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PROJETO INTREGRADOR 2 UNISA

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UNIVERSIDADE SANTO AMARO 
CURSO TECNÓLOGO EM GESTÃO PÚBLICA 
 
 
 Dhian Carlos Passos Borges Junior RA:4316401 
 João Pedro Queiroz Santos Pedrosa RA: 4570545 
Rayrivan Gomes da Silva Sousa RA: 4606779 
Leonardo Gonçalves Timóteo RA:4519574 
 
 
PROJETO INTEGRADOR II: LICITAÇÕES E CONTRATO 
PENALIDADES IMPOSTAS PELO TCE: Problemas Enfrentados pelos Gestores 
Públicos na Realização de Licitações 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parauapebas - PA 
2021 
 
 
 
 
Dhian Carlos Passos Borges Junior RA:4316401 
 João Pedro Queiroz Santos Pedrosa RA: 4570545 
Rayrivan Gomes da Silva Sousa RA: 4606779 
Leonardo Gonçalves Timóteo RA:4519574 
 
 
PROJETO INTEGRADOR II: LICITAÇÕES E CONTRATO 
PENALIDADES IMPOSTAS PELO TCE: Problemas Enfrentados pelos Gestores 
Públicos na Realização de Licitações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parauapebas - PA 
2021 
 
Projeto Integrador apresentado ao Curso 
Superior de Tecnologia em Gestão 
Pública da Universidade Santo Amaro. 
Orientador: PROF. Marcia Maria da 
Graça Costa 
 
 
 
RESUMO 
 
Este estudo vai tratar de forma geral os problemas enfrentados pelos gestores 
públicos na realização de licitações com o intuído de contribuir com o conhecimento a 
respeito de como são realizadas as contratações de serviços e obras e as 
modalidades de licitações conforme a legislação atual. Ademais, o estudo de caso tem 
como objetivo a análise dos diversos entendimentos a respeito da utilização das 
licitações e suas modalidades, a fim de apresentar cenários no qual se aplica as 
legislações vigentes. Além disso, irá tratar do Caso 2, ao qual retrata uma situação de 
penalidade imposta pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro a Clara 
(Secretaria Executiva), Maria (Diretora de Administração e Finanças) e Alex 
(Pregoeiro da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do 
Rio de Janeiro), ambos servidores da Secretaria de Tecnologia da Informação e 
Comunicação do Estado, caso que ocorreu em setembro de 2005, e apresentar 
soluções e apontamentos aos questionamentos realizados. 
 
Palavras-Chave: Gestores Públicos. Licitação. Modalidades de licitações. 
Penalidades impostas pelo TCE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. APRESENTAÇÃO DO CASO ......................................................................... 5 
2. LICITAÇÕES E CONTRATOS ......................................................................... 6 
2.1. Conceito...........................................................................................................6 
2.2. Modalidades de licitação................................................................................7 
2.3. Concorrência...................................................................................................7 
2.4. Tomada de preços..........................................................................................7 
2.5. Convite.............................................................................................................8 
2.6. Leilão................................................................................................................8 
2.7. Pregão..............................................................................................................8 
3. PROPOSTAS DE SOLUÇÃO PARA O CASO.....................................................9 
3.1. Resoluções do Quesitos...............................................................9 
4. CONCLUSÃO......................................................................................................16 
5. REFERÊNCIAS...................................................................................................17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1. APRESENTAÇÃO DO CASO 
 
