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Trabalho de Conclusão de Curso realizado utilizando a técnica de Estudo de Caso

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Prof. Luciano da Costa Bandeira 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
CURSO: Engenharia Civil 
DISCIPLINA: Trabalho de Conclusão de Curso. 
PROFESSOR: Luciano da Costa Bandeira, M.e. 
 
PESQUISAS QUALITATIVAS/ESTUDO DE CASO 
 
 Existem problemas de pesquisa que, para serem resolvidos, não requerem apenas 
os números, proporções, médias e desvios. Em situações onde se deseja saber as 
intenções, pensamentos, os motivos de compra, o comportamento, os desejos mais 
profundos do consumidor, sugestões sobre modificações nos métodos construtivos, 
desenvolvimento de técnicas construtivas, comportamento dos operários, quais suas 
reações, seu perfil psicológico e outras questões que não podem ser resolvidas com um 
questionário, é necessário fazer uma pesquisa qualitativa. Este método também é utilizado 
quando o problema da pesquisa envolve assuntos constrangedores, como o uso de drogas 
e práticas sexuais. 
 A pesquisa qualitativa pode ser utilizada na fase exploratória (para clarear o 
problema e objetivos), na fase de desenvolvimento (para dar suporte à elaboração de um 
questionário na pesquisa quantitativa) e na fase de conclusão. 
 A princípio, as pesquisas qualitativas são realizadas a partir de entrevistas 
individuais ou em grupo, estudos de caso e observações comportamentais. Por envolver 
questões comportamentais e observação, os critérios de medição não são padronizados, 
dando margem à interpretação do condutor do processo de pesquisa. 
 
ESTUDO DE CASO 
 
 O estudo de caso é um tipo de pesquisa qualitativa. Qualitativa pois não objetiva 
diretamente a obtenção de números, mas de causas ou relações entre variáveis. Quando 
se deseja saber qual o número de clientes potenciais compradores de determinado 
empreendimento, o método mais indicado é o quantitativo. Mas quando se busca, por 
exemplo, a análise de ambiente das construtoras no Brasil, avaliando as condições que 
levam grandes empresas à falência, o método mais indicado seria o estudo de caso. 
 O Estudo de Caso pode ser utilizado tanto nos estudos Exploratórios quanto nas 
pesquisas DESCRITIVAS conclusivas. Samara e Barros (2002) exemplificam perguntas a 
serem respondidas por meio de Estudos de Caso: Como as pessoas compram? Por que 
compram? Que imagens têm das construtoras e dos produtos? Que sugestões podem ser 
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dadas para inovações/criações de novos produtos? Quais os valores e os preconceitos 
percebidos em relação a determinados produtos, serviços ou segmentos do mercado 
imobiliário? 
 O Estudo de Caso pode ser definido como o detalhamento e a análise profunda de 
um processo pelo qual passou uma empresa, ou uma organização, durante determinado 
período. Gil (2002, p.54) define o estudo de caso como um “estudo profundo e exaustivo 
de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, 
tarefa praticamente impossível mediante outros métodos”. Torna-se importante, pois o 
aproveitamento das experiências vividas por outros indivíduos, em outras situações, 
apesar de não poderem ser generalizadas, pode sustentar ações a partir de pré-supostos 
semelhantes. 
 O estudo de caso apresenta uma particularidade em relação aos outros métodos de 
pesquisa: os estudos de caso são estruturados sem grande rigor metodológico, sem uma 
padronização normatizada. Este aspecto apresenta-se como uma vantagem sob o ponto 
de vista da “liberdade de criação”, da forma de apresentação. Em compensação, esta 
característica pode dificultar o planejamento, deixando “o caso” sem sentido, com muitos 
dados mas sem seqüência. Por este motivo o pesquisador deve apresentar uma maior 
qualificação e conhecimento a respeito do assunto. 
 Uma vantagem do método do estudo de caso consiste na visão do objeto dentro de 
um contexto, enfatizando as relações deste objeto com o meio onde ele se encontra. 
 
