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CIDADANIA E DIREITOS SOCIAIS Módulo 1 Todo o material desta disciplina foi produzido pela Fatej e é protegido pela 2 sendo proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia desta Instituição de Ensino. SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................................................. 3 CAPÍTULO I ......................................................................................................................... 4 1. A ERA DAS REVOLUÇÕES .......................................................................................... 4 1.1 Revolução Industrial ........................................................................................... 4 1.2 O surgimento do Iluminismo e a consequente Revolução Francesa ................. 6 CAPÍTULO II ........................................................................................................................ 8 2. INSTRUMENTOS DE RECONHECIMENTO E POSITIVAÇÃO DOS DIRETOS HUMANOS FUNDAMENTAIS. ...................................................................................................................... 8 2.1 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – França, 1789. ................... 8 2.2 Nazismo e os Direitos Humanos – Alemanha, 1933 - 1945 ................................ 9 2.3 Tribunal de Nuremberg: a supremacia do princípio da dignidade da pessoa humana – Nuremberg, 1945. ............................................................................................... 9 2.4 Organização das Nações Unidas (ONU) - Nova York, 1945. ............................. 10 2.5 Da Declaração Universal dos Direitos Humanos – Paris, 1948 ......................... 11 2.6 Pacto de São José da Costa Rica – Costa Rica, 1969 ......................................... 11 Notas ............................................................................................................................... 13 3 Todo o material desta disciplina foi produzido pela Fatej e é protegido pela Lei 9.610/98, MÓDULO 1 RESUMO O sistema da Seguridade Social do Brasil está elencado dentre os direitos sociais previstos no artigo 6o da Constituição Federal Brasileira além de encontrar a sua previsão legal nos artigos 195 e 201 da mesma Carta Constitucional, que elevaram a Seguridade Social como um direito fundamental de qualquer cidadão brasileiro e aos estrangeiros com os quais o Brasil mantém acordos internacionais. A Previdência Social, que é um braço da Seguridade Social, é responsável pela gestão e concessão dos benefícios previdenciários previstos na Lei Ordinária 8.213/91. Dentre estes benefícios, está previsto no ar tigo 45 a aposentadoria valetudinária que consiste em um acréscimo de 25%(vinte e cinco por cento) ao segurado que goza da aposentadoria por invalidez e necessita de um auxílio de uma terceira pessoa por conta da incapacidade que o acomete e o impossibilita de praticar os atos básicos da vida humana. Com fundamento nos direitos fundamentais conquistados e trazidos pelo Estado Democrático de Direito na Constituição Brasileira promulgada em 1988, no princípio da dignidade da pessoa humana extraído da Declaração Universal dos Direitos Humanos e no princípio da igualdade, este trabalho propõe a extensão dos 25% à todos os segurados declarados incapacitados com limitações para os atos da vida civil, independentemente do benefício previdenciário que o mesmo receba, tendo em v ista que o fato gerador da concessão é a incapacidadefato este que certamente não empobrecerá o erário público e cujo retorno será de grande relevância social. 4 sendo proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia desta Instituição de Ensino. CAPÍTULO I 1. A ERA DAS REVOLUÇÕES 1.1 Revolução Industrial Têm-se os primeiros indícios do surgimento da Previdência Social logo após a Revolução Industrial na Europa, principalmente na Inglaterra, no século XVIII. A Revolução Industrial se tratou de um divisor de águas no âmbito político, econômico e social da época e que trouxe reflexos para a atualidade. Aborda-se uma evolução, transformação marcada pela superação da economia familiar para uma economia puramente capitalista. A descoberta de novos mercados consumidores para os artigos industrializados – América, Ásia e Europa - trouxe a necessidade de modernização da linha de produção e novas formas de distribuição da mercadoria. No período que se estendeu de 1760 a 1850, o desenvolvimento técnico-científico proporcionou a criação e a implementação