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Prof. Luciano da Costa Bandeira UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP CURSO: Engenharia Civil DISCIPLINA: Trabalho de Conclusão de Curso. PROFESSOR: Luciano da Costa Bandeira, M.e. PESQUISAS QUALITATIVAS/ESTUDO DE CASO Existem problemas de pesquisa que, para serem resolvidos, não requerem apenas os números, proporções, médias e desvios. Em situações onde se deseja saber as intenções, pensamentos, os motivos de compra, o comportamento, os desejos mais profundos do consumidor, sugestões sobre modificações nos métodos construtivos, desenvolvimento de técnicas construtivas, comportamento dos operários, quais suas reações, seu perfil psicológico e outras questões que não podem ser resolvidas com um questionário, é necessário fazer uma pesquisa qualitativa. Este método também é utilizado quando o problema da pesquisa envolve assuntos constrangedores, como o uso de drogas e práticas sexuais. A pesquisa qualitativa pode ser utilizada na fase exploratória (para clarear o problema e objetivos), na fase de desenvolvimento (para dar suporte à elaboração de um questionário na pesquisa quantitativa) e na fase de conclusão. A princípio, as pesquisas qualitativas são realizadas a partir de entrevistas individuais ou em grupo, estudos de caso e observações comportamentais. Por envolver questões comportamentais e observação, os critérios de medição não são padronizados, dando margem à interpretação do condutor do processo de pesquisa. ESTUDO DE CASO O estudo de caso é um tipo de pesquisa qualitativa. Qualitativa pois não objetiva diretamente a obtenção de números, mas de causas ou relações entre variáveis. Quando se deseja saber qual o número de clientes potenciais compradores de determinado empreendimento, o método mais indicado é o quantitativo. Mas quando se busca, por exemplo, a análise de ambiente das construtoras no Brasil, avaliando as condições que levam grandes empresas à falência, o método mais indicado seria o estudo de caso. O Estudo de Caso pode ser utilizado tanto nos estudos Exploratórios quanto nas pesquisas DESCRITIVAS conclusivas. Samara e Barros (2002) exemplificam perguntas a serem respondidas por meio de Estudos de Caso: Como as pessoas compram? Por que compram? Que imagens têm das construtoras e dos produtos? Que sugestões podem ser Prof. Luciano da Costa Bandeira dadas para inovações/criações de novos produtos? Quais os valores e os preconceitos percebidos em relação a determinados produtos, serviços ou segmentos do mercado imobiliário? O Estudo de Caso pode ser definido como o detalhamento e a análise profunda de um processo pelo qual passou uma empresa, ou uma organização, durante determinado período. Gil (2002, p.54) define o estudo de caso como um “estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros métodos”. Torna-se importante, pois o aproveitamento das experiências vividas por outros indivíduos, em outras situações, apesar de não poderem ser generalizadas, pode sustentar ações a partir de pré-supostos semelhantes. O estudo de caso apresenta uma particularidade em relação aos outros métodos de pesquisa: os estudos de caso são estruturados sem grande rigor metodológico, sem uma padronização normatizada. Este aspecto apresenta-se como uma vantagem sob o ponto de vista da “liberdade de criação”, da forma de apresentação. Em compensação, esta característica pode dificultar o planejamento, deixando “o caso” sem sentido, com muitos dados mas sem seqüência. Por este motivo o pesquisador deve apresentar uma maior qualificação e conhecimento a respeito do assunto. Uma vantagem do método do estudo de caso consiste na visão do objeto dentro de um contexto, enfatizando as relações deste objeto com o meio onde ele se encontra. Estrutura de um estudo de caso: Além dos elementos pré-textuais e pós-textuais (capa, contra capa, resumo, índice, lista de figuras, lista de tabelas, bibliografia, e demais constantes no “Guia de normatização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista