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Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 1 FARMACOLOGIA 1. INTRODUÇÃO – CONCEITOS Droga – substância sem mecanismo de ação definido. Fármacos – substância com mecanismo de ação definido com objetivo terapêutico. Medicamento – especialidade farmacêutica. • Referência – INOVADOR ( chegou primeiro ao mercado; possui segurança e eficácia comprovado por estudos clínicos; possui nome de fantasia + nome do fármaco. Ex: cataflan/ diclofenaco • Genérico – CÓPIA do medicamento de referência ( só pode conter o nome do fármaco; passou por testes clínicos e biológicos ) • Similar – CÓPIA ( só realiza teste químico, não faz teste para comprovar que tem efeito clínico; pode usar nome fantasia; não é intercambiável Remédio – algo que provoca bem estar. Placebo – não tem ação farmacológica porém provoca efeito psicológico. Dose – quantidade administrada por tomada. • Dose usual – descrita na literatura • Overdose – dose acima da usual • Subdose – dose abaixo da usual Potência – capacidade de um fármaco desenvolver efeito farmacológico. Índice terapêutico – intervalo entre a dose usual e letal. ( cada medicamento possui o seu ) Meia vida plasmática – toda medicação administrada possui seu pico ( concentração máxima do fármaco na corrente sanguínea ), quando a quantidade de medicação administrada cai em 50% determina-se meia vida plasmática. Posologia – intervalo entre as doses, pois há fármacos tóxicos. Eficácia – indústria farmacêutica vende Efetividade – efeito comprovado pela clínica Famarcocinética – estuda o trajeto que o fármaco faz ( absorção – distribuição – metabolismo – eliminação ) Famarcodinâmica – estuda o mecanismo de ação. Biodisponibilidade – quantidade e o tempo que o fármaco demora para desenvolver um efeito farmacológico; se relaciona com a proporção total de fármaco que chega a circulação sistêmica, negligenciando a velocidade de absorção; descrever a porcentagem na qual uma dose do fármaco chega ao seu local de ação. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 2 Se a capacidade metabólica ou excretara do fígado e do intestino for grande para o fármaco, a biodisponibilidade será reduzida significativamente ( efeito de primeira passagem ). Fatores anatômicos, patológicos e fisiológicos podem influenciar a biodisponibilidade. Efeito de primeira passagem – é um fenômeno do metabolismo dos fármacos no qual a concentração do fármaco é significantemente reduzida (e inativada) pelo fígado antes de atingir a circulação sistêmica. Bioequivalência – quando a biodisponibilidade é a mesma entre dois fármacos; dois fármacos equivalentes ( mesmo ingrediente ativo, idênticos em potência ou concentração, apresentação e via de administração) Fitoterapia – medicamento de origem vegetal • Droga vegetal – utiliza uma planta não processada • Fitoterápico – droga vegetal processada • Fitofármaco – medicamento feito do princípio ativo isolado Reação adversa – efeito indesejado do fármaco já previsto. Efeito colateral – reação colateral que não estava prevista. 2. FORMAS FARMACÊUTICAS E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ü Facilitam a administração de medicamentos a pacientes de faixas etárias diferentes ou em condições especiais ü Permitir seu melhor aproveitamento ü Se relaciona a via de administração a ser utilizada; cada via de administração é indicada para uma situação específica apresentando vantagens e desvantagens. ü Forma farmacêutica é como o medicamento é apresentado ü Fator determinante : forma física ou química do fármaco. I. Formas Farmacêuticas Sólidas • Cápsulas – princípio ativo na forma de pó ou líquido revestido por um envoltório de gelatina. ( nenhum princípio ativo pode ser feito em cápsula transparente por ser sensível a luminosidade ) • Comprimidos – Princípio ativo sólido obtido por compressão • Drágeas – princípio ativo (P.A.) no núcleo da forma revestido por duas ou mais camadas devido o P.A. ser muito instável. • Pós – princípio ativo não processado; usado em dosagens alta que não cabem em cápsulas. II. Líquidas • Solução : princípio ativo dissolvido em solvente ( princípio ativo + veículo – solúvel ) • Suspensão : princípio ativo + veículo – não solúvel • Xarope : 85% açúcar; flavorizante (gosto e cheiro ); corante; estabilizante (anti fúngico) ; P.A.; veículo. • Elixir : idêntico ao xarope porém contém álcool para o P.A. solubilizar. III. Semissólidas • Emulsões – cremes e loções; ( óleo + água estabilizado com tensoativo ) Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 3 • Gel – pó que na presença de água, entumece. • Pomada – muito óleo e pouco pó. • Pasta – muito pó e pouco óleo. IV. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ü Escolha da via : pela propriedades do fármaco ( hidro ou lipossolúvel ) ; pelos objetivos terapêuticos. ü Vias : Enteral e Parenteral ü Via enteral utiliza o trato gastrointestinal ü Via parenteral NÃO utiliza o trato gastrointestinal ü Via oral (VO) Via mais comum; Desvantagens – ação do pH estomacal sobre o fármaco; a possibilidade do fármaco sofrer metabolismo de primeira passagem; interação com alimentos. Esquema via oral : boca – esôfago – estômago – intestino - circulação portal hepática – fígado – coração – circulação sistêmica – ação. ü Via sublingual (SL) Irrigação específica dessa região; fármaco lipossolúvel; não sofre efeito de primeira passagem; fármaco deve possuir pequenas concentrações; efeito mais rápido, cai direto na grande circulação. ü Via retal Desconfortável na maioria das vezes; absorção lenta; ocorre liberação na circulação sistêmica; evita em 50% que o fármaco sofra efeito de primeira passagem; usada em casos que o paciente está desacordado, vomitando, com convulsões; pode causar irritação da mucosa. ü Via intravenosa (IV) ou endovenosa (EV) – parenterais Não há absorção, biodisponibilidade total, injeção intravenosa tem a garantia de que a dose vai chegar ao alvo em sua totalidade. Desvantagens : dificuldade de acesso em alguns pacientes, após feita a administração não existe chance de retrocesso. ü Via intramuscular (IM) Alternativa para algumas substâncias como a insulina que não pode ser ingerida; alguns fármacos são irritantes para o endotélio vascular; a velocidade que o fármaco será difundida na circulação depende da vascularização do músculo. Desvantagens : trauma tecidual ü Via subcutânea (SC) Injetada uma pequena quantidade de medicamento líquido ( 0,5 a 2ml); indicado para administrar anticoagulantes, hipoglicemiantes, vacinas; absorção lenta garantindo efeito prolongado do medicamento; Vantagens : pouco trauma tecidual; baixo risco de atingir vasos e nervos ü Via Tópica Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 4 Efeito local; usado em tratamentos de doenças cutâneas superficiais ( psoríase, infecções de pele, prurido; medicamento misturado com substâncias inativas (bases), a formulação pode ser em pomada, creme, loção, solução, pó, gel. ü Via Transdérmica Capaz de atravessar a barreira epidérmica liberando substâncias ativas até a circulação sistêmica; lipossolubilidade; atualmente são bem aceitos, usados no tratamento de doenças como hipertensão, angina pectoris, dores crônicas, dependência a nicotina, etc. 3. FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA I. FARMACOCINÉTICA ü Estuda todo percurso do fármaco ü Processos farmacocinéticos : absorção – distribuição – metabolização – eliminação ü A evolução temporal da concentração de um fármaco após sua administração depende desses processos citados acima. A. ABSORÇÃO • A absorção é a transferência do seu local de administração para o compartimento central Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 5 • A absorção pelo trato GI é determinada por fatores como a área de absorção disponível , fluxo sanguíneo na superfície absortiva, estado físico ( solução, suspensão, sólido ) e hidrossolubilidade do fármaco e sua concentração no local de absorção.Resumindo : fatores – estado físico da droga, área da superfície de absorção, concentração no local de absorção. • A maior parte de fármacos absorvidos pelo trato GI ocorre por difusão passiva, assim a absorção é facilitada quando o fármaco estiver em sua forma não ionizada e lipofílica. • O estômago é coberto por uma espessa camada de muco portanto apresenta pequena área de absorção diferente do intestino constituído de vilosidades possui área de absorção ampla. Assim a taxa de absorção de um fármaco será maior no intestino do que no estômago. Portanto qualquer fator que acelere o esvaziamento gástrico, provavelmente aumentará a taxa de absorção, enquanto que qualquer fator que retarde esse processo poderá produzir o efeito contrário. No intestino o efeito é o contrário, qualquer fator que acelere o esvaziamento intestinal a taxa de absorção é baixa e se retardar o esvaziamento, a taxa de absorção aumentará. • Absorção por via oral : Estômago -> pH ácido -> fármaco básico neutraliza(H2O); interage melhor com fármaco ácido. Intestino -> pH básico -> fármaco ácido neutraliza(H2O); interage melhor com fármaco básico. o Fármaco precisa ser hidrossolúvel e lipossolúvel o Administrar com um copo de água. • Alguns fármacos que são destruídos pelo pH ácido do estômago, ou que causam irritabilidade gástrica, são revestidos impedindo sua dissolução nesse meio e assim serão absorvidos no intestino. ( ex: ácido acetilsalicílico causa irritação gástrica em muitos pacientes;) • O tamanho da molécula do fármaco influencia diretamente seu transporte molecular. B. DISTRIBUIÇÃO ü Depois da administração na corrente sanguínea sistêmica o fármaco irá distribuir-se para os líquidos intersticiais e intracelulares dependendo de suas propriedades físico-químicas. ü Na corrente sanguínea o fármaco encontra-se na forma LIVRE e LIGADA A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS. A ligação do fármaco as proteínas é um processo reversível, assim a medida que a fração livre for sendo utilizada, a fração ligada a proteína vai sendo disponibilizada. ü A porção livre do fármaco é que corresponde a forma farmacologicamente ativa. ü Taxa de fármaco ligados a proteínas varia de fármaco para fármaco. O grau de ligação depende dos seguintes fatores : afinidade entre fármaco e proteína, concentração de fármaco livre e concentração plasmática da proteína ü Principais proteínas plasmáticas : albumina (fármacos ácidos); alfa-1-glicoproteínaácida (fármacos básicos) ü Concentração normal de albumina no sangue : 4g/100ml C. METABOLISMO ü Consiste em anabolismo e catabolismo – anabolismo: processo de construção de substâncias; catabolismo: processo de degradação. ü Metabolismo de fármaco ocorre predominantemente no fígado, especialmente pelo sistema do citocromo p450. Diminui a lipossolubilidade (aumenta a hidrossolubilidade) e assim facilita a a eliminação pelos rins. ü Determinante da meia vida plasmática. ü Outros órgãos com função metabólica significativa são o trato GI, rim, pulmões. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 6 ü As enzimas hepáticas têm a propriedade de modificar quimicamente uma variedade de substituintes nas moléculas dos fármacos, tornando os fármacos inativos ou facilitando sua eliminação ü Em alguns casos o organismo produz metabólitos biologicamente ativos. ü Pró-fármacos são compostos farmacologicamente inativos desenvolvidos para ampliar a quantidade de moléculas ativas que alcançam seu local de ação. Pró-fármacos são convertidos em moléculas ativas por hidrólise. ü Essas modificações são designadas como biotransformação Classificadas em dois tipos : 1. Reações Oxidação/redução 2. Reações Conjugação/hidrólise ü Reações de oxidação/redução : o Fígado possui enzimas que facilitam essas reações o Via mais comum : citocromo p450 microssomal, medeia um grande número de reações oxidativas. Citocromo p450 são grupo de enzimas presentes do fígado. Enzimas capazes de inativar a maioria dos fármacos. o Reação oxidativa comum envolve a adição de um grupo hidroxila ao fármaco. o Alguns fármacos são administrados na sua forma inativa (pró-fármacos), de modo que podem ser alterados metabolicamente à forma ativa (fármaco) por reações de oxidação/redução no fígado. Ex: paracetamol o Essa estratégia de pró-fármacos pode ser utilizada para facilitar a biodisponibilidade oral, diminuir a toxicidade gastrointestinal e/ou prolongar a meia-vida de eliminação de um fármaco. ü O metabolismo dos fármacos envolve dois tipos de reação, conhecido como fase 1 e fase 2, que ocorrem de modo sequencial e com frequência. Ambos diminuem a lipossolubilidade, aumentando assim, a eliminação renal. ü Reações de conjugação/hidrólise : o Essas reações hidrolisam um fármaco ou conjugam o fármaco com uma molécula grande e polar para inativar o fármaco ou mais comumente, para aumentar a sua solubilidade e excreção na urina ou na bile. o Em certas ocasiões, a hidrólise ou a conjugação podem resultar em ativação metabólica de pró-fármacos. D. ELIMINAÇÃO ü Saída do fármaco ou seus metabólitos do organismo ü Principais vias : rins, sistema hepatobiliar, pulmões( agentes altamente voláteis ou gasosos ) ü Reações de fase 1 e 2 de um fármaco, aumentam sua eliminação. ü Hidrossolúvel : facilmente eliminado ü PH: Em pH diferente é melhor excretado ( alteração pH urina por alimentos -> alteração na meia-vida de fármacos ) Ø Urina ácida elimina melhor fármacos básicos Ø Urina básica elimina melhor fármacos ácidos Ø ( aumento do tempo de eliminação, menor a meia vida do fármaco ) ü Polaridade: quanto mais polar + excretado ( conjugação com substâncias polares hidrossolúveis ) Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 7 II. FARMACODINÂMICA ü O termo farmacodinâmica é utilizado para descrever os mecanismos de ação de um fármaco no corpo. ü Baseia-se no conceito de ligação fármaco-receptor ü AGONISTAS – se liga ao receptor e desenvolve uma ação : o agonista total – resposta tecidual máxima; 100% dos receptores estão ocupados ou não; nível de eficácia alto; ex: fenilefrina (descongestionante) o agonista parcial – resposta tecidual submáxima; 100% dos receptores estão ocupados; nível de eficácia intermediário; ex: tolazolina (vasodilatador) ü ANTAGONISTAS – Molécula que se liga a um receptor e não desenvolve ação nenhuma. Inibe a ação de um agonista. o Ligação reversível : receptor recebe uma molécula por vez, concentração do agonista ligado ao receptor é diminuída, dose dependente do agonista, aumento do agonista: restabelece sua ocupação. Necessidade de aumentar a dose do fármaco. (Ex: beta-bloqueadores) o Ligação irreversível : antagonista se liga ao receptor na mesma posição que o agonista, dissociado do receptor é lenta ou não dissocia, afiação ou aumento do agonista: não ocorre alteração. (Ex: AAS ligado a COX1) ü Interação fármaco-receptor : o Fármaco + receptor : ativação ou não do receptor o Ativação : receptor afetado pelo fármaco -> resposta tecidual. o Ligação : ativação: agonista o Ligação: NÃO ativação: antagonista o Fármaco ligado ao receptor : afinidade o Fármaco ativa o receptor : eficácia o Agonistas : significativa eficácia o Antagonistas : eficácia zero (no receptor) 4. FARMACOLOGIA SNA – SIMPÁTICO ü Sistema nervoso autônomo composto de três divisões anatômicas : simpática, parassimpática e sistema nervoso entérico. ü Sistema nervoso simpático e parassimpático estabelece vínculo com o sistema nervoso central e os órgão periféricos. ü O sistema nervoso autônomo conduz todas as informação provenientes do sistema nervoso central para o restante do organismo, exceto para a inervação da musculatura esquelética. ü Principais processos que ele regula : • Contração e relaxamento da musculatura lisa de vasos e vísceras • Todas secreções exócrinas e algumas endócrinas • Batimentos cardíacos • Metabolismo energético do fígado e músculos esqueléticos.Fármaco + receptor -> ativa -> eficácia (agonistas) Afinidade Fármaco + receptor -> Não ativa -> zero eficácia (antagonistas) Afinidade Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 8 ü Fibras simpáticas pós-ganglionares em sua maioria, são adrenérgicas, o transmissor primário é a norepinefrina (NE) ü Termos como adrenérgico e colinérgico descrevem neurônios que secretam NE ou ACh (acetilcolina) respectivamente. ü O sistema nervoso autônomo simpático é essencial em situações de estresse. Na falta desse sistema a temperatura não pode ser regulada quando a temperatura ambiente variar; a concentração de glicose no sangue não aumenta em resposta a uma necessidade urgente; perde-se a resistência a fadiga; entre outras sérias deficiências das forças protetoras do organismo. ü Frequência cardíaca acelera, PA aumenta, fluxo sanguíneo desviado da pele e da região esplâncnica para os músculos esqueléticos, glicemia se eleva, bronquíolos e pupila dilatam, organismo bem mais preparado para situações de luta ou fuga. ü Síntese de catecolaminas TIROSINA DOPA DOPAMINA NOREPINEFRINA EPINEFRINA i. CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS Ø Receptores adrenérgicos pertencem a classe de receptores ligados a proteína G e são alvos das catecolaminas. Ø Existem dois grupos principais de receptores adrenérgicos, α e β, apresentando vários subtipos. Ø Cada um dos três principais subtipos de receptores está associado a um sistema específico de segundos mensageiros. Receptores α1 estão acoplados a fosfolipase C e produzem seus efeitos principalmente pela liberação de cálcio intracelular; α2 estão negativamente acoplados a adenilil ciclase e reduzem a formação de AMPc, inibem canais de cálcio e ativam canais de potássio. Todos os subtipos de receptores β agem por estimulação da adenilil ciclase. Ø Principais efeitos da ativação dos receptores adrenérgicos : Ø Receptores α1 : vasoconstrição, relaxamento da musculatura lisa GI, secreção salivar, e glicogenólise hepática. Ø Receptores α2 : inibe a secreção de transmissores como a norepinefrina, vasoconstrição, inibe a secreção de insulina pelas células beta. Tirosina hidroxilase Dopa descarboxilase Dopamina beta-hidroxilase Fentolamina N-metiltransferase Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 9 Ø Receptores β1: são encontrados principalmente no coração, sendo responsáveis pelo efeito cronotrópicos e ionotrópicos das catecolaminas. Portanto aumenta frequência cardíaca, força de contração. Liberação de renina aumentada. Ø Receptores β2 : broncodilatação, vasodilatação, relaxamento da musculatura lisa visceral, glicogenólise hepática, tremores musculares. Ø Receptores β3 : lipólise e termogênese, relaxamento do músculo defensor da bexiga. ii. FÁRMACOS AGONISTAS ALFA E BETA ADRENÉRGICOS Também conhecidos como fármacos simpatomiméticos de ação direta. Ø Agonistas alfa e beta NÃO SELETIVOS v Noradrenalina (norepinefrina) : usado em situações de choque (perfusão inadequada dos tecidos) RA: arritmias ventriculares, intensa vasoconstrição, hipertensão arterial, taquicardia Via: parenteral v Adrenalina (epinefrina) predominante sobre β1: asma aguda, choque anafilático, parada cardíaca, glaucoma, anestesia local (vasoconstrição). RA: arritmia cardíaca – hemorragia (devido ao aumento da pressão arterial) – hiperglicemia – ansiedade, pânico, cefaleia, tremores (ações no SNC). Via: parenteral. Ø Agonista Beta 1 v Dobutamina : choque cardiogênico, insuficiência cardíaca aguda resultante tanto de doença cardíaca orgânica quanto de procedimentos cirúrgicos cardíacos. Dobutamina é um agonista de beta 1 não seletivo, pois apresenta afinidade pelo receptor beta 1 porém pode se ligar a outros receptores. RA: Arritmias (possui menor número de reações adversas comparada a noradrenalina e adrenalina) Via: parenteral Ø Agonista Beta 2 v Salbutamol. Vias: oral e inalatória – ação