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A Inteligência e Sua Mensuração

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A Inteligência e Sua Mensuração
COHEN, Testagem e Avaliação Psicológica - Cap. 9
O que é inteligência?
Podemos definir inteligência como uma capacidade multifacetada que se manifesta de diferentes formas ao longo da vida. Em geral, inteligência inclui as capacidades de:
· adquirir e aplicar conhecimento
· raciocinar com lógica
· planejar de maneira eficaz
· deduzir perceptivamente
· fazer julgamentos sólidos e solucionar problemas
· entender e visualizar conceitos
· prestar atenção
· ser intuitivo
· encontrar as palavras e os pensamentos certos com facilidade
· enfrentar situações novas, ajustar-se a elas e tirar delas o melhor proveito
A inteligência, não se resume a esses tópicos, é algo simples, mas também complexo. 
Muitos acreditam que a inteligência é apenas reconhecida pela sua expressão observável, contudo, ficar com a parte somente observável levanta muitas incógnitas. 
Quando as palavras falham, a procura por uma definição adequada e amplamente aceitável tem levado a realização de diversos estudos científicos. Ainda hoje, a busca pela definição de inteligência é um desafio. 
Definição de inteligência: visões do público leigo
Sternberg e colaboradores conduziu uma pesquisa que buscou esclarecer como a inteligência é definida pelo público leigo e pelos psicólogos. Questionado 476 pessoas comuns, 140 doutores em psicologia e estudiosos da área de inteligência e 28 neuropsicólogos, sobre quais comportamentos estavam associados as características de uma pessoa inteligente ou academicamente inteligente, ou ainda inteligente cotidiana. 
De modo geral, os pesquisadores encontraram um grau surpreendente de semelhança entre as concepções de inteligência dos especialistas e das pessoas leigas. No que diz respeito à inteligência acadêmica, entretanto, os especialistas tendiam a enfatizar a motivação (“é persistente”, “altamente dedicado e motivado em relação à carreira escolhida”), enquanto as pessoas leigas destacavam os aspectos interpessoais e sociais da inteligência (“sensibilidade às necessidades e aos desejos das outras pessoas”, “é franco e honesto consigo e com os outros”).
Em outro estudo (Siegler e Richards, 1980), foram observadas concepções de inteligência diferentes conforme o estágio de desenvolvimento. Na infância, a inteligência estava vinculada com coordenação física, consciência das pessoas, produção verbal e apego. Na adolescência, facilidade verbal, compreensão e características de aprendizagem foram as listadas com mais frequência. Facilidade verbal, uso de lógica e resolução de problemas foram mais frequentemente relacionados com inteligência adulta.
Definição de inteligência: visões de acadêmicos e de profissionais de teste
Entre os estudiosos da área de inteligência, não se há uma concordância em relação à definição de inteligência. 
Após ser realizado um simpósio com diversos psicólogos importantes, a questão apenas gerou mais discussões. E diversas definições foram levantadas, algumas muito insatisfatórias, como por exemplo que “inteligência é o que os testes testam”. 
Francis Galton 
Acreditava que as pessoas mais inteligentes eram aquelas equipadas com as melhores capacidades sensoriais. 
Conforme Galton observou, “A única informação que nos alcança com relação a eventos externos parece passar pelos caminhos de nossos sentidos [...]” 
Seguindo essa lógica, os testes de acuidade visual ou de capacidade auditiva são, de certo modo, testes de inteligência.
Galton tinha considerado a inteligência como uma série de processos ou capacidades distintas que podiam ser avaliados apenas por testes separados.
Alfred Binet
Alfred não deixou uma definição explicita de inteligência. 
Escreveu sobre os componentes dela - raciocínio, julgamento, memória e abstração. 
Binet argumentava que, quando alguém resolve um determinado problema, as capacidades usadas não podem ser separadas porque interagem para produzir a solução. Por exemplo, a memória e a concentração interagem quando um indivíduo é instruído a repetir dígitos apresentados oralmente.
