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CURSO: 
 
GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
DIREITO CIBERNÉTICO 
Prof. Ms. Luciana de Camargo Maltinti 
E-mail: luciana.maltinti@gmail.com 
Professora Luciana de Camargo Maltinti 
 
 
•Mestre em Direito da Sociedade da Informação pelo Centro 
Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - UniFMU. 
Especialista em Direito do Trabalho pelo Centro Universitário das 
Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU. Especialista em Direito 
Processual Civil pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo – 
Unisal. Especialista em Direito Ambiental pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo – PUC/SP. Graduada em Direito pelo Centro 
Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU. 
Palestrante. Professora de Direito do Trabalho e Direito Civil de 
Graduação, Pós-Graduação e Extensão. Membro da Comissão OAB vai 
à escola da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, 57ª 
subsecção de Guarulhos. Membro da Comissão Pesquisa e Pós-
Graduação em Direito da OAB/SP. 
PERCENTUAL DE RETENÇÃO 
DO CONHECIMENTO 
 
10% 
75% 
30% 
50% 
20% 
5% 
Percentual de 
retenção do 
conhecimento 
Passivo 
Ativo 85% Ensinar os outros 
Utilizar recursos audiovisuais 
Demonstrar/uso imediato 
Argumentar/discutir em grupo 
Praticar o conhecimento 
Leitura 
Assistir a uma palestra (escutar) 
Pirâmide de aprendizagem baseada em Edgar Dale (1969) – CAMARGO, Fausto. A sala de aula inovadora, 2018. 
OBJETIVO DA DISCIPLINA 
Apresentar noções básicas da Legislação Social, 
Trabalhista e Sindical, vigente quanto as suas 
competências, recolhimentos, legislação aplicada. 
Proporcionar ao discente condição de entender o 
ferramental jurídico para auxiliar a tomada de 
decisão na rotina diária na Gestão de Recursos 
Humanos da organização. 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
1. Ética no Mundo Digital 
2. Direitos Autorais 
3. Bancos de Dados e Cadastro dos Consumidores 
4. Certificação Digital 
5. Assinatura Digital 
6. Crimes Digitais 
7. Registro Eletrônico 
8. Sistema de Registro Eletrônico de Títulos e Documentos 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
BÁSICA 
 1.DE LUCCA, Newton et SIMÃO FILITO, Adalberto (coord.). 
Direito e Internet. Aspectos Jurídicos Relevantes. Bauru: 
Edipro.2005. 
 
2. LBERTIN, Alberto Luis. Comércio Eletrônico. São Paulo: 
Atlas. 2003. 
 
3. OPICE BLUM, Renato (Coordenador). Direito em Internet. 
Aspectos jurídicos. São Paulo: Edipro.2004. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
COMPLEMENTAR 
 1. BAIRON, S. Interdisciplinaridade: educação, história da 
cultura e hipermídia. São Paulo, Futura, 2002. 
 
2. LÉVY, P. Cibercultura. 2. ed. São Paulo: Editora 34. 2011. 
PINHEIRO, P. P. Proteção de dados pessoais comentários 
à lei n. 13.709/2018 (LGPD). São Paulo: Saraiva. 2018. 
 
3. SOUZA, C. A. Marco civil da internet: jurisprudência 
comentada. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2017. 
VÍDEO MOTIVACIONAL 
 
Uma lição valiosa para uma vida mais feliz 
 
https://www.youtube.com/watch?v=7UhiNsPjKfI 
 
https://www.youtube.com/watch?v=7UhiNsPjKfI
https://www.youtube.com/watch?v=7UhiNsPjKfI
DIREITO CIBERNÉTICO 
Prof. Ms. Luciana de Camargo Maltinti 
E-mail: luciana.maltinti@gmail.com 
AULA 02: A PRIVACIDADE E OS 
MEIOS ELETRÔNICOS. ASPECTOS 
JURÍDICOS DA INTERNET. 
A ÉTICA NO MUNDO DIGITAL 
 A ética está presente no nosso cotidiano o 
tempo todo, seja nas decisões familiares, 
políticas ou no trabalho. É um valor 
importante na formação do caráter do ser 
humano. 
 A ética é o estudo do que é bom ou mau, 
correto ou incorreto, justo ou injusto, 
adequado ou inadequado. 
O DIREITO À PRIVACIDADE 
 O art. 5º, inciso X, da CF, diz que “são 
invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado 
o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação”. 
 Já o art. 21 do Código Civil dispõe: “A 
vida privada da pessoa natural e ́ inviola ́vel, 
e o juiz, a requerimento do interessado, 
adotara ́ as provide ̂ncias necessa ́rias para 
impedir ou fazer cessar ato contra ́rio a 
esta norma”. 
 
 O direito à privacidade é um direito garantido 
constitucionalmente. Assim, as aplicabilidades das garantias 
constitucionais aduzidas estão no direito de o indivíduo 
excluir do conhecimento de outrem aquilo que diz respeito 
somente a seu conhecimento e a seu modo de vida e 
escolhas privadas. 
 
