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Dafne Moura – B19 1 ANATOMIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO → O coração mantém o sangue em movimento. → Ele bate cerca de 100.000 vezes/dia. → O desempenho do coração é fiscalizado pelo Sistema Nervoso. → O coração de cada pessoa tem aproximadamente o tamanho de seu punho fechado. → Ele é dividido em quatro câmaras que trabalham em conjunto para bombear o sangue: os átrios direito e esquerdo e os ventrículos direito e esquerdo. → A comunicação entre o coração e os órgãos periféricos é feita por uma rede de vasos sanguíneos, que pode ser dividida em: circulação pulmonar (coração pulmão) e circulação sistêmica (coração células do corpo). → O átrio direito recebe sangue da circulação sistêmica (rico em Co2). → O ventrículo direito joga o sangue para os pulmões (rico em Co2). → O átrio esquerdo recebe sangue da circulação pulmonar (rico em O2). → O ventrículo esquerdo joga o sangue para os órgãos periféricos (rico em O2). → O mesmo volume que sai do ventrículo direito sai do esquerdo. → Artérias: vasos que saem do coração, transportam muito O2. → Veias: vasos que chegam ao coração, transportam muito Co2. → Capilares/vasos de troca: pequenos vasos com paredes bem finas que conectam as pequenas artérias e veias. PERICÁRDIO: → É um saco fibro-seroso que envolve o coração, o fluido pericárdico e as raízes dos grandes vasos. → O coração está próximo à parede anterior do tórax, logo atrás do esterno, envolto pela cavidade do pericárdio. → A cavidade do pericárdio está no mediastino médio, entre as cavidades pleurais. → O pericárdio possui duas camadas, a camada serosa e a fibrosa. → A camada fibrosa é responsável por limitar o volume cardíaco, o quanto ele enche. Pois ela é constituída por tecido fibroso. → A camada serosa é a camada mais interna, tendo uma lâmina visceral/epicárdio (mais interna, em contato com o coração) e uma lâmina parietal (mais externa). → A parte do coração que pressiona essas lâminas é chamada de base do coração. → O espaço entre as lâminas do pericárdio seroso forma a cavidade do pericárdio, onde circula o líquido pericárdio. Esse líquido reduz o atrito entre as superfícies. → Saco Pericárdio: Lâmina parietal do pericárdio seroso + pericárdio fibroso. ESTRUTURA DA PAREDE DO CORAÇÃO: → É dividida em três camadas: EPICÁRDIO: → É a camada mais externa, é a lâmina visceral do pericárdio seroso. → É formada por mesotélio. MIOCÁRDIO: → É a camada intermediária. → Formada por diversas camadas entrelaçadas de fibras musculares cardíacas. → É vascularizado e inervado. → Há o miocárdio atrial e ventricular. Dafne Moura – B19 2 ENDOCÁRDIO: → O Endocárdio é a camada mais interna, é a que recobre toda porção interna do coração, incluindo suas válvulas. → É um epitélio escamoso simples. → É contínuo com o endotélio dos vasos sanguíneos ligados ao coração. ORIENTAÇÃO E CONFIGURAÇÃO EXTERNA DO CORAÇÃO: → Ele está situado levemente à esquerda da linha média, em um ângulo obliquo em relação ao eixo longitudinal do corpo, rodado em direção ao lado esquerdo. → Ele está no interior do mediastino. → A base do coração é a sua porção superior, onde se liga às grandes artérias e veias da circulação. → O ápice do coração é a extremidade inferior arredondada. MARGENS: → Margem superior: Base. → Margem direita: Átrio direito. → Margem esquerda: Ventrículo esquerdo. → Margem inferior: Ápice. FACES: → Face esternocostal (anterior): átrio direito. → Face diafragmática do coração (posterior): ventrículo esquerdo. SULCOS: → Dividem as quatro câmaras. → Sulco interartrial: separa os dois átrios. → Sulco coronário: separa os átrios dos ventrículos. → Sulco interventricular anterior: separa os ventrículos na porção anterior. → Sulco interventricular posterior: separa os ventrículos na porção posterior. Visão anterior Visão Posterior → Enquanto os átrios recebem o