David Wechsler
“Inteligência, definida do ponto de vista operacional, é a capacidade agregada ou global de o indivíduo agir de modo intencional, pensar com racionalidade e lidar de maneira efetiva com seu ambiente. Ela é agregada ou global porque é composta de elementos ou capacidades que, embora não de todo independentes, são qualitativamente distinguíveis. Pela mensuração dessas capacidades, nós, em última análise, avaliamos a inteligência. Mas inteligência não é o mesmo que a mera soma dessas capacidades, ainda que, inclusive, [...] A única forma de podermos avaliá-la quantitativamente é pela mensuração dos vários aspectos dessas capacidades. (1958, p. 7). ”
Para Wechsler, há ainda fatores não intelectivos que devem ser levados em consideração quando se avalia a inteligência, como “as capacidades mais da natureza de traços conativos, afetivos ou de personalidade [que] incluem traços como impulso, persistência e consciência da meta [bem como] o potencial de um indivíduo de perceber e responder a valores sociais, morais e estéticos”. 
Os aplicadores das Escalas Wechsler interpretaram os dados em relação às subescalas individuais – escala verbal, escala de execução e escala total –, sendo o QI calculado com base nesses índices. 
Tempos depois, com a formulação do WAIS-III, foi agrupado os dados do teste em: Índice de Compreensão Verbal, Índice de Organização Perceptual, Índice de Memória Operacional e Índice de Processamento.
Contudo, ainda outras reformulações foram feitas no WAIS – IV. 
Jean Piaget 
A pesquisa de Piaget concentrou-se no desenvolvimento da cognição em crianças: como elas pensam, como entendem a si mesmas e o mundo que as circunda e como raciocinam e resolvem os problemas.
Inteligência pode ser concebida como um tipo de adaptação biológica em desenvolvimento ao mundo exterior. 
À medida que habilidades cognitivas são adquiridas, a adaptação (em um nível simbólico) aumenta, e a tentativa e erros mentais substituem a tentativa e erros físicos. 
O processo de desenvolvimento cognitivo ocorre não apenas pelo amadurecimento ou pela aprendizagem, mas como consequência da interação com o ambiente, as estruturas psicológicas são reorganizadas.
De acordo com essa teoria, os aspectos biológicos do desenvolvimento mental são governados por mecanismos maturacionais inerentes. 
À medida que estágios individuais são alcançados e atravessados, a criança também tem experiências no ambiente. Cada nova experiência, segundo Piaget, requer alguma forma de organização ou reorganização cognitiva em uma estrutura mental chamada de esquema. 
Os bebês nascem com diversos esquemas simples, incluindo a sucção e a preensão. Aprendendo inicialmente ao pegar e colocar quase tudo em suas bocas, os bebês usam esses esquemas para entender e reconhecer seu mundo.
À proporção que o bebê cresce, os esquemas se tornam mais complicados e estão ligados mais a transformações mentais e menos a ação manifesta. Por exemplo, somar uma série de números requer a transformação mental de números para chegar a uma soma correta.
Aprendizagem ocorre por meio de duas operações mentais básicas: assimilação (organizar ativamente informações novas de modo que e ajustem ao que já é percebido e pensado) e acomodação (mudar o que já é percebido ou pensado de modo que se ajuste às informações novas).
Um importante fio condutor das teorias de Binet, Wechsler e Piaget é o foco no interacionismo. 
Interacionismo refere-se ao conceito complexo pelo qual se presume que hereditariedade e ambiente interajam e influenciem o desenvolvimento da inteligência. 
Outros teóricos se concentraram em outros aspectos da inteligência:
Teorias fatoriais, o foco é direcionado à identificação da capacidade ou de grupos de capacidades consideradas componentes da inteligência. 
Teorias de processamento de informação, o foco está na identificação dos processos mentais específicos que constituem a inteligência.
Teorias fatoriais da inteligência
- Análise fatorial é um grupo de técnicas estatísticas que visam determinara existência de relações subjacentes entre conjuntos de variáveis, incluindo escores de testes. 
- Na busca de uma definição de inteligência, os teóricos têm usado a análise fatorial para estudar as correlações entre testes mensurando capacidades variadas, supostamente refletindo o atributo subjacente de inteligência.
Em 1904, o psicólogo britânico Charles Spearman explorou novas técnicas para mensurar as correlações entre testes. 