 Não obstante, importante se faz a demonstrar a correlação 
entre as garantias de sigilo e privacidade. A privacidade 
como garantia tem como objeto a faculdade de restringir a 
terceiros a violação do que lhe é próprio, isto é, restringir 
situações personalíssimas cuja decisão de manter em 
segredo caiba somente ao dono da informação. 
 
 No direito à privacidade o objeto configura-se 
como a moral e a integridade do sujeito. 
 
 O artigo 12 da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, de 1948 prevê: 
 
“Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua 
vida privada, na sua família, no seu domicílio ou 
na sua correspondência, nem ataques à sua 
honra e reputação. Contra tais intromissões ou 
ataques toda pessoa tem direito à proteção da 
lei“ 
A PRIVACIDADE E OS MEIOS 
ELETRÔNICOS 
 A imensa interconectividade possibilitada pela 
Internet das Coisas pode acarretar uma vasta 
gama de conflitos jurídicos e questões de 
ampla discussão voltadas para a fragilidade 
em relação à segurança das informações 
disponíveis e a privacidade dos usuários. 
 Nesse cenário a atuação do direito eletrônico e sua 
aplicação aparecem ainda mais relevantes, a sociedade 
em um contexto altamente dependente da tecnologia 
apresenta-se vulnerável aos riscos criados por essa, de 
maneira que se deve estabelecer o poder julgador do 
Estado frente a empresas e coletoras de dados na 
responsabilização por interferência na privacidade dos 
usuários. 
 
 Com o amplo acesso ao universo digital, e sua expansão 
através da internet das coisas que propicia interatividade 
para muito além de celulares e notebooks, o tratamento 
de dados e informações pessoais torna-se exponencial, o 
que afeta diretamente as relações consumeristas e 
empresariais firmadas no meio eletrônico. 
 
 A segurança dos dados no contexto da 
internet das coisas torna-se ponto de 
atenção uma vez que os as modernizações 
tecnológicas se tornaram tão avançadas 
que os desenvolvedores muitas vezes não 
se atentam em garantir suficientemente a 
segurança e privacidade das informações 
acessadas com o mesmo empenho com 
que vem desenvolvendo novas 
tecnologias. 
DIREITO DIGITAL: DESAFIOS 
E IMPACTOS NAS EMPRESAS 
 Com a internet, ficou muito fácil ter acesso a informações de empresas de qualquer 
lugar do mundo, o que aumenta o risco de violação da propriedade intelectual delas. 
 Assim, delitos como pirataria, downloads ilegais e apropriação de conteúdos 
exclusivos se tornam frequentes e exigem uma atuação especializada. 
 E ainda, questões como vazamento de informações corporativas e discussões 
sobre horas extras tendo como base o uso de dispositivos da internet também são 
bastante comuns nos dias de hoje. 
 Isso sem contar as operações bancárias digitalizadas e o uso de moedas virtuais, 
que deve crescer nos próximos anos. 
 Além da proteção contra ataques, um profissional especializado também pode 
orientar quanto à adequação às novas normas legais que vêm surgindo. 
LEI GERAL DE PROTEÇÃO 
DE DADOS DE PESSOAS 
 A LGPD é a Lei nº 13.709, aprovada em agosto de 
2018 e com vigência a partir de 27 agosto de 
2020. 
 
 Para entender a importância do assunto, é 
necessário saber que a nova lei quer criar um 
cenário de segurança jurídica, com a 
padronização de normas e práticas, para promover 
a proteção, de forma igualitária e dentro do país e 
no mundo, aos dados pessoais de todo cidadão 
que esteja no Brasil. 
 A lei traz logo de cara o que são dados pessoais, define que há 
alguns desses dados sujeitos a cuidados ainda mais específicos, 
comodados sensíveis e os sobre crianças e adolescentes, e que 
dados tratados tanto nos meios físicos como nos digitais estão 
sujeitos à regulação. 
 
 A LGPD estabelece ainda que não importa se a sede de uma 
organização ou o centro de dados dela estão localizados no Brasil 
ou no exterior: se há o processamento de conteúdo de pessoas, 
brasileiras ou não, que estão no território nacional, a LGPD deve 
ser cumprida. Determina também que é permitido compartilhar 
dados com organismos internacionais e com outros países, desde 
que isso ocorra a partir de protocolos seguros e/ou para cumprir 
exigências legais. 
 
DIREITO CIBERNÉTICO 
Prof. Ms. Luciana de Camargo Maltinti 
E-mail: luciana.maltinti@gmail.com 
AULA 03: COMPETÊNCIA 
JURISDICIONAL. PROCESSO 
ELETRÔNICO: MEDIDAS JUDICIAIS 
ESPECIFICAS. 
COMPETÊNCIA JURISDICIONAL 
 Competência da Justiça Federal. 
 