rápida (4h) v Salmeterol. Via: inalatória – ação prolongada (12h) Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 10 v Terbutalina. Via: inalatória – ação rápida (4h) v USOS: asma. v RA: taquicardia, arritmia, HA , provocam relaxamento da musculatura lisa brônquica. Ø Agonista Alfa 1 v Fenilefrina : congestão nasal. RA: hipertensão Via: intranasal ½ vida: curta. iii. FÁRMACOS ANTAGONISTAS ALFA E BETA ADRENÉRGICOS Ø Antagonista Alfa 1 v Prazosina : hipertensão. RA: vasodilatação - hipotensão, aumento da frequência urinária, congestão nasal. Vias : oral. Ø Antagonistas BETA NÃO SELETIVOS v Propanolol/alprenolol : hipertensão. RA: falta de ar, broncoconstrição, diminui frequência cardíaca, hipoglicemia Via: oral Contraindicação: asma. Ø Antagonistas Beta 1 – seletivo v Metoprolol / atenolol : hipertensão RA: hipotensão – diminui FC, DC, força de contração, diminui renina. Via: oral. Ø Antagonista Alfa 1 e Beta 1 e 2 v Cervedilol : hipertensão RA: hipotensão. RESUMO: Antagonista alfa 1 e beta 1 e 2: cervedilol Antagonista beta 1: atenolol/metoprolol Antagonista beta não seletivo: propanolol/alprenolol Antagonista alfa 1: prazosina Agonista alfa 1: fenilefrina Agonista beta 2: salbutamol, Salmeterol, Terbutalina Agonista beta 1: Dobutamina Agonistas alfa e beta não seletivos: noradrenalina e adrenalina iv. QUESTÕES PARA TREINO: 1. Pacientes com HA leve em uso de propanolol podem apresentar falta de ar, neste caso o fármaco pode ser substituído por : a. Formoterol b. Fenilefrina c. Atenolol d. Alprenolol Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 11 e. Prazosina 2. Os fármacos adrenalina e noradrenalina podem causar as seguintes reações adversas: a. HA, vasodilatação, taquicardia ou arritmia b. Hipotensão c. Falta de ar por broncoconstrição d. HA, vasoconstrição, taquicardia ou arritmia e. Hipotensão e falta de ar por broncoconstrição 3. Assinale a alternativa que justifique o uso de metoprolol em asmáticos com HA : a. Antagonista beta 1 seletivo, sem ação na musculatura lisa pulmonar. b. Antagonista beta 2 seletivo, sem ação na musculatura lisa pulmonar. c. Agonista alfa 1, sem efeito broncoconstritor. d. Agonista alfa 2 seletivo, com efeito apenas na musculatura lisa vascular. e. Antagonista alfa 1, sem efeito broncoconstritor. 4. assinale a alternativa que corresponda a via de síntese de adrenalina: a. Tirosina – dopamina – DOPA – norepinefrina – epinefrina b. Tirosina – DOPA – dopamina – epinefrina – norepinefrina c. Tirosina – DOPA – dopamina – norepinefrina – epinefrina d. Norepinefrina – DOPA – dopamina – tirosina – epinefrina e. Epinefrina – DOPA – dopamina – tirosina – norepinefrina Respostas: c,d,a,c 5. SNA AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO E JUNÇÃO NEUROMUSCULAR ü A ação farmacológica da acetilcolina possui duas atividades : muscarínica e nicotínica. As ações muscarínicas assemelham-se muito aos efeitos da estimulação parassimpática. Após o bloqueio dos efeitos muscarínicos pela atropina (antagonista muscarínico), doses maiores de Ach produzem os efeitos da nicotina : estimulação de todos os gânglios autônomos, estimulação da musculatura voluntária, secreção de epinefrina mela medula das suprarrenais. ü Doses pequenas de ACh levam a diminuição da pressão arterial devido a vasodilatação e redução da FC – efeitos muscarínicos. ü Dose grande de ACh produz efeitos nicotínicos : elevação inicial da PA, decorrente da estimulação de gânglios simpáticos e consequente vasoconstrição, é uma segunda elevação da pressão devido a secreção de epinefrina. ü Acetilcolina provoca vasodilatação generalizada, embora a maioria nos vasos não tenham inervação parassimpática. Portanto efeito esse provocado por ação indireta : ACh age sobre as células dos vasos promovendo liberação de óxido nítrico que relaxa o músculo liso. ü Receptores pós-sinápticos na membrana das células da junção neuro-efetora ganglionar das fibras parassimpática são MUSCARÍNICOSFarmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 12 ü Receptores presentes na membrana pós-sináptica dos dendritos do neurônio pós ganglionar são os NICOTÍNICOS i. RECEPTORES DA ACETILCOLINA Ø RECEPTORES NICOTÍNICOS: IONOTRÓPICOS o Divididos em TRÊS classes : musculares (confinados a junção neuromuscular e diretamente no músculo esquelético) ganglionares (transmissão gânglios simpáticos e parassimpáticos) SNC (espalhados por todo o cérebro) o Receptores nicotínicos atuam como canais iônicos controlados por ligantes. Ø RECEPTORES MUSCARÍNICOS: METABOTRÓPICO o Típicos receptores acoplados à proteína G, está ativa segundos mensageiros que serão responsáveis por gerar a ação. o Existem proteínas G excitatórias e inibitórias o São conhecidos cinco subtipos moleculares (M1-M5) o Subtipos com numeração ímpar acoplam-se a proteína Gq para ativar a via de fosfatos de inositol o Receptores de número par M2 e M4 abrem os canais de potássio, e causam hiperpolarização de membrana e também atuam em proteína Gi para inibir a adenilato ciclase, e assim reduzir o AMPc intracelular. o Resumindo : os receptores muscarínicos estão acoplados à proteína G e produzem : - ativação de fosfolipase c e consequentemente formação de trifosfato de inositol e diacilglicerol como segundos mensageiros - inibição de adenilil ciclase Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 13 - ativação dos canais de potássio ou inibição de canais de cálcio. o Os receptores muscarínicos medeiam os efeitos da acetilcolina nas sinapses pós- ganglionares parassimpática e contribuem para estimulação ganglionar. o M1- encontrados SNC e tecido gástrico – melhora da cognição. - Eles atuam como mediadores dos efeito exictatórios, como a excitação muscarínica lenta pela ACh. Essa excitação é resultado da diminuição da condutância de potássio, que provoca a despolarização da membrana. o M2- presente no coração – responsável pela diminuição da FC e da força de contração ( principalmente dos átrios ); - exercem efeitos inibitórios, principalmente por aumento da condutância de potássio e da inibição dos canais de cálcio. - também medeiam inibição pré-sináptica o M3- presente em glândulas e músculo liso – produzem efeitos excitatórios ( estimulação da secreção glandular e contração da musculatura lisa de vísceras ) ; atua também como relaxante da musculatura lisa vascular (vasodilatação) que resulta na liberação de óxido nítrico das células endoteliais vizinhas. o M4 e M5 – SNC – papel funcional não está bem esclarecido o Todos os receptores muscarínicos são ativados pela acetilcolina é bloqueado pela atropina. Há também agonistas e antagonistas para cada subtipo. ii. EFEITOS DE FÁRMACOS SOBRE A TRANSMISSÃO COLINÉRGICA ü Os fármacos são capazes de influenciar a transmissão colinégica tanto agindo como agonistas ou antagonistas sobre os receptores pós-sináptico da ACh. Ø FÁRMACO AGONISTA MUSCARÍNICO o Utilizados : - hipotônia de bexiga e do trato GI – Betanecol (aumento do tônus) - Síndrome de Sjogren – Cevimelina (maior produção de saliva/lágrima) - glaucoma - Pilocarpina Ø ANTAGONISTA MUSCARÍNICO v Atropina – antiespasmódico; efeitos colaterais: boca seca, visão turva, retenção urinária. - antiespasmódico v Butilbrometo de escopolamina (buscopan) – antiespasmódico Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 14 v Tiotrópio – broncodilatador Ø AGONISTAS NICOTÍNICOS v Vareniclina – atua no SNC, gânglios autônomos estimulando – usado para dependência de nicotina. Ø ANTAGONISTAS NICOTÍNICOS v Relaxante muscular : o Orfenadrina (dorflex) o Carisoprodol o Ciclobenzaprina (miosan) : também tem efeito em receptor muscarínico (ação não tão potente) v Bloqueadores Neuromusculares (BNM) o Tem efeito antagonistas e agonistas. Os antagonistas são não despolarizantes, os agonistas são despolarizantes. o Os BNM são utilizados como complemento de cirurgia o As diferenças entre os exemplares de antagonistas são: duração e início de ação. o Os agonistas despolarizantes provocam uma despolarização inicial porém ela não é mantida, ou seja, inibe a atividade do receptor, ele continua ligado. Seguido disso, vem o relaxamento da musculatura. Essa despolarização inicial é responsável por dor no pós operatório. Ex: Suxametônio – início de ação mais rápido de todos. Ele é utilizado em cirurgias de emergência, quando se precisa entubar rápido. Se terminar a cirurgia e o paciente não voltar, deve-se fazer reversão do bloqueio, para avaliação do paciente. O alvo da reversão é a colinesterase, essa enzima degrada a acetilcolina. Uso um fármaco anticolinesterásico que vai bloquear a colinesterase e os níveis de acetilcolina aumentam. o Todos os fármacos que são agonistas são colinérgicos. o Fármacos antagonistas são anticolinérgico. (Anti transmissão colinérgica da acetilcolina) 6. FARMACOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ü Patologias associadas principalmente : asma e tosse ü Asma é uma inflamação associada com a hipersensibilidade ü Tosse – seca ou produtiva. ü Asma sintomas : falta de ar (broncoconstrição), tosse crônica, sibilância e desconforto torácico. Inflamação de vias aéreas. Logo eu preciso utilizar um broncodilatador e um anti-inflamatório. ü Medicamentos utilizados como alternativas (asma não controlada, pensa em utilizar essas alternativas para não precisar aumentar a dose de corticoide, ação de beta 2 e anticolinérgico): xantina, cromonas e antagonistas de leucotrienos. 1. CROMONAS – a inflamação da asma é causada tanto por prostaglandina quanto por histamina. Essa classe impede a degranulação de mastócito (via de liberação de histamina). O mecanismo de ação desse fármaco é bloquear a ação de canal de cloro nas células que podem liberar histamina. A desvantagem dessa classe é sua posologia (4 vezes ao dia) mas é alternativa para asma persistente em crianças pelas suas raras reações adversas. Ex: Cromoglicato. 