Ele verificou que as medidas de inteligência tendiam a se correlacionar entre si em vários graus. Formulando a teoria bifatorial da inteligência. 
Sendo que, g representa a porção da variância que todos os testes de inteligência têm em comum, e as porções remanescentes da variância são explicadas ou por componentes específicos (s) ou por componentes de erro (e) desse fator geral. 
Quanto maior a magnitude de g em um teste de inteligência, melhor o teste prediria inteligência global.
Spearman (1927) concebia a base do fator g como algum tipo de energia mental eletroquímica geral disponível ao cérebro para resolução de problemas. Além disso, ele estaria associado com a facilidade em pensar na própria experiência e em fazer observações e extrair princípios.
Ao continuar seus estudos, Spearman e seus alunos reconheceram a existência de uma classe intermediária de fatores comum a um grupo de atividades, mas não a todos. 
Essa classe, chamada de fatores de grupo, não é nem tão geral quanto g nem tão específica quanto s. Exemplos desses amplos fatores de grupo incluem as capacidades linguística, mecânica e aritmética.
Muitos outros modelos foram criados, com referência no g, alguns afirmando a sua utilização, como Guilford, e outros negando-a, como por exemplo na teoria de Thurston. 
Gardner (1983, 1994) desenvolveu uma teoria de inteligências múltiplas: lógico-matemática, corporal-cinestésica, linguística, musical, espacial, interpessoal e intrapessoal.
Inteligência interpessoal é a capacidade de entender as outras pessoas: o que as motiva, como funcionam, como trabalhar cooperativamente com elas. Vendedores, políticos, professores, médicos e líderes religiosos bem-sucedidos tendem a ser indivíduos com alto grau dessa inteligência. 
Inteligência intrapessoal, é uma capacidade correlativa, voltada para dentro. É a que possibilita formar um modelo preciso e verídico de si mesmo e usar esse modelo para operar efetivamente na vida.
Sendo que esses dois fatores, estão relacionados a Inteligência Emocional, de acordo com o autor. 
A teoria postulava a existência de dois tipos importantes de capacidades cognitivas: inteligência cristalizada e inteligência fluida. 
Inteligência cristalizada (Gc) 
Constituída pelas capacidades que incluem habilidades e conhecimento adquiridos que são dependentes de exposição a uma determinada cultura bem como de educação formal e informal (p. ex., vocabulário). A recuperação de informação e a aplicação de conhecimento geral são concebidas como elementos da Gc.
Inteligência Fluida (Gf) 
Constituída pelas capacidades não verbais, relativamente livres de cultura e independentes de instrução específica (tal como a memória para dígitos).
Horn propôs o acréscimo de alguns fatores: 
· processamento visual (Gv); 
· processamento auditivo (Ga); 
· processamento quantitativo (Gq); 
· velocidade de processamento (Gs);
· facilidade com leitura e escrita (Grw); 
· memória de curto prazo (Gsm); 
· armazenamento e recuperação de longo prazo (Glr). 
Algumas das capacidades (como Gv) são capacidades vulneráveis na medida em que declinam com a idade e tendem a não retornar a níveis pré-lesão após dano cerebral. 
Outras dessas capacidades (como Gq) são capacidades mantidas; elas tendem a não declinar com a idade e podem retornar a níveis pré-lesão após dano cerebral.
A teoria dos três estratos de capacidades cognitivas - de Carrol
É outro modelo de inteligências múltiplas influente com base em estudos de análise fatorial.
É um modelo hierárquico, significando que todas as capacidades listadas em um estrato são subordinadas por ou incorporadas no estrato acima delas.
Construiu sua teoria, com base em formatos da geologia. Sendo assim, para ele a inteligência é composta de três estratos. 
1° - O estrato ou nível superior nesse modelo é g, ou inteligência geral. 
2° - O segundo estrato é composto de oito capacidades e processos: inteligência fluida (Gf), inteligência cristalizada (Gc), memória e aprendizagem geral (Y), percepção visual ampla (V), percepção auditiva ampla (U), capacidade de evocação ampla (R), velocidade cognitiva ampla (S) e velocidade de decisão (T).
3° - Abaixo de cada capacidade no segundo estrato estão muitos “fatores de nível” e/ou “fatores de velocidade”. 
