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Metaplasia Metaplasia é uma alteração na qual um tipo de célula adulta (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo de célula adulta. É uma alteração da morfologia celular (alteração na diferenciação celular), na qual a metaplasia ocorre quando as alterações no ambiente celular causam uma alteração estrutural na célula. Induzida por estímulo anormal (hiperplasia, hipertrofia, metaplasia) É definida como a substituição adaptativa de células sensíveis ao estresse por células capazes de suportar ambientes adversos: Sistema pulmonar e trato gastro intestinal Associação com outros processos adaptativos. O tipo de metaplasia vai depender do tecido residente. A metaplasia epitelial é bem mais frequente que a metaplasia mesenquimal ❖ Metaplasia Epitelial Escamosa Intestinal Ductal-acinar ❖ Metaplasia Mesenquimal Menos frequente, pois o tecido mesenquimal é mais protegido e menos sujeito a estímulos externos Resposta adaptativa • METAPLASIA ESCAMOSA Ao longo dos anos pensava-se que a metaplasia seria uma alteração fenotípica. Porém hoje, acredita-se que a metaplasia irá surgir de uma reprogramação de células mais primitivas (células- tronco) que se diferenciam em outro tipo celular através de uma nova via genética. As células tronco adultas possuem uma capacidade variada de se diferenciar em várias linhagens celulares e isso irá depender de fatores externos como por exemplo: as células que envolvem o tecido ao seu redor, fatores solúveis e o próprio ambiente celular. ▪ REPROGRAMAÇÃO GENÉTICA As células colunares, podendo ser tanto do pulmão quanto da cérvix vaginal (colo do útero), são submetidas a estímulos como pH baixo (no caso do cérvix vaginal) ou uso de cigarro, como no caso do epitélio pulmonar. Esse estimulo irá promover a conversão de células tronco em células escamosas metaplásicas com estratificação. Isso ocorre devido uma reprogramação genica, ou seja, uma mudança de um perfil genético de uma célula para outra. No pulmão, essas células colunares vão representar proteínas homeobox, essas proteínas são muito importantes, tanto do ponto de vista funcional como morfológico, pois os genes homeobox quando ativados, eles irão regular a morfogênese tecidual e celular, além de coordenar a divisão celular, são importantes na migração e proliferação, e por isso são tão ativos durante a embriogênese. As células escamosas do tecido metaplásico irão mostrar um outro perfil genético, expressando as proteínas P63 e a SOX2 ! O gene P63 é membro de uma grande família P53, que são genes supressores de tumores. ▪ Leucoplasia – Metaplasia escamosa É um termo clinico que define uma lesão branca que não pode ser caracterizada por nenhuma outra lesão, considerada potencialmente maligna. Ocorre geralmente em fumantes e pacientes etilistas. O epitélio que reveste o bordo lateral da língua é do tipo pavimentoso estratificado não ceratinizado. Mas a área Hiperceratotica, pode haver metaplasia escamosa que só poderá ser identificado em corte histológico e não clinicamente. ▪ Metaplasia escamosa – Pulmão O epitélio respiratório é construído por células cilíndricas e ciliadas. O tecido metaplásico pode está associado a outros processos adaptativos, neste caso especifico a hiperplasia. Na imagem acima o epitélio é pseudoestratificado, cilíndrico e ciliado, enquanto que na imagem abaixo quando ele se metaplasia irá se formar um epitélio de múltiplas camadas, pavimentoso, estratificado não ceratinizado e hiperplasiado. • Metaplasia epitelial intestinal Encontrada no esôfago, geralmente na porção distal, na junção gastresofágica ou também no estomago glandular. Os órgãos do tubo digestivo são revestidos normalmente por uma camada mucosa. Na região onde a função principal é de proteção, o epitélio será pavimentoso estratificado. Já nas regiões em que a função principal é absorção e, também, secreção, o epitélio será colunar simples ! É possível perceber que entre existe uma busca transição entre o epitélio esofágico e o epitélio gástrico, e é exatamente nessa região que ocorre os processos metaplásicos. ▪ Esôfago de Barret É o exemplo mais comum de metaplasia intestinal, sendo uma condição patológica que se caracteriza pela substituição do epitélio esofágico, do tipo pavimentoso estratificado, pelo epitélio gástrico, do tipo