Estrutura de um estudo de caso: 
 Além dos elementos pré-textuais e pós-textuais (capa, contra capa, resumo, índice, 
lista de figuras, lista de tabelas, bibliografia, e demais constantes no “Guia de normatização 
para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista ABNT”, disponível no 
endereço eletrônico 
https://www.unip.br/servicos/biblioteca/download/manual_de_normalizacao_abnt.pdf), 
um Estudo de Caso tem a seguinte estrutura básica: 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO 
Nessa parte o autor deve despertar o interesse do leitor no que será exposto no 
trabalho, ressaltando a importância do trabalho, os motivos que levaram à escolha do 
tema, as possíveis conclusões e aplicabilidade dos resultados. Não necessariamente deve 
constar como um tópico separado, podendo fazer parte de um texto com um único título: 
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“Introdução”. Pode ser o primeiro parágrafo da introdução. 
 
1.2. PROBLEMA (PROPÓSITO) DE PESQUISA 
É um item opcional para os trabalhos de conclusão de curso, mas facilita o 
trabalho do pesquisador, pois a reflexão sobre o problema de pesquisa é profunda e 
esclarece princípios que poderão gerar dúvidas no desenvolvimento da pesquisa. Definir 
um problema significa entender e explicitar quais os problemas ou oportunidades geraram 
a necessidade da informação para a tomada de decisão. Para a formulação do problema, 
o pesquisador deve ter em mente: 
 Por que a pesquisa deve ser realizada? 
 Quais as decisões devem ser tomadas a partir dos resultados da pesquisa? 
 Quais as possíveis respostas a serem obtidas para os problemas ou oportunidades 
definidos? 
Segundo Laville e Dionne (1999) existem, basicamente, dois tipos básicos de pesquisas 
(no que se relaciona ao problema). O primeiro tipo, chamado de pesquisa fundamental, 
apresenta um problema cuja solução aumenta a soma dos saberes disponíveis, ou seja, 
aumenta a quantidade de conhecimento da humanidade. Pode-se citar como exemplo uma 
pesquisa que busque descobrir os estágios de comportamento de um consumidor do 
mercado imobiliário durante o desenvolvimento de sua personalidade. 
O outro tipo de pesquisa, segundo os autores, chama-se pesquisa aplicada. Neste 
tipo de pesquisa são utilizados conhecimentos já existentes para a solução do problema 
considerado. Como exemplo pode-se considerar a diminuição do número de clientes de 
uma construtora. 
Ou seja: para que um problema seja “um bom problema”, é necessário uma das duas 
situações: ou o problema pode ser resolvido com conhecimentos já existentes ou pode ser 
resolvidos com dados e conhecimentos que podem ser viavelmente adquiridos. 
Ainda segundo Laville e Dionne (1999), para elaborar-se um problema de forma 
científica é importante, primeiramente, conscientizar-se a respeito da importância do 
problema, delimitá-lo e formulá-lo como pergunta (Gil, 1996). 
Considere-se um exemplo: a situação da evasão dos clientes de uma rede de fast food. 
1º passo (conscientização) - É um problema importante? Sim. 
 - Pode ser resolvido? Com uma pesquisa não, mas 
por intermédio da pesquisa é possível levantar dados 
que possam esclarecer a situação (dados já existentes, 
pesquisa aplicada). Em seguida, tomam-se ações 
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para resolver o problema. 
 - É original? Ainda não foi realizado estudo a respeito 
deste assunto. 
2º passo (delimitação) - Todos os clientes no mundo? Não. Somente os 
clientes de Goiânia. 
 - Quando? A partir do ano 2000. 
 - Todos os aspectos (econômico, social, 
psicológico, histórico, político). Não, o foco será o 
aspecto econômico. 
 
Problema Elaborado: 
A construtora “ConstruLar” apresentou durante os anos 90 um crescimento de seis por 
cento ao ano em relação ao faturamento e ao número de clientes. A partir do ano 2000, o 
que tem sido observado é uma evasão expressiva do número de clientes em Goiânia, fato 
que tem provocado queda no faturamento, redução no lançamento de novos 
empreendimentos, demissões, enfraquecimento da marca e grandepreocupação na 
direção da empresa. Percebendo-se esta situação problemática, busca-se a realização de 
uma pesquisa aplicada que visa esclarecer os motivos desta perda de mercado, norteada 
pelas seguintes perguntas: Existe relação entre a evasão dos clientes e sua condição 
financeira? Os clientes estão buscando serviços na concorrência? Estão insatisfeitos com a 
qualidade dos serviços? 
 