Por exemplo: 
· Gf - raciocínio geral, raciocínio quantitativo e raciocínio piagetiano. 
· Gf - velocidade de raciocínio. 
· Gc - desenvolvimento da linguagem, compreensão, capacidade de soletrar e capacidade de comunicação. 
· Gc - fluência oral e capacidade de escrita.
Modelo CHC
Formado por outros estudiosos, com o intuito de integrar as teorias de Cattell-Horn e Carroll. 
Importante evidenciar as divergências entre essas teorias: 
A existência de um fator intelectual geral (g) - Para Carroll, g é o fator do terceiro estrato, agrupando Gf, Gc e as outras seis aptidões amplas restantes do segundo estrato. Em contrapartida, g não tem lugar no modelo de Cattell-Horn.
As capacidades denominadas “conhecimento quantitativo” e “capacidade de leitura/escrita” são consideradas uma aptidão ampla e distinta no modelo de Cattell-Horn, contudo, para Carroll, todas essas capacidades são aptidões específicas, do primeiro estrato.
Outras diferenças entre os modelos incluem as definições específicas de capacidades e o agrupamento de fatores específicos relacionados à memória.
Modelo CHC de McGrew-Flanagan
A proposta de McGrew exibe 10 aptidões “amplas” e mais de 70 aptidões “específicas”, com cada aptidão ampla subordinando duas ou mais aptidões específicas.
Não prevê o fator de capacidade intelectual geral (g), já que desde o início visava-se a melhora da prática de avaliação psicológica na educação (avaliação psicoeducacional), e para os estudiosos g não era tinha utilidade nas avaliações psicoeducacionais. 
McGrew e Flanagan basearam-se fortemente nos textos de Carroll (1993) para as definições de muitas das aptidões amplas e específicas listadas e também para os códigos para essas aptidões.
O modelo de McGrew-Flanagan força os profissionais a pensar sobre diversas capacidades humanas que precisam ser medidas e quanto a abordagem deve ser específica ou ampla com relação a ter utilidade na clínica, além de estimular os pesquisadores a rever teorias existentes. 
A visão do processamento de informação
Aleksandr Luria é o criador de uma outra abordagem de conceituação da inteligência. 
Focaliza os mecanismos pelos quais a informação é processada – como a informação é processada, em vez de o que é processado. 
Dois tipos básicos de estilos de processamento de informação, simultâneos e sucessivos, foram diferenciados (Das et al., 1975; Luria, 1966a, 1966b). 
· No processamento simultâneo (ou paralelo), a informação é integrada toda de uma só vez. Ex. ver uma obra de arte.
· No processamento sucessivo (ou sequencial), cada porção de informação é processada individualmente em sequência. Ex. memorizar um número de telefone ou aprender uma palavra nova.
A Bateria de Avaliação para Crianças de Kaufman, segunda edição (KABC-II; discutida no Cap. 11) – se baseia fortemente nesse conceito de uma distinção entre processamento de informação sucessivo e simultâneo.
Modelo PASS de funcionamento intelectual
P - planejamento refere-se a desenvolvimento de estratégia para a resolução de um problema; 
A - atenção (também chamada estimulação) refere-se à receptividade à informação; 
S / S - simultâneo e sucessivo dizem respeito ao tipo de processamento de informação empregado. 
CAS (Cognitive Assessment System) 
Naglieri e Das (1997) desenvolveram o Sistema de Avaliação Cognitiva, um teste de capacidade cognitiva visando expressamenteexplorar os fatores PASS. 
Robert Sternberg 
Propôs abordagem de processamento de informação à inteligência afirmando que “a essência da inteligência é que ela fornece um meio de nos governarmos de modo que nossos pensamentos e ações sejam organizados, coerentes e responsivos tanto às nossas necessidades internamente impulsionadas como às necessidades do ambiente” (Sternberg, 1986, p. 141).
Teoria triárquica da inteligência com três elementos principais: 
1. Os metacomponentes - estão envolvidos no planejamento do que a pessoa vai fazer, na monitoração do que ela está fazendo e na avaliação do que fez após a conclusão. 
