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Doenças Inflamatórias Intestinais - Doença de Crohn e Retocolite ulcerativa

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Aluno: Davi de Aguiar Portela (0001418) 
Medicina – 4º Período APG IV – S08 P02 
 
Doenças Inflamatórias Intestinais 
 
Doenças Inflamatórias 
Intestinais 
Quando se fala de doenças inflamatórias 
intestinais, aproximadamente 15% são colites 
indeterminadas, enquanto as que são 
determinadas se referem a duas enfermidades 
especificas: 
o Doença de Crohn (DC); 
o Retocolite Ulcerativa (RCU). 
Essas doenças são crônicas e de caráter 
inflamatório, atingindo o trato gastrointestinal 
completo ou não. Isso ocorre por alterações na 
imunorregulação intestinal, que se relaciona com 
fatores ambientas em indivíduos geneticamente 
susceptíveis. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
A retocolite foi descrita no século XIX, se 
restringindo a Europa e ao EUA. Entretanto, na 
última década a sua incidência aumentou nos 
países do oriente e da américa do sul, sendo um 
indicativo da ocidentalização dos costumes como 
um fator de risco 
 
ETIOLOGIA 
A etiologia dessas doenças não é bem definida, 
estando relacionada com a suscetibilidade 
genética, sendo os principais genes causadores: 
o NOD2 e CARD 15  Doença de Crohn; 
o Alelos HLS  Retocolite ulcerativa; 
Alguns fatores podem causar uma reação 
exacerbada do sistema imunológico intestinal, 
pois eles agridem a mucosa. 
Defeitos no receptor de IL-23 causam uma 
desregulação e amplificação das manifestações 
inflamatórias crônicas da DC. 
 
Fatores de Risco 
Os principais fatores de risco são: 
o Idade: 15-40 anos; 
o Brancos e judeus (modificado nos últimos 
anos); 
o Histórico familiar- parentes de 1º grau; 
o Hábitos de vida ocidental – sedentarismo, 
dieta; 
o Apendicectomia (parece proteger contra 
RCU e aumenta o risco de DC). 
 
Fatores Desencadeantes 
Fatores infecciosos: 
o Infecções virais; 
o Infecções bacterianas; 
Fatores ambientais: 
o Tabagismo (fator desencadeante da DC 
e fator protetor da RCU); 
o Anticoncepcional oral; 
o AINES; 
o Alguns alimentos; 
o Açúcar refinado. 
Fatores psicológicos: 
o Estresse; 
o Ansiedade. 
 
FISIOPATOLOGIA 
A fisiopatologia das doenças inflamatórias 
intestinais não é bem definida, mas sabe-se que 
está relacionada com anormalidades imunológicas 
das células. 
Essa anormalidade ocorre em indivíduos 
geneticamente suscetíveis, sendo uma 
desregulação imunitária que causa inflamação no 
TGI desencadeada por algum fator ambiental ou 
endógeno. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS DII 
De modo geral, elas têm em comum as 
seguintes manifestações clínicas: 
o Diarreia; 
o Dor abdominal; 
o Perda de peso; 
o Náuseas; 
o Sintomas inflamatórios – Tenesmo e 
febre. 
 
Doença de Crohn 
A DC é caracterizada por ser uma inflamação 
transmural, podendo acometer a mucosa, 
submucosa, camas muscular e/ou serosa, que 
acomete todo o trato gastrointestinal, sendo 
continua ou descontinua e aparecendo nas 
regiões do TGI de forma aleatória. 
Histologicamente, é uma doença granulomatosa, 
com granulomas não caseosos, de aparecimento 
transmural. 
Na sua fase inicial, ocorre uma ordem: 
1. Espessamento mucoso, edematoso e 
hiperêmico da mucosa intestinal; 
2. O resultado é o aparecimento de 
minúsculas ulcerações aftosas (mucosa e 
submucosa); 
Quando a doença se codifica: 
3. Aparecimento de úlceras transmurais, 
fissuras, fistulas e até abcessos 
intracavitários; 
4. Aderências decorrentes da serosite. 
 
Figura 1- Locais do TGI acometidos pela DC 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DC 
O quadro clínico é bastante variado, 
caracterizando por uma inflamação transmural 
que pode aparecer em qualquer parte do TGI, 
sendo intestino delgado o mais acometido. 
Ele depende da extensão da inflamação e do 
segmento acometido, com períodos de crise e 
períodos de remissão. O mais comum é: 
o Enterite; 
o Dor abdominal aguda; 
o Diarreia menos volumosa e mais 
frequente; 
o Febre; 
o Emagrecimento. 
o Extraintestinais – irite e episclerite. 
Em outros locais, a deficiência de absorção de 
nutrientes pode causar: 
o Pele – eritema, nodos e pioderma 
gangrenosa; 
o Articulações: artrite de grandes 
articulações; 
o Espondilite anquilosante; 
o Vias biliares – colelitíase e colange 
esclerosante primária; 
o Rins – amiloidose secundaria; 
o Vascular – trombose venosa e arterial. 
 
