do país – são os Conselhos de Meio Ambiente e que implicam a representação dos mais diversos setores 29UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L da sociedade, a realização de audiências públicas para o licenciamento de empreendimentos, nos quais passa a ser exigido um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), e o apoio do Fundo Nacional de Meio Ambiente, entre outros. Por outro lado, os movimentos ecológicos, universidades, oligarquias, empresas e o poder público são fundamentais para avançar de forma convergente na consolidação de uma agenda ambiental global referendada pelas parcerias entre o setor público e o privado e concretizar a Agenda 21 Nacional aprovada pelas organizações governamentais e não governamentais e a correspondente execução e convergência com as Agendas 21 locais. No contexto apresentado de restrição da prática democrática, a educação ativa, não neutra, pode alertar o educando para conquistar e multiplicar os espaços de modo que a população possa mobilizar-se a qualquer tempo à ação do Estado. Isso exige muito mais do que as atuais instituições representativas podem oferecer – uma poderosa esfera pública, nem puramente privada, nem puramente estatal, que opere entre a multidão dispersa, de um lado, e o poder concentrado no Estado, de outro, ampliando os espaços da participação e usando, para isso, os recursos que o avanço das técnicas de informação e de comunicação propiciam. Poderemos sair, assim, da democracia restrita para a ampliada, refletindo em uma gestão ambiental preventiva e integrada. TÓPICO 4 1 Em que consiste a alfabetização ecológica? Observe que muitos estudantes frequentaram todo o Ensino Fundamental, mas não obtiveram nas aulas de Ciências, História, Geografia, conceitos, informações, trocas de experiências e vivências estruturantes para uma base sólida para a compreensão da questão ambiental. R.: A alfabetização ambiental inclui, além de um processo de codificação e decodificação da palavra escrita, o domínio do conhecimento quanto aos fenômenos naturais e à dinâmica de transformação social e cultural a ele inscrita (MELLO; TRABJER, 2007). O distanciamento da educação aos conteúdos significativos tem desinteressado os estudantes para seu próprio aprendizado. A educação bancária não focaliza sua prática para o desenvolvimento de conteúdos procedimentais, voltados para a formação de sujeitos comprometidos com a transformação social. Associado a isto, a tendência crescente de urbanização das pessoas as têm distanciado da convivência com os ecossistemas naturais. De um modo geral, os contatos das pessoas se restringem a ambientes construídos, geralmente, com fins de lazer (jardins, animais de estimação, 30 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L parques e praças revitalizados, hotéis-fazendas, parques aquáticos e praias). Tais experiências não dão suporte suficiente para a compreensão real da dinâmica de interações possíveis nos ecossistemas livres da manipulação planejada para os desígnios humanos. Como resultado, são crescentes as incompreensões das pessoas quanto aos fenômenos ecológicos, o que aumenta o desafio da pedagogia. Ela precisa dar conta da complexidade ambiental para efetivar a alfabetização ecológica (usualmente denominada de consciência ecológica) que consiste em redefinir o olhar sobre o mundo e o modo de nele se relacionar, articulando redes de cooperação solidária que originam as comunidades de aprendizagens. 2 Quais são as mudanças a serem estruturadas na sua vida e no espaço de trabalho se orientadas pelos princípios da alfabetização ecológica? R.: Este conhecimento pressupõe uma abordagem somente recentemente redefinida no campo da ecologia e biologia, em especial. Cabe ressaltar que o educador precisa saber distinguir a Educação Ambiental, enquanto conteúdos e informações do campo da ecologia e a educação, enquanto educação política de ação para a transformação da sociedade (PELICIOLI, 2004). a) Romper com a racionalidade dominante da sociedade moderna, redefinindo o próprioconceito que temos de capacidade de autossustentação do planeta Terra. b) Assumir que somos os principais responsáveis pela gestão dos ecossistemas, e podemos construir jardins democráticos, diversos, harmônicos, produtivos. c) A base de conhecimento ecológica preconizada para o bom desempenho do educador ambiental pode ser buscada no próprio conhecimento popular, além do adquirido no meio acadêmico. d) Além da integração de conteúdos entre as disciplinas, a Educação Ambiental requer a integração entre saberes científicos e populares, sendo esta a base para o diálogo com a realidade socioambiental do educando. Também implica aprender com a realidade (uma perspectiva vivencial) e não sobre a realidade (numa perspectiva de quem trata a realidade como objeto do pesquisador). 3 Por que nos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) o meio ambiente é reconhecido como um tema transversal? R.: A emergência da questão ambiental tem levado a um engajamento da sociedade em geral e, inclusive, das instituições que coordenam as políticas públicas. O tema “Meio Ambiente”, pela própria urgência e gravidade de alcance dos problemas, foi incluído nas orientações curriculares do 31UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L Ministério da Educação como um tema transversal que permeia toda a prática educacional. 4 O que significa trabalhar um conteúdo de forma transversal? R.: A transversalidade constitui, conforme Yus (1998, p. 21), “numa forma de entender o tratamento de determinados conteúdos educativos que não fazem parte das disciplinas ou áreas clássicas do saber e da cultura”. O tratamento dos temas transversais, para o autor acima, pressupõe as seguintes orientações: a interdisciplinaridade, o pensamento complexo e holístico; a integração curricular; a elaboração de projetos; formação crítica e participativa; proximidade da escola com a comunidade. Como exemplo, o tema ambiental terá um tratamento transversal, se desenvolvido na interface das disciplinas escolares, considerando os aspectos físicos e biológicos e, principalmente, os modos de interação do ser humano com a natureza, por meio de suas relações sociais, do trabalho, da ciência, da arte e da tecnologia. 