colunar especializado do tipo intestinal. Condição comum em pacientes obesos, que fazem dietas ricas em nitritos e nitratos, toxinas. Existem dois tipos de esôfago de barrent (Duas extensões): ► Uma mais baixa, onde a substituição fica um pouco acima dessa transição gastresofágica ► E um esôfago de Barrent mais alto, onde ele ultrapassa a transição gastroesofágica O epitélio do esôfago, que é um epitélio do tipo pavimentoso estratificado, e as células basais irão sofrer uma diferenciação inicial e terminal, à medida que elas migram na direção luminal. Em conjunto com o refluxo biliar e de ácido, também com ao processo inflamatório irá aparecer essa metaplasia intestinal incompleta, isso porque irá aparecer a presença de células colunares e de células caliciformes que são produtores de mucina. É possível perceber que eles possuem perfis gênicos distintos. No epitélio do esôfago, os genes ativados são da família p53 (esse gene p63 é membro da família p53), que irá favorecer a diferenciação celular. Já o epitélio metaplásico, observamos os genes homeobox, o CDX2 é um tipo de gene homeobox, sendo um gene muito critico na indução de células colunares, (além de ser um gene muito presente durante a embriogênese, sendo expresso nos 3 folhetos embrionários e também durante o desenvolvimento dentário). Esses genes também estão ligados a diferenciação celular e a proliferação, sendo que a chave principal para a manutenção é a via Notch que mantem essa linhagem celular colunar. ! A metaplasia intestinal não se limita apenas na junção gastroesofágica, existe também a metaplasia no estomago glandular, possuindo diversos estímulos, dentre eles: o alto consumo de sal, o baixo consumo de frutas e verduras, baixa ingestão de vitamina C, a infecção por H.pylori (algumas cepas dessa bactéria podem levar as células parietais que são secretoras de ácido, e essas células são substituídas por outras células metaplasicas) • METAPLASIA ACINAR-DUCTAL Observa-se a substituição de células acinares por ductais Induzida por estímulo inflamatório (tanto aguda como crônica) É um fenômeno reversível Pâncreas, glândula salivar, glândulas mamárias Encontrada na pancreatite crônica, onde o fim do estimulo inflamatório irá levar a uma reversão da linhagem ductal para linhagem acinar. Na glândula salivar, a perda da função da catenina (que faz parte de uma grande família de caderinas, que são moléculas de adesão da membrana celular) irá causar um ambiente de degradação célula-célula, e também uma inflamação local - disfunção na p12 catenina. METAPLASIA MESENQUIMAL É a substituição de um tipo de célula somática diferenciada por outro tipo de célula somática também diferenciada, só que neste caso essa substituição irá ocorrer em células do tecido mesenquimal. A metaplasia no tecido conjuntivo existe a formação de cartilagem, osso ou tecido adiposo em tecidos que normalmente não contém esses elementos. ▪ MIOSITE OSSIFICANTE Se caracteriza pela formação de osso dentro dos músculos Tipos: ► Miosite ossificante progressiva, que se caracteriza por uma doença autossômica dominante, sendo ela mais grave com várias formações ósseas em diferentes localizações ► miosite ossificante traumática, relacionada a um trauma pré-existente 1. Miosite Traumática Processo benigno, solitário (vai haver a formaçãode apenas uma lesão) e autolimitante, Ocorre com mais frequência na porção anterior dos músculos da coxa e braços As injúrias traumáticas de partes moles incluem lesões musculares, tendíneas, ligamentares, de cartilagem e de nervos, e condições diversas que abrangem acometimento das fáscias, bursas e dos tecidos superficiais. ! Há existência de alguns casos de miosite ossificante traumática nos músculos da mastigação. Nesses os mais afetados foram o músculo Masseter e Pterigóide medial. Um fator etiológico predisponente, que está associado a esta lesão, é o tratamento dentário: a extração dentária e anestesia local intramuscular. Sinais mais relatados foram: trismo, edema e dor Tratamento cirúrgico ▪ METAPLASIA ÓSSEA DO ENDOMÉTRIO Transformação do tecido conjuntivo mesenquimal em tecido ósseo, como resposta inflamatória e reparatória a um aborto prévio. Além da infertilidade secundária, a ossificação endometrial pode causar irregularidade menstrual e dismenorreia
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