2. XANTINAS - ela provoca relaxamento da musculatura dos brônquios e dos vasos, com isso pôde-se evoluir para hipotensão. Altera as concentrações do íon cálcio no músculo liso. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 15 Mecanismo de ação : inibe a liberação de histamina e leucotrieno(mediador pró- inflamatório - responsável por quimiotaxia) nos mastócitos. - são broncodilatadores de baixa potência e de elevado risco de reações adversas, com índice terapêutico baixo. - exemplo de fármacos : teofilina e aminofilina. A aminofilina proporciona alívio rápido em pacientes hospitalizados. A teofilina de liberação lenta, pode ser administrada como fármaco de controle para evitar exacerbações. 3. ANTAGONISTAS DE LEUCOTRIENO : os leucotrienos são responsáveis pela constrição pontente da musculatura lisa, são pró-inflamatórios. O seu antagonista é anti-inflamatório. Eles são utilizados em casos de asma persistente ou em falta de ar pós atividade física. Ex : montelucaste e zafirlucaste. ü Tratamento da asma : dividido em 4 estágios. o Primeiro estágio (fase de resgate) – paciente faz tratamento só de resgate. O paciente descobriu que ele tem asma, de vez em quando ele tem crise de falta de ar. Nesse caso só utiliza medicação de resgate. (Beta 2 agonista de ação curta ou de ação longa); - Curta duração : ex – fenoterol na inalação, xarope de salbutamol, bombinha de terbutamina. - Ação longa : ex – salmeterol e formoterol – bombinha. - Pode utilizar também anticolinérgico (pois a acetilcolina é broncoconstritora, com isso inibe a ação da acetilcolina nos receptores muscarínicos e causar broncodilatação). - em qualquer estágio o paciente pode fazer uso de tratamento de resgate. o Estágio dois – paciente já tem um número maior de crises. Nesse caso entra com anti- inflamatório. Como beta 2 agonista de curta duração (porque o paciente já começou tomar corticoide, com isso ele já tem as vias aéreas menos inflamadas), utilizado só quando o paciente tem crise. Usa corticoide inalatórioem dose baixa. Resumindo : beta 2 agonista de curta duração + corticoide inalatório de baixa dosagem. o Estágio três – utiliza um beta 2 agonista de longa duração e corticoide. Nesse estágio o paciente já tem opções: 1. Beta 2 agonista de longa duração + corticoide em dose baixa. 2. Corticoide de dose média ou alta (medicamentos de alto custo). o Estágio quatro – caso do pneumologista; uso de beta 2 agonista de longa duração + corticoide inalatório de média ou alta dose. Pode fazer uso de anticolinérgico também. ü Rinite – consiste em inflamação da mucosa que reveste o nariz por uma reação alérgica. (Hipersensibilidade do tipo 1) - medicamentos que serão utilizados: antialérgico (anti-histamínicos); analgésicos; anti-tossível; a histamina é responsável pelos sintomas da rinite. - O tratamento base para rinite é anti- histamínico. - sintomas: coriza , espirros, coceira no nariz, olhos e boca, dor de cabeça, tosse seca, olhos e nariz avermelhados, cansaço. - tratamento : higiene ambiental, tratamento medicamentoso, vacinas antialérgicas. • Anti-histamínicos Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 16 Existem vários receptores de histamina (H1 – presente no SNC, granulócitos e mastócitos; H2 – estômago); os anti-histamínicos só atuam em receptores H1. - Glicoproteína P presente na barreira hematoencefálica (BHE) controla o que entra e o que não vai entrar (bomba de efluxo); para atravessar essa barreira o fármaco precisa ser lipossolúvel; analizar se o fármaco é substrato da glicoproteína P ou se não é substrato. Se o fármaco é substrato então ele interage com a glicoproteína P (o fármaco não entra no SNC). Fármaco que não é substrato, não interage (quando chega na barreira, esse fármaco é lipossolúvel, não interage com a glicoproteína, logo ele passa para o SNC). - fármacos que interagem com a glicoproteína P – são os anti-histamínicos de segunda geração. -> não causam sonolência. - fármacos que não interagem – são os anti-histamínicos de primeira geração. -> atravessam a BHE -> causam sonolência; são contra indicados para idoso e criança, em idosos pode levar a queda. - exemplares mais comuns – anti gripais: § 1ª geração - Dexclorfeniramina, clorfeniramina, dimenidrinato (dramim) § 2ª geração – fexofenadina - os medicamentos de segunda geração são modificação dos de primeira geração, logo essas modificações já são alteradas para melhorarem a meia vida. Os de segunda geração são na maioria das vezes indicados uma vez ao dia. • Fármacos descongestionantes - decongex plus, neosoro H, allegra D, Salsep, Naridrin, Sinustrat, etc. • Vacinas ü Tosse – resultado de um estímulo ou reflexo de proteção causada quando a via aérea está irritada ou obstruída. O objetivo é remover secreções ou corpos estranhos. Ela é dividida em produtiva e seca. A tosse seca pode ser de fundo alérgico (allegra) ou pode ser de outro fundo. • Fármacos exemplares de tosse produtiva : basicamente o que eles fazem é se ligar ao muco e causar uma ação fluidificante. Expectorantes podem ser usados no caso de tosse produtiva. Ex: Ambroxol - diminui a secção brônquica, reduz a viscosidade, aumenta a síntese de surfactante. Acetilcisteína - diminui a viscosidade do muco. Bromexina - reduz a viscosidade, tem ação irritativa. Carbocisteína – ação não conhecida totalmente, mas pode estar associada a redução da viscosidade. • Anti tossígeno : pode agir na traqueia, inibindo a irritação, ou ele age no hipotálamo (centro da tosse), bloqueando o centro da tosse. 7. FARMACOLOGIA DO SISTEMA CARDÍACO ü Possuem margem terapêutica estreita 1. ANTIANGINOSOS o Angina – alguma parte do coração, geralmente as coronárias, estão recebendo pouco oxigênio. Paciente sente uma dor característica o Tratamento para angina : Dinitrato de Isossorbida – administrado por via oral ou sublingual, spray, mastigável, oral de liberação lenta e intravenoso; uso domiciliar. Mononitrato de Isossorbida Nitroglicerina – vasodilatador, só é utilizada em ambiente hospitalar. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 17 o NITRATOS – isossorbida e nitroglicerina - (vasodilatadores) Reações adversas: cefaléia, hipotensão postural (paciente fica deitado e quando levanta, sente tontura, paciente pode ter queda), tontura. Interações: § Nitrato (Isossorbida) + Sildenafila (impotência sexual masculina) – queda acentuada da pressão; precisa fazer 24h de intervalo. § Nitratos + Anti-histamínicos (primeira geração) ou anti-hipertensivos : aumenta o efeito hipotensor ortostático dos nitratos § Simpatomiméticos (fármacos que mimetizam a ação da norepinefrina -> vasoconstrição) – reduz o efeito dos antianginosos (vasodilatação) o BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO § Assim como os nitratos e beta bloqueadores, os antagonistas de cálcio também reduzem os episódios anginosos e aumentam a tolerância aos esforços. § Fármaco: (podem ser utilizados em caso de angina) § Verapamil – causa efeito inotrópico negativo. Reduz a FC e condução átrio- ventricular (AV). Não possui ação vasodilatadora. Agem nos canais de cálcio do coração, se bloquear os canais (não 100%), gera efeito inotrópico negativo reduzindo a FC, condução átrio ventricular. § Dihidropiridinas – ex: Nifedipina, Nicardipina, Felodipina, Amliodipina; são potentes vasodilatadores, possui menor efeito sobre a condução AV e a contratilidade. Possui diferentes apresentações e posologias. § Diltiazem – efeito ionotrópico negativo (toxicidade), efeito vasodilatador moderado (possui baixa incidência de efeitos colaterais) o Abordagem Farmacológica da Angina Estável Com relação a recomendação farmacológica, pôde-se dividir os medicamentos em classe Classe I – concordância entre os cardiologistas de que o tratamento é útil e eficaz Consensos : 1. Beta bloqueadores como droga inicial na ausência de contra-indicações em pacientes com ou sem IAM prévio. 2. antagonistas de canal de cálcio (exceto as dihidropiridinas de ação curta), ou nitratos de ação longa como tratamento inicial quando os beta bloqueadores estiverem contra- indicados. 3. Antagonistas de canais de cálcio (exceto dihidropiridinas de ação curta) ou nitratos de ação longa como tratamento inicial em combinação com os beta bloqueadores quando estes forem ineficazes isoladamente. 4. Antagonistas de canais de cálcio (exceto dihidropiridinas de ação curta) ou nitratos de ação longa substituindo beta bloqueador quando este causa algum efeito colateral inaceitável. 5. Nitroglicerina sublingual (comprimido ou spray) para alívio imediato da angina 6. Paciente suspeitos de coronariopatia pode fazer tratamento da dislipidemia. Classe II A - Conflito de evidências ou opiniões divergentes, com tendência a utilidade/eficácia 1.Clopidogrel quando a aspirina está absolutamente contra-indicada 2.Antagonistas de cálcio de longa ação exceto dihidropiridinas de ação curta substituindo os beta bloqueadores como tratamento inicial. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 18 3. Iniciar tratamento das dislipidemias em pacientes com doenças coronarianas Classe II B – conflito de evidência ou opiniões divergentes, com tendência a ineficácia/inutilidade Adição de antitrombóticos (Warfarin) á aspirina. Classe III – evidência e/ou concordância de que o tratamento é inútil e/ou ineficaz, podendo expor o paciente a risco Quelação Dipiridamol 2. ANTIARRÍTMICOS o Monitorar a concentração plasmática; manter dentro da faixa terapêutica o Possuem índice terapêutico muito baixo o Possui quatro classes o Não possuem mecanismo de ação seguro, margem terapêutica muito estreita, índice terapêutico muito curto, logo precisa-se fazer dosagem, medir a concentração plasmática do paciente para fazer o tratamento. o Ia – Disopiramida § Mecanismo de ação: Fármaco que bloqueia canal de sódio -> deprimir a contratilidade (pode precipitar insuficiência cardíaca) § Também bloqueiam receptores de acetilcolina, com isso pacientespodem apresentar glaucoma, constipação, xerostomia e retenção urinária – efeitos ancolinérgicos § Interações • Se Disopiramida já possui efeito antimuscarínico, ela pode potencializar efeito em associação com fármacos dessa classe • Beta bloqueadores ou bloqueadores de canais de cálcio: ionotropismo negativo. (Tanto os bloqueadores de canais de sódio quanto os bloqueadores dos canais de cálcio possuem uma margem terapêutica muito baixa) o Ib – Lídocaína § Bloqueador de canais de sódio § Maioria das vezes é utilizado como anestésico. Pois bloqueando o canal de sódio bloqueia a condução do sinal da dor. (Intramuscular) § Pode também ser utilizada em ambiente hospitalar para tratar crises de arritmia. (Intravenoso) § Reações adversas: convulsões, tremores, disartria (dificuldade de articular a fala), alterações nos níveis de consciência. