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Definição de assistência domiciliar pela OMS: “a provisão de serviços de saúde por prestadores formais e informais com o objetivo de promover, de restaurar e de manter o conforto, a função e a saúde das pessoas em um nível máximo, incluindo cuidados para uma morte digna. Os serviços de assistência domiciliar (SADs) podem ser classificados como preventivos, terapêuticos, reabilitadores, de acompanhamento por longo tempo e de cuidados paliativos”. A nova política do Brasil, desde 2011, para atenção domiciliar fomenta a criação de SADs com base em equipes multiprofissionais e sua integração com a atenção primária à saúde (APS). A Atenção Domiciliar (AD) se organiza sob 3 modalidades de cuidados (AD1, AD2 e AD3), com crescentes níveis de densidade e tecnológica e carga horária. Uma pessoa AD1 tem problemas que podem ser manejados pela atenção primária a saúde (APS) e sua equipe. Já pacientes AD2 e AD3 precisam estão em ponto da rede de atenção que é complementar à APS, os SADs. Objetivos dos SADs: → Redução da demanda por atendimento hospitalar. → Redução do período de permanência de usuários internados. → Humanização da atenção à saúde, com ampliação da autonomia dos usuários. → Desinstitucionalização e otimização dos recursos financeiros e estruturais da RAS. As políticas que definem a AD no SUS se baseiam na necessidade de desospitalização de pacientes, com foco preponderante em situações agudas, ou problemas crônicos agudizados para os níveis 2 e 3. Atenção/atendimento/cuidado domiciliar • É o nível mais amplo • Atividades realizadas no domicílio de forma programada e continuada, conforme a necessidade • Ações de promoção a saúde na sua totalidade (inclui a prática de políticas econômicas e sociais que influenciem no processo saúde-doença) • Caráter ambulatorial e envolve ações preventivas e curativo-assistenciais Atendimento domiciliar • É a atuação do profissional no domicílio. É operacionalizada por meio da visita e da internação domiciliar. • Pode envolver da educação e prevenção à recuperação e manutenção da saúde • É um “consultório em casa” • É mais pontual e temporária, ligada a situações agudas Visita domiciliar • Prioriza as ações educativas e o diagnostico da realidade • Programada e utilizada para subsidiar intervenções ou planejamento de ações Internação domiciliar • É a mais específica • Envolve aparato tecnológico • Não substitui a internação hospitalar, é uma continuidade desta Assistência domiciliar • Todo e qualquer atendimento em domicílio realizado por profissionais que integrem a equipe de saúde • A complexidade e o objetivo da visita variam Acompanhamento domiciliar: cuidado no domicílio para pessoas que necessitem de contatos frequentes e programáveis com a equipe. Ex: doentes em fase terminal, egressos do hospital que precisem de acompanhamento para alguma condição, mas estão incapacitados de ir a UBS etc. Vigilância domiciliar: quando um integrante da equipe de saúde comparece ao domicílio para realizar acoes de promoção, prevenção, busca ativa etc. Ex; visitas puérperas, busca ativa dos programas de prioridades... Histórico: Na década de 1970, com a crise do modelo econômico e o advento de novas correntes de pensamento, passa a existir um tipo de atenção domiciliar ambulatorial, profissionalizada e treinada, tendo objetivos claros e definidos. Isto é, embora seja uma prática antiga, a sistematização como estratégia e ferramenta de cuidado é algo relativamente recente. No início da década de 1990, seguindo uma tendência mundial, surgiu o serviço organizado na forma de cuidado domiciliar (home care), concentrado em empresas privadas e nos grandes centros urbanos,11 e nas secretarias municipais de saúde, junto a algumas iniciativas estaduais, surgiriam as primeiras experiências de SADs A criação do programa de agentes comunitários de saúde (ACS) e da estratégia de saúde da família (ESF) foi importante para a concretização dos primeiros SADs. Em 2011, o Ministério da Saúde (MS) redefiniu a AD no âmbito do SUS apresentando a APS e os SADs como elementos integrados de cuidados para diferentes complexidades clínica e tecnológica. mas reconhecendo as ações domiciliares da APS como o nível 1 da AD (AD1), e a necessidade de integração com a AD2 e AD3 que superasse a visão de níveis hierárquicos independentes com base em referenciamentos para fomentar uma rede contínua e integrada de cuidados, em vez da referência e contrarreferência de níveis que não conversavam entre si. A APS representa o maior serviço de AD em funcionamento do Brasil. O cuidador As funções do cuidador vão desde a