De forma concisa, o Caso 2 apresenta o desejo de se realizar uma promessa 
política ocorrido no tempo de campanha na qual se tinha por parte do chefe do poder 
executivo do Estado do Rio de Janeiro uma urgência de se implementar o que se tinha 
prometido. Nesse contexto, a Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação 
do Estado ficou a cargo de realizar o projeto com o objetivo de contratar serviços para 
instalação de infraestrutura elétrica, lógica e de telecomunicações, com adequações 
ambientais e instalações para os centros de internet comunitários. 
Além disso, os atores principais que fizeram parte na elaboração do projeto 
foram Clara (Secretaria Executiva), Maria (Diretora de Administração e Finanças) e 
Alex (Pregoeiro da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado 
do Rio de Janeiro), ambos servidores dessa Secretaria. Para a concretização do 
projeto era necessário a implementação de um processo licitatório para alocação das 
verbas públicas e contratação dos serviços prestados. Ademais, fica claro que Alex, 
apesar de ser o pregoeiro, tinha toda a influência e o controle do processo licitatório, 
tomando as decisões importantes, pois Clara não tinha experiencia e conhecimento 
na área de licitação e confiava nas decisões de Alex. Nessa perspectiva, Alex visando 
um Processo licitatório mais simples e menos burocrático, até mesmo por motivos 
pessoas que poderia a favorecer ilicitamente, tomou a decisão de implementar no 
processo licitatório a modalidade pregão, essa sendo uma modalidade mais simples, 
visto que é para aquisição de bens e serviços comuns. 
Desse modo, depois de realizados todos os tramites licitatório e após 8 anos 
do ocorrido, houve a penalidade imposta pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio 
de Janeiro aos funcionários Clara, Maria e Alex. 
Diante do caso em tela, a penalidade foi baseada nas legislações federal e 
estadual que tratam das diferentes modalidades de licitação e disciplinam as situações 
em que cada uma deva ser utilizada. Portanto, gerou-se uma serie de 
questionamento, como: Objeto licitado pode ser considerado comum para permitir ser 
licitado na modalidade pregão, conforme determina a legislação? As brechas e 
conflitos nas legislações interferem na tomada de decisão dos gestores públicos? A 
penalidade imposta pelo TCE se justificava nesse caso em específico ou houve um 
excesso de rigor? Com tantos casos de corrupção e troca de influências em licitações, 
houve excesso de rigor na atuação do TCE ou o procedimento foi apenas o habitual? 
8 
 
Maria deve pagar a multa ou recorrer mais uma vez da aplicação da penalidade? 
Quem deveria ser penalizado em relação à escolha da modalidade? Há um único 
culpado? Qual seria a modalidade adequada para contratar o objeto licitado? Pregão, 
na forma eletrônica, ou alguma modalidade tradicional contida na Lei Federal n° 
8.666/1993? 
 
2. LICITAÇÕES E CONTRATOS 
 
5.1. Conceito 
 
Para uma maior compreensão da complexidade do caso, é necessário saber, 
de uma forma geral, o conceito de licitação, as suas modalidades de acordo com a 
legislação vigente. 
A licitação é o procedimento administrativo formal que se estabelece de forma 
prévia às contratações de serviços, aquisições de produtos, de forma bilateral, ou até 
mesmo para registrar preços para contratações futuras pelos entes da Administração 
Pública direta ou indireta, que também pode ser considerada como pré-contrato, que 
tem como objetivo principal a obtenção das propostas mais vantajosas e justas. 
O processo licitatório é um processo administrativo formado por um conjunto 
de atos que tem como objetivo maior proporcionar à administração a possibilidade de 
adquirir um bem ou serviço da forma mais vantajosa para ela própria. 
A autora Odete Medauar (2008) explica que a licitação é um processo 
administrativo porque, além da sucessão de atos e fases, há sujeitos diversos – os 
licitantes – interessados no processo, que dele participam, perante a administração, 
todos, inclusive esta, tendo direitos, deveres, ônus, sujeições. Sobre as características 
do processo licitatório, Medauar (2008, p. 178) acrescenta:Neste processo tem-se a necessidade de um 
planejamento bem detalhado sobre o que comprar e 
o que contratar, identificar os riscos, fiscalizar e 
acompanhar toda as etapas com acompanhamento 
do setor jurídico e profissionais capacitados e com 
sabedoria pertinente ao tema. 
8 
 
As licitações são realizadas por todas as secretarias do governo, 
unidades, fundações, câmaras, estatais, autarquias, etc. Para isso, todos 
os órgãos envolvidos precisam conhecer as Leis e as Legislações 
vigentes e dispor de um edital de linguagem clara e precisa, de fácil 
entendimento e acesso a todos. 
 
5.2. Modalidades de licitação 
 
A licitação é um gênero que se subdivide em seis espécies, as chamadas 
modalidades licitatórias. Cinco dessas modalidades são previstas em lei. As licitações 
são um nicho econômico, chamado de Mercado Governamental que mostra a 
importância do Estado na economia. Elas ajudam o mercado econômico a viabilizar a 
concorrência e o desenvolvimento social e regional, o aumento de arrecadação 
tributária, o aumento de renda e a diminuição da taxa de desemprego. 
 