1.3. JUSTIFICATIVA 
Texto que apresenta qual a relevância do trabalho de pesquisa a ser realizado, qual a 
contribuição que o trabalho trará para a solução do problema e para o mundo científico em 
geral. 
Na justificativa é importante o autor mostrar como o trabalho se insere no contexto 
atual. 
1.4. OBJETIVOS 
A descrição dos objetivos de uma pesquisa ocorre por meio da elaboração de ações a 
serem realizadas para a comprovação de hipóteses. Não obrigatoriamente, a cada 
hipótese, deve corresponder um objetivo: hipóteses mais complexas podem exigir vários 
objetivos específicos interligados (por exemplo, para verificar-se o perfil de determinado 
consumidor pode-se 1º avaliar sua faixa salarial, 2º registrar a forma de pagamento 
utilizada, 3º constatar a posse de bens como televisão, DVD, automóveis, etc). 
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O objetivo geral descreve a diretriz da pesquisa, a linha que o raciocínio deve seguir 
para a conclusão final. Para alcançar este objetivo geral, os vários passos a serem seguidos 
são descritos como objetivos específicos. No exemplo citado acima, pode-se dizer que 
“traçar o perfil do consumidor” seria o objetivo geral, e os demais objetivos citados seriam 
os objetivos específicos. 
Cervo e Bervian (2002) ressaltam que, em pesquisa acadêmica, principalmente em 
nível de graduação, os objetivos devem envolver ações como identificar, mapear, levantar, 
organizar, traçar o perfil, e somente ações que possam realmente ser realizadas pelo 
pesquisador. Aumentar o volume de vendas, por exemplo, não pode ser um objetivo da 
pesquisa. Por meio de uma pesquisa pode-se “levantar dados que propiciem o aumento 
das vendas”, e nada mais que isso. O aumento das vendas pode ser conseguido mais tarde, 
com ações tomadas a partir dos resultados da pesquisa. 
Segundo Cordeiro (1997, Um objetivo deve indicar uma ação, iniciando com um verbo 
no infinitivo, como por exemplo: “Identificar...”, “Verificar...”, ”Caracterizar...”, 
“Determinar...”, “Buscar...”, “Avaliar...”, “Classificar...”, “Descrever...”, “Distinguir...”, 
“Verificar...”, “Enumerar...”, etc. 
 
1.5. LIMITAÇÕES DA PESQUISA 
Nesta parte do texto o autor vai dizer até onde as conclusões tiradas no trabalho podem 
ser aplicadas. Muitas vezes, principalmente em um Estudo de Caso, as conclusões não 
podem ser generalizadas para qualquer situação. 
Muitos autores preferem abordar esse tema no final, juntamente com as conclusões. 
 
Durante a construção do texto, por tratar-se de uma pesquisa aplicada, sem margens 
para a “opinião” pessoal, devem utilizar-se verbos impessoais para indicar as ações. 
Neste exemplo da frase anterior, seria cientificamente incorreto dizer “devemos utilizar 
verbos impessoais”. O relatório de pesquisa é a descrição de uma situação real, e não sua 
opinião a respeito do assunto. As pessoas que lerem o trabalho poderão apresentar suas 
opiniões. 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
Nesse capítulo são apresentadas as visões de autores renomados e consagrados a 
respeito do tema abordado no trabalho. 
Podem ser utlizados artigos científicos, monografias, dissertações de mestrato, teses 
de doutorado (documentos obtidos na internet, em bibliotecas, por meio do Google 
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Acadêmico - https://scholar.google.com.br/), livros, artigos em revistas técnicas (revistas 
da PINI ou outras revistas direcionadas ao mercado de construção civil), outros trabalhos 
de conclusão de curso e demais fontes de informação que estejam publicadas. 
No desenvolvimento dessa parte do trabalho deve-se tomar um extremo cuidado com 
o “plágio”. Na apresentação de todas as ideias deve ser dado o crédito ao autor por meio 
da referência bibliográfica (verifique a forma correta de fazer a referência no “Guia de 
normatização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista 
ABNT”). Quando alguma informação aparece sem a referência entende-se que é uma 
opinião ou conclusão do próprio autor do trabalho. Além de não ser o local certo do trabalho 
para a apresentação de conclusões, se for uma ideia de outro autor pode ser caracterizado 
o crime de violação do direito autoral. E os membros da Banca Examinadora atentam-
se muito para isso. Quando o Examinador recebe um trabalho para avaliar, trechos do 
trabalho são digitados nos buscadores da internet para verificar se o mesmo texto não 
foi copiado de outro documento. Muitos são os casos de reprovação por detecção 
de plágio. E quando o plágio é detectado, na maioria das vezes na véspera da 
apresentação da banca, não há mais tempo para corrigir. Portanto, não vale a pena 
arriscar supondo de que o examinador não vai reconhecer o texto. E não é válida 
a alegação de desconhecimento. 
 
