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Bruna França – Medicina UFAL O potencial de repouso de um neurônio típico é de cerca de − 65 milivolts (1 mV = 0,001 volts), sendo esse potencial de repouso negativo da membrana no interior do neurônio é absolutamente necessário para o funcionamento do sistema nervoso. A diferença de potencial elétrico que contrabalança exatamente um gradiente de concentração iônico é chamada de potencial de equilíbrio iônico, ou simplesmente potencial de equilíbrio, sendo representada pelo símbolo Eíon: (1) Grandes alterações no potencial de membrana são causadas por alterações minúsculas nas concentrações iônicas; (2) A diferença de carga elétrica ocorre entre as superfícies interna e externa da membrana; (3) Os íons são impelidos através da membrana em uma velocidade proporcional à diferença entre o potencial de membrana e o potencial de equilíbrio; (4) Se a diferença de concentração para um íon através da membrana é conhecida, o potencial de equilíbrio para esse íon pode ser calculado. Os gradientes de concentração iônica são estabelecidos pela ação de bombas iônicas na membrana neuronal. Duas bombas iônicas são particularmente importantes em neurofisiologia celular: a bomba de sódio e potássio e a bomba de cálcio. A bomba de sódio e potássio é uma enzima que hidrolisa ATP na presença de Na+ intracelular. A energia química liberada por essa reação impele a bomba, que troca Na+ intracelular por K+ extracelular. A ação dessa bomba garante que o K+ esteja mais concentrado dentro do neurônio e que o Na+ esteja mais concentrado fora (contra o gradiente de concentração). A bomba de cálcio é também uma enzima que transporta ativamente Ca2+ para fora do citosol através da membrana celular. Outros mecanismos diminuem a [Ca2+] intracelular para níveis muito baixos (0,0002 mM). Esses mecanismos incluem proteínas ligantes de cálcio e organelas, como a mitocôndria e alguns tipos de retículo endoplasmático que sequestram os íons de cálcio do citosol. As bombas iônicas trabalham na retaguarda para assegurar que os gradientes de concentração iônica sejam estabelecidos e mantidos. O potencial de repouso da membrana, que é de − 65 mV, aproxima-se, mas não alcança o potencial de equilíbrio do potássio, que é de − 80 mV. Essa diferença surge porque, apesar de a membrana em repouso ser altamente permeável ao K+, existe um vazamento constante de Na+ para dentro da célula. Uma vez que a membrana neuronal em repouso é largamente permeável ao K+, o potencial de membrana é próximo do EK. Outra consequência da alta permeabilidade ao K+ é que o potencial de membrana é particularmente sensível a alterações na concentração extracelular de potássio. Uma alteração no potencial de membrana do valor de repouso normal (− 65 mV) para um valor menos negativo é chamada de despolarização da membrana. Portanto, um aumento na concentração extracelular de potássio despolariza os neurônios. A sensibilidade do potencial de membrana a [K+]e promoveu a evolução de mecanismos que regulassem firmemente as concentrações extracelulares de potássio no encéfalo. Um desses mecanismos é a barreira hematencefálica, uma especialização das paredes dos Bruna França – Medicina UFAL capilares no encéfalo que limita o movimento de potássio (e outras substâncias do sangue) para dentro do líquido extracelular do encéfalo. Equação de Nerst (1 íon especifico) x Equação de Godman (passagem de todos íons ao mesmo tempo) A glia, particularmente, os astrócitos, também possui mecanismos eficientes para captar K+ extracelular sempre que a concentração sobe, como normalmente acontece durante períodos de atividade neuronal (tamponamento espacial de potássio).
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