de novos maquinários feitos de ferro, que tinham como a sua força motriz o vapor, dinamizando a produção e gerando lucros elevados para os burgueses da época. Utilizando0Ateares manuais, o homem somente poderia fazer um tecido que não ultrapassasse a largura de seus braços, o que por muitas vezes inviabilizava a produção em larga escala. As novas invenções vieram para resolver os problemas resultantes da necessidade social de desenvolvimento industrial. Nessa fase, a produção de novas máquinas entrou em um ritmo extremamente acelerado a fim de atender as demandas do mercado externo. As grandes tendências tecnológicas, a necessidade de suprir um mercado ávido por novos maquinários e produtos, a diminuição dos valores gastos com funcionários e o aumento do lucro e da produção desencadearam a ocorrência da Revolução Industrial na Inglaterra. 5 Todo o material desta disciplina foi produzido pela Fatej e é protegido pela Lei 9.610/98, O pioneirismo britânico na Revolução Industrial foi resultado das transformações pela qual a Inglaterra já vinha sofrendo há quase dois séculos. As mudanças científicas, sociais e econômicas, acompanhadas da instituição de uma nova forma de governo, conduziram o Império Inglês à condição de primeira potência capitalista. Sob o governo de Oliver Cromwell, mudanças importantes aconteceram no comércio inglês. A conquista de colônias na América do Norte, Índia e diversas ilhas oceânicas (a exemplo das Ilhas Malvinas), o acesso privilegiado ao mar, o clima úmido que permitia o cultivo do algodão (matéria prima da indústria têxtil) e o subsolo próspero em carvão mineral, permitiu com que a grande potência inglesa monopolizasse o comércio mundial, conferindo a ela mesma um grande volume de capital. Com o avanço dos capitalistas para o campo para a construção de novas industriais, os camponeses se dirigiram para o centro das cidades onde imaginavam que iriam viver em melhores condições de vida. Não foi este o cenário que encontraram. Sem dinheiro para alimentar a família, local para dormir e expostos às violências das ruas, os camponeses não viram outra solução a não ser trabalhar nas fábricas dos burgueses, vivendo sob condições humilhantes e análogas à de escravo. Pelo fato dos trabalhadores nunca terem trabalhado com máquinas pesadas, ruidosas e de difícil operacionalização, os acidentes de trabalho eram freqüentes. A amputação de um membro do corpo, a perda auditiva induzida por ruído, a cegueira e doenças pulmonares causadas pelo pó resultante do processo produtivo se tornaram freqüentes. Por conta da extensa jornada de trabalho, que por muitas vezes ultrapassava às 16 horas diárias, viu-se um aumento vertiginoso nos acidentes de trabalho. Os homens laboravam exaustos, não tinham pausa para refeição e descanso, tinham metas a cumprir, desconheciam o mecanismo das máquinas e sofriam pressão psicológica de seus empregadores. Os trabalhadores começaram a sofrer de doenças ocupacionais e muitas vezes eram vitimados por acidentes de trabalho, 6 sendo proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia desta Instituição deEnsino. que o incapacitavam de forma permanente ou temporária para a realização de suas atividades laborativas. Sem o trabalho do homem e não tendo dinheiro para sustentar toda a família, as mulheres e as crianças começaram a entrar neste mercado de trabalho, principalmente por serem mais maleáveis e cuidadosas, tentando assim trazer mais renda para as famílias. Por terem mãos pequenas e mais ágeis, as crianças eram colocadas para trabalhar nas grandes máquinas de fiar tecidos, e comumente tinham os seus dedos mutilados por conta da inexperiência e cansaço. Diante da situação em que os operários viviam, só lhe restavam uma alternativa: a revolta. A falta de higiene nos locais de trabalho, a fome, a miséria, as longas jornadas de trabalho e as doenças ocupacionais causadas pelos esforços repetitivos, foram o estopim para diversas rebeliões, o que mais tarde causaria a criação dos sindicatos. Com a luta constante, os trabalhadores conseguiram alcançar seus principais objetivos quanto à elevação dos salários, limitação das horas de trabalho, garantias aos trabalhadores acidentados, restrição de idade e número de horas de trabalho para as crianças e melhores condições de labor. Os sindicatos passaram a ser reconhecidos como entidades representativas dos operários, e foi através destas organizações que as reivindicações foram atendidas pelo Parlamento Inglês, criando então os primeiros direitos trabalhistas. Foi necessário que a Revolução Industrial ocorresse para que houvesse uma mudança na estrutura da sociedade, culminando no desenvolvimento econômico e maior atenção aos direitos dos trabalhadores, que exterminou o autoritarismo e as arbitrariedades cometidas pelos patrões burgueses. 