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CÂNCER DE PELE (MELANOMA E NÃO MELANOMA) EXPLICAR EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO DO CA DE PELE: MELANOMA E NÃO MELANOMA. DESCREVER AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO MELANOMA. DESCREVER AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO NÃO MELANOMA: ESPINOCELULAR E BASOCELULAR. · O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil · O Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. · O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. · Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. · Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. · Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele e registra 8,4 mil casos anualmente. · O Câncer da pele é o câncer mais comum no mundo e corresponde a um terço dos casos de câncer, com estimativa de 200 mil novos casos/ano no Brasil. · É quatro vezes mais frequente que o câncer de mama e próstata. NÃO MELANOMA CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). · Trata-se de tumor com malignidade apenas local, podendo ser curado por cirurgia. · O CB associa-se a defeitos na via de sinalização Hedgehog TIPO 1. nodular/ulcerativo (45 a 60%) → forma nódulo de bordas cilíndricas e com ulceração central (ulcus rodens) 2. difuso ou infiltrativo (4 a 17%); → aparece como placa branco-amarelada, esclerótica, com telangiectasia na superfície e depressão central 3. superficial/multifocal (15 a 35%); → placas eritematoescamosas infiltradas, de contornos irregula-res 4. pigmentado, que simula lesões melanocíticas (1 a 7%); 5. fibroepitelioma de Pinkus → aparece no tronco e nas coxas e simula pólipo fibroepitelial EPIDEMIOLOGIA · O carcinoma basocelular (CB) é a neoplasia maligna cutânea mais prevalente (75%). · Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas. · O CB acomete preferencialmente indivíduos idosos, acima da sexta década. · A lesão surge em qualquer área, mas é mais comum em regiões expostas ao sol, sobretudo a face o mais prevalente dentre todos os tipos. · Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. FATORES DE RISCO Exposição aos raios UV é sem dúvida o principal fator etiológico – natural (sol) ou artificial (bronzeamento) · UVA (400 a 320 nm) e UVB (320 a 280 nm) – são responsáveis pela alteração do DNA celular, atuando como agente mutagênico do sistema “supressor to tumor” PTCH no cromossomo 9q12. · Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Agentes químicos · Arsênio · Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos · Carvão da ulha · Fuligem · Asfalto · Lubrificantes · Óleos · Parafina Doenças pré-existentes · Xeroderma pigmentoso · Disqueratose congênita · Epidermolise bolhosa distrófica MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · Certas manifestações do CBC podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. · O tipo mais encontrado é o CBC nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade. PROGNOSTICO · apesar de raramente emitir metástase, apresenta capacidade de destruição local, podendo em casos extremos invadir estruturas contíguas à pele (nervos, glândulas, globo ocular, crânio etc). · Seu crescimento usualmente é lento, podendo tornar-se mais agressivo a qualquer tempo. · Por vezes, a lesão pode aparentar regressão, porém seu crescimento é constante, mesmo que inaparente. CARCINOMA ESPINOCELULAR (CBC) Carcinoma de células escamosas (CCE), espinocelular ou epidermoide é o tumor maligno invasivo constituído pela proliferação de células espinhosas, que pode surgir em qualquer local da pele, mas preferencialmente em áreas expostas, como face, pescoço, braços e dorso das mãos EPIDEMIOLOGIA · Segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. · Carcinoma de células escamosas representa 15% das neoplasias epiteliais malignas da pele. · Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. · A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. · O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. FATORES DE RISCO · Radiações (UVB, PUVA, raios X) → radiação ultravioleta pode reduzir a resposta imunitária, contribuindo para o desenvolvimento da neoplasia · HPV (anogenital, periungueal, carcinoma verrucoso, epidermodisplasia verruciforme) · Carcinógenos químicos (arsênico, hidrocarbonetos) · Infecções crônicas (lúpus vulgar, MH, sífilis etc.) · Doenças congênitas (albinismo e xeroderma pigmentoso). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O CCE pode iniciar-se em pele normal, mas origina-se mais comumente em lesão pré-cancerosa ou desenvolve-se em · úlceras crônicas e cicatrizes de queimadura; · pode também complicar outras lesões cutâneas: · líquen plano, · prurigo nodular, · necrobiose lipoídica, · cisto pilonidal · osteomielite crônica. · Macroscopicamente, a lesão é nodular, tem quantidade variada de ceratina e pode sofrer ulceração · Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. · Eles podem ter aparência similar à das verrugas. PROGNOSTICO · seu prognóstico é variável e apresenta maior potencial de emissão de metástase quando comparado ao carcinoma basocelular. · Na atenção primária, é pertinente a palpação das cadeias linfonodais para avaliação de metástase. · Caso positivo, solicitar exame de imagem e referenciar conforme localização da lesão. MELANOMA O melanoma é a neoplasia maligna originada dos melanócitos, células presentes na camada basal da epiderme, responsáveis pela produção de melanina, substância que determina a coloração da pele e tem importante função protetora contra os efeitos nocivos de radiações solares. O melanoma pode ocorrer na pele, em mucosas, nas meninges e no plexo coroide no fundo de olho, mas podem aparecer também em locais inusitados, como no trato gastrintestinal. · Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor · Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos (metástase) e diminui as possibilidades de cura. EPIDEMIOLOGIA · Apesar do melanoma ser responsável por apenas 5% dos cânceres de pele, é o principal responsável pela mortalidade devido à neoplasia de pele. · tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. · As chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. FATORES DE RISCO · Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol, com fototipos I e II, têm mais risco de desenvolver a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente. · A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. · O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau. · Atualmente, testes genéticos são capazes de determinar quais mutações levam ao desenvolvimento do melanoma avançado (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4) e, assim, possibilitam a escolha do melhor tratamento para cada paciente. · Pintas - uma pinta (nevos) é um tumor benigno, mas alguns tipos de pintasaumentam o risco de uma pessoa desenvolver melanoma. Pessoas com muitas pintas, especialmente as grandes, devem consultar um especialista regularmente e ter cuidado redobrado quando expostas ao sol; · Imunossuprimidos - condições que levam à baixa imunidade, como transplantes, doenças reumatológicas e AIDS, apresentam risco de câncer de pele, que, podem apresentar comportamento mais agressivo que o habitual; · Idade - melanomas são mais comuns em adultos, sendo o pico de incidência aos 50 anos, mas atinge uma faixa de idade que vai desde adultos jovens até pessoas muito idosas MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. · Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. · Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. FORMA CLÍNICA · Melanoma superficial é o mais comum de todos os subtipos, representa 70% do total dos casos. Corresponde à fase de crescimento radial ou horizontal. É o melanoma com localização intra-epidérmica, na fase de crescimento horizontal. Apresenta-se clinicamente como uma mancha levemente elevada e multicolorida. · Melanoma acral lentiginoso Corresponde a 2% a 10% dos melanomas e é o tipo mais encontrado em pessoas da raça negra e com idade acima dos 50 anos, com pico de incidência na sexta e sétimas décadas. Envolve a palma, a planta e o leito ungueal. O melanoma subungueal, devido a suas particularidades anatômicas, tende a ser diagnosticado mais tardiamente, comprometendo seu prognóstico. · Melanoma tipo lentigo maligno Corresponde a 5% dos melanomas. Geralmente são melanomas in situ, com grande área de crescimento horizontal. Esta lesão apresenta-se como mancha com coloração irregular, do marrom ao preto, geralmente em áreas da pele expostas ao sol, na maioria dos casos, na face de pessoas com idade avançada. O padrão de invasão é associado com áreas irregulares, geralmente palpáveis. · Melanoma nodular Corresponde a 15% a 30% de todos os melanomas. Apresentam-se com aspectos clínicos e histopatológicos da fase de crescimento vertical. O padrão de crescimento vertical é associado clinicamente com o aparecimento de um nódulo ou de uma placa elevada, ocorrendo em uma lesão previamente existente ou como uma nova lesão. É o chamado melanoma “de novo” PROGNOSTICO · é o mais agressivo dos cânceres do ser humano. · Mesmo lesões pequenas e iniciais podem já ter emitido metástase. · Todo paciente com melanoma deve ser referenciado para serviço especializado de Dermatologia. · Como o fator genético é muito importante, está indicado o exame dos familiares diretos. DESCREVER O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO CA DE PELE DO MELANOMA COM O NÃO MELANOMA ATRAVÉS DO ABCDE. Assimetria Borda Cor Dimensão Evolução Assimétrico: maligno Simétrico: benigno Borda irregular: maligno Borda regular: benigno Dois tons ou mais: maligno Tom único: benigno Superior a 6 mm: provavelmente maligno Inferior a 6 mm: provavelmente benigno Cresce e muda de cor: provavelmente maligno Não cresce nem muda de cor: provavelmente benigno MELANOMA A. Assimetria – o melanoma é irregular no seu formato – assimétrico. As lesões benignas são arredondadas – simétricas. Se dividirmos a lesão ao meio, e compararmos as duas metades, veremos que as partes