2. Os componentes de desempenho - administram as instruções dos metacomponentes. 
3. Os componentes de aquisição de conhecimento - estão envolvidos em “aprender como fazer alguma coisa em primeiro lugar”.
Sternberg introduziu a noção de inteligência bem-sucedida, que é mensurada pelo grau com que a pessoa se adapta, compartilha, molda e seleciona ambientes de uma forma que seja compatível com os padrões de sucesso pessoal e social.
Mensurando a inteligência
A mensuração da inteligência implica amostrar o desempenho de um examinando em diferentes tipos de testes e tarefas em uma função do nível de desenvolvimento.
Tipos de tarefas usadas nos testes de inteligência 
Na primeira infância (o período do nascimento aos 18 meses), a avaliação intelectual consiste principalmente na mensuração do desenvolvimento sensoriomotor. 
Por exemplo, a mensuração de respostas motoras não verbais, como se virar, levantar a cabeça, sentar, acompanhar um objeto em movimento com os olhos, imitar gestos e estender a mão para um grupo de objetos.
Na avaliação da criança mais velha o foco está nas capacidades verbais e de execução.
As tarefas solicitadas para a avaliação da inteligência estão relacionadas: medida de cabedal geral de informações, vocabulário, julgamento social, linguagem, raciocínio, conceitos numéricos, memória auditiva e visual, atenção, concentração e visualização espacial.
- Antigamente os testes de inteligência eram pontuados e interpretados com base na idade mental, um índice que se refere a idade cronológica equivalente ao desempenho da pessoa em um teste, na qual o indivíduo ao ser testado era avaliado se estava dentro das normas da idade ou não. 
- Durante os testes são observadas as reações frente ao sucesso, fracasso e frustração; a resolução de problemas e o enfrentamento de situações com diversas demandas. 
- A observação perspicaz desses comportamentos verbais e não verbais pode produzir uma riqueza de insights que ajudará a trazer à tona recursos e déficits até então não identificados, assim como auxiliará a esclarecer ambiguidades que surgem nos dados do teste.
As escalas de inteligência para adultos, de acordo com Wechsler (1958), devem explorar capacidades como retenção de informação geral, raciocínio quantitativo, linguagem expressiva e memória, e julgamento social. 
Os tipos de tarefas usadas para alcançar esses objetivos de mensuração na Escala Wechsler para adultos são os mesmos de muitas das tarefas usadas nas Escalas Wechsler para crianças. 
A teoria no desenvolvimento e na interpretação de testes de inteligência
A forma de mensurar a inteligência depende em grande parte do que se concebe como inteligência. 
Para David Wechsler a inteligência é em geral multifacetada e consiste não apenas em capacidades cognitivas, mas também em fatores relacionados a personalidade. 
Os subtestes são medidas de inteligência diferentes, não medidas de diferentes tipos de inteligência. 
Ponto importante: diferentes teóricos com diferentes ideias sobre quais fatores são fundamentais em uma teoria da inteligência podem procurar seus fatores preferidos na maioria dos mais utilizados testes de inteligência.
Inteligência: algumas questões
Natureza versus educação
A maioria dos cientistas comportamentais acredita que a capacidade intelectual medida representa uma interação entre (1) capacidade inata e (2) influências ambientais, contudo esse pensamento nem sempre foi o mais aceito. 
No século XVII, o pré-formacionismo ganhou muita força. Sustenta o pensamento de que todos os organismos vivos são pré-formados no nascimento: todas as estruturas de um organismo, incluindo a inteligência, são pré-formadas no nascimento e, portanto, não podem ser melhoradas
Com a progressão do trabalho na área da genética, o pré-formacionismo como teoria dominante do desenvolvimento foi pouco a pouco substituído pelo predeterminismo. 
O predeterminismo é a doutrina que afirma que as capacidades são predeterminadas por herança genética e que nenhuma quantidade de aprendizagem ou outra intervenção pode aumentar o que foi geneticamente codificado para se desenvolver no tempo certo.
A inteligência é geneticamente codificada, evoluindo com o amadurecimento? 
Ou o ambiente de aprendizagem explica nossa inteligência?
Muitos cientistas no século XX, voltaram-se a estudar e pesquisar sobre o lado ambiental, e novos pensamentos começaram a surgir. 