3. METODOLOGIA 
Nesta etapa é realizada a definição do método de pesquisa a ser utilizado. Mais do 
que simplesmente definir o método, busca-se ressaltar a importância, a eficiência e as 
vantagens do método, “convencendo” o leitor a confiar nos resultados. Inicia-se com a 
classificação da pesquisa, seguida pelas demais etapas correspondentes a cada tipo de 
pesquisa. Aqui, ocorre a divisão em diferentes caminhos, sendo que a escolha do tipo de 
pesquisa direcionará as demais etapas do trabalho. 
No capítulo deve-se descrever toda a estratégia utilizada para o alcance dos 
objetivos: motivo de escolha da empresa (caso), técnicas utilizadas para elaboração do 
roteiro da visita ou da entrevista, argumentos a serem utilizados para o convencimento da 
direção da empresa para autorizar a realização da pesquisa, datas das visitas, problemas 
encontrados durante a coleta de dados, documentos utilizados e qualquer outra situação 
que possa ou venha a interferir no alcance dos objetivos. 
 
3.1 - DEFINIÇÃO DA UNIDADE CASO 
Mattar (1999) sugere algumas situações interessantes a serem consideradas na 
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escolha de UNIDADES CASO, ou objetos a serem estudados: 
 Situações ou desempenhos extremos, que justifiquem uma maior atenção, como 
por exemplo uma empresa que tenha um desempenho de vendas de um 
lançamento muito superior ao tradicional, ou uma situação de euforia de consumo 
alterada, ou uma empresa que tenha feito altos investimentos em uma campanha 
que não teve sucesso. 
 Casos que representem grandes mudanças, como uma organização que teve 
sucessivos fracassos e repentinamente alcançou o sucesso, ou uma empresa que 
era tradicionalmente voltada para o mercado de luxo e voltou-se para o mercado 
popular. 
 Caso onde houve exposição a determinadas condições, como por exemplo estudar 
um lançamento de um produto em épocas de alta de juros e queda de juros, ou de 
grandes variações na taxa de câmbio. 
 
Para a montagem do “caso” é essencial a colaboração da organização a ser 
estudada. Durante a montagem são necessárias visitas, entrevistas com colaboradores 
importantes e acesso a dados da empresa. Por este motivo, a facilidade de acesso e a 
receptividade da organização são fatores determinantes na definição da unidade a ser 
estudada. 
 
3.2 - UM BREVE HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO. 
 
3.3 – DESCRIÇÃO SUCINTA DA ORGANIZAÇÃO E DO MERCADO ONDE ELA 
ATUA. 
 
3.4 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MÉTODO UTILIZADO. 
 Nesta parte o autor vai defender o método utilizado. Vai apresentar as principais 
vantagens de sua utilização. Deve também apresentar desvantagens do método, que vão 
também ser limitações da pesquisa. 
 O objetivo é convencer o leitor e dar confiabilidade ao trabalho. Por esse motivoé 
muito importante fundamentar bibliograficamente os argumentos, apresentando 
considerações de autores renomados que escreveram sobre metodologia científica. 
 