ABNT”, disponível no endereço eletrônico https://www.unip.br/servicos/biblioteca/download/manual_de_normalizacao_abnt.pdf), um Estudo de Caso tem a seguinte estrutura básica: 1. INTRODUÇÃO 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO Nessa parte o autor deve despertar o interesse do leitor no que será exposto no trabalho, ressaltando a importância do trabalho, os motivos que levaram à escolha do tema, as possíveis conclusões e aplicabilidade dos resultados. Não necessariamente deve constar como um tópico separado, podendo fazer parte de um texto com um único título: Prof. Luciano da Costa Bandeira “Introdução”. Pode ser o primeiro parágrafo da introdução. 1.2. PROBLEMA (PROPÓSITO) DE PESQUISA É um item opcional para os trabalhos de conclusão de curso, mas facilita o trabalho do pesquisador, pois a reflexão sobre o problema de pesquisa é profunda e esclarece princípios que poderão gerar dúvidas no desenvolvimento da pesquisa. Definir um problema significa entender e explicitar quais os problemas ou oportunidades geraram a necessidade da informação para a tomada de decisão. Para a formulação do problema, o pesquisador deve ter em mente: Por que a pesquisa deve ser realizada? Quais as decisões devem ser tomadas a partir dos resultados da pesquisa? Quais as possíveis respostas a serem obtidas para os problemas ou oportunidades definidos? Segundo Laville e Dionne (1999) existem, basicamente, dois tipos básicos de pesquisas (no que se relaciona ao problema). O primeiro tipo, chamado de pesquisa fundamental, apresenta um problema cuja solução aumenta a soma dos saberes disponíveis, ou seja, aumenta a quantidade de conhecimento da humanidade. Pode-se citar como exemplo uma pesquisa que busque descobrir os estágios de comportamento de um consumidor do mercado imobiliário durante o desenvolvimento de sua personalidade. O outro tipo de pesquisa, segundo os autores, chama-se pesquisa aplicada. Neste tipo de pesquisa são utilizados conhecimentos já existentes para a solução do problema considerado. Como exemplo pode-se considerar a diminuição do número de clientes de uma construtora. Ou seja: para que um problema seja “um bom problema”, é necessário uma das duas situações: ou o problema pode ser resolvido com conhecimentos já existentes ou pode ser resolvidos com dados e conhecimentos que podem ser viavelmente adquiridos. Ainda segundo Laville e Dionne (1999), para elaborar-se um problema de forma científica é importante, primeiramente, conscientizar-se a respeito da importância do problema, delimitá-lo e formulá-lo como pergunta (Gil, 1996). Considere-se um exemplo: a situação da evasão dos clientes de uma rede de fast food. 1º passo (conscientização) - É um problema importante? Sim. - Pode ser resolvido? Com uma pesquisa não, mas por intermédio da pesquisa é possível levantar dados que possam esclarecer a situação (dados já existentes, pesquisa aplicada). Em seguida, tomam-se ações Prof. Luciano da Costa Bandeira para resolver o problema. - É original? Ainda não foi realizado estudo a respeito deste assunto. 2º passo (delimitação) - Todos os clientes no mundo? Não. Somente os clientes de Goiânia. - Quando? A partir do ano 2000. - Todos os aspectos (econômico, social, psicológico, histórico, político). Não, o foco será o aspecto econômico. Problema Elaborado: A construtora “ConstruLar” apresentou durante os anos 90 um crescimento de seis por cento ao ano em relação ao faturamento e ao número de clientes. A partir do ano 2000, o que tem sido observado é uma evasão expressiva do número de clientes em Goiânia, fato que tem provocado queda no faturamento, redução no lançamento de novos empreendimentos, demissões, enfraquecimento da marca e grandepreocupação na direção da empresa. Percebendo-se esta situação problemática, busca-se a realização de uma pesquisa aplicada que visa esclarecer os motivos desta perda de mercado, norteada pelas seguintes perguntas: Existe relação entre a evasão dos clientes e sua condição financeira? Os clientes estão buscando serviços na concorrência? Estão insatisfeitos com a qualidade dos serviços? 