O modelo verbal, perceptual, e de rotação da imagem (VPR), foi concebido por Wendy Johnson e colaboradores, os quais acreditam que a inteligência e capacidades relacionadas têm uma forte base genética.
Em geral, os proponentes do lado “educação” da controvérsia natureza-educação enfatizam a importância crucial de fatores como ambiente pré-natal e pós-natal, condição socioeconômica, oportunidades educacionais e modelagem parental com respeito ao desenvolvimento intelectual.
Herança e interacionismo
De acordo com a visão interacionista, as pessoas herdam um certo potencial intelectual. Exatamente o quanto desse potencial genético é alcançado depende, em parte, do tipo de ambiente no qual o indivíduo é criado. 
A estabilidade da inteligência
A inteligência parece ser estável por grande parte de nossa vida adulta, embora tenham achados de estabilidades da inteligência na infância. 
A pesquisa longitudinal sobre inteligência adulta, sobretudo com indivíduos mais velhos, pode ser complicada por muitos fatores: 
· o grau em que a pessoa permanece mentalmente ativa (Kaufman, 1990), 
· a saúde física (Birren, 1968; Palmore, 1970) e 
· vários outros fatores potencialmente confundidores (variando de medicamentos a personalidade).
Pesquisas realizadas por Ivnik e colaboradores, verificaram que as habilidades intelectuais verbais eram bastante estáveis ao longo do tempo, sendo a retenção de informações recentemente aprendidas a menos estável das habilidades cognitivas que foram investigadas.
Foi observado um declínio das capacidades cognitivas na terceira idade, em estudos realizados com médicos. 
A PSICOMETRIA NO COTIDIANO - > superdotados – pág. 306 a 308 do livro. 
A validade de construto dos testes de inteligência
A avaliação da validade de construto de um teste prossegue na suposição de que se saiba com antecipação exatamente o que ele se propõe a medir. 
Para os testes de inteligência, é essencial entender como o desenvolvedor do teste definiu inteligência.
Outras questões
A medida de inteligência pode variar como resultado de fatores relacionados ao processo de mensuração.
Há muitos outros fatores que podem causar variação na inteligência medida. Um deles é o que ficou conhecido como o “efeito Flynn”.
O efeito Flynn 
É uma referência abreviada ao aumento progressivo nos escores contidos em testes de inteligência. 
Palavras leigas: o escore de inteligência aumenta a cada ano que passa. 
De acordo com Flynn (2000), a quantidade exata do aumento no QI irá variar em razão de diversos fatores, tais como o quanto os itens são específicos da cultura e se a medida usada é de inteligência fluida ou cristalizada.
A consideração do efeito Flynn pode ser usada para esclarecer as teorias e para apoiá-las ou desaprová-las.
Alguns fatores que – em maior ou menor grau – podem desempenhar um papel na mensuração da inteligência são: personalidade, gênero, família, ambiente e cultura.
Personalidade 
- Alfred Binet concebia o estudo da inteligência como sinônimo do estudo da personalidade.
- David Wechsleracreditava que todos os testes de inteligência mensuram traços da personalidade.
- Pesquisadores mais contemporâneos também observaram a grande sobreposição entre inteligência e personalidade.
- Agressividade com os pares, iniciativa, alta necessidade de realização, esforço competitivo, curiosidade, autoconfiança e estabilidade emocional são alguns fatores de personalidade associados com ganhos na inteligência mensurada ao longo do tempo. 
- Passividade, dependência e desajustamento são alguns dos fatores presentes em crianças cuja capacidade intelectual mensurada não aumentou com o passar do tempo
- Nas discussões sobre o papel da personalidade na inteligência mensurada de bebês, o termo temperamento é normalmente empregado. Sendo que, temperamento pode ser definido como a maneira característica das ações e reações observáveis da criança.
Gênero 
- Muitas pesquisas foram conduzidas sobre as diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito a capacidades cognitivas, motoras e outras relacionadas a inteligência.
- De acordo com estudos, homens tendem a ater um fator g de inteligência com pontuação mais alta e superam as mulheres em tarefas que requerem espacialização visual. 
- Já as mulheres apresentam mais habilidade de linguagem.