3.5 - COLETA DE DADOS 
A coleta de dados deve ser realizada por intermédio de fontes secundárias e 
primárias. A convergência das informações em fontes diferentes é o aspecto que garante 
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a confiabilidade do estudo de caso, por este motivo é essencial utilizar mais de uma fonte 
para cada informação. 
As fontes secundárias seriam os documentos da organização (balanços, relatórios 
de vendas, folderes, registros históricos, atas de reunião). 
Os métodos utilizados para compor a história utilizando dados primários são as 
entrevistas (com pessoas relacionadas com a situação-problema) e a observação durante 
as visitas. 
Torna-se necessário, antes de realizar a coleta de dados, fazer o planejamento do 
instrumento de coleta. Para Lakatos e Marconi (1991) a preparação para a entrevista ou 
visita é uma verdadeira arte, pois o visitante/entrevistador precisa criar uma relação de 
confiança com a empresa/entrevistado. No caso particular das entrevistas/visitas, a 
elaboração de um roteiro a ser seguido torna o instrumento mais confiável, principalmente 
aos olhos das pessoas que farão a leitura posterior do relatório de pesquisa. É importante 
incluir o roteiro para visita/entrevista no capítulo relacionado à metodologia. 
Um roteiro de entrevista/visita segue basicamente a mesma estrutura de um 
questionário (dados de identificação, solicitação para cooperação, instruções de uso, 
perguntas). A diferença básica está na prioridade para perguntas abertas, que dão mais 
liberdade e uma maior profundidade ao assunto, sendo que algumas desvantagens deste 
tipo de pergunta (dificuldade de redação, dificuldade de registro) podem ser supridas com 
a utilização de um gravador (ou câmera de vídeo). Outra dificuldade relacionada com as 
perguntas abertas, ligada ao aspecto da codificação das respostas das variáveis, pode ser 
desconsiderada, pois se trata de uma pesquisa qualitativa e os números têm uma menor 
importância. 
 
4 – DESCRIÇÃO DO CASO E ANÁLISE DOS DADOS 
 Nesta etapa o pesquisador realiza o confronto das informações obtidas pelas 
diferentes fontes. Ele deve observar a compatibilidade do que está na pesquisa 
bibliográfica, nos documentos da empresa, com a situação real. Desta forma, é possível 
avaliar e escrever a história do período com maior confiabilidade. 
 Na descrição do caso o autor vai “contar uma estória”, com início, meio e fim. É 
importante ressaltar os pontos mais relevantes, que tenham relação com os objetivos do 
trabalho. 
 Tabelas de dados, gráficos, fotografias e relatos dos “personagens” ajudam a tornar 
o texto mais interessante e a passar maior confiabilidade. Ajudam na argumentação 
utilizada para se chegar à conclusão. 
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 É importante salientar que a análise dos dados de um estudo de caso é realizada 
mais especificamente no plano qualitativo. Por este motivo as “certezas” e as “verdades” 
obtidas estão sujeitos a um maior questionamento. Logo, ganha importância o critério 
utilizado para a obtenção dos dados e, principalmente, o número de vezes que foi citado 
determinado acontecimento (em entrevistas, por exemplo), demonstrando que várias 
pessoas apresentam a mesma versão do ocorrido. 
 
5 – CONCLUSÃO 
 Segundo Lakatos e Marconi (2002), a introdução e a conclusão são as últimas partes 
do trabalho a serem elaboradas. 
Na conclusão é essencial relacionar as ideias finais com os objetivos. O trabalho 
acadêmico deve ser, antes de tudo, coerente. Os objetivos apresentados no primeiro 
capítulo devem ter sido alcançados nas conclusões. O Examinador da banca observa e faz 
a relação lógica do trabalho: Objetivos => Bibliografia => Métodos = > Resultados => 
Conclusões. A “amarração lógica” do trabalho é feita aqui. Por isso, é importante conferir 
se não há objetivos que ficaram sem concluão, ou conclusões que não tenham relação com 
os objetivos apresentados o começo do trabalho. 
Costa (2001) argumenta que o capítulo da conclusão ainda pode apresentar outras 
duas partes, não obrigatórias: discussão (se o pesquisador for explorar as conclusões 
usando sua imaginação e experiência para sugerir novos prosseguimentos para o assunto 
em trabalhos posteriores) e as considerações finais (onde o pesquisador pode apresentar 
ideias que não foram apresentadas no decorrer do trabalho, como limitações das 
conclusões ou do método utilizado). 
 