 Crimes cibernéticos: são aqueles em que o agente, para cometer 
um delito, necessita do computador, ou seja, o computador é o meio 
de execução essencial. 
◦ próprios Os bens jurídicos afetados, pelos crimes cibernéticos 
próprios são os dados armazenados em outra máquina ou rede. 
 Art. 109, IV, CF/88 − detrimento de bens, serviços ou interesse 
da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas. 
 Ausência de convenção internacional ratificada pelo Brasil. 
 Crimes cibernéticos impróprios 
 São aqueles realizados com a utilização do computador, ou seja, por meio da 
máquina que é utilizada como instrumento para realização de condutas ilícitas 
que atinge todo o bem jurídico já tutelado, crimes, portanto que já tipificados que 
são realizados agora com a utilização do 
◦ Art. 109, CF/88. 
◦ Convenção internacional ratificada pelo Brasil e transnacionalidade. 
◦ Moeda falsa. 
◦ Entorpecentes. 
◦ Populações indígenas. 
◦ Tráfico de pessoas. 
◦ Tortura. 
◦ Racismo. 
◦ Pornografia infantil e pedofilia. 
◦ Corrupção ativa e tráfico de influência nas transações comerciais 
internacionais. 
 O STF, no RE 628624, decidiu, por maioria de votos, 
que a competência para processar e julgar o delito de 
publicação, na internet, de imagens com conteúdo 
pornográfico envolvendo crianças e/ou adolescentes - 
art. 241-A do ECA - é afeta à Justiça Federal. 
 "Compete à Justiça Federal processar e julgar os 
crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir 
material pornográfico envolvendo criança ou 
adolescente [artigos 241, 241-A e 241-B da Lei 
8.069/1990] quando praticados por meio da rede 
mundial de computadores”. 
PROCESSO ELETRÔNICO 
 É um fenômeno atual, relativo ao uso 
dos sistemas computadorizados 
(informatização) nos Tribunais e 
demais órgãos públicos nas suas 
atividades processuais. É um tema de 
abrangência mundial 
 
 Processo eletrônico é o processo no qual todas as 
peças processuais (petições, certidões, despachos, etc.) 
são virtuais, ou seja, foram digitalizadas em arquivos para 
visualização por meio eletrônico. Assim, não há 
utilização de papel. Neste caso, diz-se que os autos 
do processo estão digitalizados. 
 Para compatibilizar os dispositivos, em regra os Tribunais 
limitam o acesso ao processo eletrônico apenas aos 
sujeitos processuais (especialmente as partes, terceiros, 
advogados e Ministério Público) e, mediante 
requerimento, pode ser fornecida a chave de acesso ao 
processo para terceiros, caso não haja restrição imposta 
pelo sigilo extraprocessual. 
 
 
PROCESSO JUDICIAL 
ELETRÔNICO - PJe 
 O PJe é uma plataforma digital desenvolvida pelo CNJ em parceria 
com diversos Tribunais e conta com a participação consultiva do 
Conselho Nacional do Ministério Público, Ordem dos Advogados do 
Brasil, Advocacia Pública e Defensorias Públicas. 
 O PJe caracteriza-se pela proposição da prática de atos jurídicos e 
acompanhamento do trâmite processual de forma padronizada, 
mas considerando características inerentes a cada ramo da Justiça. 
Objetiva a conversão de esforços para a adoção de solução 
padronizada e gratuita aos Tribunais, atenta à racionalização aos 
ganhos de produtividade nas atividades do judiciário e também aos 
gastos com elaboração ou aquisição de softwares, permitindo o 
emprego de recursos financeiros e de pessoal em atividades 
dirigidas à finalidade do Judiciário. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 Lei nº 11.419/06 – dispõe sobre a 
informatização do processo judicial. 
 
 Resolução nº 10, de 06 de outubro de 2015 
– traz as principais regras do funcionamento 
do e-STJ, dentre elas: seu funcionamento 24 
horas, ressalvado o período interrompido 
para manutenção que será 
preferencialmente aos sábados. 
TENDÊNCIAS DO DIREITO 
DIGITAL 
 Regulação e proteção de dados 
 
 A proteção do direito à privacidade serviu de 
fundamento para o aprimoramento da 
legislação sobre o uso e tratamento de dados 
dos usuários na Europa e no Brasil. Essa 
regulação gera penalidades para empresas que 
não se adequarem, e as consequências serão 
bastante onerosas para elas. Dessa forma, este 
também é um nicho que atrairá a atuação dos 
profissionais do direito. 
 
 Regulamentação de drones 
 
 Os drones são uma tecnologia já existente, que 
também pode gerar demandas em razão da 
violação do direito à privacidade. 
 Além disso, normas sobre o voo também serão 
editadas, de forma a não causar acidentes para a 
aviação comercial. 
 Basta por exemplo vislumbrar o peso da 
responsabilidade civil gerada para quem causar 
riscos à segurança de um avião de carreira para 
entender a importância da atuação do advogado 
nesses casos. 
 