Sintomas Inflamatórios 
Podem ser sistêmicos, como febre baixa e 
astenia, ou locais, como enterites e colites. 
Fibroestenóticos: decorrentes da cicatrização de 
uma inflamação transmural, levando a diminuição 
do calibre do intestino, podendo causar 
obstrução ou subobstrução. 
Fistulizantes/ Perfurativos: fistulas enterocu-
tâneas, perianais ou abcessos intracavitários 
decorrentes da perfuração da parede intestinal 
para a pele. 
 
DIAGNÓSTICO 
Em 20% dos casos de DII restrita aos cólons, não 
consegue distinguir DC de RCU, em que o 
diagnóstico fica como colite indeterminada. 
Exames Laboratoriais 
o A atividade inflamatória exacerbada e a 
diarreia podem causar alterações: 
o O hemograma pode detectar anemia e 
leucocitose; 
o A velocidade de hemossedimentação e a 
proteína C reativa podem estar 
aumentadas; 
o A albumina pode estar diminuída devido a 
desnutrição crônica; 
o Os eletrólitos podem estar alterados. 
Pode ser solicitado procologia, a qual evidência 
esteatorreia e leucócitos fecais presentes. 
A ausência de patógenos específicos reforça o 
diagnóstico de DC. 
 
Exames de Imagem 
Radiografia simples: perfurações e dilatações de 
alça visíveis. 
Em exames contratados, é possível ver fistulas e 
estenoses em áreas saudáveis que começam a 
ter aspecto salteado. 
 
Figura 2- RX contrastado de um paciente com DC 
 
A TC e outros métodos radiológicos de imagem 
seccional, como a RNM e, em menor grau, a US, 
podem ser úteis na identificação de abscessos 
intracavitários e espessamento de alça. 
Enterotomografia e enterorressonância: usadas 
para avaliar o intestino delgado 
Endoscopia digestiva alta, colonoscopia e 
enteroscopia: podem ser feitos, pois poder 
acometer todo o TGI. 
O aspecto mucoso endoscópio: úlceras aftoides 
que posteriormente tornam-se lineares e em 
seguida aspecto em paralelepípedo ou 
cobblestone. 
 
Exame Anatomopatológico 
Na biópsia, apenas 20% dos exames apresentam 
o granuloma não caseoso, patognomônico da 
DC. 
Usado para excluir outras afecções. 
 
Índice de Atividade da Doença de Crown (CDAI) 
Padrão de fezes relatado pelo paciente 
o Número médio de fezes líquidas ou 
moles por dia durante sete dias (14 
pontos por fezes); 
o Usando difenoxilato ou loperimida para 
diarreia (30 pontos) 
Avaliação média da dor abdominal durante 
sete dias 
o Nenhuma (0 pontos) 
o Dor leve (35 pontos) 
o Dor moderada (70 pontos) 
o Dor intensa (105 pontos) 
Bem-estar geral a cada dia durante sete dias 
o Bem (0 pontos) 
o Um pouco abaixo da média (49 pontos) 
o Mal (98 pontos) 
o Muito mal (147 pontos) 
o Terrível (196 pontos) 
Complicações 
o Artrite ou artralgia (20 pontos) 
o Irite ou uveíte (20 pontos) 
o Eritema nodoso, piodermite 
gangrenosa ou estomatite aftosa (20 
pontos) 
o Fissura, fístula ou abcesso anal (20 
pontos) 
o Outra fístula (20 pontos) 
o Temperatura acima de 37,8 graus C 
(100 graus F) na última semana (20 
pontos) 
Achado de uma massa abdominal 
o Nenhuma massa (0 pontos) 
o Massa possível (20 pontos) 
o Massa definitiva (50 pontos) 
Anemia e mudança no peso 
o Desvio absoluto do hematócrito de 
47% nos homens ou 42% nas 
mulheres (6 pontos por desvio 
percentual); 
o Desvio percentual do peso padrão (1 
ponto para cada desvio percentual). 
 
Interpretação: 
0 - 149 pontos: Remissão assintomática 
150 - 220 pontos: 
Doença de Crohn leve a 
moderadamente ativa 
221 - 450 pontos: 
Doença de Crohn 
moderada a intensamente 
ativa 
451 - 1100 pontos: 
Doença de intensamente 
ativa a fulminante 
 
 
Retocolite Ulcerativa 
A RCU caracteriza-se por ser uma inflamação 
restrita a mucosa do cólon e do reto (podendo 
dificilmente acometer a submucosa), evoluindo 
de forma contínua ascendentemente,do reto ao 
cólon. 
O processo inflamatório crônico causa uma 
atrofia na mucosa e um espessamento muscular. 
Histologicamente, a lesão característica é o 
microabcesso de cripta, em que sua confluência 
forma úlceras próximas de áreas de mucosa 
normal, chamadas de pseudopólipos. 
Existem três padrões de classificação de RCU, 
que estão relacionadas ao comprometimento 
intestinal: 
 