ajuda nas tarefas mais elementares de higiene da pessoa e do ambiente, também considerando a segurança e o risco de acidentes, até o estímulo à alimentação e à ajuda em atividades físicas, que podem ser a mudança de decúbito ou uma caminhada, conforme o grau de dependência.9 Os autores ainda atribuem ao cuidador a tarefa de promover o lazer, a comunicação, a socialização e o estímulo da memória. Deve existir na família alguém que também “exerça” esse papel. (não entendi direito se ele tava se referindo ao cuidador tipo oficial ou a pessoa da família/rede de apoio que assume esse papel). A família/ a rede O processo de AD é complexo, pois não é específico de uma patologia concreta, nem de nenhum grupo de idade, sendo que sua indicação vem determinada pelo grau de necessidade e/ou incapacidade da pessoa. A demanda de assistência nem sempre é gerada pela pessoa, pelo cuidador ou pela família, e sim pela equipe que deve avaliar os modos de cuidar, absorvendo as queixas, mas identificando as prioridades e necessidades. Assim, é possível que as prioridades da família nem sempre sejam as reais. O médico e a equipe devem ter claro que, diante de doenças incapacitantes, graves ou terminais, as pessoas afetadas, o cuidador e os integrantes da família reagem de forma individual às fases de aceitação da doença, que não são rígidos e podem sobrepor-se. Elisabeth Kübler-Ross caracteriza os seguintes estágios: negação e isolamento, cólera (raiva), negociação, depressão e aceitação. No que se refere à participação da família, é importante saber que a doença inicialmente gera um movimento centrípeto, fazendo com que todos os componentes da família se organizem e contribuam com o cuidado. Com o prolongamento da situação, esse movimento da família passa a ser centrífugo, com designação de um cuidador familiar ou contratado. Também interferem nesse processo as relações familiares estabelecidas entre a pessoa doente e seus familiares ao longo da vida e os problemas familiares. A pessoa Ao realizar cuidado domiciliar, após avaliar as condições de comunicação da pessoa atendida, deve-se ter momentos a sós com ela, proporcionando privacidade, solicitando, por meio de perguntas abertas, que informe sobre como está sendo cuidada e que fale sobre suas queixas, seus medos e angústias. As perguntas deverão ser dirigidas a ela, utilizando o familiar ou cuidador para complementar as informações. Devem-se evitar aglomerações durante o atendimento e ter cuidado ao examinar para não expor a pessoa em demasia Organizando a visita domiciliar → O profissional deve saber claramente qual é seu objetivo → Reler o prontuário e reunir todos os dados sobre a pessoa/família → É importante estabelecer se há necessidade de mobilizar outros recursos da equipe ou externos → Planejar e avisar sobre o encontro → Depois da primeira avaliação, deve-se organizar o material e as medicações apropriadas para o atendimento do caso, além de fazer um registro claro e abrangente. Quem e quando visitar → Podeser realizada como fim: visita pessoas restritas ao domicílio, temporária ou permanentemente. → Pode ser realizada como meio: estabelece vínculos, participa da busca ativa e da vigilância em saúde relacionada aos programas prioritários → independentemente de ser feita como fim ou como meio, ou ambos, a VD oportuniza, em todas as situações, uma possibilidade de incentivo à promoção e à prevenção da saúde mediante a educação em saúde de maneira particularizada → unto com a equipe, o médico pode estabelecer o(s) diagnóstico(s) e construir uma lista de problemas e potencialidades, já identificando quais profissionais devem se envolver nos cuidados da pessoa e da família e qual o plano terapêutico Papel da equipe Entende-se que os profissionais citados no Quadro 39.3 são os que fazem parte da equipe básica da UBS, não sendo, entretanto, os únicos capazes de atuar no domicílio (ex: nutricionistas, dentistas etc. também podem fazer). Visita domiciliar de urgência: o médico deve ter bom senso e analisar a situação para entender se deve atender ou não a esse chamado, feito por um cuidador, familiar, vizinho, ACS etc. Deve descobrir qual é o motivo da VD (pra ver se tem gravidade), se a pessoa pode ser trazida a UBS, se já é conhecida pela equipe (para entender o histórico) e qual é a distância da UBS. VD em áreas rurais e remotas: depende de um planejamento intenso e prévio. Os profissionais já devem contar com os medicamentos e insumos que a população pode precisar, visto que eles não terão acesso a farmácias. Outras situações especiais: óbitos em domicílio, situação de rua, territórios de conflito e violência urbana