Buscar

TRABALHO EUTANASIA ÉTICA (3)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESCOLA PRÓ-IMAGEM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
CURSO DE TÉCNICO DE ENFERMAGEM
KARINA NEGRO E SILVA
EUTANÁSIA
IPATINGA
 2021
1 – CONCEITO
A palavra "eutanásia" surgiu pela primeira vez em 1623, na obra Historia vitae et mortis, de Francis Bacon, essa tem origem nos termos gregos Eu (boa) e Thanatos (morte), significando "boa morte", "morte piedosa" ou “morte sem dor”, para os estudiosos, a eutanásia também significa “morte fácil e sem dor”, “morte boa e honrosa”, “alivio da dor”, é o ato de abreviar a vida de uma pessoa, ou seja, tem como princípio acabar com o sofrimento físico e psicológico da pessoa que possui uma doença grave e incurável, quando não existem mais tratamentos que possam ser realizados para melhorar o quadro clínico do indivíduo. Não se aplicará jamais a eutanásia em pessoas que se encontram em pleno gozo da saúde, não importando se jovem ou idoso.
2 – HISTÓRIA 
Quanto a sua origem, a eutanásia é um fenômeno bastante arcaico. Nas sociedades antigas já era comum sua prática, dado que os povos eram regidos por suas crenças e costumes e não por nenhum tipo de código, com normas tipificadas. Diversos povos, como os celtas, por exemplo, tinham a prática de os filhos matarem os próprios pais quando estes estivessem velhos e doentes. Em Atenas, o Senado tinha o poder de definir sobre a morte dos velhos e incuráveis, através do envenenamento. O motivo de tal ato era que essas pessoas não contribuíam para a economia, apenas davam despesas ao governo. Na cidade de Esparta, recém-nascidos eram jogados de um precipício se nascessem deformados. Durante a Idade Média, guerreiros feridos em batalhas recebiam um punhal para que tirassem a própria vida, e assim se livrassem da dor e do sofrimento.
Na Índia, os doentes incuráveis eram jogados no Rio Ganges com as bocas e narinas obstruídos com barro, que era chamado de lama sagrada. Em Roma, os próprios doentes, cansados de viver procuravam os médicos a procura de um alívio, que se dava através da morte, e aqueles defeituosos tinham de ser eliminados, pois o Estado tinha esse direito de não permitir a presença de tais pessoas na sociedade.
Na América do Sul, onde a população era rural, e obrigatoriamente nômades, sacrificavam anciãs e enfermos, para não os abandonar aos ataques de animais selvagens. No Brasil, algumas tribos deixavam à morte seus idosos, principalmente aqueles que não participavam das caças.
Em toda a antiguidade crianças aleijadas e débeis eram sacrificadas, o objetivo era a produção de homens robustos e aptos para a guerra.
A discussão a cerca dos valores sociais, culturais e religiosos envolvidos na questão da eutanásia vem desde a Grécia antiga. Por exemplo, Platão, Sócrates e Epicuro defendiam a idéia de que o sofrimento resultante de uma doença dolorosa justificava o suicídio. Em Marselha, neste período, havia um depósito público de cicuta a disposição de todos. Aristóteles, Pitágoras e Hipócrates, ao contrário, condenavam o suicídio. A escola hipocrática se já se posicionava contra o que hoje tem a denominação de eutanásia e de suicídio assistido.
Estas discussões não ficaram restritas apenas a Grécia. Cleópatra VII (69aC-30aC) criou no Egito uma “Academia” para estudar formas de morte menos dolorosas.
A discussão sobre o tema, prosseguiu o longo da história da humanidade, com a participação de Lutero, Thomas Morus (Utopia), David Hume (On suicide), Karl Marx (Medical Euthanasia) e Schopenhauer. No século passado, o seu apogeu foi em 1895, na então Prússia, quando, durante a discussão do seu plano nacional de saúde, foi proposto que o Estado deveria prover os meios para a realização de eutanásia em pessoas que se tornaram incompetentes para solicitá-la.
No século XX, esta discussão teve um de seus momentos mais acalorados entre as décadas de 20 e 40. Foi enorme o número de exemplos de relatos de situações que foram caracterizadas como eutanásia, pela imprensa leiga, neste período. O Prof. Jiménez de Asúa catalogou mais de 34 casos. No Brasil, na Faculdade de Medicina da Bahia, mas também no Rio de Janeiro e em São Paulo, inúmeras teses foram desenvolvidas neste assunto entre 1914 e 1935. Na Europa, especialmente, muito se falou de eutanásia associando-a com eugenia. Esta proposta buscava justificar a eliminação de deficientes, pacientes terminais e portadores de doenças consideradas indesejáveis. Nestes casos, a eutanásia era, na realidade, um instrumento de “higienização social”, com a finalidade de buscar a perfeição ou o aprimoramento de uma “raça”, nada tendo a ver com compaixão, piedade ou direito para terminar com a própria vida.