5.3. Concorrência 
 
A concorrência é regida por duas fases. A fase interna, que consiste na 
organização dos atos preparatórios para iniciar a licitação, onde esses atos são 
encaminhados para a consultoria jurídica do órgão que deve emitir um parecer. 
Só então se inicia a próxima fase denominada de fase externa. Na fase externa, 
há a publicação do edital da licitação no Diário Oficial da União e em jornal de grande 
circulação. Em seguida, é feita a habilitação da documentação dos licitantes para se 
verificar se eles se encaixam nos requisitos de idoneidade que são cobrados para 
contratar com o poder público. 
 
5.4. Tomada de preços 
 
Modalidade pertinente a contratos de médio vulto, em que participarão os 
interessados previamente cadastrados junto aos órgãos públicos competentes ou que 
atendam todos os requisitos necessários para o cadastro até no máximo três dias 
8 
 
antes do designado para o recebimento das propostas, sendo observada a 
qualificação pretendida pela Administração. 
Furtado reafirma a necessidade descrita no artigo 22 parágrafo 9º, 18 o veto à 
Administração solicitar do interessado documentos além dos triviais para o cadastro, 
constados nos artigos 27 a 31 da Lei nº 8.666/93. 
A diferença básica entre a concorrência e a tomada de preços reside na de 
que a primeira é destinada a qualquer pessoa que na fase de habilitação preencha 
os requisitos necessários à sua participação na licitação, enquanto a tomada de 
preços é modalidade dirigida aos interessados que já estejam cadastrados ou que 
atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia 
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. 
(FURTADO, 2010 p. 521). 
 
5.5. Convite 
 
É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu 
objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) 
pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento 
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade 
que manifestarem seu interesse com antecedência de até vinte e quatro horas. Nesta 
modalidade, o edital é excluso e substituído pela carta convite. 
Essa modalidade se destina a obter contratos de montantes menores, razão 
pela qual essa modalidade se torna comum, simples em seus procedimentos e maior 
liberdade aos Atos da Administração que detém o poder de escolha de quais licitantes 
serão convidados a participar do processo. 
 
5.6. Leilão 
 
É a modalidade em que qualquer cidadão pode participar para a venda de 
materiais e produtos para a administração com valores fixados e previstos em Lei. 
Com vários lances em avaliação, ganha quem fizer a maior oferta ou igual ao valor do 
produto avaliado. Frisando ainda que é de grande importância uma divulgação para o 
conhecimento de todos e um prazo de 15 dias entre a divulgação e o acontecimento 
do leilão. 
8 
 
 
5.7. Pregão 
 
Esta modalidade é definida em edital utilizada para adquirir bens e serviços, 
quais os padrões de desempenho e qualidade são especificados em referido edital. 
Os contemplados das três melhores propostas podem oferecer novos lances verbais 
e sucessivos até que haja um vencedor. Os envelopes com a indicação do objeto e 
do preço são abertos em sessão. 
Segundo Medauar (2008), nesta modalidade é importante a inversão das fases 
de competição e de habilitação, que ocorrem nesta ordem, sendo que dentro da 
competição há primeiramente uma etapa de entrega das propostas seguida de uma 
etapa de lances sucessivos. 
 
6. PROPOSTAS DE SOLUÇÃO PARA O CASO 
 
Como o mencionado na parte de apresentação do caso, foi exposto uma série 
de perguntas que envolviam o caso apresentado. Para isso, será mencionado 
legislações, posições e entendimento doutrinário acerta do caso, expressando sobre 
as penalidades imposta pelo TCU, além dos problemas enfrentados pelos Gestores 
na realização de licitações públicas. 
 