sangue da circulação sistêmica e pulmonar e jogam para os ventrículos; os ventrículos expelem esse sangue para o corpo. → O átrio direito está antêro-inferiormente e à direita ao átrio esquerdo. → O átrio esquerdo se estende posteriormente ao átrio direito. Dafne Moura – B19 3 → Ambos os átrios são altamente distensíveis, e a extensão expansível do átrio é a aurícula ou apêndice auricular. → O ventrículo direito constitui a maior porção da face esternocostal do coração. → O ventrículo esquerdo se estende do sulco coronário até o ápice do coração, na face diafragmática do coração. ANATOMIA INTERNA E ORGANIZAÇÃO DO CORAÇÃO: → Os átrios são separados pelo septo interatrial. → Os ventrículos são separados pelo septo interventricular. → Cada átrio faz comunicação com o ventrículo do mesmo lado. → As valvas são pregas feitas de endocárdio que se estendem no interior das aberturas entre os átrios e os ventrículos. Elas mantêm um fluxo unidirecional do sangue átrios→ventrículos. ÁTRIO DIREITO: → Recebe sangue venoso (↓O2 ↑Co2) da circulação sistêmica. → A veia cava superior, a inferior e as veias provenientes do seio coronário desembocam no átrio direito. → A veia cava superior é responsável pela drenagem da cabeça, do pescoço, dos membros superiores e do tórax. → A veia cava inferior drena tecidos e órgãos da cavidade abdominopélvica e dos membros inferiores. → As veias próprias do coração, que coletam sangue da parede cardíaca, se juntam no seio coronário. → Fossa oval: abertura fetal que liga os átrios. → Forame oval: cicatriz da fossa oval. → A parede interna do átrio direto possui cristas musculares proeminentes: os músculos pectíenos. → O septo interatrial o separa do átrio esquerdo. VENTRÍCULO DIREITO: → Recebe o sangue venoso do átrio direito, através de uma abertura limitada por três bandas fibrosas, chamadas de válvulas. → Essas três válvulas formam a valva tricúspide/valva arterioventricular direita. → As margens livres das válvulas são fixas em feixes de fibras colágenas, as cordas tendíneas; que se originam nos músculos papilares. → Dessa forma, 3 válvulas vão precisar de 3 cordas tendíneas e 3 músculos papilares. → As cordas tendíneas possuem a função de limitar o movimento das válvulas, evitando o refluxo de sangue do ventrículo direito ao átrio direito na sístole. → A superfície interna do ventrículo é repleta de pregas musculares irregulares (trabéculas cárneas), exceto na extremidade superior do ventrículo que que termina na valva do tronco pulmonar, onde a parede é lisa (cone arterial). → Do septo interventricular, sai uma faixa de músculo que se estende até a base do músculo papilar anterior, a trabécula septomarginal. → Essa trabécula é utilizada, na peça úmida, para definir que a banda do coração é a porção anterior. → A valva do tronco pulmonar é formada por três válvulas semilunares e tem a capacidade de evitar o refluxo de sangue para o ventrículo direito quando ele relaxa. → Ele ejeta sangue venoso para os pulmões através do tronco pulmonar (artéria), que se divide em artéria pulmonar direita e esquerda. → A demanda sobre esse ventrículo não envolve forças de contração muito intensas para propelir o sangue; pressões mais elevadas implicariam riscos aos delicados capilares pulmonares. ÁTRIO ESQUERDO: → Recebe sangue oxigenado (↑O2 ↓Co2) da circulação pulmonar. Dafne Moura – B19 4 → As veias pulmonares direitas e esquerdas desembocam no átrio esquerdo. → Não apresenta músculos pectíneos. → Ejeta sangue para o ventrículo esquerdo através da valva mitral/valva arterioventricular esquerda. → A valva mitral possui apenas duas válvulas, duas cordas tendíneas e dois músculos papilares. VENTRÍCULO ESQUERDO: → Recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo, através davalva mitral. → Apresenta paredes mais espessas que todas as outras câmaras. → Exerce uma pressão suficiente para propelir sangue por