 Impressora 3D 
 
 Essa tecnologia já existe na maioria dos 
países, sendo utilizada inclusive para a criação 
de próteses médicas e em obras de 
engenharia. Mas a impressora 3D também 
poderá ser utilizada para a criação de armas de 
fogo, e isso esbarra na regulamentação de 
diversas nações, em especial aquelas que são 
mais criteriosas quanto à sua venda, posse e 
porte. Dessa forma, diversos litígios estão 
reservados para essa nova tecnologia. 
 
 Criptomoedas 
 
 As criptomoedas ainda são uma novidade para a maior parte 
da população, que as enxerga de forma cética. Isso deve 
mudar nos próximos anos, pois a tendência natural é que o 
público fique melhor informado e que, a partir daí, cresça o 
interesse sobre elas. 
 Outra tendência para as cipromoedas é a incidência de 
regulação sobre elas, pois a sua relevância atrairá a atenção 
do Estado, seja para conseguir tirar proveito econômico por 
meio de tributos, seja para garantir a segurança dos usuários. 
Isso faz com que os preços também subam, pois significa 
desenvolvimento para esse mercado. 
 Essa é uma propensão dos governos de todo o mundo, 
especialmente com o surgimento da Libra, a cipromoeda 
criada pela maior rede social do mundo, o Facebook. Ela 
promete ser uma moeda global, com potencial de atingir bilhões 
de usuários. 
DIREITO CIBERNÉTICO 
Prof. Ms. Luciana de Camargo Maltinti 
E-mail: luciana.maltinti@gmail.com 
AULA 04: CONTRATOS 
ELETRÔNICOS 
INTERNACIONAIS 
INTRODUÇÃO 
 O progresso científico-tecnológico causou 
profundas mudanças no mundo dos negócios. As 
relações de consumo virtuais de âmbito 
internacional passaram a se desenvolver em larga 
escala em decorrência das facilidades 
proporcionadas pela internet e, especificamente no 
ambiente virtual e internacional as relações de 
consumo foram se concretizando por meio dos 
contratos eletrônicos internacionais de consumo. 
 Os prestadores de serviços e fornecedores 
utilizam a internet como um veículo de 
comunicação permitindo-lhes divulgar as atividades 
e serviços que podem ser realizados por meio da 
celebração de contratos, muitas vezes 
ultrapassando as fronteiras geográficas, e trazendo 
para os clientes vários benefícios como 
comodidade, opções de escolha, maior informação 
sobre a aquisição dos produtos, facilidade, rapidez 
no contato, envio e recepção de dadosentre várias 
pessoas de vários lugares, e a custos muito baixos, 
dentre outros. 
 Entretanto, apesar das muitas vantagens, a utilização deste 
tipo de negócio acarretou não só na insegurança jurídica, 
tendo em vista a lacuna legislativa internacional, mas 
também maior vulnerabilidade dos consumidores nas 
transações internacionais já que no caso o consumidor 
brasileiro se encontra em situação de desproteção 
quando celebrado contratos com o fornecedor 
estrangeiro. 
 A grande questão é que, estando as partes contratantes 
em países distintos, há a existência de mais de um 
ordenamento jurídico passível de ser aplicado ao negócio, 
gerando um conflito de leis sendo necessário encontrar 
soluções para esse conflito. 
CARACTERÍSTICAS 
 O contrato eletrônico é celebrado por meios 
eletrônicos, diferenciando-se dos demais pela forma 
como se materializa. 
 Há uma crescente nesta forma contratual, posto que 
com a internet faz-se tudo on-line, e a cada dia mais 
serviços aderem à contratação on-line, rápida, fácil e 
instantânea, sendo inclusive um grande impulso para a 
economia mundial. 
 Além disto, une empresas e pessoas de diversos países 
com extrema simplicidade na prestação e contratação 
de serviços. 
 Fábio Ulhoa Coelho traz o seguinte conceito: 
 
 “Comércio eletrônico é a atividade comercial 
explorada através de contrato de compra e 
venda com a particularidade de ser este 
contrato celebrado em ambiente virtual, 
tendo por objetivo a transmissão de bens 
físicos ou virtuais e também serviços de 
qualquer natureza.” 
 
(COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direto Comercial. vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2002.) 
PRINCÍPIOS BASILARES DOS 
CONTRATOS ELETRÕNICOS 
 I) Princípio da equivalência funcional dos atos jurídicos 
produzidos por meios eletrônicos com os atos jurídicos 
tradicionais: este princípio busca vedar a diferenciação deste tipo 
contratual com os demais formalizados fisicamente em papel. 
 