1.3. JUSTIFICATIVA Texto que apresenta qual a relevância do trabalho de pesquisa a ser realizado, qual a contribuição que o trabalho trará para a solução do problema e para o mundo científico em geral. Na justificativa é importante o autor mostrar como o trabalho se insere no contexto atual. 1.4. OBJETIVOS A descrição dos objetivos de uma pesquisa ocorre por meio da elaboração de ações a serem realizadas para a comprovação de hipóteses. Não obrigatoriamente, a cada hipótese, deve corresponder um objetivo: hipóteses mais complexas podem exigir vários objetivos específicos interligados (por exemplo, para verificar-se o perfil de determinado consumidor pode-se 1º avaliar sua faixa salarial, 2º registrar a forma de pagamento utilizada, 3º constatar a posse de bens como televisão, DVD, automóveis, etc). Prof. Luciano da Costa Bandeira O objetivo geral descreve a diretriz da pesquisa, a linha que o raciocínio deve seguir para a conclusão final. Para alcançar este objetivo geral, os vários passos a serem seguidos são descritos como objetivos específicos. No exemplo citado acima, pode-se dizer que “traçar o perfil do consumidor” seria o objetivo geral, e os demais objetivos citados seriam os objetivos específicos. Cervo e Bervian (2002) ressaltam que, em pesquisa acadêmica, principalmente em nível de graduação, os objetivos devem envolver ações como identificar, mapear, levantar, organizar, traçar o perfil, e somente ações que possam realmente ser realizadas pelo pesquisador. Aumentar o volume de vendas, por exemplo, não pode ser um objetivo da pesquisa. Por meio de uma pesquisa pode-se “levantar dados que propiciem o aumento das vendas”, e nada mais que isso. O aumento das vendas pode ser conseguido mais tarde, com ações tomadas a partir dos resultados da pesquisa. Segundo Cordeiro (1997, Um objetivo deve indicar uma ação, iniciando com um verbo no infinitivo, como por exemplo: “Identificar...”, “Verificar...”, ”Caracterizar...”, “Determinar...”, “Buscar...”, “Avaliar...”, “Classificar...”, “Descrever...”, “Distinguir...”, “Verificar...”, “Enumerar...”, etc. 1.5. LIMITAÇÕES DA PESQUISA Nesta parte do texto o autor vai dizer até onde as conclusões tiradas no trabalho podem ser aplicadas. Muitas vezes, principalmente em um Estudo de Caso, as conclusões não podem ser generalizadas para qualquer situação. Muitos autores preferem abordar esse tema no final, juntamente com as conclusões. Durante a construção do texto, por tratar-se de uma pesquisa aplicada, sem margens para a “opinião” pessoal, devem utilizar-se verbos impessoais para indicar as ações. Neste exemplo da frase anterior, seria cientificamente incorreto dizer “devemos utilizar verbos impessoais”. O relatório de pesquisa é a descrição de uma situação real, e não sua opinião a respeito do assunto. As pessoas que lerem o trabalho poderão apresentar suas opiniões. 2. REVISÃO DE LITERATURA Nesse capítulo são apresentadas as visões de autores renomados e consagrados a respeito do tema abordado no trabalho. Podem ser utlizados artigos científicos, monografias, dissertações de mestrato, teses de doutorado (documentos obtidos na internet, em bibliotecas, por meio do Google Prof. Luciano da Costa Bandeira Acadêmico - https://scholar.google.com.br/), livros, artigos em revistas técnicas (revistas da PINI ou outras revistas direcionadas ao mercado de construção civil), outros trabalhos de conclusão de curso e demais fontes de informação que estejam publicadas. No desenvolvimento dessa parte do trabalho deve-se tomar um extremo cuidado com o “plágio”. Na apresentação de todas as ideias deve ser dado o crédito ao autor por meio da referência bibliográfica (verifique a forma correta de fazer a referência no “Guia de normatização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista ABNT”). Quando alguma informação aparece sem a referência entende-se que é uma opinião ou conclusão do próprio autor do trabalho. Além de não ser o local certo