1.2 O surgimento do Iluminismo e a consequente Revolução Francesa Já na França, inspirados pela idéia do “Iluminismo”, amplamente difundidas por John Locke (1632-1704)2C Voltaire (1694-1778) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) que defendiam, respectivamente, que o conhecimento é adquirido com o passar do tempo 7 Todo o material desta disciplina foi produzido pela Fatej e é protegido pela Lei 9.610/98, através do empirismo, a liberdade de pensamento e a existência de um estado democrático que garantiria a igualdade para todos, houve o início da Revolução Francesa em 1789. O Iluminismo defendia que a ordem social não é divina, mas sim construída pelos próprios homens, estando sujeita então à mudanças. Os pensadores iluministas objetivavam a existência de uma sociedade justa e igualitária e livre das pressões do governo monárquico. Com o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, os burgueses e trabalhadores desafiaram o sistema monárquico com as suas tropas e em 14 de julho de 1789, a população invadiu a Bastilha, símbolo do absolutismo monárquico francês. Depois da “Tomada da Bastilha”, a agitação revolucionária espalhou-se por toda a França. Para retirar os direitos humanos do plano da abstração, havia a necessidade da positivação dos direitos garantidos pelo Iluminismo. Então, em 26 de agosto de 1789, ocorreu a consagração normativa dos direitos humanos fundamentais, fato que constituiu uma plataforma emancipatória do monopólio dos “poderosos” e um instrumento de proteção dos mais fracos: foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. 8 sendo proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia desta Instituição de Ensino. CAPÍTULO II 2. INSTRUMENTOS DE RECONHECIMENTO E POSITIVAÇÃO DOS DIRETOS HUMANOS FUNDAMENTAIS. 2.1 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – França, 1789. A Declaração dos D ireitos do Homem e do Cidadão se tornou uma das bases dos demais diplomas constitucionais criados a partir de então, outorgando aos direitos humanos fundamentais – expressão surgida na França (“droits fondamentaux”) o poder de consagrar a dignidade da pessoa humana como norma norteadora do pleno desenvolvimento da personalidade humana e fator indispensável para a estruturação do verdadeiro Estado Democrático de Direito. A positivação das garantias de igualdade entre os homens(independente de sexo, raça, idade ou credo), a limitação do poder estatal, o direito à vida, à liberdade, à propriedade e à liberdade religiosa permitiu que, qualquer cidadão, ao ter um dos seus direitos violados, pudesse exigir a intervenção do Poder Judiciário para tutelar a= Aefetiva aplicabilidade aos direitos humanos fundamentais previstos no ordenamento jurídico em geral. A principiologia constante nesta Declaração traz uma direção a orientar a ordem internacional contemporânea, induzindo que os Estados possuam um comprometimento com valores que transcendem às suas próprias razões, elevando o ser humano à uma categoria de um ser dotado de direitos universais e que se sobrepõe às razões puramente políticas do Estado. Conforme ressaltado por Alexandre de Moraes: “O importante é realçar que os direitos humanos fundamentais relacionam-se diretamente com a garantia de não ingerência do Estado na esfera individual e a consagração da dignidade humana, tendo um universal reconhecimento por parte da maioria dos Estados, seja em nível constitucional, infraconstitucional, seja em nível de direito consuetudinários ou mesmo por tratados e convenções internacionais”.[1] https://col127.mail.live.com/ol/#_ftn1 9 Todo o material desta disciplina foi produzido pela Fatej e é protegido pela Lei 9.610/98, Sem possuir um caráter vinculativo, cabia a cada Estado seguir as recomendações e princípios que lhe parecessem mais favoráveis desta Declaração, dando margem então às atrocidades e barbaridades cometidas pelos nazistas. 