5 Como as diversas áreas do conhecimento contribuem para o desenvolvimento de uma visão integrada e abrangente das questões ambientais? R.: As áreas de Ciências Naturais, História e Geografia são as tradicionais parceiras para o desenvolvimento dos conteúdos da área ambiental, pela própria natureza dos seus objetos de estudo. Cada uma das demais áreas, dentro da sua especificidade, pode contribuir para que o aluno tenha uma visão mais integrada do ambiente. Língua Portuguesa, trabalhando as inúmeras “leituras” possíveis de textos orais e escritos, explicitando os vínculos culturais, as intencionalidades, as posições valorativas e as possíveis ideologias sobre meio ambiente embutidas nos textos; Educação Física, que tanto ajuda na compreensão da expressão e autoconhecimento corporal, da relação do corpo com ambiente e o desenvolvimento das sensações; Arte, com suas diversas formas de expressão e diferentes releituras do ambiente, atribuindo-lhe novos significados, desenvolvendo a sensibilidade por meio da apreciação e possibilitando o repensar dos vínculos do indivíduo com o espaço; além do pensamento matemático, que se constitui numa forma específica de leitura e expressão. São todas fundamentais, não só por se constituírem em instrumentos básicos para os alunos poderem conduzir o seu processo de construção do conhecimento sobre meio ambiente, mas também como formas de manifestação de pensamento e sensações. Elas ajudam os alunos a trabalhar seus vínculos subjetivos com o ambiente, permitindo-lhes expressá-los. 32 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L 6 Quais são as possíveis dificuldades enfrentadas pelas escolas para avançar na adoção da proposta da transversalização dos conteúdos? R.: - A formação dos educadores é disciplinar e as formas de pensar são reducionistas. - A escola não tem tempo para os professores planejarem, conjuntamente, suas atividades, estabelecendo o diálogo e as inter-relações dos conteúdos. - Os projetos ficam igualmente limitados, pela falta de tempo dos professores horistas ou com excesso de horas em sala de aula. - Abrir-se para a realidade é um campo desconhecido e “trabalhoso”, não apropriado para a realidade das escolas. 7 Como se integram os três blocos sugeridos nos PCN, permitindo uma visão abrangente e multi e interdisciplinar da questão ambiental? R.: Os conteúdos foram reunidos em três blocos: o caráter “cíclica” da natureza; sociedade e meio ambiente; manejo e conservação ambiental. O primeiro bloco apresenta conteúdos que possibilitam ampliar e aprofundar o conhecimento da dinâmica das interações ocorridas na natureza. O segundo bloco trata de aspectos mais abrangentes da relação sociedade/natureza. O último bloco trata das possibilidades, positivas e negativas, de interferências dos seres humanos sobre o ambiente, apontando suas consequências. Estes são três aspectos das questões ambientais: os blocos não são estanques, nem sequenciais, mas aglutinam conteúdos relativos aos diferentes aspectos que configuram a problemática ambiental. Eles possibilitam enxergar de maneira mais consistente esses determinantes dos vários ambientes, como eles se configuraram e como poderiam ser modificados. TÓPICO 5 1 Como ocorre o desenvolvimento da inteligência na perspectiva piagetiana? Quais são e em que consistem os estágios de desenvolvimento? R.: Na perspectiva piagetiana de educação, o desenvolvimento da inteligência no indivíduo ocorre nas ações e nas percepções, nas imagens e na linguagem. O desenvolvimento é um processo adaptativo que se estende da adaptação biológica para a adaptação psicológica, seguindo estágios sucessivos. Cada estágio integra as aquisições anteriores e as reorganiza dentro de um contexto mais amplo, e assim as aquisições sensoriais da primeira e da segunda etapa de desenvolvimento se mantêm nos adultos, mas submetidas ao controle do pensamento formal. 33UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L Jean Piaget evidenciou regularidades traduzidas em estágios sucessivos de desenvolvimento que iniciam a partir do nascimento e vão se sucedendo até a adolescência. É na fase denominada pela escola piagetiana de Pré-Operatória que há o desenvolvimento da função semiótica, com o uso crescente dos símbolos e signos, no domínio da linguagem. Já no estágio das Operações Concretas da idade escolar, dos 7 aos 12 anos, ocorrem as operações mentais que permitem resolver problemas lógico/matemáticos como a classificação; constituem inferências características do raciocínio lógico. As crianças nesta fase estão lidando com noções de causa/efeito, nas brincadeiras, passam a combinar regras, com a capacidade de desenvolver esquemas, realizar o jogo até o final e retornar à situação inicial. Também a criança terá uma avaliação mais pormenorizada do todo e sua composição em partes, retornando ao todo através das partes. Nesta fase ocorrem a sistematização e a estabilidade de muitas noções relacionadas aos objetos, tendo como referência o sujeito. É uma fase muito importante, pois é nela que ocorre o preparo para a alfabetização. Tudo aquilo que ela representou através da linguagem oral e de desenhos assume novas formas quando lida com essa nova representação. Neste período operatório, a criança passa a dissociar a ação da expressão oral: passa do conceito falado ao conceito escrito e lida com operações matemáticas. A criança distingue o desenho e a escrita fazendo uso de sinais gráficos para reproduzir letras, realiza a ordem linear dos elementos gráficos na escrita. 2 Quais as contribuições da abordagem piagetiana no planejamento da Educação Ambiental, em cada
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