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Políticas Sociais do Século XXI: Brasil e América Latina Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Esp. Regina Inês da Silva Bonança Revisão Textual: Profa. Esp. Márcia Ota Terceiro Setor e Política Nacional de Assistência Social • Introdução • Terceiro Setor no Brasil e na América Latina • Terceiro Setor e a legislação • Conclusão · O desenvolvimento do Terceiro Setor e seus desdobramentos em face da Política Nacional de Assistência Social – PNAS; · Limites e perspectivas dos sistemas de garantias de direitos; · Reflexão crítica com o objetivo de detectar entraves, limites e possibilidades dos sistemas e políticas vigentes nos seus estágios de implantação. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta unidade, vamos aprender sobre o Terceiro Setor e a Política Nacional de Assistência Social. Para obter um bom desempenho, você deve percorrer todos os espaços, materiais e atividades disponibilizadas na unidade. Inicie seus estudos pela leitura do Material Didático, composto pelo conteúdo teórico, apresentação narrada e videoaula que sintetiza e amplia conceitos importantes sobre o tema da unidade. Só depois realize as atividades propostas, são elas: • Atividade de Sistematização (AS): são exercícios de múltipla escolha, de autocorreção que possuem uma pontuação. • Fórum de Discussão: você deverá, então, participar de uma discussão coletiva a partir de uma questão colocada no fórum. Importante para ampliação de seus conhecimentos! Bons estudos! ORIENTAÇÕES Terceiro Setor e Política Nacional de Assistência Social UNIDADE Terceiro Setor e Política Nacional de Assistência Social Contextualização Nesta unidade, vamos nos aprofundar no estudo do Tereceiro Setor, além de compreendermos o seu papel complementar na oferta de serviços assistenciais. Sendo assim, apresentamos uma charge para iniciar suas reflexões: Charge disponível em: http://goo.gl/bkgqCn Ex pl or Após observá-la, percebemos que as Organizações Não Governamentais que integram o Terceiro Setor ainda são vistas com desconfiança pela população já que se tornaram fonte de enriquecimento ilícito. Vamos compreender que o Terceiro Setor desenvolve um papel ideológico claramente funcional aos interesses do capital no processo de reestruturação neoliberal. 6 7 Introdução O tema sobre o Terceiro Setor e a Política Nacional de garantias de direitos enfrenta questões que ainda precisam ser resolvidas, tanto no que se refere ao campo de debate, quanto na implantação de alternativas. Importante! Terceiro setor é uma expressão criada para designar um campo da sociedade correspondente às ações sociais promovidas por instituições privadas de caráter não lucrativo, com atividades que envolvem a demanda pela reinvindicação de determinadas causas ou ações de fi lantropia. Esse termo foi criado para diferenciar essas instituições da esfera governamental (o Primeiro Setor) e da esfera privada com fi ns lucrativos (o Segundo Setor ou mercado). A origem do Terceiro Setor remete aos Estados Unidos, onde, desde os tempos coloniais, surgiram centros de caridade ou comunitários organizados em formas de clubes, igrejas, associações, entre outros. Esse país ainda é o principal nesse campo, com centenas de milhares de instituições benefi centes registradas. As mais conhecidas instituições do Terceiro Setor são as ONGs (Organizações Não Governamentais), havendo também as fundações, entidades benefi centes, os fundos comunitários, as entidades sem fi ns lucrativos, associações de moradores, entre outras. Importante! Fonte: http://goo.gl/k8lrBJ A partir destas duas vertentes do campo de debates e na implantação de alternativas, será possível o enfrentamento da questão social. Sabemos das dificuldades ocasionadas pelas políticas neoliberais e suas evidências na sociedade. Compreendemos que esse aspecto também faz parte do Estado intervencionista e que por isso houve melhoras nos investimentos sociais necessários para minimizar a iniquidade social. Ortodoxo: é aquilo que segue à risca o que diz uma palavra ou regra. Ex pl or Na maioria dos países capitalistas e da Europa Central, não foi usada a ortodoxia na formulação e implementação das políticas neoliberais no campo social, diferente do que ocorreu no Brasil e na América Latina. Isso ocorreu devido a uma ineficiência e grandes fragilidades no campo de um Estado de Bem-Estar Social, o que ocasionou um significativo desmonte nos países latino-americanos. 