Em 1931, na Inglaterra, o Dr. Millard, propôs uma Lei para Legalização da Eutanásia Voluntária, que foi discutida até 1936, quando a Câmara dos Lordes a rejeitou. Esta sua proposta serviu, posteriormente, de base para o modelo holandês. Durante os debates, em 1936, o médico real, Lord Dawson, revelou que tinha “facilitado” a morte do Rei George V, utilizando morfina e cocaína.
O Uruguai, em 1934, incluiu a possibilidade da eutanásia no seu Código Penal, através da possibilidade do “homicídio piedoso”. Esta legislação uruguaia possivelmente seja a primeira regulamentação nacional sobre o tema. Vale salientar que esta legislação continua em vigor até o presente. A doutrina do Prof. Jiménez de Asúa, penalista espanhol, proposta em 1925, serviu de base para a legislação uruguaia.
Em outubro de 1939 foi iniciado o programa nazista de eutanásia, sob o código “Aktion T4”. O objetivo inicial era eliminar as pessoa que tinham uma “vida que não merecia ser vivida”. Este programa materializou a proposta teórica da “higienização social”.
Em 1954, o teólogo episcopal Joseph Fletcher, publicou um livro denominado “Morals and Medicine”, onde havia um capítulo com título “Euthanasia: our rigth to die”. A Igreja Católica, em 1956, posicionou-se de forma contrária a eutanásia por ser contra a “lei de Deus”. O Papa Pio XII, numa alocução a médicos, em 1957, aceitou, contudo, a possibilidade de que a vida possa ser encurtada como efeito secundário a utilização de drogas para diminuir o sofrimento de pacientes com dores insuportáveis, por exemplo. Desta forma, utilizando o princípio do duplo efeito, a intenção é diminuir a dor, porém o efeito, sem vínculo causal, pode ser a morte do paciente.
Em 1968, a Associação Mundial de Medicina adotou uma resolução contrária a eutanásia.
Em 1973, na Holanda, uma médica geral, Dra. Geertruida Postma, foi julgada por eutanásia, praticada em sua mãe, com uma dose letal de morfina. A mãe havia feito reiterados pedidos para morrer. Foi processada e condenada por homicídio, com uma pena de prisão de uma semana (suspensa), e liberdade condicional por um ano. Neste julgamento foram estabelecidos os critérios para ação do médico.
Em 1980, o Vaticano divulgou uma Declaração sobre Eutanásia, onde existe a proposta do duplo efeito e a da descontinuação de tratamento considerado fútil.
Em 1981, a Corte de Rotterdam revisou e estabeleceu os critérios para o auxílio à morte. Em 1990, a Real Sociedade Médica dos Países Baixos e o Ministério da Justiça estabeleceram uma rotina de notificação para os casos de eutanásia, sem torná-la legal, apenas isentando o profissional de procedimentos criminais.
Em 1991, houve uma tentativa frustrada de introduzir a eutanásia no Código Civil da Califórnia/EEUU. Neste mesmo ano a Igreja Católica, através de uma Carta do Papa João Paulo II aos bispos, reiterou a sua posição contrária ao aborto e a eutanásia, destacando a vigilância que as escolas e hospitais católicos deveriam exercer na discussão destes temas.
Os Territórios do Norte da Austrália, em 1996, aprovaram uma lei que possibilita formalmente a eutanásia. Meses após esta lei foi revogada, impossibilitando a realização da eutanásia na Austrália.
Em 1996, foi proposto um projeto de lei no Senado Federal (projeto de lei 125/96), instituindo a possibilidade de realização de procedimentos de eutanásia no Brasil. A sua avaliação nas comissões especializadas não prosperou.Em maio de 1997 a Corte Constitucional da Colombia estabeleceu que “ninguém pode ser responsabilizado criminalmente por tirar a vida de um paciente terminal que tenha dado seu claro consentimento”. Esta posição estabeleceu um grande debate nacional entre as correntes favoráveis e contrárias. Vale destacar que a Colombia foi o primeiro país sul-americano a constituir um Movimento de Direito à Morte, criado em 1979.
Em outubro de 1997 o estado do Oregon, nos Estados Unidos, legalizou o suicídio assistido, que foi interpretado erroneamente, por muitas pessoas e meios de comunicação, como tendo sido autorizada a prática da eutanásia.