 II) Princípio da neutralidade tecnológica das disposições 
reguladoras do comércio eletrônico: neste princípio 
vislumbramos a necessidade da legislação estar sempre à frente dos 
contratos e do desenvolvimento tecnológico, evitando desta forma, 
que o ordenamento seja obsoleto, posto que os contratos 
eletrônicos são modificados com o avanço da tecnologia. 
 III) Princípio da inalterabilidade do direito 
existente sobre obrigações e contratos: 
esclarece este o fato de que o contrato eletrônico 
não cria novos direitos, apenas os coloca em prática 
de forma diversa da prevista em lei, porém não 
proibida. Muda por sua transmissão ser via 
comunicação virtual. 
 
 IV) Princípio da boa-fé: neste caso o princípio 
da boa fé expende-se com base na confiança e 
lealdade entre as partes contratantes. 
 
 V) Princípio da autonomia privada: 
permite ampla liberdade na contratação, 
fixando regras de forma livre, desde que não 
contrariem à lei. Ressaltamos que mesmo 
sendo livre a contratação, devem ser 
respeitados alguns limites como a ordem 
pública, bons costumes e a função social do 
contrato. Com base na autonomia privada as 
partes podem criar seus próprios contratos 
com cláusulas ajustáveis de acordo com as 
suas necessidades, produtos e serviços. 
LEI APLICÁVEL AO 
CONTRATO ELETRÔNICO 
INTERNACIONAL 
 Os contratos eletrônicos, por se tratarem de contratos com caráter 
meramente automatizados e serem caracterizados pelo afastamento 
da intervenção humana, quando celebrados no âmbito internacional 
dão origem a questões conflituosas, tendo em vista que nem sempre 
se consegue estabelecer com precisão o local e o momento da 
celebração do contrato, bem como a identificação das partes, criando 
dificuldades para a determinação da Lei aplicável, isto é, qual o 
ordenamento jurídico que será aplicável ao caso concreto, e do 
Tribunal Competente, ou seja, quem é competente para resolver a 
controvérsia tendo em vista que as atribuições dos diversos órgãos 
jurisdicionais são prefixadas em observância a limites territoriais 
definidos dentro dos quais podem exercer a jurisdição. 
 No direito positivo brasileiro, a competência internacional foi 
estabelecida inicialmente pela Lei de Introdução ao Código 
Civil (LICC - Lei n° 4.657/42), que em seu art. 12º restringe a 
competência concorrente da autoridade brasileira às causas 
em que o réu é domiciliado no Brasil ou quando aqui deva 
ser cumprida a obrigação. 
 Ademais, nota-se que o artigo 88º do CPC, além destas 
hipóteses abrange também as ações originadas de fato 
ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
 Assim, a delimitação decorre do entendimento de que deve 
haver jurisdição até onde o Estado efetivamente consiga 
executar soberanamente suas sentenças, limitando, assim, a 
jurisdição especialmente pelo princípio da efetividade. 
 No âmbito Internacional não comunitário, há de se observar 
também a Lei Modelo da UNCITRAL, que foi idealizada e 
estruturada no intuito de fornecer subsídios aos países 
signatários, objetivando elaborar e uniformizar suas leis sobre 
comércio eletrônico. 
 Esta legislação, dentre outras questões, estabelece as regras 
sobre o local de recebimento e envio de mensagens de dados 
eletrônicos, que tem repercussão no direito internacional 
privado e nos códigos nacionais, porque dele depende não só a 
apuração do foro competente, mas também a determinação da 
lei a ser aplicada a uma determinada relação contratual. 
 Prevê também a impossibilidade das instituições provedoras 
terem foro de competência, sendo que esta regra afasta a 
possibilidade de ser tomada a localização do provedor, como 
local para definir questões relativas à jurisdição. 
LACUNA NA LEI 
INTERNACIONAL 
 Haverá lacuna, no âmbito dos contratos eletrônicos internacionais, quando, 
dentre o conjunto de leis internacionais que regem essa modalidade de 
contrato, faltar uma determinada norma capaz de regulamentar um 
determinado aspecto fático no âmbito do contrato eletrônico internacional. 
 Na ausência de normas positivadas, há uma gama de soluções, também 
jurídicas, aplicáveis às hipóteses omissivas na legislação internacional, com 
vistas à integração dessas lacunas. 
 Dentre as ferramentas de integração na lacuna legal internacional, 
estão as clássicas como a analogia, costumes e princípios gerais do 
direito internacional. 
 Uma situação clara de utilização da analogia 
como ferramenta integrativa no âmbito dos 
contratos de comércio eletrônico 
internacional é afeta às relações de consumo 
que surgem desses tipos de contrato. 
 A legislação internacional sobre a matéria é 
extremamente simplória, o que entrega o 
consumidor que se vale dessa modalidade de 
contrato ao desamparo. 
SOLUÇÃO ENVOLVENDO A 
ARBITRAGEM 
 Arbitragem é meio alternativo, voluntário e privado de solução 
de conflitos que versem sobre direitos patrimoniais disponíveis. 
 Nela, um árbitro ou órgão colegiado arbitral, escolhido pelas 
partes e não vinculado a elas, julga e soluciona um conflito de 
interesses. 
 Estando inteiramente abarcada dentro do âmbito da autonomia 
da vontade privada, a arbitragem é meio de solução de conflitos 
que merece destaque por estar cada vez mais em voga, e em 
vista de suas características de celeridade e possibilidades de 
uma maior perfeição técnica, em termos de conhecimento, dos 
árbitros escolhidos para julgar uma determinada causa. 
 A Lei nº 9.307/96 regulamenta a arbitragem no Brasil. 
Há, em nossa legislação interna, uma controvérsia a 
respeito de sua admissibilidade em contratos de 
comércio que envolvam consumo, em vista das 
disposições amplamente pró consumidor do CDC. 
 Entretanto, o próprio CDC admite a arbitragem em 
relações de consumo, se esta surgir por vontade do 
próprio consumidor. 
 Inversamente, a existência de cláusula compulsória 
de utilização da arbitragem em contratos eletrônicos 
de consumo é proibida, de modo a proporcionar 
maior segurança ao consumidor. 
 