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 19 § Interações: • Depressores centrais: efeito aditivo. • Fenitoína: depressão cardíaca • Beta bloqueadores: diminuem o metabolismo hepático. • Cimetidina (inibidor enzimático): diminuição da depuração da lidocaína. o IC – Flecainida § Bloqueio de canais de sódio. § Reações adversas: Pode exacerbar as arritmias; visão borrada. § Interações: Ritonavir – inibidor enzimático o III – Amiodarona § Bloqueio de canais de potássio. § Reações adversas: se utilizar doses altas com tempo superior a 10 dias, pode gerar : bradicardia moderada, náusea, vômito, perda de apetite, dor abdominal e prisão de ventre. § Interações: Ritonavir – inibidor enzimático (ou seja, vão reduzir o metabolismo dos bloqueadores) - Sotalol § Bloqueia canais de potássio (mecanismos de ação não seguro !) § Reações adversas: dose dependentes -> dispneia, fadiga, tontura, cefaleia, febre, bradicardia excessiva e/ou hipotensão. 3. ANTI-HIPERTENSIVOS ü Consenso da Sociedade Brasileira de Cardiologia, dentro dela encontra-se o departamento de hipertensão arterial, nesse departamento existe os consensos e diretrizes. Consenso – podemos utilizar determinadas classes na hipertensão; diretrizes – como utilizar essas classes na hipertensão. ü Cardiologia moderna é baseada em evidências. As decisões clínicas do que vai ser utilizado como anti-hipertensivo precisa ser baseado em evidência em pesquisa, precisar ser avaliado a experiência clínica do médico e preferências do paciente. ü Consenso de 2018 – SBC e departamento de hipertensão arterial considera como nível ótimo – nível pressórico de 120x80mmHg ü Hipertensão pode ser associada a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou alteração estrutural de órgão-alvo ü Também pode ser muito agravada, difícil de ser controlada quando associada a dislipidemia, obesidade, intolerância à glicose e diabetes. ü Hipertensão mantém associação independente com eventos como: morte súbita, acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença renal crônica (DRC) ü 60% dos indivíduos com hipertensão são indivíduos idosos. ü Fatores de risco para HA: idade, sexo, etnia, ingestão de sal, ingestão de álcool, sedentarismo, fatores socioeconômicos, genética. ü Tratamento medicamentoso – objetivo: redução da morbidade e da mortalidade cardiovascular. Não cura ! (HA não tem cura) o Adesão ao tratamento é muito importante o Eficaz por via oral Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 20 o Medicamento precisa ser bem tolerado; se o medicamento não for bem tolerado -> falta de adesão. o Posologia favorável – intervalo entre as doses de uma vez ao dia até duas vezes. o O tratamento pode ser iniciado com a menor dose efetiva, podendo ser aumentada gradativamente e/ou associar a outro medicamento. o Levar em conta que quanto maior a dose mais a probabilidade de surgir efeitos indesejados. o Respeitar um período mínimo de 4 semanas para proceder o aumento da dose e ou associação de drogas, salvo em situações especiais. o Instruir o paciente sobre a doença, sobre os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados e sobre a planificação e os objetivos terapêuticos. – melhora da adesão ao tratamento. o Considerar as condições socioeconômicas. ü Classes o Diuréticos o Ação central: alfa-agonistas o Inibidores adrenérgicos o Vasodilatadores diretos o Inibidores da enzima conversora da angiotensina o Antagonistas dos canais de cálcio o Antagonistas do receptor de angiotensina II ü Todas essas classes com exceção de vasodilatadores diretos podem ser utilizadas como monoterapia no tratamento inicial de hipertensão. (Vasodilatadores diretos podem causar hipotensão acentuada) ü A escolha dos agentes é baseada nas alterações hemodinâmica da hipertensão. Essas alterações são: aumento do débito cardíaco, aumento da FC, RVP, e em consequência -> vasoconstrição. (Paciente hipertenso tem uma ou mais alteração hemodinâmica que vai nortear a escolha do agente anti-hipertensivo). O objetivo dos anti-hipertensivos é tentar contornar algumas dessas alterações hemodinâmicas para prevenir complicações maiores. ü DIURÉTICOS o Fármaco que aumenta a diurese, portanto ele diminui a volemia. Uma vez que ocorre diminuição do volume plasmático tem-se a redução da resistência vascular periférica. o Reações adversas (dose dependente): § Podem provocar a perda de alguns íons – hipopotassemia, hipomagnesemia (pode provocar arritmia ventricular), hiperuricemia (> ácido úrico); além da diminuição de outros íons como cálcio, cloreto, hidrogênio. Dependendo da classe de diuréticos como os poupadores de potássio, podem causar hiperpotassemia. § Exceção dos poupadores de potássio pode causar intolerância à glicose. Logo precisa-se pedir exame de glicemia de jejum e hemoglobina glicada. (Célula beta pancreáticas possui um receptor do tipo GLUT2 que em situação de hiperglicemia a glicose é captada por esse receptor, passa pelo ciclo de krebs e gera ATP. Em seguida ocorre bloqueio dos canais de potássio. Canais de cálcio se abrem, cálcio entra na célula, as vesículas da célula beta pancreática que continha insulina são rompidas e liberam a insulina. Quando se tem uma Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 21 alteração dos níveis circulantes de potássio, visto que existem diuréticos que causam depleção de potássio, compromete-se o evento relacionado com a liberação de insulina. Ou seja, pela alteração das concentrações de potássio, a célula beta pancreática não libera insulina pela falta de concentrações ideais de potássio - *obs isso é uma teoria). § Aumento dos níveis séricos de TG (mecanismo de ação não comprovado) § Disfunção sexual masculina – impotência (muito frequente); esse problema sempre dá para contornar como ajustar dose, trocar classe ou indicar medicações para impotência sexual. o Diuréticos são eficazes como monoterapia o Efetividade comprovada o Eles são divididos em três classes: diuréticos tiazídicos, de alça e poupadores de potássio. o Potência dos diuréticos § Os mais potentes são os diuréticos de alça § Diuréticos tiazídicos com potência intermediária § Diuréticos poupadores de potássio com menor potência o Teoricamente se da preferência aos diuréticos tiazídicos por sua potência intermediária. o Os diuréticos de alça como eles são muito potentes, são reservados para situações de hipertensão associada a insuficiência renal e cardíaca. o Poupadores de potássio apresentam pequena potência diurética. o Hiperpotassemia § Associados tiazídicos e diuréticos de alça (são diuréticos que não poupam potássio – aumentam a eliminação de potássio na urina), aumentando a depleção de potássio. Eles podem ser usados em situação de hiperpotassemia como prevenção ou tratamento. § O uso de diuréticos poupadores de potássio (diminuem a depleção de potássio) em pacientes com redução de função renal pode acarretar hiperpotassemia. o A DIFERENÇA das três classes é: o local onde agem e quais íons eles inibema reabsorção. o DIURÉTICOS TIAZÍDICOS § Ação diurética moderada – potência § Exemplos: hidroclorotiazida e clortalidona (são os mais vendidos e mais prescritos) § Mecanismo de ação: no túbulo distal inibem o íon transportador (responsável pela reabsorção desses íons) de sódio e cloreto. Aumentando a eliminação de sódio, cloreto, e além disso serão eliminados potássio e água (eles passam do meio menos concentrado para o meio mais concentrado). Com isso ocorre maior formação de urina e consequentemente diminuição do volume sanguíneo e débito cardíaco, indiretamente reduz a FC e a RVP, controlando a PA. § Justificativa para paciente utilizar diurético: pacientes com edema. Se paciente não tem retenção de líquidos qual justificativa para o uso ? Se ele não tem Nível de potência Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 22 edema, ou alguma patologia que leve a esse quadro, vale uma justificativa do uso. - *em teoria. § Reações adversas: hidroclorotiazida – utilização atual é limitada (como ela causa um desequilíbrio nas concentrações de potássio, o risco de desenvolvimento posterior de diabetes é aumentado). Outras reações adversas relacionadas a esse medicamento: distúrbios hidroeletrolíticos, principalmente hiponatremia (< sódio), alcalose hipoclorêmica e hipopotassemia. Hipomagnesemia: arritmia. Impotência foi referida duas vezes mais entre os homens que utilizaram tiazídicos, em comparação aos que usaram placebo ou betabloqueador. (Estudos clínicos e não biológicos !) § Em 2018 a ANVISA publicou baseado em vários relatos de caso sobre o aumento do risco de câncer de pele não melanoma decorrente do uso crônico de hidroclorotiazida. Todo paciente antes de fazer o uso dessa medicação precisa antes avaliar se ele tem histórico de câncer de pele na família. § Interações com outros medicamentos: AINES provocam a longo prazo vasoconstrição, com uso prolongado dessa medicação o paciente pode desenvolver insuficiência renal quanto HAS . Já os diuréticos