Figura 3- Locais do TGI acometidos pela RCU 
 
CLASSIFICAÇÃO DE MONTREAL 
A classificação de Montreal distingue a doença 
de acordo com a localização e a intensidade de 
inflamação. 
Localização da RCU 
Extensão Anatomia 
Ei – proctite 
ulcerativa 
Acometimento limitado ao 
reto, extensão da inflamação 
até a proporção distal da 
junção retossigmoide. 
E2 – RCU de 
lado 
esquerdo 
Acometimento da inflamação 
estende-se até a flexura 
esplênica. 
E3 – RUC 
extensa 
Acometimento estende-se 
além da flexura esplênica. 
 
Grau de Atividade da ECU 
Severidade Definição 
S0 – 
Remissão 
clínica 
Assintomático 
S1 – RCU leve Quatro ou mais evacuações/ 
dia, com ou sem sangue, 
ausência de 
comprometimento sistêmico e 
provas de atividade inflamatória 
normais. 
S2 – RCU 
Moderada 
Mais de 4 evacuações/ dia, 
mas com mínimos sinais de 
toxicidade sistêmica. 
S3 – RCU 
Intensa 
Mais de 6 evacuações com 
sangue/ dia, FC =90bpm, 
temperatura corpórea >37,5º, 
hemoglobina >10,5g/ 100 mL e 
VHS >30mm/h 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA RCU 
O quadro clínico depende da extensão da RCU, 
sendo o reto a primeiro a ser acometido e 
estando sempre acometido. 
As crises são interrompidas por períodos 
recidivos, porém há o aparecimento de 
pródomos, que são sinais ou sintomas indicativos 
do início de uma doença antes do surgimento 
dos sintomas específicos. 
A doença mais distal manifesta-se por: 
o Mucorreia purulenta; 
o Sangramento retal; 
o Diarreia de longa duração, mais volumosa 
e menos frequente; 
o Puxos; 
o Exame físico – sangue e dor abdominal. 
A presença de muco e pus é mais presente 
quando há ao cometimento do cólon esquerdo 
e pancolite. 
Pode haver também: 
o Febre; 
o Anorexia; 
o Perda de peso; 
o Taquicardia; 
o Hipotensão; 
o Enema opaco; 
o Haustrações; 
o Aumento do espaço opaco pré-sacral. 
 
Megacólon Tóxico 
É a forma fulminante da RCU, mas pode estar 
presente na DC, sendo um processo inflamatório 
muito intenso que acomete a parede colônia, 
podendo levar a perfuração, em especial no 
colón transverso. 
 
DIAGNÓSTICO 
Exames laboratoriais 
o Leucocitose; 
o Anemia; 
o Velocidade de hemossedimentação e 
proteína C reativa elevadas; 
o Leucócitos nas fezes; 
o Hipoalbuminúrias; 
o Alteração em eletrólitos; 
o Desequilíbrio acidobásico. 
 
Exames de Imagem 
o A radiografia simples é útil para 
diagnosticas a forma fulminante e 
megacólon tóxico; 
o Ao enema, podem ser observados 
haustrações ausentes, mucosa de 
aspecto granuloso, colón tubulizado (em 
cano de chumbo), estenoses e aumento 
do espaço pré-sacral. 
 
Exames Endoscópicos 
Tem uma grande capacidade de detectar 
friabilidades da mucosa, ulcerações e 
pseudopólipos, sendo indispensáveis para o 
diagnóstico. 
São contraindicadas na suspeita de megacólon 
tóxico, pois há o risco de perfuração. 
A colonoscopia e a retossigmoidoscopia são uteis 
na avaliação da extensão da RCU, assim como 
permite o diagnostico histopatológico. 
O achado colonoscópio de displasia grave e/ou 
displasia associada a massas tumorais é indicativo 
de câncer associado a RCU (adenocarcinoma), 
sendo mais agressivo que os tumores habituais. 
 
Referências: 
1. Best WR. Predicting the Crohn's disease 
activity index from the Harvey-Bradshaw 
Index. Inflamm Bowel Dis. 2006 
Apr;12(4):304-10. PubMed ID: 16633052 
2. Mark A Peppercorn, MDSunanda V Kane, 
MD, MSPH. Clinical manifestations, 
diagnosis, and prognosis of ulcerative 
colitis in adults. UpToDate, 2021. 
3. Porth CM, Matfin G. Fisiopatologia. 9ª ed. 
Rio de Janeiro:Guanabara-Koogan, 2015. 
4. Tratado de gastroenterologia: da 
graduação à pós-graduação / editores 
Schlioma Zaterka, JaimeNatan Eisig. -- 2. 
ed. -- São Paulo: Editora Atheneu, 2016.

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