 É notário,em vista da experiência internacional de 
aplicação da arbitragem em toda sorte de contratos, 
inclusive nos contratos eletrônicos de comércio 
internacional, que a arbitragem surge como ferramenta 
de extrema valia na solução dos conflitos internacionais. 
 A possibilidade de escolha prévia de regras e leis a 
serem aplicadas na hipótese de surgimento de um 
conflito, bem como a possibilidade de escolha de 
árbitros com conhecimento técnico jurídico amplo 
sobre a atividade objeto do contrato, fazem da 
arbitragem o meio ideal de solução de conflitos no 
âmbito dos contratos de comércio eletrônico 
internacional. 
 
DIREITO CIBERNÉTICO 
Prof. Ms. Luciana de Camargo Maltinti 
E-mail: luciana.maltinti@gmail.com 
AULA 05: RESPONSABILIDADE 
TRABALHISTA, CIVIL E PENAL DAS 
EMPRESAS PELOS ATOS 
PRATICADOS POR SEUS PREPOSTOS 
EM ÂMBITO DIGITAL 
RESPONSABILIDADE 
TRABALHISTA 
 A LGPD define previamente alguns conceitos com base para após, definir 
direitos e obrigações. 
 Dentre esses conceitos, os mais importantes são os seguintes: 
 Titular dos dados: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais (art 
5º, V) 
 Controlador: pessoa natural ou jurídica que decide quanto ao tratamento 
dos dados do titular (art 5º, VI) 
 Operador: pessoa natural ou jurídica que faz o tratamento dos dados (art 5º 
VII) 
 Dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificável (art 5º I) 
 Tratamento: todo o manuseio dos dados, envolvendo desde a coleta, até o 
seu armazenamento, sua transmissão, etc. (art 5º X) 
 A partir desses conceitos, e à luz da relação de 
emprego nos termos dos arts 2º e 3º da CLT, não 
parece haver dúvidas de que o empregado é o 
Titular dos dados, que, por força do contrato de 
trabalho fornece informações suas ao empregador, 
que vem a ser por sua vez o Controlador desses 
dados, cabendo a ele tomar as decisões necessárias 
sobre o Tratamento a ser levado a cabo por um 
Operador – que pode ser o próprio empregador, 
ou um setor do empregador, ou um terceiro, 
externo à relação de emprego. 
 Há um intenso fluxo de “Dados Pessoais”, tal qual definido na LGPD, 
envolvendo o contrato de trabalho, diretamente entre o Empregado-
Titular e o Empregador-Controlador/Operador, são eles: 
 (a) as fases anteriores à sua celebração (informações sobre o 
candidato, currículo, histórico, etc.) 
 (b) pela celebração do contrato de trabalho (dados cadastrais, 
filiação a sindicado, endereço, nomes dos genitores, escolaridade, 
situação familiar, nomes dos filhos, idade, tipo sanguíneo etc.) 
 (c) durante a execução do contrato de trabalho (jornada de trabalho, 
valor do salário, descontos, faltas, motivos das faltas, doenças, 
acidentes, situações conjugais que podem ter reflexos em 
providências da empresa, como o pagamento de pensão, inclusão de 
um dependente no plano de saúde, etc.) 
 (d) ao término do contrato de trabalho (motivo do desligamento, 
valor das verbas rescisórias, etc.). 
 Há, ainda, uma intensa troca de informações entre o 
Empregador-Controlador e outros Controladores e os órgãos 
públicos. 
 Com efeito toda vez que o empregador repassa qualquer 
informação de um empregado que possibilite a identificação 
desse empregado para um terceiro, seja quem for esse terceiro, 
haverá uma transmissão de dados pessoais nos termos da lei. 
 Isso envolve, por exemplo, convênios médicos, planos de saúde, 
vales-refeição, vales-alimentação, E-Social, consultorias 
contratadas, SESMT na hipótese em que não são constituídos na 
própria empresa. 
 Haverá tratamento de dados pessoais ainda, em relação aos 
dados dos empregados das empresas terceirizadas que forem 
transmitidas à empresa contratante. 
 É certo que, mesmo antes da LGPD, o empregador sempre deteve responsabilidade 
jurídica em relação a esses dados fornecidos a ele pelo empregado, e sempre foi 
obrigado a utilizá-los para finalidades compatíveis com as do contrato de trabalho, de 
boa-fé, sujeitando-se, porventura, a uma eventual reparação por dano moral ou material 
no caso de desvios ou abusos de sua parte (arts 113, 186 e 927 do Código Civil). 
 Todavia, o advento da LGPD, a par das obrigações práticas e rotinas novas que impõe 
aos empregados, agora na condição de Controladores, ou porventura Controladores-
Operadores, e a par das consequências administrativas do seu eventual descumprimento 
(multas, etc.), força a necessidade de um novo olhar sobre a natureza dessas 
informações e a forma com elas devem ser tratadas no âmbito interno da empresa. 
 O que antes era somente uma “Ficha de Registro” do Empregado, passa a ser, à luz da 
LGPD, um conjunto de “Dados Pessoais”, alguns deles, inclusive “Dados Pessoais 
Sensíveis”, cujo tratamento, nos termos da LGPD, não observa necessariamente a 
mesma rotina que aqueles “Dados Pessoais Não-Sensíveis”. 
 Por exemplo, nos termos do art 5º, I e II da LGPD, a “filiação a sindicato” é um dado 
pessoal sensível do titular, e toda empresa precisa saber se o empregado é ou não 
associado a um sindicato pela razão simples de que, se o for, terá que efetuar os 
descontos. 
 