Em novembro de 2000 a Câmara de Representantes dos Países Baixos aprovou, com uma parte do plenário se manifestando contra, uma legislação sobre morte assistida. Esta lei permitirá inclusive que menores de idade possam solicitar este procedimento. Falta ainda a aprovação pelo Senado, mas a aprovação é dada como certa. Esta lei apenas torna legal um procedimento que já era consentido pelo Poder Judiciário holandês. A repercussão mundial foi muito grande com forte posicionamento do Vaticano afirmando que esta lei atenta contra a dignidade humana.
3 – TIPOS DE EUTANÁSIA
Há dois tipos de processos de eutanásia: Eutanásia Passiva: Ocorre quando o doente morre por falta de recursos, seja medicamentos, profissionais, alimentos, dentre outros. Eutanásia Ativa: É a indução do processo de morte no doente por meio de injeções letais, desligamento de aparelhos, dentre outros.
A distanásia corresponde ao processo contrário à eutanásia passiva, isto é, significa a prática de morte lenta, dolorosa, com sofrimento físico ou psicológico do paciente em estado de lucidez; enquanto a ortotanásia é a morte que ocorre de modo natural.
4 – LEGISLAÇÃO
O Brasil já chegou a ter uma iniciativa parlamentar favorável a eutanásia: foi o projeto de lei 125/96, cujo autor fora o senador Gilvam Borges, do PMDB. A lei pretendia liberar a prática em algumas situações, e foi submetido à avaliação das comissões parlamentares em 1996. O projeto acabou não prosperando e foi arquivado três anos depois. Já se tratando de um projeto de lei oposto, o deputado Osmânio Pereira propôs a proibição clara da eutanásia no país, definindo-a como crime hediondo, porém, a proposta também foi arquivada.
No que se refere especificamente ao tema, os códigos penais brasileiros nunca dispensaram tratamento específico à eutanásia. O Código Penal de 1830 nada dispunha sobre a eutanásia. Contudo, aplicava pena ao crime de auxílio ao suicídio.
Imperioso dizer que há diferença entre o suicídio assistido e a eutanásia. Nos dizeres de Kovács (2003, p. 196): “O que diferencia a eutanásia do suicídio assistido é quem realiza o ato, no caso da eutanásia o pedido é feito para que alguém execute a ação que vai levar à morte; no suicídio assistido é o próprio paciente que realiza o ato, embora necessite de ajuda para realizá-lo, e nisto difere ainda do suicídio, em que esta ajuda não é solicitada”.
A seu turno o Código Penal de 1890, determinava no seu artigo 299 a cominação de pena de prisão por 2 a 6 anos, para aquele que induzisse ou moralmente ajudasse alguém a suicidar-se.
Sorte melhor não trouxe o atual e vigente código penal de 1940, que basicamente manteve as disposições da lei anterior, ou seja, dos demais códigos, dessa maneira ainda não há uma legislação específica sobre eutanásia, podendo esta receber o enfoque baseado nos artigos 121 parágrafo único (homicídio privilegiado), 122 (Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou automutilação) ou no 135 (omissão de socorro) todos do atual Código Penal, dependendo das particularidades do caso concreto. Ante o exposto, entende Tavares (2008, p.50) que a punição do instituto tem base legal, partindo-se de uma ponderação de princípios onde a inviolabilidade do direito à vida deve preponderar sobre a dignidade: “Assim, de um lado, não se pode validamente exigir, do Estado ou de terceiros, a provocação da morte para atenuar sofrimentos. De outra parte, igualmente não se admite a cessação do prolongamento artificial (por aparelhos) da vida de alguém, que dele dependa. Em uma palavra, a eutanásia é considerada homicídio. Há, aqui, uma prevalência do direito à vida, em detrimento da dignidade”.
Nesse diapasão, percebe-se que a legislação brasileira vai de encontro a muitas legislações e jurisprudências estrangeiras, não apenas européias, como também americanas. É de se destacar o exemplo uruguaio, considerado o primeiro país do mundo a legislar sobre o homicídio eutanásico, cujo Código Penal de 1934 trouxe em seu artigo 37 a exclusão de imputação de pena a agentes que cumpram três requisitos: ter antecedentes honráveis, ser realizado por motivo piedoso; e mediante reiteradas súplicas do sujeito passivo da conduta.