toda a circulação sistêmica. → As trabéculas cárneas são mais proeminentes que as do ventrículo direito. → Não há trabécula septo marginal. → Ejeta sangue arterial para a circulação sistêmica pela artéria aorta, através da valva da aorta (formada por três valvas semilunares). → A sua contração, além de permitir a saída do sangue, determina um abaulamento em direção a cavidade do ventrículo direito. → A valva da aorta evita o refluxo para o ventrículo esquerdo quando ele relaxa. → Na porção ascendente da aorta, há dilatações saculares (seio da aorta), adjacentes à válvula, que evitam a aderência das válvulas à parede da aorta quando a valva se abre. → O seio da aorta da origem às artérias coronárias direita e esquerda, que irão irrigar todo o miocárdio. ESTRUTURA E FUNÇÃO DAS VALVAS CARDÍACAS: → As valvas atrioventriculares (AV) conectam os átrios aos ventrículos. → Cada AV possui quatro componentes: • Um anel de tecido conectivo. Que pertence ao esqueleto fibroso. • Válvulas de tecido conectivo, que fecham a abertura entre as câmaras do coração. • Cordas tendíneas que fixam as margens das válvulas. Dafne Moura – B19 5 • Músculos papilares que fixam as cordas tendíenas. → As valvas semilunares conectam os ventrículos aos vasos associados. PROLAPSO DA VALVA MITRAL: → Quando as válvulas da valva mitral não se fecham adequadamente, gerando um refluxo do sangue ao átrio esquerdo. → Muito comum. → Produz o sopro cardíaco → Condição muitas vezes assintomática. FUNÇÃO DAS VALVAS NO CICLO CARDÍACO: RELAXAMENTO/DIÁSTOLE VENTRICULAR: → Os ventrículos estão sendo preenchidos por sangue. → Os músculos estão relaxados. → A valva AV está aberta. → As valvas do tronco pulmonar e da aorta estão fechadas. CONTRAÇÃO/SÍSTOLE VENTRICULAR: → Os ventrículos estão ejetando sangue. → As valvas do tronco pulmonar e da aorta estão abertas. → As válvulas se fecham. → A tensão dos músculos papilares e nas cordas tendíenas limitam o movimento das válvulas, evitando a sua eversão em direção aos átrios. VASCULARIZAÇÃO CARDÍACA: → A irrigação do tecido muscular cardíaco é suprida pela circulação coronariana, que inclui uma rede de vasos sanguíneos. → Tanto a artéria coronariana direita quando a esquerda possui origem na base da porção ascendente da aorta, no interior do seio da aorta. ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA: → Supre: o átrio direito, parte do átrio esquerdo, o septo interatrial, todo ventrículo direito, parte do ventrículo esquerdo, septo interventricular posterior e partes do complexo estimulante do coração. Dafne Moura – B19 6 → Ao sair do seio da aorta, ela irá se ramificar em dois ramos na direção superior e dois na direção inferior. → Superiormente, ela se ramifica em ramo para o nó sinoatrial e em ramo atrial, respectivamente. → Inferiormente, ela se ramifica em ramo marginal direito (em direção à margem direita do coração) e – posteriormente - em ramo interventricular posterior. ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA: → Supre: o ventrículo esquerdo, uma pequena faixa do ventrículo direito, o átrio esquerdo, septo interventricular anterior. → Ao sair do seio da aorta, ela irá se ramificar em dois grandes ramos: ramo circunflexo e ramo interventricular anterior. → O ramo interventricular anterior está na face esternocostal, no interior do sulco interventricular anterior. → O ramo circunflexo curva-se para a esquerda no interior do sulco coronário, se ramificando em ramo marginal esquerdo e em ramo do ventrículo esquerdo – na porção posterior/diafragmática - . → Pequenos ramos do ramo interventricular anterior se anastomosam com os do ramo interventricular posterior, da artéria coronária direita. AS VEIAS CARDÍACAS: → O destino da maioria das veias na drenagem cardíaca é o seio coronário, que desemboca no átrio direito. → Apenas as veias anteriores do ventrículo direito, que drenam a superfície anterior