6.1. Resoluções dos Quesitos 
 
Objeto licitado pode ser considerado comum para permitir ser licitado na 
modalidade pregão, conforme determina a legislação? 
Pregão é modalidade de licitação. Modalidade é a maneira como ocorre o 
processo de compra de produtos e serviços nas repartições públicas. Dessa forma, a 
modalidade eleita para uma determinada licitação, indica qual procedimento irá reger 
o processo. 
A legislação brasileira prevê atualmente 6 modalidades de licitação. Além disso, 
as primeiras 5 estão descritas no artigo 22 da Lei de Licitações e Contratos. São elas: 
concorrência, tomada de preço, convite, concurso e leilão. O pregão, por sua vez foi 
8 
 
instituído em 2002, através da lei nº 10.520/02 e regulamentado pelo decreto nº 
3.555/2000. Essa modalidade veio simplificar e desburocratizar o processo licitatório. 
A licitação pregão é uma modalidade utilizada para compra de bens e serviços 
comuns de qualquer valor, pelo poder público. A própria lei que instituiu a licitação 
pregão, define, em seu artigo 1º, o que são esses bens e serviços comuns. Ou seja, 
são “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado”. 
O caráter comum ou incomum de um bem ou serviço é intrínseco à maneira 
como o mercado o comercializa, podendo se alterar com o tempo em função dos 
interesses de compradores e vendedores. Portanto, o gestor deve balizar-se pelo 
mercado, e não por suas necessidades, para determinar o atributo de comum de um 
bem ou serviço. Esse procedimento se coaduna com o disposto no art. 15, inciso III, 
da Lei nº 8.666/1993. “Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: [...] III - 
submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor 
privado” 
Da mesma forma, o bem ou serviço que apresenta características tecnológicas 
complexas não deixa de ser comum se o mercado padroniza tais características, a 
ponto de permitir sua descrição objetiva no edital e sua perfeita identificação pelo 
mercado. O TCU já considerou inadequada a alegação de complexidade como 
justificativa para afastar o uso do Pregão, conforme os Acórdãos abaixo: O 
administrador público, ao analisar se o objeto do Pregão se enquadra no conceito de 
bem ou serviço comum, deverá considerar dois fatores: os padrões de desempenho 
e qualidade podem ser objetivamente definidos no edital? As especificações 
estabelecidas são usuais no mercado? Se esses dois requisitos forem atendidos o 
bem ou serviço poderá ser licitado na modalidade Pregão. 
A verificação do nível de especificidade do objeto constitui um ótimo recurso a 
ser utilizado pelo administrador público na identificação de um bem de natureza 
comum. Isso não significa que somente os bens pouco sofisticados poderãoser objeto 
do Pregão, ao contrário, objetos complexos podem também ser enquadrados como 
comuns. (Acórdão nº 313/2004 - Plenário) 
O entendimento de bem comum, de acordo com diversos autores, nada tem a 
ver com a complexidade do bem adquirido e sim com produtos que sejam comumente 
encontrados no mercado, sem a necessidade de alterações específicas para o 
fornecimento em questão. (Acórdão nº 1.114/2006 - Plenário) Inicialmente, nem todos 
8 
 
serviços que lidam com tecnologia sofisticada são complexos. Os serviços 
especificados nesta concorrência podem ser considerados serviços comuns já que 
representam execução de rotinas e operação de equipamentos e softwares, o que 
permitiria a utilização da modalidade Pregão. (Acórdão nº 2.658/2007 - Plenário). 
A doutrina vai no mesmo sentido: Em aproximação inicial do tema, pareceu que 
‘comum’ também sugeria simplicidade. Percebe-se, a seguir, que não. O objeto pode 
portar complexidade técnica e ainda assim ser ‘comum’, no sentido de que essa 
técnica é perfeitamente conhecida, dominada e oferecida pelo mercado. Sendo tal 
técnica bastante para atender às necessidades da Administração, a modalidade 
Pregão é cabível a despeito da maior sofisticação do objeto (Jessé Torres Pereira 
Junior, Comentários à Lei de Licitações e Contratos da Administração Pública, 7ª ed., 
renovar, 2007, p. 1054) 
Ainda temos o entendimento do TCU: “Em geral, nem a complexidade dos bens 
ou serviços de tecnologia da informação nem o fato de eles serem críticos para a 
consecução das atividades dos entes da Administração descaracterizam a 
padronização com que tais objetos são usualmente comercializados no mercado. 
Logo, nem essa complexidade nem a relevância desses bens e serviços justificam o 
afastamento da obrigatoriedade de se licitar pela modalidade Pregão. (Lei nº 
10.520/2002, art. 1º; Acórdão nº 1.114/2006 – Plenário; Acórdão nº 2.471/2008-TCU-
Plenário, item 9.2.4)” 
Enfim, verifica-se que bens e serviços comuns não quer significar 
necessariamente objeto sem sofisticação ou complexidade. Noutras palavras, ainda 
que o objeto possua essa característica, mas a Administração delimita-o clara e 
objetivamente no instrumento convocatório de modo a permitir que as empresas 
atuantes no mercado possam formular uma proposta, nada impede o uso do Pregão. 
As brechas e conflitos nas legislações interferem na tomada de decisão dos 
gestores públicos? 
Os problemas enfrentados pela Administração Pública para garantir o 
cumprimento das normas e dos princípios constitucionais que regem as licitações 
impõem limites e restrições aos agentes públicos, condicionando-os ao estrito 
cumprimento da Lei. Com uma participação estimada entre 10% e 15% do PIB 
brasileiro, conforme informação do Ministério do Planejamento e do Portal de 
Compras Governamentais, as licitações tem uma posição relevante na economia do 
país. 
8 
 