tiazídicos possui efeito antagônico. Os dois medicamentos precisam ser reavaliados. Como os diuréticos tiazídicos não poupam potássio, isso significa que eles alteram a concentração de potássio circulante, podendo causar diabetes do tipo 2. Exames como glicemia de jejum e hemoglobina glicada precisam ser solicitados, se elas estiverem alteradas e o paciente já utilizar medicação para diabetes, pode ser necessário o ajuste de dose dessas. Mas porte altera o antidiabético e não o diurético? Porque teoricamente quem faz uso de diurético é por necessidade. O uso deve ser racional. Qualquer associação de anti-hipertensivo independente da classe, pode causar hipotensão. Colestiramina e colestipol (complexam com os ácidos biliares/ sequestrador de ácido biliar) – eles também podem atrapalhar a absorção de hidroclorotiazida. o DIURÉTICOS DE ALÇA § Mais potentes § Exemplo: Furosemida (Lasix) e Bumetanida § INDICADOS EM CASOS DE INSUFICIÊNCIA RENAL OU INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Não existe indicação racional para o uso de diurético de alça que não seja nesses dois casos. O uso em situações fora disso, é classificado como off label. § Mecanismo de ação: inibem o íon transportador de sódio, cloreto e potássio na alça. Esses íons não serão reabsorvidos, o lúmen ficará muito concentrado, cálcio e magnésio indiretamente serão excretados também. Como o meio está muito concentrado a quantidade de água que será eliminada será alta. A eliminação de sódio e água aumenta a eliminação de potássio e H+. § Qual o horário de administração de diuréticos de alça principalmente ? Manhã. § Efeitos: diminuição da reabsorção de água, diminui resistência vascular periférica, aumenta fluxo sanguíneo renal (vasodilatação indireta). Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 23 § Reações adversas: em ordem de gravidade 1.hipopotassemia, paciente que reclama muito de fraqueza, confusão mental, câimbra. 2.redução acentuada da pressão – dificuldade de concentração e reação 3. Sensação de pressão na cabeça e dor de cabeça 4. Tonturas, sonolência 5. Anormalidade do equilíbrio hidroeletrolítico. Casos extremos: desidratação, hipovolemia e hemoconcentração. § Paciente que possui edema e usam diuréticos para hipertensão, precisam aumentar o consumo de água. Agora pacientes que usam diuréticos para IC, IR a ingestão de água fica a critério do médico, não é generalizado. § Interações: • a furosemida é contraindicada quando um glicosídeo cardiotônico for administrado concomitantemente; • A deficiência de potássio ou magnésio, aumenta a sensibilidade do miocárdio aos glicosídeos cardíacos. • Abuso de laxantes: aumenta a perda de K+ o DIURÉTICOS POUPADORES DE K+ § Inibição dos canais condutores de sódio no túbulo coletor; bloqueio da troca de sódio por potássio; inibem a reabsorção de sódio e diminuem a excreção de potássio. § Exemplos: Amilorida e Triantereno. Espironolactona – possui mecanismo de ação diferente; além de ser poupador de potássio é também antagonista de aldosterona -> diminui a reabsorção de sódio. § Efeitos: diminui a reabsorção de água, diminui a resistência vascular, aumenta fluxo sanguíneo renal. § Reações adversas: • Triantereno – cefaleia, hiperpotassemia • Amilorida – cefaleia, náuseas e hiperpotassemia • Espironolactona – ginecomastia e baixa potência sexual § Todos poupadores de potássio podem ser utilizados em pacientes com hipopotassemia. § Contraindicação mais relevante: insuficiência renal (quem já tem insuficiência renal já está retendo potássio na corrente sanguínea, se utiliza poupador de potássio nesses pacientes pode-se causar quadro de hiperpotassemia. ü BLOQUEADORES ADRENÉRGICOS o Todos os receptores adrenérgicos podem ser classificados em seletivos ou não seletivos. o Precisa saber em qual receptor alfa ele age e qual receptor beta. o Antagonizar ação da norepinefrina o Ações de receptores: § Alfa 1: vasoconstrição Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 24 § Alfa 2: presente no SNC – inibição da liberação de neurotransmissores como noradrenalina. Nesse caso não é viável antagonistas essa ação por meio de fármacos, e sim agonizar para promover inibição da NE. § Beta 1: aumento da FC § Beta 2: broncodilatador também § Beta 3: termogênese e lipólise. o BETA BLOQUEADORES § Tem que saber se age em beta 1,2 ou 3. Ou se ele age em todos § A diferença deles está na seletividade. § Todos são coadjuvantes no tratamento da HAS (ou seja, não é utilizado em monoterapia, na maioria das vezes é usado com HAS leve) § Efeitos: diminuem a frequência cardíaca (respostas cronotrópicas), diminuem respostas inotrópicas (força de contração), reduz ação vasoconstrição (redução da RVP) e diminuem a secreção de renina. § BETA BLOQUEADORES SELETIVOS Beta1 • NE causa aumento do DC e nas células justaglomerulares ela aumenta a secreção de renina. • Medicações usadas: atenolol e metropolol -> causam efeito contrário. • Diminuição do DC e diminuição da liberação de Renina. • Renina faz com que PA aumente em uma situação fisiológica, porém em situação de HAS ela precisa ser bloqueada. § BETA BLOQUEADORES SELETIVOS Beta2 • NE em beta2 causa aumento da secreção de renina • Bloqueando receptor beta2 ocorre diminuição de renina. • Medicações: alfa metilpropanolol e butoxamina § BETA BLOQUEADORES NÃO SELETIVOS • Agem em todos os receptores (B1, B2, B3) • Medicações: propanolol, alprenolol, nadolol, pindolol, sotalol • Fisiologicamente NE em B3 causa aumento da lipólise. No caso de bloqueador de receptor de B3, complicações para lipólise ideal estará presente. • Bloquear B2 além das células justaglomerulares, bloqueia também B2 no pulmão causando broncoconstrição. Portanto beta-bloqueadores não seletivos são contraindicados para pacientes que tem asma. • Outra reação adversa relatada com o uso do propanolol é a impotência sexual. § Beta bloqueadores com mecanismo deação mais completo. – bloqueadores de terceira geração – não seletivo • Bloqueiam receptores alfa1, beta1 e beta2. Porém eles inibem mais os receptores beta • Medicações: cervedilol, Nevibolol. • Vão diminuir a FC, secreção de renina, vasodilatação pelo bloqueio de receptores alfa 1. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 25 • Fármaco simpatolítico – imediatamente penso em impotência sexual • Como eles causam vasodilatação eles possuem ação melhor contra a impotência sexual, mas pode estar associada a hipotensão. • Nebivolol aumenta a síntese e liberação de óxido nítrico no endotélio vascular. • Eles agem menos em receptores B3, com isso pode ter alteração do perfil lipídico § Agentes de ação central – Alfa2 agonistas • Mecanismo de ação: Existe receptor alfa2 responsável (receptor inibitório) por feedback negativo sobre o neurotransmissor. Com isso as concentrações de NE diminui, reduz a FC, e assim a PA. Diminui também secreção de renina. (Efeitos úteis no tratamento de pressão arterial). • O receptor alfa2 é um receptor inibitório no SNC, controlando a liberação de NE. Quando ela se liga a ele, ocorre diminuição da liberação desse neurotransmissor por feedback. Portanto agem no SNC diminuindo a descarga simpática. • Qualquer medicamento que diminua esses neurotransmissores, pensando no comportamento do paciente, não é interessante. • Com a redução da NE pode-se reduzir o ânimo, podendo levar a depressão. • Eficácia como monoterapia: discreta. • Medicações: guanidina e metildopa • Metildopa – não atravessa a placenta. Portanto é útil na HAS em gestante. Todos os outros fármacos causam risco ao feto. Porém ao usar a metildopa, precisa se preocupar com depressão pós parto. Não possuem relato de teratogenicidade. É excretado no leite. § ALFA1 – BLOQUEADORES • Exemplos: doxazosina, prazosina, terazosina • NE sobre alfa1 -> vasoconstrição. Logo o efeito mais pronunciado dessas medicações é vasodilatação (reduz RVP). O efeito de diminuição de renina não é o mais pronunciado. • São utilizados em associação, pois utilizar em monoterapia irá necessitar de ajuste de dose porque esse medicação causa tolerância. • RA: Hipotensão sintomática nas primeiras doses. • O ideal é começar com dose baixa, até chegar a redução desejada da pressão. Ex: doxazosina. • A prazosina deve ser evitada ser usada com alimentos. De maneira geral alfa 1, preocupar com a administração próxima à alimentação. Esperar 2h antes ou 2h depois da alimentação para tomar o remédio, mas é melhor estipular um horário. • Deve tomar antes de dormir, colocar na receita. Não administrar com bebidas cítricas pois essa medicação é ácido lábil. • Em relação a terazosina também começar com a menor dose possível. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 26 ü IECA – INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA o ECA – conversão de angiotensina I em II o Exemplos: captopril, enalapril, lisinopril, ramipril o Angiotensinogênio é produzido no fígado, liberado no plasma encontra renina produzida nos rins, converte angiotensinogênio em angiotensina I ainda no plasma. A angiotensina I encontra a ECA que irá converter a angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II circulante será responsável por uma série de eventos, entre eles causar vasoconstrição, no córtex da suprarrenal aumentar a aldosterona -> ajuste da PA fazendo com que a pressão suba. o IECA bloqueiam a ECA, assim não tem angiotensina II, bloqueando todas suas ações e controla a pressão. o Mas eles acabam tendo afinidade por enzima pulmonar, chamada cininase II, essa enzima no pulmão promove redução de bradicinina, pois se ela estiver presente ela pode causar inflamação pulmonar. o inibe a degradação da bradicinina (pró-inflamatória) o Os IECA inibem a cininase II, bloqueiam sua ação, inibindo a redução dos níveis de bradicinina. Logo os IECA podem provocar inflamação pulmonar que se manifesta com tosse seca. o IECA podem causar impotência. ü ANTAGONISTAS RECEPTOR AT1 DA ANGIOTENSINA II o Efeito que não tem nada a ver com enzima (ECA), eles só bloqueiam receptor de angiotensina II (receptor do tipo AT1) na suprarrenal e arteríolas. o Portanto eles não bloqueiam a ECA e não causa tosse. o Leva a vasodilatação pois angiotensina causa vasoconstrição o Exemplo: Losartana. o Pacientes com pressão arterial e que apresentaram complicações pulmonares com uso de medicamentos beta-bloqueadores não seletivos ou IECA, podem substituir por beta1 seletivo ou antagonista de receptor de angiotensina (losartana). ü VASODILATADORES DIRETOS o Atuam diretamente sobre a musculatura da parede vascular – vasodilatação direta; não se sabe o mecanismo de ação. o Com a vasodilatação aumenta-se a permeabilidade, logo o sangue ao passar pelo vaso, ele extravasa, assim ocorre retensão hídrica, causando aumento da volemia (pois o que tem no tecido também pode ir para o vaso), com isso pode ocorrer taquicardia reflexa. o Efeitos adversos: retensão hídrica e (taquicardia reflexa) o Não indicados como monoterapia. o Associar com beta-bloqueador (por conta da taquicardia reflexa) o Exemplo: hidralazina ü ANTAGONISTAS DOS CANAIS DE CÁLCIO o Utilizado em pacientes com arritmia e também com HAS o Mecanismo de ação: bloqueio de canal de cálcio voltagem dependente, diminui FC o É perigoso se o paciente toma um comprimido a mais (overdose) o O cálcio é importante mensageiro intracelular, sendo fundamental nos mecanismos de excitação e contração da musculatura lisa do miocárdio e dos vasos. Se bloquear os Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 27 canais de cálcio, tem-se diminuição da contração da musculatura e diminuição da contração dos vasos, assim tem diminuição da FC e RVP. o Exemplos: verapamil, diltiazem, anlodipino, nifedipino. 8. FARMACOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO ü Fármacos que agem na secreção gástrica : possuo fármaco que neutraliza ácido, fármacos que diminui a produção do ácido ou protege a mucosa estomacal. ü Fármacos que atuam na secreção ácida o Pacientes com gastrite (não tem uma lesão ainda), ou paciente que tem úlcera. 1) Fármacos que neutralizam o ácido o São fármacos que não são absorvidos para fazer efeitos na secreção de ácido clorídrico. Quando administrados eles neutralizam o ácido já formado. o Exemplos: Bicarbonato de sódio, hidróxido de magnésio, hidróxido de alumínio, carbonato de cálcio o Hidróxido de magnésio : ele vai reagir com o ácido clorídrico no estômago. Formando água e neutraliza o ácido. Ele é absorvido só no intestino delgado, e ainda possui capacidade limitada de absorção. A quantidade em excesso vai para o intestino grosso. Quando se toma muito HM, esse excesso vai alterar a concentração osmótica. As fezes irão reter água – fezes mais líquidas. (Leite de magnésia). o Hidróxido de alumínio : irá reagir com ácido clorídrico formando água e cloreto de alumínio, neutralizando o ácido. Usado em excesso, prende o intestino, pois o alumínio trivalente relaxa a musculatura (ausência de peristaltismo) retardando o esvaziamento. o O hidróxido de magnésio dissocia rápido e neutraliza o ácido rápido. – início de ação rápido e duração curta. o O hidróxido de alumínio – o início de ação é lento com duração longa em relação ao hidróxido de magnésio. (Alívio prolongado) o Associando os dois -> melhor preparação, diminuindo as chances de causar diarreia ou constipação. (Ex: mylanta plus; pepsogel) Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 28 o Preparados com carbonato de cálcio : reage com o HCl, neutralizando. (Bicarbonato presente no Eno) o Precaução : Hidróxido de magnésio ou Hidróxido de alumínio – neutralizam o pH, com isso o cálcio não vai ser absorvido pois ele precisa de pH ácido para absorção. o Proporção para que o cálcio seja absorvido em relação ao magnésio: 2:1 cálcio x magnésio. 2) Fármacos que inibem a secreção ácida: Serão absorvidos, e inibem aprodução de ácido clorídrico pelas células parietais estomacais. Duas classes : bloqueadores de bomba de prótons(responsável pela produção de H+), bloqueadores de receptores de histamina H2 (anti-histamínico que agem em receptor H2 de histamina). o Inibidores de bombas de próton : (IBP) Ex: omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol, esomeprazol. § Todos eles são pró-fármacos (precisam ser ativados no fígado) § Não são absorvidos; agem no ácido formado; situações agudas § São sensíveis à luz, conteúdo da cápsula é granulado § Todos industrializados são feitos em cápsulas coloridas, já os manipulados alguns pacientes pedem para manipular em cápsula transparente, o que é errado. § Existem esses medicamos por via intravenosa. Mecanismo de ação desses fármacos : § Eles são sensíveis ao pH ácido, portando a cápsula precisa ser revestida e colorida. § Ele é absorvido no duodeno, é metabolizado do fígado, cai na corrente sanguínea, estimula gastrina, ela vai fazer com o pH diminui (ácido) ativando os inibidores de bomba de prótons, passando para as células parietais. Na célula parietal o IBP libera de ácido sulfênico que inibe a bomba de prótons (H+/K+ ATPase – essa bomba pega o potássio do lúmen estomacal e coloca dentro da célula parietal e o H+ é jogado no lúmen estomacal), assim H+ não passa para o lúmen do estômago. § Ligação do fármaco a bomba de prótons é irreversível, mais ou menos 96h para formar novas bombas. § Esses medicamentos precisam ser administrados em jejum, pois eles são sensíveis ao pH ácido. § São utilizados em tratamentos crônicos § Meia vida dos inibidores de prótons é muito baixa, varia em torno de 1 a 2 horas. porque os inibidores de bombas de prótons são utilizados uma vez ao dia sendo que a meia vida deles são de 1 a 2 horas ? Porque a ligação de IBP a bomba é uma ligação irreversível e demora para ser feita a síntese de uma nova bomba. § O efeito dos IBP é dose-dependente mas o número de reações adversas também é dose-dependente. § Estudo de 2014 : esomeprazol e rabeprazol - maior taxa de erradicação H. Pylori. Mas eles não são utilizados no tratamento isolados, são usados com antibiótico por exemplo. § Os IBP são utilizados em situações clínicas como: doença do refluxo gastroesofágico; esôfago de Barret; úlceras induzidas por AINE. § Quando você toma um omeprazol, no momento da administração o número de reações adversas é baixo. O problema é o paciente que faz uso crônico. Eles tem um risco maior de desenvolver câncer gástrico, enterites bacterianas, deficiência de minerais. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 29 § Estudo 2014: Paciente que faz uso crônico de IBP estão em risco de desenvolverem deficiência relevante de vitamina b12, portanto devem ser monitorados (encaminhar para o nutricionista). Carência de b12 está relacionada com demência e Alzheimer; anemia megaloblástica. § Existem algumas proteínas que já foram relacionadas com o Alzheimer. Lansoprazol aumenta a produção dessas proteínas – estudo de 2013, portanto esse medicamento usado cronicamente é um gatilho para desenvolver a doença. § Estudo de 2016: TAU – proteína intimamente relacionada ao desenvolvimento do Alzheimer. § Estudo 2010: IBPs estão associados também ao desenvolvimento de hiperplasia de células parietais, pólipos das glândulas gástricas. § IBP interação – diminui a absorção de antifúngicos como o intraconazol por exemplo, antiviral astranavir; aumenta a absorção de anti-hipertensivos - bloqueadores de canais de cálcio (nifedipino) e digitálicos (digoxina). § Tomar IBP por muito tempo afeta a digestão de proteínas (proteínas precisam de pH ácido para ser absorvida), absorção de vitamina b12 e cálcio. o Bloqueadores de H2: § a histamina é sintetizada e liberada por várias células : linfócitos, basófilo, mastócitos, plaquetas. § Principais fármacos: cimetidina, ranitidina, famotidina. § inibem secreção ácida induzida pela histamina e gastrina. § vantagem : podem ser utilizadas uma vez ao dia e reações adversas baixas. § classe menos potente que os inibidores da bomba de prótons. Pois nesse caso, pode- se ter estímulo da acetilcolina, gastrina e histamina para produção de ácido. Esses fármacos bloqueiam receptores de histamina apenas. § os anti-histamínicos inibem apenas um estímulo de produção de ácido clorídrico. Estímulo de Ach, gastrina, a bomba continua funcionando. § reações adversas gerais : vertigem, cefaleia, diarreia, náuseas e vômitos, dor muscular, alucinação, confusão mental (geralmente está relacionado com idade, dose e administração IV) – uso agudo. § O vilão é a cimetidina : causa ginecomastia, galactorréia, diminuição da produção de espermatozoides. – uso crônico. Ela acaba pegando receptores H2 não só nas células gástricas. § dosagem : dose única a noite (o tamponamento ácido é menor a noite – produção de bicarbonato); pode ser associado manhã e noite também (duas vezes ao dia); o uso durante o dia – paciente se alimenta, produz gastrina e o pH fica mais ácido. (Mais ácido durante o dia do que a noite). Obs: quanto maior a dose dos bloqueadores de H2, maior a probabilidade de desenvolver reações adversas. § Vantagens do uso noturno: tamponamento ácido menor, pacientes em uso de IBP produzem ácido a noite, esofagite de refluxo: ácido noturno. § Cimetidina: inibição do citocromo p450. § Antiácidos (neutralizastes) podem diminuir a absorção da ranitidina. § Ranitidina reduz a absorção do cetoconazol, intraconazol e diazepam. § Uso na gravidez de bloqueadores de H2: atravessam a barreira placentária e é secretado no leite materno. O que fazer, só o especialista sabe. § Eles inibem a secreção gástrica, dificultando a absorção de vitamina b12. 3) Fármacos citoprotetores Formulações contendo Bismuto e Sucralfato. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 30 Não são absorvidos; aderem a mucosa lesada. o Bismuto : formam película protetora na base da úlcera devido a ligações com glicoproteínas; adsorve pepsina inibindo sua atividade; além disso ele é um bactericida que age sobre a membrana do Helicobacter pylori. § Subsalicilato de bismuto: sal insolúvel de bismuto trivalente e ácido salicílico; cada molécula contém 42% de salicílico e 58% de bismuto; menos de 1% do conteúdo de bismuto é absorvido; mais de 80% do conteúdo de ácido salicílico é absorvido ( em crianças pode causar síndrome de Reye; e o ácido salicílico é inibidor da agregação plaquetária, portanto a pessoa pode ter hemorragia) § Bismuto é indicado em situações: úlcera péptico gástrica e duodenal, esofagite de refluxo, gastrite e duodenites § O ideal é utilizar esses fármacos quando o paciente tem úlcera § Contra indicado para crianças (inchaço no cérebro, dano ao fígado, confusão mental) § Possui problemas também com superdosagem – ataxia e encefalopatia. § Reações adversas: coloração preta da língua e fezes de cor preta, interação vestígios de enxofre e saliva no cólon para a formação do sulfeto de bismuto. o Sucralfato: ao invés de formar uma película ele forma um gel no estômago, com isso o ácido tem dificuldade de agir na mucosa danificada. Portanto, protege a úlcera. (Única ação) § Pode causar interação com outros fármacos por conta do gel § Atua como barreira física apenas; não possui efeito secundário § Indicações: refluxo gastroesofágico; gastrite; úlcera péptica; úlcera de estresse; estomatite aftosa recorrente; gastrite provocada pela bactéria H. pylori ü Laxantes o Tipos: lubrificantes, osmótico, intestinal, irritativo. o Laxantes: facilitam a defecação (não agem na musculatura intestinal) | cartático/purgativos: aceleram a defecação (age na musculatura intestinal, aumentando o peristaltismo) o Laxantes hidrofílicos, aumentadores do volume ou formadores de massa fecal – educadores intestinais, não agem na mucosa, só agem aumentando volume formando a massa fecal, o que estimula diretamente o peristaltismo. (Estimula porque distende,não age diretamente na musculatura) § Fibras – carboidrato na forma de pectina, lignina e celulose • Polissacarídeos naturais ou sintéticos, que não são digeridos, aumentam a massa fecal, distendem as paredes do TGI e aumentam o peristaltismo. • É indispensável a ingestão hídrica adequada • Vantagens: ação “mais fisiológica”, reduz o tempo de trânsito • Desvantagens: distensão abdominal, flatulência, ação lenta, 2 a 3 dias após uso. • Fibras vegetais: AGAR-AGAR ou Plantago ovata (metamucil), pode desencadear reação alérgica; farelo de trigo; casca de ispaghula. Suas desvantagens – fermentada pela flora bacteriana causando gases, cólicas, distensão abdominal. • Fibras sintéticas: policarbofila cálcica (Muvinor); não sofre ação bacteriana; apresentação em comprimidos, usados 1 a 2 comp. Duas vezes ao dia (12/12h), com água, durante ou após refeição. É hidrofílica e poderá ser usada em algumas formas de diarreia. Contra indicado em pacientes com sintomas obstrutivos e naqueles com megacólon. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 31 o Salinos ou osmóticos § Mudam a osmolaridade, ou seja, deixa o meio das fezes mais concentrado, já que eles não são absorvidos, logo a água fica retida nas fezes. § Exemplos: sulfato, hidróxido ou citrato de magnésio, sulfato ou fosfato de sódio, sorbitol e manitol § 8g de sulfato de magnésio retém 120ml de água § Alguns deles possui ação rápida, não podendo usar a noite. Mas existem outros que podem ser administrados no período noturno. § Farmacodinâmica: aumenta o volume do TGI, o que distende o cólon e estimula a atividade do intestino delgado; diminui a absorção intestinal de sais e água pelo instinto delgado. § Riscos: insuficiência renal (magnésio) e cardíaca (sódio). o Emolientes ou amolecedores fecais § Óleo mineral: Agarol, Nujol • Usos: eventual como laxativo, pacientes com hemorroida ou doenças anais; as vezes em associação com hidróxido de Mg. • Desvantagens: perda de vitaminas lipossolúveis (ADEK, como elas são lipossolúveis elas ficam retidas em meio oleoso); pneumonia lipídica (por broncoaspiração- contra-indicado para idoso); extravasamento anal; reduz a absorção de anticoncepcional e glicosídeo cardiotônico (medicamento para insuficiência cardíaca) • Posologia: adultos – 1 a 2 colheres de sopa a noite e 1 pela manhã. Crianças – maiores de 6 anos: ½ colher de sopa a noite ou pela manhã. Menores de 6 anos – retal. • Ação: 6-8h § DIOCTIL SULFOSSUCCINATO DE SÓDIO = DSS. (Dioctil, Humectol) • Detergente: permite a penetração da água e amolecimento fecal, facilitando a defecação. • Pode ainda estimular a secreção de fluidos e eletrólitos e alterar a permeabilidade da mucosa intestinal. • Uso oral, ação em 1 a 2 dias • Existe formulações em forma de enemas (preparações introduzidas diretas no reto) • Risco : hepatotoxicidade; pode aumentar a absorção de outras drogas. o Estimulantes/ irritantes § Purgativos § Drogas que agem na mucosa § Classe mais perigosa § Devem ser administrados na menor dosagem efetiva, e pelo menor período de tempo, para evitar abuso. § Sao inativas por via parenteral § Agem na luz do TGI § Mecanismo: provavelmente induzem uma inflamação limitada de baixo grau na mucosa intestinal. Estimulam a secreção de água e eletrólitos para a luz, além de aumentar a motilidade intestinal (devido a inflamação) § Exemplos: antraquinonas, óleo de rícino, cáscara sagrada, bisacodil e glicerina. Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 32 § 1. Antraquinonas • Derivados da antraquinona: cáscara sagrada; aloína e sene • São fitoterápicos. • São os mais antigos estimulantes, possui ação maior no cólon • Uso noturno, efeito 8 a 10h após § 2. Óleo de rícino ou ricinoleína (Laxol): dão origem ao ácido ricinoléico (que promove acúmulo de água e eletrólitos) • Utilizado também por via oral • Estimula os nervos entéricos, causam o aumento do peristaltismo por pequena inflamação. • Ação em 3-5 horas § 3. Bisacodil (Lactopurga, Dulcolax): estimula terminações sensoriais do cólon através de uma pequena inflamação, com isso aumenta o peristaltismo. • Ação rápida em 15 a 30 minutos com a aplicação retal. • Ação 4-6h via oral • Usado para esvaziamento intestinal no preparo de exames radiológicos da coluna, etc. • Pode causar diarreia grave, déficit de fluidos e eletrólitos. § 4. Glicerina: estimula reflexo do peristaltismo por estimulação dos nervos sensitivos • Não pode ser administrada por via oral; empregado por via retal em forma de supositório (criança e adulto) o Laxantes emolientes estão associados a deficiência de vitaminas lipossolúveis como A,D,E,K, além disso, podem reduzir a biodisponibilidade de muitos nutrientes, por acelerarem o esvaziamento gástrico. ü Antieméticos o Medicamentos utilizados para prevenir a êmese. Sintomas associados a enjôo, náusea, vômitos. o Ação central: SNC – centro do vômito. o Êmese prolongada causa: exaustão, desidratação, hiponatremia, hipocloremia, perda exacerbada de HCl pode provocar alcalose. Antiemético previne esses quadros. o Êmese provocado por movimento: cinetose o Êmese provocado por presença de substâncias que irritam: quimioterápicos, morfina, digoxina o Início de Gravidez o Infecções bacterianas e virais. o Os medicamentos antieméticos agem na zona de gatilho quimioreceptora (ZGQ) – Região chamada de centro do vômito, localizado no assoalho do quarto ventrículo. Uma vez que essa zona é estimada, o paciente tem vômito. Portanto os antieméticos bloqueiam o estímulos. o ZGQ: recebe estímulos de vias aferentes do TGI (mediado pela 5-HT (serotonina)), estímulos vindos do labirinto no ouvido interno através do núcleo vestibular (o que explica mecanismo de cinetose) Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 33 o Acesso ao centro do vômito o ZGQ contém receptores: Dopamina (D2), serotonina (5-HT3), acetilcolina, opiáceos. Uma vez que algum estímulo chega na ZGQ, precisa ativar algum desses receptores, para ter o estímulo do vômito. o Os receptores de dopamina são ativados pelo esforço ou por problemas psiquiátricos conduzindo ao vômito. o Os medicamentos não vão agir necessariamente no centro do vômito. o Tratamento não medicamentoso: alimentos de digestão fácil, consistência pastosa e frios o Tratamento medicamentoso: • Agentes anticolinérgicos (antimuscarínico – atuam em musculatura lisa) § Devido ao fato de diminuírem as secreções e motilidade do TGI, podem também apresentar efeito antiemético. § Dentre estes agentes indica-se, em particular, a escopolamina. • Anti-histamínicos H1 (apenas de primeira geração) § Ex: dimenidrato (dramin), clorfeniramina (polaramine), prometazina (Fenergan), meclizina (Meclin), difenidramina (Notuss). Farmacologia – Thayná Borba Medicina – 2°ano 34 § Administrados cerca de 30 minutos antes da condição determinante do vômito. (Ex: viagem) § A ação deles basicamente é provocar sedação. (Diminui estímulo que produz ativação da ZGQ) § Essas drogas exercem pouca ou nenhuma atividade contra vômitos produzidos por substâncias que atuam diretamente sobre a ZGQ. § Os anti-histamínicos são utilizados para prevenção do vômito § São eficazes na cinetose e contra vômitos causados por substâncias que atuam localmente no estômago. § Depressores do SNC – Inibição da estimulação vestibular. (Algumas pessoas podem dormir, outras podem ficar sonolenta). § Efeitos colaterais: tonturas, sedação, tinido (zumbido nos ouvidos), fadiga. Ressecamento da boca, visão embaçada, constipação intestinal, retenção urinária. § Administração de dose excessiva: em crianças pode causar convulsões § Anti-histamínico H1 são contra-indicados para idosos. § Dramin B6 – dramin que tem junto a vitamina b6 que é a piridoxina, que participa da síntese de neurotransmissores, atuando no labirinto, vestíbulo, e centro do vômito. (Melhor para provocar sedação). • Antagonistas
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