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Doença Inflamatória Intestinal

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Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes 8º Semestre 
 
Doença Inflamatória Intestinal 
O termo Doença Inflamatória Intestinal (DII) engloba a Retocolite Ulcerativa Idiopática (RCUI) e a doença de 
Crohn (DC). Estas doenças, apesar de distintas em alguns aspectos clínicos, endoscópicos e radiológicos, são 
estudadas concomitantemente em um mesmo capítulo (DII) por apresentam algumas características 
genéticas, epidemiológicas e imunológicas semelhantes e principalmente, por apresentarem em comum um 
processo inflamatório crônico intestinal. 
Contudo, apesar de estudadas em um mesmo capítulo, a RCUI e a DC têm diferenças importantes na sua 
forma de apresentação. Estas diferenças se iniciam pelo comprometimento difuso da DC, podendo acometer 
todo o trato digestivo, da boca até o ânus, enquanto que a RCUI limita-se ao colon. 
Na doença de Crohn a inflamação é transmural ou seja acomete toda a parede intestinal e, o 
comprometimento é descontínuo(áreas sem alterações entremeadas à áreas comprometidas). Nesta doença, 
são comuns úlceras lineares confluentes, profundas, fístulas e estenoses. O granuloma focal não caseoso no 
intestino delgado, é encontrado em 30-40% dos pacientes com DC e a presença de abcesso de cripta é 
indicativo de RCUI 
Na RCUI, a inflamação é delimitada à mucosa e submucosa do cólon e o comprometimento é contínuo, 
iniciando-se pela parte distal do reto. Não são frequentes a presença de estenoses e fístulas e, a mucosa 
colônica é friável devido, à ulceração superficial difusa. Pode coexistir a formação de pseudopólipos, que 
consistem em afloramentos de tecido de granulação que surge entre as áreas de inflamação. 
Na DC a dor abdominal é mais frequente e se localiza em região periumbilical e fossa ilíaca direita pois, o 
principal local de acometimento é a região íleo-cecal. Na RCUI a dor é menos intensa e frequentemente se 
localiza nos flancos e fossa ilíaca esquerda. O sangramento retal é bem mais comum na RCUI, encontrado na 
DC quando haja comprometimento importante do cólon. 
Massa palpável no abdome é mais encontrada na DC, localizada frequentemente na fossa ilíaca direita (região 
íleo-cecal), sendo rara na RCUI. Sintomas gerais como mal estar, febre, perda ponderal e anorexia são mais 
evidentes na DC do que na RCUI. Diarreia crônica, líquida, sem sangue ou pus constitui um dos sintomas que 
levam o médico a pensar no diagnóstico de DC. 
A presença de fístulas perianais, enterocutâneas ou entero-entéricas também devem suscitar diagnóstico de 
DC, sendo raras na RCUI. Sintomas retais como puxo, tenesmo e urgência fecal são mais evidentes na RCUI. 
Na RCUI, o reto sempre se encontra lesado e o comprometimento é contínuo, não existindo áreas de mucosa 
normal com mucosa lesada como na DC. A mucosa é mais friável e sangra ao toque do endoscópio. Pode 
existir a presença de pseudopólipos em todo trajeto do colon. 
Estas diferenças auxiliam fortemente no diagnóstico diferencial entre a RCUI e DC. Contudo, em uma 
percentagem de 5-10%, apesar da tentativa de se diferenciar clínica, endoscópica e histopatologicamente, 
não se consegue diferenciar entre DC e RCUI, principalmente quando o comprometimento é exclusivo do 
cólon. Denomina-se para estes casos colite indeterminada. 
Doença de Crohn 
Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes 8º Semestre 
 
A doença de Crohn é uma doença inflamatória séria do trato gastrointestinal. Ela afeta predominantemente 
a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato 
gastrointestinal. 
A doença de Crohn é crônica e provavelmente provocada por desregulação do sistema imunológico, ou seja, 
do sistema de defesa do organismo. 
 Sintomas 
A doença de Crohn habitualmente causa diarreia, cólica abdominal, frequentemente febre e, às vezes, 
sangramento retal. Também podem ocorrer perda de apetite e perda de peso subsequente. A diarreia pode 
se desenvolver lentamente ou começar de maneira súbita, podendo haver também dores articulares e lesões 
na pele. Na Doença de Crohn a dor abdominal e a diarreia frequentemente surgem após as refeições. São 
comuns dores articulares (dores nas juntas), falta de apetite, perda de peso e febre. Outros sintomas precoces 
da doença de Crohn são lesões da região anal, incluindo hemorróidas, fissuras, fístulas e abscessos. 
 Diagnóstico 
O diagnóstico da Doença de Crohn é feito, basicamente, por meio de exames de imagem (raio X, endoscopias) 
e exames de sangue. 
 Tratamento 
O tratamento deve ser feito em etapas. Existe um sistema de mensuração da atividade da doença baseado 
no número de evacuações, dor abdominal, indisposição geral, ocorrência de fístulas e de manifestações 
patológicas à distância, que permite classificar a doença em leve, moderada ou grave. Se a doença é leve, o 
clínico apenas acompanha a evolução do paciente. 
Toda a terapêutica, porém, se volta para reprimir o processo inflamatório desregulado. Os medicamentos 
disponíveis atualmente reduzem a inflamação e controlam os sintomas, mas não curam a doença. 
 Dieta na Doença de Crohn 
Apesar de a alimentação não ser a causa dessa doença, é fato que alimentos suaves e brandos agridem menos 
que os alimentos condimentados ou ricos em fibras, principalmente quando a doença está na fase ativa. Com 
exceção da restrição ao leite em pacientes com intolerância a lactose, muitos gastroenterologistas tendem a 
ser liberais nas dietas de pacientes portadores da doença. 
Embora seja uma enfermidade crônica, a Doença de Crohn não é considerada doença fatal. Quase todas as 
pessoas que padecem dessa enfermidade mantêm uma vida útil e produtiva, apesar de algumas delas 
necessitarem de hospitalização nos períodos de maior atividade da doença. Entre os períodos de exacerbação 
da moléstia, a maioria dos pacientes sente-se bem e fica relativamente livre de sintomas, levando vida 
absolutamente normal.

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