Ambiente familiar
- Em que grau o ambiente familiar contribui para a inteligência mensurada? A resposta a essa pergunta é complicada devido questões de natureza- educação e herança genética. 
- Fatores ambientais podem afetar a inteligência mensurada, tais como:
· A presença de recursos;
· O uso da língua pelos pais; 
· A expressão parental de preocupação sobre realização; 
· A explicação parental de políticas de disciplina em um ambiente familiar afetuoso e democrático. 
· O divórcio afeta negativamente
Cultura
- Uma cultura fornece modelos específicos para pensar, agir e sentir.
- Os valores podem diferir de modo radical entre grupos culturais e subculturais, pessoas de diferentes grupos culturais podem ter visões radicalmente diferentes sobre o que constitui inteligência.
- Cada cultura traz situações de testes de diferentes níveis de capacidade, realização e motivação. 
Alfred Binet tentou desenvolver um teste que não levasse em consideração os fatores de educação prévia e vantagens econômicas, para separar “inteligência natural de instrução, desconsiderando o quanto possível o grau de instrução que o indivíduo apresenta. 
Algo a se pensar sobre esse teste de inteligência livre de viés cultural, é que se os fatores culturais puderem ser controlados, então as diferenças entre os grupos culturais serão diminuídas.
Todos os testes de inteligência refletem, em maior ou menor grau, a cultura na qual foram concebidas. Portanto, é impossível criar um teste livre de viés cultural. 
Carga cultural pode ser definida como o grau em que um teste incorpora vocabulário, conceitos, tradições, conhecimento e sentimentos associados com uma determinada cultura. U
O teste de inteligência culturalmente imparcial, tem como um teste ou um processo de avaliação visando minimizar o viés cultural em relação a vários aspectos dos procedimentos de avaliação.
Os itens dos testes culturalmente imparciais foi incluir apenas aquelas tarefas que pareciam refletir experiência, conhecimento e habilidades comuns a todas as diferentes culturas.
A redução do viés cultural dos testes de inteligência parece levar a uma diminuição paralela no valor do teste. 
Foi verificado que os testes culturalmente imparciais não apresentavam a marca registrada dos testes de inteligência tradicionais: a validade preditiva.
Frustrados por sua aparente incapacidade de desenvolver equivalentes culturalmente imparciais dos testes de inteligência tradicionais, alguns desenvolvedores de testes tentaram desenvolver equivalentes de testes de inteligência tradicionais que fossem específicos da cultura. Ex. Teste de Inteligência Negra de Homogeneidade Cultural.
Esses testes concebidos para serem específicos da cultura têm baixa validade preditiva para o critério de sucesso em contextos acadêmicos e vocacionais. 
Uma perspectiva
Ainda se debate a natureza da inteligência e como ela deve ser mensurada. 
É preciso encontrar formas de impulsionar de maneira eficaz a mensuração da inteligência por meio de intervenções ambientais, a fim de gerar esperança e otimismo.
Autoavaliação
Teste sua compreensão dos elementos deste capítulo vendo se é capaz de explicar cada um dos seguintes termos, expressões e abreviações:
acomodação
assimilação
avaliação de bateria cruzada
avaliação psicoeducacional
capacidades mantidas
capacidades vulneráveis
culturalmente carregado
efeito Flynn
efeito teto
esquema
esquemas
fatores de grupo
fator s (da inteligência)
g (fator de inteligência)
Gf e Gc
idade mental
inteligência
inteligência bem-sucedida
inteligência cristalizada
inteligência emocional
inteligência fluida
inteligência interpessoal
inteligência intrapessoal
interacionismo
modelo CHC
modelo hierárquico
modelo PASS
modelo verbal, perceptual e de 
rotação da imagem (VPR)
predeterminismo
processamento paralelo
processamento sequencial
processamento simultâneo
processamento sucessivo
pré-formacionismo
resposta de alerta
superdotação
temperamento
teoria bifatorial da inteligência
teoria dos três estratos de 
capacidades cognitivas
teorias do processamento de 
informação (da inteligência)
teorias fatoriais (da 
inteligência)
teste de inteligência 
culturalmente imparcial
teste de inteligência livre de 
viés cultural
técnica de nomeação
“termites

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