 O melhor que as empresas podem fazer, na condição de empregadoras, ou contratantes 
de pessoas físicas ou de empresas que repassam dados de pessoas físicas, e a partir de 
agora, é: 
 
 A) Mapeamento completo das informações-dados que transitam pela empresa, envolvendo todas as 
pessoas físicas (empregados, contratados, autônomos, empregados de contratadas, etc.); 
 B) Mapeamento da natureza e do tipo dessas informações-dados (dados pessoais ou dados pessoais 
sensíveis); 
 C) Mapeamento do tipo de tratamento que esses dados atualmente recebem (se servem somente 
para armazenamento, ou se porventura eles são geridos, alterados, transmitidos, etc.); 
 D) Identificação, em relação a cada tipo de tratamento, e em relação a cada tipo de informação-dado, 
daqueles que podem ser feitos sem o consentimento, e os que devem ser feitos com consentimento; 
 E) Verificação da necessidade da necessidade de manutenção da obtenção dos dados e dos tipos de 
tratamento atuais, e estudo de oportunidade para simplificação dessas rotinas; 
 São providências iniciais, que não esgotam as obrigações da empresa, e nem representam uma 
salvaguarda contra riscos. Somente um ponto de partida para organizar o trabalho que depois terá 
que ser feito. 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
 A noção jurídica de responsabilidade pressupõe a atividade 
danosa que alguém pratica, violando uma norma jurídica 
preexistente (legal ou contratual) e subordinando-se às 
consequências do seu ato, que é a obrigação de reparar. 
 A função da responsabilidade civil é dupla: por um lado, garantir 
o direito do lesado, prevenindo-se a coletividade de novas 
violações que poderiam eventualmente ser realizadas pelo 
agente em desfavor de terceiros determinados ou não; por 
outro lado, servir como uma sanção civil. Quem pratica ato 
ilícito, fica responsável pela indenização dos danos a que 
culposamente der causa. Ou seja, quem causou o dano, tem 
dever de indenizá-lo. 
 O Direito brasileiro opera com duas categorias de Responsabilidade Civil: a 
subjetiva e a objetiva. 
 
 A noção básica da responsabilidade civil SUBJETIVA é o princípio 
segundo o qual cada um responde pela própria culpa. 
 Entretanto, há situações em que a lei atribui a responsabilidade civil a alguém 
por dano que não foi causado diretamente por ele, mas sim por um terceiro 
com quem mantinha algum tipo de relação jurídica. Aqui, o elemento culpa 
não é desprezado, mas sim presumido, em função do dever geral de vigilância 
a que está obrigado o réu. 
 Por outro lado, existem hipóteses nas quais não é necessário sequer ser 
caracterizada a culpa (lato sensu)– dolo, negligência, imperícia ou 
imprudência. São as chamadas responsabilidade civil OBJETIVA. 
 Nesse caso, o dolo ou culpa Stricto Sensu na conduta do agente causador do 
dano é irrelevante, pois será necessária somentea existência do elo de 
causalidade entre o dano e a conduta do agente responsável para que surja o 
dever de indenizar. 
 