2.2 Nazismo e os Direitos Humanos – Alemanha, 1933 - 1945 Tido como propagador dos ideais nazistas na Alemanha, Adolf Hitler foi considerado um dos maiores violadores dos direitos humanos ao afirmar que somente seria titular de direitos – leia-se, um ser dotado de dignidade – aquele indíviduo que pertencia à descendência da etnia branca-cau casiana, originária da Ásia Central, conhecida como “raça ariana”. Ao defender que a dignidade não é um valor que todo o ser humano possui, Hitler cometeu o maior genocídio já conhecido: O Holocausto. Judeus, ciganos, comunistas, socialistas, deficientes físícos, deficientes mentais, poloneses e homossexuais foram perseguidos e levados para enormes campos de concentração, onde eram submetidos à condições subumanas e degradantes, sendo considerados como “pessoas descartáveis”, sem valor moral para a sociedade e “cidadãos indesejáveis” para o regime político nazista. Sob o comando de Hitler, as autoridades alemãs deveriam cumprir as ordens, determinando a execução de crimes que, muito embora contrários à dignidade da pessoa humana, eram cometidos sob a égide da lei. Os direitos fundamentais do homem estavam abaixo da soberania e da vontade do Estado que, naquela época, era representada pelas ordens de Hitler. 2.3 Tribunal de Nuremberg: a supremacia do princípio da dignidade da pessoa humana – Nuremberg, 1945. Após o fim do regime nazista e da II Guerra Mundial, a sociedade mundial clamava pela punição dos responsáveis pelas atrocidades cometidas nos campos de concentração. Após diversas reuniões, foi criado o Tribunal Militar Internacional, mais conhecido como Tribunal de Nuremberg. 10 sendo proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia desta Instituição de Ensino. O Tribunal foi investido do poder de processar e julgar os militares responsáveis pela prática dos crimes contra a dignidade da pessoa humana, contra a paz social e contra a humanidade. Além disso, pela primeira vez, um Estado foi julgado como responsável por um crime internacional que ocorreu dentro de seu próprio território e com os seus próprios cidadãos.Houve a tomada de consciência de que uma Nação possui responsabilidades no plano internacional, e conforme Flávia Piovesan leciona: “o significado do Tribunal de Nuremberg para o processo de justicialização dos direitos humanos é duplo: não apenas consolida a idéia da necessária limitação da soberania nacional, como reconhece que os indivíduos têm personalidade jurídica na esfera internacional, contraindo direitos e obrigações”.[2] A defesa dos réus, na leviana tentativa de absolver os seus clientes, alegaram a ofensa ao princípio da legali dade, pois as infrações cometidas eram permitidas à época pela lei alemã, além de afirmarem que “os militares estavam cumprindo ordens superiores”, informação essa completamente rechaçada pelo Assistente de Acusação, Juiz Bidlle, que afirmou: "os indivíduos têm deveres internacionais a cumprir, acima dos deveres nacionais que um Estado particular possa impor (...)”. O dilema criado restringia-se à dois objetos básicos do ordenamento jurídico: normas x princípios. Apesar de existir “super-princípios”, que estão acima de qualquer outro valor, como a dignidade da pessoa humana, havia também normas/leis criadas por um governo autoritário, mas que legitimamente constituido, que permitia as atrocidades cometidas 2.4 Organização das Nações Unidas (ONU) - Nova York, 1945. A trágica conjuntura mundial daquela época fez com que a ONU – Organização das Nações Unidas, órgão composto por 193 países-membros[3], sendo que cinco deles (Estados Unidos da América, China, Rússia, Reino Unido e França) fazem parte do Conselho de Segurança (tem o poder de veto sob qualquer resolução da ONU) e cuja principal função é garantir o progresso social e o desenvolvimento econômico, decidiu que a promoção e proteção dos direitos hum anos fundamentais deveriam ser uma das maiores preocupações https://col127.mail.live.com/ol/#_ftn2 https://col127.mail.live.com/ol/#_ftn3 11 Todo o material desta disciplina foi produzido pela Fatej e é protegido pela Lei 9.610/98, da sociedade contemporânea. Ao propor a positivação mais realística destes direitos, a ONU causou uma verdadeira revolução na história do pensamento ocidental, pois como ensina Francisco Rezek, “até a fundação das Nações Unidas, em 1945, não era seguro afirmar que houvesse, em direito internacional público, preocupação consciente e organizada sobre o tema dos direitos humanos”.