Na América Latina é emblemático o exemplo colombiano, onde eram fortes os debates sobre a eutanásia desde 1979 com o movimento pelo direito a morrer com dignidade e com os constantes incentivos deste para a elaboração de testamentos vitais pela população – documentos em que o indivíduo deixa explícita sua vontade quanto ao uso ou não de terapias e ressuscitações em um futuro hipotético em que não possuam capacidade ou condições para expressar tal vontade, até que no ano de 1997 fora trazida à deliberação da Corte Constitucional Colombiana, pelo magistrado Carlos Gaviria, a confrontação entre o homicídio piedoso e o artigo 326 do código penal do país. Com uma vitória de 6 votos a 3, a Corte Constitucional Colombiana decidiu pela exclusão de penalidade aos médicos que praticassem a eutanásia em sua modalidade omissiva e voluntária, ou seja, àquela em que se retira ou não se usa o tratamento a pedido do paciente, a fim de lhe possibilitar uma morte digna.
5 – PAÍSES LEGAIS
Apesar de ainda ser um tema polêmico na sociedade, a eutanásia, faz parte da realidade de muitos países que vem discutindo a regulamentação deste instituto de forma madura. A Europa foi o continente que mais avançou na discussão a cerca da eutanásia, já que oito países europeus legalizam ou toleram sua prática. São eles: Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suécia, Suíça, Alemanha, Áustria e França. No caso holandês, a legalização foi aprovada em abril de 2001, entrando em vigor no ano subsequente a sua aprovação, e na Bélgica em 28 de ​​​​​​​maio de 2002. 
Em Luxemburgo, a prática foi legalizada em março de 2009. Na Suécia, autoriza-se a assistência médica ao suicídio. Já no caso suíço, a eutanásia não é legal, mas é tolerada: um médico pode administrar uma dose letal de medicamento a um doente terminal que queira morrer, mas essa decisão deve partir do próprio paciente. 
Na Alemanha e na Áustria, a eutanásia passiva não é ilegal, desde que o paciente esteja de acordo com essa ação. Na França, o Conselho Nacional da Ordem dos Médicos anunciou em fevereiro que um colégio médico deve permitir uma “sedação terminal” aos pacientes em fim de vida que tenham feito “pedidos persistentes, lúcidos e reiterados”. E apesar de haver todo esse posicionamento partindo dos países europeus, o assunto também já percorreu os países da América Latina, em especial, o Uruguai e a Colômbia. O Código Penal uruguaio, que data da década de 1930, não penaliza todo aquele que praticar “homicídio piedoso”, desde que conte com “antecedentes honráveis” e que pratique a ação por piedade e mediante “reiteradas súplicas” da vítima.
A Colômbia iniciou um movimento de direito à morte em 1979, e em maio de 1997, a Corte Constitucional Colombiana estabeleceu que “ninguém pode ser responsabilizado criminalmente por tirar a vida de um paciente terminal que tenha dado seu claro consentimento”. Essa posição gerou debates em torno do tema, mas, por fim, um juíz discordou do texto aprovado, anulando todo o processo.
Outro país que já se posicionou a cerca do assunto foi Israel. Em dezembro de 2005, a Câmara Legislativa israelense legalizou a eutanásia para doentes terminais, desde que sejam maiores de 17 anos e que possam expressar suavontade. Além disso, temos o caso dos Estados Unidos, que possui seis Estados que permitem a eutanásia: Oregon, o primeiro a fazê-lo, a decisão é anterior à da Holanda, data de 1997, resultado de um referendo em que 51% dos eleitores aprovaram a Lei Morte com Dignidade, Washington em 2009, através de um referendo, Vermont em 2013, por lei, Novo México, Montana em 2009, depois de um caso concreto permitido pelos tribunais e aprovado pela mais alta instância judicial do Estado, e Califórnia em 2015.
Jonquière, Rob.31 Mai.2017. Eutanásia, um ato de amor.
· Holanda 
Foi o primeiro país europeu a permitir a eutanásia que é possível fazer desde 2002. Legalmente é necessário que a pessoa tenha doença incurável, esteja num sofrimento insuportável e não tenha qualquer perspectiva de melhora. Para pessoa que deseja por fim a própria vida é condição estar na plenitude de suas faculdades mentais. O recurso à eutanásia é permitido a partir dos 12 anos, com consentimento dos pais. Existe uma Comissão de Controle da Eutanásia no país.
· Bélgica 
Desde 2002 que a lei descriminalizou a eutanásia em todas as suas modalidades, não se fazendo distinção entre abreviar a vida por uma terceira pessoa, suicídio assistido ou deixar morrer. O médico tem um papel importante e deve informar ao doente seu estado de saúde, discutir o pedido de eutanásia, bem como as possibilidades de cuidados paliativos. O doente tem que ser maior de idade ou pelo menos emancipado, estar consciente no momento do pedido, e desejar a prática do ato por livre e espontânea vontade, sem qualquer pressão externa.