REDAÇÃO DO RELATÓRIO 
 A etapa final da composição do estudo de caso apresenta a responsabilidade de 
evidenciar ao máximo a imparcialidade e a indicação clara da forma como os dados foram 
coletados. 
 O relatório de um estudo de caso é composto pelas seguintes etapas: 
I. Introdução (contendo contextualização, definição do problema, justificativa, 
objetivo geral, objetivos específicos e limitações da pesquisa). 
II. Revisão de literatura (onde o assunto em questão é abordado por outros 
autores). 
III. Metodologia (delimitação da unidade caso, definição e esclarecimento das 
razões para utilização do estudo de caso para a situação em questão, 
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vantagens, desvantagens e limitações de um estudo de caso, descrição dos 
critérios utilizados para a elaboração do roteiro de entrevista, decisões 
quanto à escolha dos elementos a serem entrevistados) 
IV. Descrição do caso (relato e análise dos dados) 
V. Conclusão. 
Por ser um processo sem muito grande rigor metodológico, podem ser incluídos 
outros subtítulos, desde que justificados e necessários. 
 
OBS: REVISÃO DE TEXTO. 
 O trabalho acadêmico de conclusão de curso é um documento que fará parte do 
currículo do profissional. É avaliado pela banca de professores como pré-requisito para 
conclusão do curso. Fará parte do acervo da biblioteca e estará acessível via internet. 
 Por esse motivo é essencial que seja realizada uma revisão do texto, verificando 
erros gramaticais, de concordância, de semântica, de lógica, de argumentação, de 
formatação e descumprimento das normas do Guia de normatização para apresentação de 
trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista ABNT. Essa revisão de texto não é 
atribuição do orientador. 
 
APRESENTAÇÃO PARA A BANCA. 
 O trabalho deve ser entregue (via impressa e magnética/arquivo) para os 
componentes da banca em um prazo mínimo de 5 dias úteis antes da apresentação. O 
arquivo encaminhado deve estar em formato de texto (word/docx ou writer/ ODT) e em 
pdf. 
 No dia da apresentação o grupo deve levar, já impresso e preenchido com os dados 
do trabalho (título e componentes), o modelo de ATA que os professores utilizarão para 
dar as notas e indicar as correções necessárias. 
Para a apresentação podem ser utilizados todos os recursos possíveis para tornar a 
apresentação mais lógica e convincente (datashow, slides, cartazes, filmes, depoimentos). 
Contudo, excelentes apresentações também são realizadas sem nenhum desses recursos 
extras. O objetio é, além de demonstrar conhecimento do assunto, convencer a banca das 
conclusões por meio da argumentação constante no trabalho. 
 Todas as partes do trabalho devem ser abordadas. 
 Deve-se evitar a leitura de textos durante a apresentação (tanto em papel quanto 
nos slides): passa insegurança e sugere que o pesquisador não participou efetivamente da 
elaboração do trabalho. Isso não significa que o apresentador não possa utilizar uma folha 
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de papel ou slides com tópicos para se “guiar” na apresentação. 
Tensão e o nervosismo são dificuldades que todos têm, mas precisam ser superadas 
nesse momento. E essa superação é conseguida com treino. 
 O tempo disponível para a apresentação deve ser cuidadosamente observado e 
distribuído. Saber gerir esse tempo é um dos critérios de avaliação.As notas da apresentação são individuais. Não é incomum parte do grupo ser 
aprovada e outra parte não. 
 
FONTES BIBLIOGRÁFICAS 
 
CORDEIRO, Dary. Ciência, Pesquisa e Trabalho Científico. 1ª ed. Goiânia: Editora UCG, 1997. 
COSTA, Sérgio Francisco. Método Científico: Os Caminhos da Investigação. 1ª ed. São Paulo: 
Editora Habra, 2001. 
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A.. Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª ed. São 
Paulo: Atlas, 1991. 
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A.. Técnicas de Pesquisa. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. 
SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, J. Carlos. Pesquisa de Marketing: Conceitos e Metodologia. 3ª 
ed. São Paulo: Pretice Hall, 2002. 
SILVA, Edna L. Da S.; MENEZES, Estera M. Aulas e Anotações. Florianópolis, 2001. 
YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

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