[4] 2.5 Da Declaração Universal dos Direitos Humanos – Paris, 1948. Por meio da Resolução 217-A da Assembléia das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, foi aprovada[5] a Declaração Universal dos Direitos Humanos, reconhecendo que os direito s essenciais do homem não derivam do fato dele pertencer à determinada raça ou credo, mas sim pelo fato de possuir os atributos de um ser humano, merecendo então igual respeito apesar das inúmeras diferenças biológicas e culturais que os distinguem. Consagrada como norma mater e referencial axiológico da proteção dos direitos humanos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos está disposta em 30 artigos e serviu como modelo para a elaboração de diversos tratados internacionais, produzindo um efeito erga omnes obrigacional à todos os países signatários. Formulada por representantes e especialistas de diversos países, é considerada o documento mais traduzido do mundo (mais de 360 idiomas), e reafirma a dignidade da pessoa humana, a igualdade de dire itos, a vedação absoluta de qualquer tipo de discriminação, o direito à vida, à liberdade, ao devido processo legal, a inviolabilidade da honra e da imagem, a liberdade de locomoção dentre outros direitos. No desenvolvimento do presente trabalho, esta Declaração será cotejada com o tema central do ora proposto. 2.6 Pacto de São José da Costa Rica – Costa Rica, 1969. Celebrada pelos integrantes da Organização de Estados Americanos (OEA), a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, popularmente conhecida como Pacto de São José da Costa Rica, foi promulgada em 22 de novembro de 1969 e somente entrou em https://col127.mail.live.com/ol/#_ftn4 https://col127.mail.live.com/ol/#_ftn5 12 sendo proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia desta Instituição de Ensino. vigor, internacionalmente, em 18 de julho de 1978 e recebeu influência marcante da Declaração Universal dos Direitos Humanos ao preservar o ideal do ser humano livre, o direito à dignidade, à saúde e demais condições essenciais que permitam o gozo dos direitos civis, políticos, sociais e culturais do homem. A fim de assegurar um sistema global de proteção dos direitos humanos e respeitando-se as peculiaridades de cada região dos países americanos, o Pacto de São José da Costa Rica teve como signatários somente os países da América Latina que, na época, conviviam com regimes políticos totalitaristas e estavam à margem do desenvolvimento econômico já alcançado pelos países europeus. Assegurando o já previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto de São José da Costa Rica possui oitenta e dois artigos e está dividido em basicamente em três partes. A primeira parte (artigo 1 ao artigo 32) contempla os direitos e os deveres dos Estados, ou seja, os direitos humanos. A segunda parte (artigo 33 ao artigo 69) encontra-se as funções da Comissão e da Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão com feição jurisdicional e responsável pela verificação da violação ou não de qualquer dos dispositivos da Convenção, e por fim, a terceira parte (artigo 70 ao artigo 82) que abriga as disposições gerais e transitórias. Este Pacto trouxe uma renovação e confirmação da Declaração dos Direitos Humanos. O seu preâmbulo é extremamente claro e objetivo ao instituir a finalidade do texto: a proteção dos direitos do Homem contra atos arbitrários do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário apontando assim diretrizes para direcionar e “recordar” os indivíduos de seus direitos fundamentais. Apesar de aprovada em 1969, esta Convenção soment e foi ratificada pelo Brasil através do Decreto nº 670 de 06 de novembro de 1992, ou seja, 23 anos após a sua criação e recebeu o status de emenda constitucional nos termos do artigo 5º parágrafo 3º da Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988.[6] https://col127.mail.live.com/ol/#_ftn6 13 Todo o material desta disciplina foi produzido pela Fatej e é protegido pela Lei 9.610/98, Notas [1] MORAES, Alexandre de. DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS: Teoria geral, comentários aos arts. 1º a 5º da Constituição da República Federativa do Brasil – 9ª edição – São Paulo: Editora Atlas, 2011. p.16. [2] PIOVESAN, Flávia. DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA INTERNACIONAL – 3ª edição – São Paulo: Saraiva, 20 12. p.74 [3] Fonte: http://www.onu.org.br/conheca-a-onu/paises-membros - acessado em 04 de outubro de 2013 [4] REZEK, Francisco. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – 8ª edição – Sã o Paulo: Editora Saraiva, 1996. p.223. [5] Nenhuma nação votou contra o documento, porém houve oito países que abstiveram-se de votar (África do Sul, Arábia Saudita, Bielorrússia, Iugoslávia, Polônia, Tchecoslováquia, Ucrânia e União Soviética). [6] “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. http://www.onu.org.br/conheca-a-onu/paises-membros
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