Com números expressivos de alterações nas normas existentes e criação de 
novas normas, como a “nova Lei de Licitaçoes”, Lei do Regime Diferenciado de 
Contratações (RDC – Lei 12.462/11), os gestores públicos enfrentam grandes 
dificuldades para procederem com as licitações de forma legal. Até 2.014 somavam 
um total de 80 alterações, realizadas através de 61 medidas provisórias e 19 Leis. 
Nos últimos 23 anos foram apresentadas mais de 650 propostas de alterações na Lei 
8.666/93, com mais de 500 mudanças apresentadas na Câmara de Deputados e um 
total superior a 150 mudanças propostas no Senado Federal. 
Tramitando pelo Senado, o Projeto de Lei 1292/95 aprovado pela Comissão do 
Senado Federal em 12/12/2013 é considerada ultrapassada por especialistas dessa 
área, não garantindo a transparência, a agilidade e o impedimento do conjunto de 
fraudes apresentados nas atuais licitações. 
As principais mudanças apresentadas no Projeto de Lei aprovado pela 
Comissão do Senado, como o fim da carta convite e o término da tomada de preços, 
a inversão das etapas entre a habilitação e a apresentação da proposta de preços, a 
responsabilidade solidária e a seleção por uma qualidade superior, os impedimentos 
do licenciamento ambiental e a redução de detalhamentos excessivos para a 
contratação, as alterações relacionadas às atas de registros de preços para compras 
posteriores, a exigência de seguro fiança maior e a exclusão de propostas com preços 
irrisórios e inexequíveis não garantem, absolutamente, a redução ou o final das 
fraudes atuais apresentadas. 
Os diversos tipos de licitação, regidos pela Lei 8.666/93, seja para execução 
de uma obra ou para a prestação de um serviço, seja para a venda, locação ou para 
a aquisição de produtos e equipamentos, devem ter suas normas rigorosamente 
atendidas quando, através dessas licitações, essas empresas foram contratadas ou 
tiveram produtos e equipamentos adquiridos pelos órgãos da Administração Direta, 
pelos fundos especiais, das Autarquias, pelas Fundações Públicas, pelas Empresas 
Públicas, pelas Sociedades de Economia Mista e pelas demais entidades controladas 
direta ou indiretamente pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos 
Municípios. 
Contudo, infelizmente, mesmo diante do cumprimento das normas atuais 
apresentadas, conclui-se que esse processo se tornou ineficaz e ineficiente diante das 
inúmeras irregularidades apresentadas, nos diversos tipos de licitações existentes, 
além das fraudes que insistem em perpetuar-se. 
8 
 