 A LGPD adota critérios específicos para a responsabilidade e o dever 
de indenizar. O modelo adotado é o da Responsabilidade Civil 
Subjetiva. Ou seja, deve haver a incidência dos elementos constitutivos: 
 A) autor X vítima; 
 B) Dano causado pelo ato; 
 C) Nexo de causalidade – o ato praticado pelo autor causou o dano à 
vítima (quando o dano for culpa exclusiva do titular de dados ou de 
terceiro); 
 D) Dolo ou culpa – nesse último caso, a LGPD dispõe que os Agentes 
de Tratamento só não serão responsabilizados se: 
 i) não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído; 
 ii) se realizaram o tratamento, mas não houve violação da legislação de 
proteção de dados; 
 O art. 42 fixa o tipo jurídico característico da Responsabilidade Civil, 
estabelecendo que se a conduta causar dano a outros, há obrigação de reparação. 
No entanto, outros elementos constitutivos da obrigação estão presentes. São 
eles: 
 1. O dano deve ocorrer em função da atividade de tratamento de dados pessoais; 
 2. O dano pode ser patrimonial ou moral. Pode ser individual ou coletivo; 
 3. O dano deve ocorrer em violação à legislação de proteção de dados pessoais; 
 
 
 A lei também institui nos incisos I e II do art. 42 a garantia de efetiva indenização. 
Isso quer dizer que a LGPD concede algumas compensações ao titular dos dados, 
no sentido de que o exercício de seu direito não seja prejudicado. É possível 
encontrar formulações semelhantes no Direito do Consumidor e no Direito do 
Trabalho, entre outros. 
Irregularidade no tratamento 
de dados 
 No art. 44, a LGPD trata das hipóteses de irregularidade do tratamento de 
dados. Um tratamento será considerado irregular, e portanto uma ilicitude, 
quando os agentes de tratamento deixarem de observar a legislação de 
proteção de dados, ou quando não fornecerem a segurança que o titular 
poderia dele esperar, considerando: 
 A) o modo como o tratamento é realizado; 
 B) o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
 C) técnicas de tratamento disponíveis à época. 
 Essas hipóteses determinam, então, que haverá responsabilidade de 
reparação dos danos causados por processamento irregular, se o 
controlador, o operador, ou qualquer funcionário de seu corpo funcional 
não oferecerem a segurança de dados necessária, ou processarem os dados 
em desconformidade com a legislação. 
 É importante salientar que não são apenas as figuras do 
Controlador e do Operador que são responsáveis pelos dados. 
Um funcionário da empresa, ao agir em desconformidade com a 
lei, não exime a empresa das consequências legais. Isso se deve 
à Teoria da Aparência. 
 O fenômeno da aparência de direito é de construção recente e 
é produto da aceleração dos negócios e interpenetração das 
relações jurídicas cada vez mais complexas. Privilegia uma 
situação aparente em detrimento da realidade, a fim de 
proteger interesses e de resguardar a ordem jurídica. 
 Assim, a Teoria da Aparência é uma proteção dispensada 
pelo ordenamento jurídico em favor de terceiros de boa-fé, à 
validade dos negócios jurídicos celebrados sob a égide de uma 
situação aparente. 
 
RESPONSABILIDADE PENAL 
DO ADMINISTRADOR NA 
NA LGPD 
 A nova Lei Geral de Proteção de Dados é expressa 
em responsabilizar aquele que em razão do 
exercício de atividade de tratamento de dados 
pessoais, causar a outrem dano patrimonial, moral, 
individual ou coletivo, em violação à legislação de 
proteção de dados pessoais, obrigando a repará-lo. 
Inclusive, existe previsão de sanções administrativas 
como multas diárias ou multas simples, sendo estas 
limitadas a cinquenta milhões de reais. 
 Certo é que, as sanções previstas na LGPD não substituem 
a aplicação de sanções administrativas, civis ou penais, 
sendo que, em matéria de criminalidade, visa-se a 
segurança a ser dada ao tratamento de dados, 
como sigilo, confidencialidade e boas práticas. 
 Não se pode ignorar que a 
criminalidade digital tem aumentado de maneira 
considerável, e utilizar-se da prevenção é a maneira mais 
eficaz de evitar desgastes para o administrador, de forma 
que são necessárias uma visão técnica e uma assessoria 
especializada sobre o tema. 
 Ao se debruçar sobre a LGPD, verifica-se que o texto não faz 
referência expressa a investigações ou repressão de infrações 
penais, ainda que exista quem defenda que lei deva trazer 
mecanismos de responsabilização criminal. 
 Isso, porque, a LGPD não cria tipos penais novos, mas servirá 
de valoração para a conduta dos administradores frente aos 
acontecimentos que envolvam proteção de dados. 
 Atualmente, a legislação penal que tutela a proteção de dados, 
fica a cargo de diversas normas, dentre elas, o Código Penal 
Brasileiro, mas sem excluir a Lei que trata do Sistema 
Financeiro Nacional e o Código de Defesa do Consumidor, por 
exemplo.

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