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Bruna França – Medicina UFAL Os principais neurotransmissores são (1) aminoácidos, (2) aminas e (3) peptídeos. Os neurotransmissores aminoácidos e aminas são pequenas moléculas orgânicas contendo pelo menos um átomo de nitrogênio, os quais são armazenados em vesículas sinápticas e delas liberados. Os neurotransmissores peptídicos são moléculas grandes – cadeias de aminoácidos - armazenadas e liberadas de grânulos secretores. A transmissão sináptica química requer que neurotransmissores sejam sintetizados e estejam prontos para liberação. Aminoácidos e Aminas Diferentes neurotransmissores são sintetizados de diferentes maneiras. Por exemplo, o glutamato e a glicina estão entre os 20 aminoácidos que são os blocos de construção utilizados na síntese proteica; consequentemente, eles são abundantes em todas as células do corpo, incluindo os neurônios. Já o GABA e as aminas são produzidos apenas pelos neurônios que os liberam - contendo enzimas específicas que os sintetizam a partir de vários precursores metabólicos. As enzimas envolvidas na síntese de ambos os neurotransmissores, aminoácidos e aminas, são transportadas até o terminal axonal, e, nesse local, elas rapidamente promovem a síntese de neurotransmissores. Uma vez sintetizados no citosol do terminal axonal, os neurotransmissores aminoácidos e aminas devem ser captados pelas vesículas sinápticas. Concentrar esses neurotransmissores dentro da vesícula é o trabalho dos transportadores, proteínas especiais embutidas na membrana vesicular. Os neurotransmissores peptídicos são polimerizados no retículo endoplasmático (RE) rugoso. Em geral, os peptídeos longos, sintetizados no retículo endoplasmático rugoso, são clivados no aparelho de Golgi, produzindo fragmentos menores, sendo um deles o neurotransmissor ativo. Os grânulos secretores contendo os peptídeos processados no aparelho de Golgi FV - Tutoria 04 22 desprendem-se dessa organela e são transportados ao terminal axonal por transporte axoplasmático. A liberação de neurotransmissores é desencadeada pela chegada de um potencial de ação ao terminal axonal. A despolarização da membrana do terminal causa a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem nas zonas ativas. Esses canais de membrana são permeáveis ao Ca2+. Há uma grande força condutora impulsionando o Ca2+ para o interior. Lembre-se que a concentração interna de cálcio – [Ca2+] – em repouso é muita baixa, apenas 0,0002 mM; portanto, o Ca2+ inundará o citoplasma dos terminais axonais assim que os canais sejam abertos. A elevação resultante na [Ca2+]i é o sinal que causa a liberação dos neurotransmissores da vesícula sináptica. As vesículas liberam seus conteúdos por um processo denominado exocitose. A membrana da vesícula sináptica funde-se com a membrana pré-sináptica nas zonas ativas, permitindo que o conteúdo da vesícula seja derramado na fenda sináptica. FV - Tutoria 04 23 o ancoramento envolva interações entre proteínas da membrana vesicular e da membrana da célula pré-sináptica na zona ativa. Na presença de aumento da [Ca2+]i, essas proteínas Bruna França – Medicina UFAL alteram suas conformações, de modo que as bicamadas lipídicas das membranas vesicular e pré- sináptica se fundam, formando um poro que permite que o neurotransmissor escape para a fenda sináptica. A abertura desse poro de fusão exocítica continua a se expandir até que a membrana vesicular esteja completamente incorporada à membrana pré sináptica. A membrana vesicular é posteriormente recuperada por um processo de endocitose, e a vesícula reciclada é recarregada com neurotransmissor. Durante os períodos de estimulação prolongada, as vesículas são mobilizadas a partir de um estoque de vesículas que está ligado ao citoesqueleto do terminal axonal. A liberação dessas vesículas do citoesqueleto e seu ancoramento às zonas ativas também são dependentes da elevação da [Ca2+]i. Os grânulos secretores também liberam neurotransmissores peptídicos por exocitose, de uma maneira dependente de cálcio, mas comumente fora das zonas ativas. Como os sítios de exocitose dos grânulos localizam-se à distância dos sítios de influxo de Ca2+, os neurotransmissores peptídicos normalmente não são liberados em resposta a cada potencial de ação que chega ao terminal. Em vez disso, a liberação de peptídeos geralmente requer uma série de alta frequência de potenciais de ação, de forma que a [Ca2+]i através do terminal possa atingir os níveis exigidos para a liberação longe das zonas ativas.
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