7 UNIDADE Terceiro Setor e Política Nacional de Assistência Social Terceiro Setor no Brasil e na América Latina Observamos que mesmo em países como o Brasil, México e a Argentina, em que uma rede de estrutura de proteção social era mantida, ocorreram mudanças significativas que eliminaram os direitos sociais, frutos de conquistas realizadas no passado. Os desmontes resultantes das reformas tiveram consequências de ordem social com a ampliação das desigualdades sociais, gerando uma nova exclusão social com dimensões e características até então desconhecidas. O aumento das taxas de desemprego e a precarização do trabalho revelam dia após dia um novo e amplo contingente de excluídos. Uma situação de grande complexidade se apresentou, mas não ocasionou uma evolução que pudesse se constituir numa rede ampliada de proteção social, no âmbito do Estado em cumprimento ao seu dever de manutenção da garantia dos direitos sociais. O que ocorreu foi um grande retrocesso no sentindo de que a concepção do bem-estar seja integrada ao âmbito privado, realizando-se nas instituições religiosas e filantrópicas, nas famílias e comunidades que atuam em uma rede de solidariedade. Assim, as pessoas mais pobres e excluídas de nossa sociedade poderiam ser protegidas. Nesse contexto, o Terceiro Setor se instaura na nossa sociedade, dominado por organizações não governamentais (ONGs), que são subsidiadas por recursos públicos. As ONGs têm diferentes tipos, tamanhos e finalidades e estão assumindo um papel antes de domínio do Estado e, em geral, nos lugares mais afastados e com maior carência. Vale ressaltar que nestes locais já havia previamente uma ineficiência do Estado. Com isso, o caráter que, inicialmente, era complementar se tornou substitutivo e tornou inválidas as supostas parcerias entre o Estado e a Sociedade. O contexto do desenvolvimento do Terceiro Setor O Terceiro Setor se caracteriza por um fenômeno que, atualmente, envolve um grande número de organizações e instituições: · Organizações não lucrativas e não governamentais – ONGs movimentos sociais, organizações e associações comunitárias; · Instituições Filantrópicas – fundações empresariais, filantropia empresarial, empresa cidadã, que teriam descoberto a importância da atividade social; · Instituições de caridade, religiosas; · Ações solidárias – consciência solidária, de ajuda mútua e de ajuda ao próximo; 8 9 · Ações voluntárias; · Atividades pontuais e informais. Assim, há mudanças ocorridas e em processo, referentes à: I. perda de direitos de cidadania por serviços, provenientes das políticas sociais e assistenciais; II. seguridade social estatal, universal e de qualidade (particularmente nos países centrais); III. precarização da seguridade social; IV. remercantilização e refilantropização da “questão social”, que afetam profundamente tanto os setores mais carentes quanto o conjunto dos trabalhadores. Segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística, existem 290.692 fundações privadas e associações sem fi ns lucrativos no País. A Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais possui 226 afi liados. O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas possui 130 integrantes e os categoriza em fundações e institutos empresariais, fundações e associações familiares, independentes e comunitárias e empresas. Ex pl or Fonte: http://goo.gl/vqTexN Compreendemos a importância de realizarmos o debate sobre o Terceiro Setor, porque através dele setornou funcional ao processo de reformulação e ajustes que enfrentamos na questão social e dessa maneira possibilitar alterações no interior da política neoliberal e a reestruturação do capital. Para Montaño (2010), é muito importante a mobilização da sociedade contra a fome e a miséria, como o programa do “Betinho” e ações solidárias. Porém, o problema é, primeiramente, ignorar que se trata de ações emergenciais que, dando respostas imediatas e assistenciais, não resolvem a médio e longo prazos as causas da fome e da miséria, consolidando uma relação de dependência dessa população por estas ações. Por outro lado, o problema consiste em acreditar que, nestas ações, devem-se concentrar e esgotar todos os esforços reivindicatórios e as lutas sociais. O Terceiro Setor em sua abordagem crítica do conceito ideológico constituiu uma ferramenta de suma importância para o processo da política neoliberal que afeta diretamente a modalidade no trato da questão social como também os sujeitos e processos das lutas sociais. Para Montaño (2010), nesse sentido, o objetivo de retirar o Estado (e o Capital) da responsabilidade de intervenção na “questão social” e de transferi-los para a esfera do “terceiro setor” não ocorre por motivos de eficiência (como se as ONGs fossem naturalmente mais eficientes que o Estado), nem apenas por razões financeiras: reduzir os custos necessários para sustentar esta função estatal. 9 UNIDADE Terceiro Setor e Política Nacional de Assistência Social O motivo é fundamentalmente político-ideológico: · retirar e esvaziar a dimensão de direito universal do cidadão quanto às políticas sociais (estatais) de qualidade; · criar uma cultura de autoculpa pelas mazelas que afetam a população, e de autoajuda e ajuda mútua para seu enfrentamento; · desonerar o capital de tais responsabilidades e, por outro, a partir da precarização e focalização (não-universalização) da ação social estatal e do terceiro setor, · uma nova e abundante demanda lucrativa para o setor empresarial. Terceiro Setor e a legislação No Brasil, foi desenvolvida uma legislação para uma melhor definição das entidades que comporiam o terceiro setor. O embasamento legal de sua legislação dá sustentação ao processo do conjunto das organizações que rege de forma direta e indireta as entidades do terceiro setor e que estabelece relação de cooperação entre o Estado e a sociedade. A Constituição Federal de 1988 define a seguridade social como “um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da Sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência Social”. (Art.194, in CRESS, 2000:41) A seguridade social na Constituição de 1988 é organizada com base nos seguintes preceitos: I. Universalidade da cobertura e do atendimento; II. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços a toda população; III. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV. Irredutibilidade do valor dos benefícios (com a concomitante preservação da qualidade); V. Equidade na forma de participação no custeio (proporcional ao patrimônio/ renda dos contribuintes); VI. Diversidade da base de financiamento; VII. Caráter democrático e descentralização da gestão administrativa, com participação da comunidade em especial dos trabalhadores, empresários e aposentados. (Art.195, in CRESS,2000:42). A Lei Orgânica da Seguridade Social, nº 8.212 de 24 de julho de 1991, reafirma os princípios estabelecidos na Constituição e estabelece o orçamento da Seguridade Social a partir fundamentalmente das receitas de União e de contribuições sociais e outras fontes. 10 11 O Decreto nº356 de dezembro de 1991 modifica seu financiamento, estabelecendo que, a partir daquele momento, a União só seria responsável pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade Social, iniciando, assim, o processo de desresponsabilização estatal na ação social. A Constituição brasileira traz, entre os artigos 194 a 204, a base da regulamentação da seguridade social no Brasil. O artigo 194 determina que a seguridade social é composta de três pilares: · Previdência Social; · Assistência Social; · Saúde Pública. Encontramos na Constituição Federal a saúde como “um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença (...) e o acesso universal e igualitário”. (Seção II, Art.196; in CRESS,2000:43-5). Posteriormente, foi regulamentada pela Lei nº8.080, de 19 de setembro de 1990 a Lei Orgânica da Saúde (LOS), dispondo sobre a constituição do Sistema Único de Saúde -SUS, de responsabilidade do poder público. (cf.CRESS,2000:165 ss.). Nesse momento, a Previdência Social já incorporava avanços decorridos do período pré-constitucional em especial com a Lei de Diretrizes e Bases da Seguridade Social, em 1987, e confirmados na Carta Constitucional de 88 (Seção III,arts.201 e 202; in Cress,2000:45-9). A reforma da Previdência Social se orienta para que um aumento das alíquotas de contribuição dos servidores seja realizada, a tributação de servidores passivos, no aumento do tempo de contribuição do tempo de serviço e também na privatização de alguns seguros ( cf.Cress,2000:70). Para a Assistência Social na Constituição de 1988 (Seção IV, Art.203; in CRESS, 2000: 48-9), a Lei nº8.742, de 7 de dezembro de 1993, revista na Lei nº 9;720, de 30 de novembro de 1998, denominada Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) em seu primeiro artigo declara: “A Assistência Social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas”.(cf. Cress,2000:197 ss.). 11 UNIDADE Terceiro Setor e Política Nacional de Assistência Social Compreendemos que a nossa Constituição Federal de 1988 deve garantir a todos os cidadãos a Assistência Social composta por um mínimo social, a partir de um salário e/ou benefício mensal para pessoas idosas ou com deficiência que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção. Ela abrange “a quem dela necessitar, independentemente da contribuição à Seguridade Social” (Art.203 da Constituição Federal 1988). Vejamos o artigo na íntegra: Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Como também institui os Conselhos de Assistência realizada tanto com o embasamento histórico e legal do qual será desenvolvida a legislação do Terceiro Setor que direta ou indiretamente regulamentam a constituição e atividade das entidades do Terceiro Setor: Lei nº 91, de 28 de agosto de 1935, reconhece como de utilidade pública as sociedades civis, associações e fundações, constituídas no país, com o fim exclusivo de servir desinteressadamente à coletividade (cf. Szazi ,2000:148 e 89). Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, dispõe sobre o Serviço Voluntário, considerado como atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública. O serviço voluntário não gera, segundo a lei, vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária (cf.idem:2000). Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998, qualifica como organizações sociais pessoas jurídicas de direitoprivado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa cientifica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde (cf.idem.2000). Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, qualifica pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), e institui e disciplina o termo de parceria (cf.Szazi,2000; 207 e 96). O artigo 9º da Lei institui o termo de parceria, a ser firmado entre o Poder Público e as Oscip, destinado ao vínculo de cooperação entre as partes (idem:2010). 