do ventrículo direito, desembocam diretamente no átrio direito. → O seio coronário se ramifica para a esquerda em: veia posterior do ventrículo esquerdo e em veia cardíaca magna. A veia cardíaca magna da origem a veia interventricular anterior. → O seio coronário se ramifica para a direita em: ramo interventricular posterior e em veia cardíaca parva. A veia cardíaca parva da origem às veias anteriores do ventrículo direito. O CICLO CARDÍACO: → É o período entre o início de dois batimentos cardíacos consecutivos. → Inclui períodos alternados de contração e relaxamento. → Para cada uma das câmaras, o ciclo pode ser dividido em duas fases (sístole e diástole). → Na sístole, a câmara ejeta o sangue para outra câmara ou para um tronco arterial. → Na diástole, a câmara se enche de sangue e se prepara para iniciar um novo ciclo cardíaco. A COORDENAÇÃO DAS CONTRAÇÕES CARDÍACAS: → O sangue só fluirá de uma câmara para outra ou para um tronco atrial caso a valva que os conecte esteja aberta e a pressão na câmara for maior que o seu destino. → Há uma cronologia apropriada das contrações atriais e ventriculares. Ela é proporcionada pelo complexo estimulante do coração (sistemas de marca-passo e condução). → Automaticidade: O tecido muscular cardíaco consegue se contrair independentemente de estimulação nervosa ou hormonal. Dafne Moura – B19 7 → Primeiro os átrios se contraem, depois os ventrículos. → As contrações cardíacas são coordenadas por células condutoras especializadas. Essas células podem ser as células nodais e/ou as fibras condutoras. → As células nodais estabelecem a velocidade de contração cardíaca e as fibras condutoras distribuem o estímulo contrátil ao miocárdio em geral. OS NÓ SINOATRIAL (SA) E ATRIOVENTRICULAR: → As suas membranas se despolarizam espontaneamente ao atingirem seu limiar. → As células nodais estão eletricamente ligadas uma às outras, às fibras condutoras e às células musculares cardíacas normais. → As células nodais determinam a frequência cardíaca. → A velocidade normal de contração é estabelecida pelas células nodais que atingem o limiar mais rapidamente. → Essas células que possuem menor limiar se encontram no Nó Sinoatrial (marca-passo cardíaco) e são chamadas de células marca- passo. → O estímulo para contração é gerado por células marca-passo do nó SA. → A atividade da célula nodal é afetada pela atividade do sistema nervoso autônomo. • Neurônios parassimpáticos liberando ACh: velocidade de despolarização e frequência cardíaca diminuem. • Neurônios simpáticos liberando noradrenalina: velocidade de despolarização e frequência cardíaca aumenta. Dafne Moura – B19 8 COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO: → As células do nó SA estão eletricamente conectadas àquelas do nó atrioventricular (nó AV) através dos feixes internodais. → As fibras condutoras transmitem o estímulo contrátil para ambos os átrios. → O potencial de ação se dissemina pelas junções comunicantes presentes nas células. → Esse primeiro estímulo contrátil só irá afetar os átrios pois o esqueleto fibroso isola eletricamente o miocárdio atrial do miocárdio ventricular. → A partir da passagem pelo nó AV, o impulso é conduzido para o fascículo AV/feixe de His, que daz um curto trajeto pelo septo interventricular. → O feixe de His então se divide em um ramo direito e outro ramo esquerdo, que se estendem até o ápice do coração e irradiam pelas superfícies internas ventriculares (ramos subendocárdicos) → Os ramos subendocárdicos são chamados de células ou fibras de Purkinje, econduzem os impulsos rapidamente até as células contráteis do miocárdio ventricular. → Primeiro as cordas tendíneas tensionam antes da contração dos ventrículos. → Os ventrículos se contraem simultaneamente a partir de uma onda que se inicia no ápice do coração e se propaga em direção à base.
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