A penalidade imposta pelo TCE se justificava nesse caso em específico ou 
houve um excesso de rigor? 
Houve um excesso de rigor, pois o objeto licitado pode ser considerado de 
caráter comum. Conforme já mencionado, “o caráter comum ou incomum de um bem 
ou serviço é intrínseco à maneira como o mercado o comercializa, podendo se alterar 
com o tempo em função dos interesses de compradores e vendedores. 
Além disso, segunda a doutrina a utilização do pregão permite obter maior 
transparência nos procedimentos licitatórios que, aliada à economia de recursos, 
proporciona à Administração agir observando o princípio constitucional da eficiência. 
Ademais, a utilização do meio eletrônico se justifica nos 
seguintes artigos do Decreto n.º 44.786, de 18 de abril 
de 2008: 
Art. 4 o Nas licitações para aquisição de bens e serviços 
comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo 
preferencial a utilização da sua forma eletrônica. 
§ 1 O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, 
salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser 
justificada pela autoridade competente”. 
 Art. 2º Ressalvadas as hipóteses previstas em lei, a 
aquisição de bens e de serviços comuns será precedida, 
obrigatoriamente, de licitação pública na modalidade de 
pregão, preferencialmente eletrônico, nos termos do art. 
4º da Lei nº 14.167, de 10 de janeiro de 2002. 
 
Com tantos casos de corrupção e troca de influências em licitações, houve 
excesso de rigor na atuação do TCE ou o procedimento foi apenas o habitual? 
Não houve excesso de rigor na atuação, pois apesar do incansável e 
determinante trabalho executado pelos órgãos de controle competentes, resultando 
em diversas punições exemplares, o número de fraudes em licitações tem aumentado 
absurdamente. As licitações na Administração Pública têm sido fraudadas com 
frequência, registrando-se inúmeras formas de manipulação. O erário público tem sido 
constantemente “saqueado” por pessoas que se aproveitam reiteradamente do 
8 
 
dinheiro público, ocasionando prejuízos sem precedentes e repercutindo diretamente 
na economia do país. 
A possível morosidade na investigação dessas fraudes pode ser atribuída à 
falta de especialistas capacitados e, possivelmente, investigadores em número 
insuficiente para atender toda a demanda existente, atribui-se, ainda, a referida 
morosidade na dificuldade em obtenção de provas legais para as punições em função 
de manobras de agentes públicos, ocupando cargos em vários níveis da 
AdministraçãoPública, que tentam barrar a apresentação dos documentos 
comprobatórios e, também, no julgamento de alguns dos inúmeros casos 
denunciados, que crescem de forma absurda e contínua, ocasionando a sobrecarga 
ao Poder Judiciário e do Tribunal de Contas, podendo estimular alguns fraudadores a 
continuar, dando-lhes a falsa impressão de impunidade. 
Sendo assim, o procedimento do TCE foi apenas habitual, mas, conforme já 
mencionado, houve excesso em suas penalidades impostas. 
Maria deve pagar a multa ou recorrer mais uma vez da aplicação da 
penalidade? 
Deve recorrer baseado em todos os artigos de leis e decretos, jurisprudências 
e doutrinas já mencionadas que provam o uso correto da modalidade, sua forma e 
ainda o caráter comum do objeto licitado. 
Quem deveria ser penalizado em relação à escolha da modalidade? Há um 
único culpado? 
Ninguém deveria ser penalizado, pois a escolha da modalidade foi usada da 
forma correta. O objeto licitado para instalação de infraestrutura elétrica, lógica e de 
telecomunicações pode ser considerado comum, visto que, pode ser encontrado com 
facilidade no mercado e é de interesse comum da sociedade 
Segundo o entendimento do TCU, já mencionado: “Em geral, nem a 
complexidade dos bens ou serviços de tecnologia da informação nem o fato de eles 
serem críticos para a consecução das atividades dos entes da Administração 
descaracterizam a padronização com que tais objetos são usualmente 
comercializados no mercado. Logo, nem essa complexidade nem a relevância desses 
bens e serviços justificam o afastamento da obrigatoriedade de se licitar pela 
modalidade Pregão. (Lei nº 10.520/2002, art. 1º; Acórdão nº 1.114/2006 – Plenário; 
Acórdão nº 2.471/2008-TCU-Plenário, item 9.2.4)” 
8 
 