12 13 A Lei é regulamentada pelo Decreto nº 3.100 de 30 de junho de 1999 (cf.idem:241) e pela Portaria MJ nº 361, de 27 de julho de 1999 (cf.idem:258). E alterada pela Medida Provisória n º2.123-29, de 23 de fevereiro de 2001 (cf.www.rits.org.br). Terceiro Setor e os recursos públicos Dessa maneira, desenvolve-se a legislação que determina a transferência de recursos públicos para o Terceiro Setor: · Constituição Federal de 1988 no artigo 150, inciso VI, alínea estabelece a isenção de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviço às instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos. O Decreto nº 91.030, de 5 de março de 1985, regula essas isenções fiscais, beneficiando entidades sem fins lucrativos que promovam atividades com fins culturais, científicos e assistenciais (cf.Szazi,2000:222). · Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, altera os dispositivos anteriores para a isenção de contribuição à seguridade social, dirigidos a entidades filantrópicas (cf.Szazi,2000: 205 e 94). · O Decreto nº 2.536, de 6 de abril de 1998, dispõe sobre a concessão do certificado de entidade de fins filantrópicos, alterado posteriormente pelo Decreto nº 3.504, de 13 de junho de 2000 (cf.idem: 230 e 94). Conclusão Compreendemos no debate sobre o Terceiro Setor a importância da participação popular da sociedade civil, como desencadeadora para a democratização social. Mas devemos ter claro que a lógica de mobilização apresentada nesse debate é a de uma lógica gerencial: na manutenção de recursos e controle de ações comunitárias. Essas ações direcionadas, portanto, para respostas a demandas individuais e pontuais, configurando-se como um lógica funcional porque efetiva uma ordem com a sua manutenção, minimizando de forma drástica as questões políticas e as contradições de interesses de classes. Com essa gestão, a lógica é reproduzida em uma concepção política de serviços sociais e assistenciais com participação do Estado e que sustenta a solidariedade e ajuda mútua. O repasse do Estado para o setor privado ocorre na forma de parcerias, agindo de forma legalizada e também como facilitador da realização das atividades das organizações da sociedade civil e de interesse público. E estas atuam na gestão controlada atendendo às necessidades sociais, apresentadas de forma pontual e localizadas. 13 UNIDADE Terceiro Setor e Política Nacional de Assistência Social Para Montaño (2010), radicalmente diferente é a mobilização, como lutas sociais por direitos sociais. Neste caso, tal mobilização é concebida não como participação na gestão de recursos e na execução de serviços sociais, mas como lutas sociais, orientadas fundamentalmente (mesmo que sem exclusividade) pelas contradições de classes. Tal perspectiva não mais concebe a mobilização como “resultado da ação do governo”, mas como verdadeiramente desencadeadora da ação do governo, como processo de lutas sociais que pressionam e obrigam o Estado e o capital a absorver certas demandas e a incorporá-las como função do Estado. Se na concepção da mobilização social contida no debate do terceiro setor esta é o resultado da intervenção estatal que descentraliza, privatiza, terceiriza ou transfere para a comunidade a responsabilidade da gestão social, nossa perspectiva concebe a mobilização social como o processo que leva o Estado (e o capital), a desenvolver ações antes não incorporadas nas suas funções. Torna-se possível compreender que o processo de articulação das lutas de classe nesse contexto do Terceiro Setor realiza um grande serviço ao sistema capitalista e à ofensiva neolibera 14 15 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sugerimos alguns artigos e o vídeo abaixo para aprofundamento de seus estudos: Sites O poder das ONGs http://goo.gl/MThuzw Gráfico sobre Gestão das ONGS http://goo.gl/BkNK9U Histórico das ONGS http://goo.gl/6Lu6Sz ONGS brasileiras estão entre as mais influentes do mundo http://goo.gl/7dKa7j Regulamentação para repasse de verbas http://goo.gl/TYCe4H Vídeos Pensando Bem - Marco Regulatório das ONGS - 19/08/2015 Programa a respeito do Marco Regulatório das ONGS. Para falar sobre o assunto Ana Lins, advogada membro da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos, e Daitro Paiva, da Associação Brasileira das ONGS https://youtu.be/pKVQKxnuBXM 15 UNIDADE Terceiro Setor e Política Nacional de Assistência Social Referências Constituição da República Federativa do Brasil (1998). Titulo VIII (Da ordem social), Capítulo II (Da Seguridade Social), Seção I (Disposições Gerais), Artigos 194 e 195 (cf.CRESS,2000: 41-3). CRESS. Assistente Social: ética e direitos. Coletânea de lutas e resoluções. Rio de Janeiro: CRESS 7º Região, 2000. MONTAÑO. C. Terceiro Setor e Questão Social: crítica ao padrão emergente de intervenção social. São Paulo: Cortez, 2010. SZAZI, E. Terceiro Setor: Regulação no Brasil. São Paulo: Petrópolis, Vozes, 2001. 16
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