são assimétricas. B. Bordas – as lesões do melanoma apresentam bordas irregulares, enquanto as lesões benignas apresentam bordas regulares e com limites bem definidos. O contorno da lesão é irregular e, em alguns pontos, apresenta limites mal definidos. C. Cor – o melanoma frequentemente apresenta várias tonalidades de cor marrom, cinza, azul ou preto. As lesões benignas geralmente apresentam uma coloração uniforme de marrom escuro. Caracterizando a heterocromia, uma lesão com diferentes tipos de cores. D. Diâmetro – Os melanomas têm, geralmente, mais de 6 mm de diâmetro, aproximadamente o diâmetro de um lápis. As lesões benignas são menores que 6 mm. E. Evolução – Uma lesão que muda de aspecto ou chama a atenção merece cuidado especial. TRATAMENTO As opções de tratamento para o câncer de pele melanoma baseiam-se principalmente no estágio da doença, local do tumor, mas outros fatores, como estado geral de saúde, assim como determinadas características do próprio câncer, também são importantes. CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) · A escolha do procedimento depende do · tipo do tumor, · da localização, · tamanho · profundidade A realização da biópsia é de suma importância para confirmação do tipo histológico. Outros fatores importantes para a escolha do método terapêutico são: · idade, · condições clínicas do doente, · número de lesões, · tumor primário ou recidivado, · limites do tumor e exérese incompleta. Em tumores pequenos, menores que 2 cm, que não sejam do tipo esclerodermiforme ou micronodular, a curetagem associada à eletrocoagulação apresenta 90 a 98% de cura. · Porém, em áreas com muitos folículos pilosos, esse método não é recomendado, pois o tumor pode ter se estendido para o folículo e sua retirada seria incompleta, levando à recidiva. · Outras contraindicações da curetagem com eletrocoagulação seriam: recidiva, invasão profunda e na zona “H” da face (lábio superior, nariz, região orbicular, região zigomática, região pré-auricular e retro-auricular, têmpora até o arco da mandíbula). · As vantagens da técnica seriam facilidade na realização e a rapidez do procedimento, principalmente para pacientes com múltiplas lesões. · Porém, há desvantagens como cicatriz hipopigmentada ou hipertrófica e deformidade estética, como retração. A cirurgia excisional pode ser indicada para todos os tipos e localizações do CBC, com a vantagem da possibilidade do controle de margens por congelação ou por exame anatomopatológico convencional. O índice de cura varia de 83 a 97%. A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples. Conheça os mais comuns: -Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos removidos são examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas todas as células cancerosas. A técnica possui altos índices de cura, e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes. -Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Não recomendáveis para tumores mais invasivos. -Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos. Também não é recomendável para tumores mais invasivos. -Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas. -Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor com uma cureta. Em seguida, esse material é analisado ao microscópio. Tal procedimento é repetido sucessivamente, até não restarem vestígios de células tumorais. A técnica preserva boa parte dos tecidos sadios, e é indicada para casos de tumores mal-delimitados ou em áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração. -Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativao 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios. Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos para os carcinomas. Somente um médico especializado em câncer da pele pode avaliar e prescrever o tipo mais adequado de terapia. MELANOMA · O tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. · As modalidades mais utilizadas são a cirurgia excisional e a Cirurgia Micrográfica de Mohs. · Na maioria dos casos, o melanoma metastático não tem cura, por isso é importante detectar e tratar a doença o quanto antes. · Embora não tenha cura, o tratamento do melanoma avançado evoluiu muito nas últimas décadas; hoje já é possível viver por mais tempo e com mais qualidade, controlando a doença em longo prazo. · Para isso, é importante que os pacientes passem por testes genéticos capazes de determinar quais mutações apresentam (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4), possibilitando, assim, a escolha dos tratamentos que podem trazer melhor resultados em cada caso. · Mais de 90% dos pacientes com a alteração genética BRAF, por exemplo, podem se beneficiar do tratamento com terapia-alvo oral, capaz de retardar a progressão do melanoma e melhorar a qualidade a vida. · Outros tratamentos podem ser recomendados, isoladamente ou em combinação, para o tratamento dos melanomas avançados, incluindo quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
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