Uma das condições é o doente estar numa situação médica sem saída e em sofrimento físico e/ou psíquico constante e insuportável e sofrer de uma doença incurável. Na Bélgica, existe uma Comissão Federal de Controle e Avaliação.
· Luxemburgo
Foi o terceiro país europeu a despenalizar a eutanásia e tem uma lei muito parecida com a da Bélgica. Prevê, no entanto, uma norma para que o doente manifeste, por escrito, em que condições e circunstâncias pode submeter-se à eutanásia se o médico concluir que tem uma doença grave e incurável e que a sua situação é “irreversível à luz da ciência”.
· Suíça
Apesar de a eutanásia ser ilegal, as autoridades suíças admitem que poderá existir suicídio assistido se for praticado por um doente terminal em sofrimento intolerável e irreversível. Foi na Suíça que nasceram e existem organizações como a Exit e a Dignitas, que ajudam no suicídio assistido. Em 2016, segundo o Jornal de Notícias, havia 20 portugueses inscritos na Dignitas.
· Canadá
Em 2005, o Supremo Tribunal decidiu a descriminalização da eutanásia se praticada por um médico a pedido de alguém mentalmente competente em situação de doença terminal. No ano seguinte, em 2006, é aprovada uma lei que se aplica a adultos mentalmente competentes com uma doença grave ou incurável em estado avançado de declínio irreversível, dois médicos ou enfermeiros avaliam o pedido, que tem de ser corroborado por duas testemunhas.
· Uruguai e Colômbia 
Estes dois países adotaram normas legais da possibilidade de despenalização judicial do “homicídio piedoso”. Na prática, aplica-se um “perdão judicial” a situações de “homicídio piedoso”, isentando-o de responsabilidade criminal se tiver sido praticado como resposta a um pedido reiterado da vítima em estado terminal e com intenção provada para por fim ao seu sofrimento intenso e irreversível. 
· Austrália 
No Estado de Vitória, na Austrália, a eutanásia é permitida para doentes terminais desde meados de 2019.
· Nova Zelândia
A “Lei de escolha do fim da vida” foi aprovada no Parlamento neozelandês em 2019, depois de anos de debates. Havia a condição de que, para entrar em vigor, precisava ser referendada pelos eleitores. O referendo veio em 30 de Outubro de 2020 e aprovou a prática da eutanásia pelo voto de aproximadamente 65,2% dos eleitores a favor à medida, no entanto essa entrará em vigor em novembro deste ano. Para requerer a eutanásia os pacientes devem ter idade acima dos 18 anos e contar com a aprovação de dois médicos, esses poderão administrar um medicamento letal a adultos vítimas de uma doença terminal que lhes cause “sofrimento insuportáve”l, desde que o pedido tenha sido feito exclusivamente pelo paciente, de forma consciente e voluntária.
6 – CONCLUSÃO E POSICIONAMENTO
Ante o exposto cumpre salientar que embora haja posições favoráveis a prática da Eutanásia e sua descriminalização em alguns países, as discussões acerca do tema ainda caminham de forma tímida e lenta, o que gera prejuízos e obstáculos àqueles que necessitam valer-se do instituto, pois não tem expectativa de viver com qualidade por estarem acometidos por doenças incuráveis que causam-lhes dor e sofrimento imensurável. Portanto, cabe a sociedade e aos profissionais de saúde imprimirem esforços conjuntos com o propósito de permitirem que a voz desses pacientes seja ouvida garantindo-lhes o direito de por fim a dor e sofrimento que experimentam minimizando suas angústias.
REFERÊNCIAS
Disponível em:<https://www.google.com/amp/s/ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/eutanasia-origem-ramificacoes-e-outras-peculiaridades/>.Acesso em: 24 Nov.2021.
Disponível em:<https://www.ufrgs.br/bioetica/euthist.htm>.Acesso em: 24 Nov.2021.
Disponível em:<https://www.google.com/amp/s/www.todamateria.com.br/eutanasia/amp/>.Acesso em: 24 Nov.2021.
Disponível em:<https://www.noticiasaominuto.com/pais/1414649/paises-onde-a-eutanasia-e-possivel>. Acesso em: 26 Nov.2021.
Disponível em:<https://complemento.veja.abril.com.br/pagina-aberta/eutanasia-um-ato-de-amor.html>.Acessoem:26 Nov.2021.
Disponível em:<http://jornalismojunior.com.br/eutanasia-o-direito-de-escolher-a-hora-da-morte/>.Acesso em:26 Nov.2021.

Continue navegando