Qual seria a modalidade adequada para contratar o objeto licitado? Pregão, na 
forma eletrônica, ou alguma modalidade tradicional contida na Lei Federal n° 
8.666/1993? 
A modalidade adequada seria a que foi usada, mas na forma eletrônica, pois 
segundo Acórdão 1.182/2004 do TCU: “o pregão é a melhor escolha entre as duas 
modalidades, pois a experiência da Administração Pública Federal tem demonstrado 
que esta modalidade proporciona redução no tempo de aquisição de bens e serviços 
e também redução dos custos de aquisição” 
Ainda, segundo dados da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, 
foi constatada economia de recursos da ordem de 22% no primeiro trimestre de 2008 
quando utilizado o pregão para aquisição de bens e serviços. 
Além disso, a utilização do pregão permite obter maior transparência nos 
procedimentos licitatórios que, aliada à mencionada economia de recursos, 
proporciona à Administração agir observando o princípio constitucional da eficiência. 
No mesmo sentido o artigo 62 da Portaria Interministerial n.º 507, de 24 de 
novembro de 2011, que regula os convênios, os contratos de repasse e os termos de 
cooperação celebrados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal 
com órgãos ou entidade públicas ou privadas sem fins lucrativos para a execução de 
programas, projetos e atividades de interesse recíproco, que envolvam a transferência 
de recursos financeiros oriundos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da 
União: 
Art. 62. Os órgãos e entidades públicas que receberem recursos da União por 
meio dos instrumentos regulamentados por esta Portaria estão obrigados a observar 
as disposições contidas na Lei Federal de Licitações e Contratos Administrativos e 
demais normas federais pertinentes ao assunto, quando da contratação de terceiros. 
§ 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, será obrigatório o uso da 
modalidade pregão, nos termos da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e do 
regulamento previsto no Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005, sendo utilizada 
preferencialmente a sua forma eletrônica. 
§ 2º A inviabilidade da utilização do pregão na forma eletrônica deverá ser 
devidamente justificada pela autoridade competente do convenente. 
 
 
 
8 
 
7. CONCLUSÃO 
 
Inicialmente, pode-se observar que todo processo licitatório deve obedecer às 
legislações vigente ao caso e aos princípios da Administração Pública, além de ter um 
acompanhamento criterioso, crítico e transparente. 
Só assim é possível alcançar o êxito desejado, passando pelas aprovações dos 
Órgãos competentes e, principalmente, atinja seu principal objetivo que é 
transparência, economia e um bem comum para a população e a administração. Neste 
estudo de caso, percebe-se as dificuldades e os problemas enfrentados pelos 
gestores públicos na realização de licitações, haja vista que a Lei nº 10.520/2002 não 
estabelece qualquer vedação para a utilização do pregão para serviços de 
engenharia. Todavia, essas questões geram divergências. 
De acordo com o Decreto 5.450/05, os serviços de engenharia com natureza 
comum, poderão ser contratados através da modalidade de pregão. Esse mesmo 
decreto foi publicado meses antes da realização da licitação, aumentando ainda mais 
a polemica. 
Desse modo, pode ter ocorrido um erro do Tribunal de Contas, como também 
do pregoeiro, este no que se refere a escolha da modalidade, pois poderia ter optado 
pela forma mais transparente que não levantasse suspeita de fraude, e aquele na 
interpretação da lei por uma visão conservadora demais. 
Ademais, em decorrência dos inúmeros casos que foi utilizado a modalidade 
Pregão em licitações semelhante e que chegamos à conclusão que a modalidade 
escolhida por Alex, não pode ser considerada errada, visto que a legislação e até 
mesmo o decreto autorizam nesses casos, pois a tendência de hoje é considerar que 
objeto comum é tudo que pode ser descrito detalhadamente, possibilitada a 
contratação através da modalidade pregão nos serviços de engenharia, assim 
considerados de natureza comum. 
 
 
 
 
 
 
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8. REFERÊNCIAS 
 
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 2 ed. rev. e ampl. Belo 
Horizonte: Fórum, 2010. 
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 12 ed. rev. e atual. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2008 
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm> 
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da 
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração 
Pública e dá outras providências. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm> 
Agência Senado: http://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2016/07/nova-lei-de-
licitacoes-e-lei-geral-das-agencias-reguladoras-serao-votadas-em-agosto> 
Direito Net https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/9868/licitacao-problemas-e-
possiveis-solucoes 
Autos do Processo de n.º 912.296 do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. 
da Lei nº 14.167, de 10 de janeiro de 2002. 
Decreto n.º 44.786, de 18 de abril de 2008 Licitação: problemas e possíveis soluções 
(Administrativo) - Artigo jurídico – DireitoNet

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