do trabalho para a apresentação de conclusões, se for uma ideia de outro autor pode ser caracterizado o crime de violação do direito autoral. E os membros da Banca Examinadora atentam- se muito para isso. Quando o Examinador recebe um trabalho para avaliar, trechos do trabalho são digitados nos buscadores da internet para verificar se o mesmo texto não foi copiado de outro documento. Muitos são os casos de reprovação por detecção de plágio. E quando o plágio é detectado, na maioria das vezes na véspera da apresentação da banca, não há mais tempo para corrigir. Portanto, não vale a pena arriscar supondo de que o examinador não vai reconhecer o texto. E não é válida a alegação de desconhecimento. 3. METODOLOGIA Nesta etapa é realizada a definição do método de pesquisa a ser utilizado. Mais do que simplesmente definir o método, busca-se ressaltar a importância, a eficiência e as vantagens do método, “convencendo” o leitor a confiar nos resultados. Inicia-se com a classificação da pesquisa, seguida pelas demais etapas correspondentes a cada tipo de pesquisa. Aqui, ocorre a divisão em diferentes caminhos, sendo que a escolha do tipo de pesquisa direcionará as demais etapas do trabalho. No capítulo deve-se descrever toda a estratégia utilizada para o alcance dos objetivos: motivo de escolha da empresa (caso), técnicas utilizadas para elaboração do roteiro da visita ou da entrevista, argumentos a serem utilizados para o convencimento da direção da empresa para autorizar a realização da pesquisa, datas das visitas, problemas encontrados durante a coleta de dados, documentos utilizados e qualquer outra situação que possa ou venha a interferir no alcance dos objetivos. 3.1 - DEFINIÇÃO DA UNIDADE CASO Mattar (1999) sugere algumas situações interessantes a serem consideradas na Prof. Luciano da Costa Bandeira escolha de UNIDADES CASO, ou objetos a serem estudados: Situações ou desempenhos extremos, que justifiquem uma maior atenção, como por exemplo uma empresa que tenha um desempenho de vendas de um lançamento muito superior ao tradicional, ou uma situação de euforia de consumo alterada, ou uma empresa que tenha feito altos investimentos em uma campanha que não teve sucesso. Casos que representem grandes mudanças, como uma organização que teve sucessivos fracassos e repentinamente alcançou o sucesso, ou uma empresa que era tradicionalmente voltada para o mercado de luxo e voltou-se para o mercado popular. Caso onde houve exposição a determinadas condições, como por exemplo estudar um lançamento de um produto em épocas de alta de juros e queda de juros, ou de grandes variações na taxa de câmbio. Para a montagem do “caso” é essencial a colaboração da organização a ser estudada. Durante a montagem são necessárias visitas, entrevistas com colaboradores importantes e acesso a dados da empresa. Por este motivo, a facilidade de acesso e a receptividade da organização são fatores determinantes na definição da unidade a ser estudada. 3.2 - UM BREVE HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO. 3.3 – DESCRIÇÃO SUCINTA DA ORGANIZAÇÃO E DO MERCADO ONDE ELA ATUA. 3.4 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MÉTODO UTILIZADO. Nesta parte o autor vai defender o método utilizado. Vai apresentar as principais vantagens de sua utilização. Deve também apresentar desvantagens do método, que vão também ser limitações da pesquisa. O objetivo é convencer o leitor e dar confiabilidade ao trabalho. Por esse motivoé muito importante fundamentar bibliograficamente os argumentos, apresentando considerações de autores renomados que escreveram sobre metodologia científica. 3.5 - COLETA DE DADOS A coleta de dados deve ser realizada por intermédio de fontes secundárias e primárias. A convergência das informações em fontes diferentes é o aspecto que garante Prof. Luciano da Costa Bandeira a confiabilidade do estudo de caso, por este motivo é essencial utilizar mais de uma fonte para cada informação. As fontes secundárias seriam os documentos da organização (balanços, relatórios de vendas, folderes, registros históricos, atas de reunião). Os métodos utilizados para compor a história utilizando dados primários são as entrevistas (com pessoas relacionadas com a situação-problema) e a observação durante as visitas. Torna-se necessário, antes de realizar a coleta de dados, fazer o planejamento do instrumento de coleta. Para Lakatos e Marconi (1991) a preparação para a entrevista ou visita é uma verdadeira arte, pois o visitante/entrevistador precisa criar uma relação de confiança com a empresa/entrevistado. No caso particular das entrevistas/visitas, a elaboração de um roteiro a ser seguido torna o instrumento mais confiável, principalmente aos olhos das pessoas que farão a leitura posterior do relatório de pesquisa. É importante incluir o roteiro para visita/entrevista no capítulo relacionado à metodologia. Um roteiro de entrevista/visita segue basicamente a mesma estrutura de um questionário (dados de identificação, solicitação para cooperação, instruções de uso, perguntas). A diferença básica está na prioridade para perguntas abertas, que dão mais liberdade e uma maior profundidade ao assunto, sendo que algumas desvantagens deste tipo de pergunta (dificuldade de redação, dificuldade de registro) podem ser supridas com a utilização de um gravador (ou câmera de vídeo). Outra dificuldade relacionada com as perguntas abertas, ligada ao aspecto da codificação das respostas das variáveis, pode ser desconsiderada, pois se trata de uma pesquisa qualitativa e os números têm uma menor importância. 4 – DESCRIÇÃO DO CASO E ANÁLISE DOS DADOS Nesta etapa o pesquisador realiza o confronto das informações obtidas pelas diferentes fontes. Ele deve observar a compatibilidade do que está na pesquisa bibliográfica, nos documentos da empresa, com a situação real. Desta forma, é possível avaliar e escrever a história do período com maior confiabilidade. Na descrição do caso o autor vai “contar uma estória”, com início, meio e fim. É importante ressaltar os pontos mais relevantes, que tenham relação com os objetivos do trabalho. Tabelas de dados, gráficos, fotografias e relatos dos “personagens” ajudam a tornar o texto mais interessante e a passar maior confiabilidade. Ajudam na argumentação utilizada para se chegar à conclusão. Prof. Luciano da Costa Bandeira É importante salientar que a análise dos dados de um estudo de caso é realizada mais especificamente no plano qualitativo. Por este motivo as “certezas” e as “verdades” obtidas estão sujeitos a um maior questionamento. Logo, ganha importância o critério utilizado para a obtenção dos dados e, principalmente, o número de vezes que foi citado determinado acontecimento (em entrevistas, por exemplo), demonstrando que várias pessoas apresentam a mesma versão do ocorrido. 5 – CONCLUSÃO Segundo Lakatos e Marconi (2002), a introdução e a conclusão são as últimas partes do trabalho a serem elaboradas. Na conclusão é essencial relacionar as ideias finais com os objetivos. O trabalho acadêmico deve ser, antes de tudo, coerente. Os objetivos apresentados no primeiro capítulo devem ter sido alcançados nas conclusões. O Examinador da banca observa e faz a relação lógica do trabalho: Objetivos => Bibliografia => Métodos = > Resultados => Conclusões. A “amarração lógica” do trabalho é feita aqui. Por isso, é importante conferir se não há objetivos que ficaram sem concluão, ou conclusões que não tenham relação com os objetivos apresentados o começo do trabalho. Costa (2001) argumenta que o capítulo da conclusão ainda pode apresentar outras duas partes, não obrigatórias: discussão (se o pesquisador for explorar as conclusões usando sua imaginação e experiência para sugerir novos prosseguimentos para o assunto em trabalhos posteriores) e as considerações finais (onde o pesquisador pode apresentar ideias que não foram apresentadas no decorrer do trabalho, como limitações das conclusões ou do método utilizado). REDAÇÃO DO RELATÓRIO A etapa final da composição do estudo de caso apresenta a responsabilidade de evidenciar ao máximo a imparcialidade e a indicação clara da forma como os dados foram coletados. O relatório de um estudo de caso é composto pelas seguintes etapas: I. Introdução (contendo contextualização, definição do problema, justificativa, objetivo geral, objetivos específicos e limitações da pesquisa). II. Revisão de literatura (onde o assunto em questão é abordado por outros autores). III. Metodologia (delimitação da unidade caso, definição e esclarecimento das razões para utilização do estudo de caso para a situação em questão, Prof. Luciano da Costa Bandeira vantagens, desvantagens e limitações de um estudo de caso, descrição dos critérios utilizados para a elaboração do roteiro de entrevista, decisões quanto à escolha dos elementos a serem entrevistados) IV. Descrição do caso (relato e análise dos dados) V. Conclusão. Por ser um processo sem muito grande rigor metodológico, podem ser incluídos outros subtítulos, desde que justificados e necessários. OBS: REVISÃO DE TEXTO. O trabalho acadêmico de conclusão de curso é um documento que fará parte do currículo do profissional. É avaliado pela banca de professores como pré-requisito para conclusão do curso. Fará parte do acervo da biblioteca e estará acessível via internet. Por esse motivo é essencial que seja realizada uma revisão do texto, verificando erros gramaticais, de concordância, de semântica, de lógica, de argumentação, de formatação e descumprimento das normas do Guia de normatização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista ABNT. Essa revisão de texto não é atribuição do orientador. APRESENTAÇÃO PARA A BANCA. O trabalho deve ser entregue (via impressa e magnética/arquivo) para os componentes da banca em um prazo mínimo de 5 dias úteis antes da apresentação. O arquivo encaminhado deve estar em formato de texto (word/docx ou writer/ ODT) e em pdf. No dia da apresentação o grupo deve levar, já impresso e preenchido com os dados do trabalho (título e componentes), o modelo de ATA que os professores utilizarão para dar as notas e indicar as correções necessárias. Para a apresentação podem ser utilizados todos os recursos possíveis para tornar a apresentação mais lógica e convincente (datashow, slides, cartazes, filmes, depoimentos). Contudo, excelentes apresentações também são realizadas sem nenhum desses recursos extras. O objetio é, além de demonstrar conhecimento do assunto, convencer a banca das conclusões por meio da argumentação constante no trabalho. Todas as partes do trabalho devem ser abordadas. Deve-se evitar a leitura de textos durante a apresentação (tanto em papel quanto nos slides): passa insegurança e sugere que o pesquisador não participou efetivamente da elaboração do trabalho. Isso não significa que o apresentador não possa utilizar uma folha Prof. Luciano da Costa Bandeira de papel ou slides com tópicos para se “guiar” na apresentação. Tensão e o nervosismo são dificuldades que todos têm, mas precisam ser superadas nesse momento. E essa superação é conseguida com treino. O tempo disponível para a apresentação deve ser cuidadosamente observado e distribuído. Saber gerir esse tempo é um dos critérios de avaliação.As notas da apresentação são individuais. Não é incomum parte do grupo ser aprovada e outra parte não. FONTES BIBLIOGRÁFICAS CORDEIRO, Dary. Ciência, Pesquisa e Trabalho Científico. 1ª ed. Goiânia: Editora UCG, 1997. COSTA, Sérgio Francisco. Método Científico: Os Caminhos da Investigação. 1ª ed. São Paulo: Editora Habra, 2001. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A.. Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1991. LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A.. Técnicas de Pesquisa. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, J. Carlos. Pesquisa de Marketing: Conceitos e Metodologia. 3ª ed. São Paulo: Pretice Hall, 2002. SILVA, Edna L. Da S.; MENEZES, Estera M. Aulas e Anotações. Florianópolis, 2001. YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
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