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Apostila_Finanças

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S U M Á R I O
Analisando Finanças Corporativas
SUMÁRIO
ABERTURA .......................................................................................................................................................................... 3
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................................................................................................................ 3
1.1 EMENTA ........................................................................................................................................................................................................................................ 3
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL ......................................................................................................................................................................................................... 3
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................................................................................................................................... 3
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ............................................................................................................................................................................................... 3
1.5 METODOLOGIA ......................................................................................................................................................................................................................... 4
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ..................................................................................................................................................................................................... 4
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .......................................................................................................................................................................................... 4
CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR ............................................................................................................................................................................ 4
MÓDULO 1 ........................................................................................................................................................................... 5
UNIDADE 1: FINANÇAS CORPORATIVAS ......................................................................................................................................... 5
UNIDADE 2: VISÃO PANORÂMICA .................................................................................................................................................. 6
UNIDADE 3: IDENTIFICANDO OS ASPECTOS RELEVANTES PARA NOSSAS ANÁLISES FUNDAMENTALISTAS ............................... 7
I) IDENTIFICAÇÃO DO ATIVO ....................................................................................................................................................................................................... 7
II) IDENTIFICAÇÃO DO AMBIENTE ............................................................................................................................................................................................. 9
III) AVALIAÇÃO DE ATIVOS ........................................................................................................................................................................................................... 9
IV) IDENTIFICAÇÃO DO INVESTIDOR ..................................................................................................................................................................................... 11
UNIDADE 4: AVALIAÇÃO DE EMPRESAS ........................................................................................................................................ 12
UNIDADE 5: VPL, REVISÃO E FECHAMENTO DO DIA 1 ................................................................................................................. 15
MÓDULO 2 ......................................................................................................................................................................... 17
UNIDADE 1: REVISÃO .................................................................................................................................................................... 17
UNIDADE 2: A RELAÇÃO DOS CRITÉRIOS MAIS ATUALIZADOS... ................................................................................................ 18
1) PAYBACK SIMPLES (PS) ............................................................................................................................................................................................................ 18
2) PAYBACK DESCONTADO (PD) ................................................................................................................................................................................................ 19
3) VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ....................................................................................................................................................................................... 20
4) TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR (IRR – INTERNAL RATE OF RETURN) ................................................................................................................ 21
5) ÍNDICE LUCRATIVIDADE LÍQUIDA - ILL ............................................................................................................................................................................ 23
MÓDULO 3 ......................................................................................................................................................................... 25
6) PONTO DE EQUILÍFVIO – BREAK EVEN ......................................................................................................................................................................... 25
UNIDADE 1: ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO .................................................................................................................. 29
UNIDADE 2: OPERAÇÕES COM JUROS SIMPLES: DESCONTO DE DUPLICATAS ............................................................................ 30
MÓDULO 4 ......................................................................................................................................................................... 35
UNIDADE 1: ANÁLISE DE CRÉDITO ADMINISTRAÇÃO DE DUPLICATAS A RECEBER ..................................................................... 35
UNIDADE 2: ANÁLISE DE CRÉDITO ................................................................................................................................................ 36
UNIDADE 3: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, IMPOSTOS E FLUXO DE CAIXA ........................................................................... 38
UNIDADE 4: DEPRECIAÇÃO, FLUXOS DE CAIXA E IMPOSTOS ....................................................................................................... 41
S U M Á R I O
Analisando Finanças Corporativas
MÓDULO 5 ......................................................................................................................................................................... 45
 UNIDADE 1: RISCO X RETORNO. CMPC, BETA E CAPM .................................................................................................................. 45
UNIDADE 2: A DIVERSIFICAÇÃO .................................................................................................................................................... 52
UNIDADE 3: DETERMINAÇÃO DA TAXA DE RETORNO ADEQUADA AO RISCO DE UM INVESTIMENTO: O CAPM ....................... 54
MÓDULO 6 .........................................................................................................................................................................57
UNIDADE 1: AVALIAÇÃO DE EMPRESAS ........................................................................................................................................ 57
UNIDADE 2: AVALIAÇÃO EM GERAL .............................................................................................................................................. 58
MÓDULO 7 ......................................................................................................................................................................... 73
UNIDADE 1: ÍNDICES FINANCEIROS BÁSICOS ................................................................................................................................ 73
A – MEDIDAS DE LIQUIDEZ ....................................................................................................................................................................................................... 74
B – MEDIDAS DE ATIVIDADE .................................................................................................................................................................................................... 76
C – MEDIDAS DE ENDIVIDAMENTO ....................................................................................................................................................................................... 79
D – MEDIDAS DE LUCRATIVIDADE ......................................................................................................................................................................................... 80
UNIDADE 2: A RELAÇÃO ENTRE BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS. ............................................ 82
O CRESCIMENTO AUTO-SUSTENTÁVEL ....................................................................................................................................... 82
UNIDADE 3: FLUXO DE CAIXA DAS OPERAÇÕES: OBTENDO O FLUXO DE CAIXA DE UM ATIVO ................................................. 83
MÓDULO 8 ......................................................................................................................................................................... 87
UNIDADE 1: AULA 8 – REVISÃO .................................................................................................................................................... 87
ANEXO 1: INTRODUÇÃO A FINANÇAS CORPORATIVAS .................................................................................................................................................... 90
ANEXO 2: O JARGÃO – FALANDO A MESMA LÍNGUA ...................................................................................................................................................... 91
A B E R T U R A
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Analisando Finanças Corporativas
ABERTURA
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 EMENTA
Demonstrativos Financeiros. Crescimento. Giro-margem e outros indicadores de performance financeira
das empresas. Fluxo de Caixa. Visão panorâmica de Finanças. Demonstrações Financeiras. Fluxos de Caixa.
Índices. Margens Financeiras Básicas. Análise de Projetos; VPL, TIR, Payback, ILL e Ponto de Equilíbrio.
Administração do Caixa. Gestão do Caixa. Crédito e Contas a Receber. Gestão de Estoques. Fontes de
Financiamento de Curto Prazo. Capital Próprio e Capital de Terceiros, Crédito Comercial, Crédito Bancário.
Risco e Retorno de Capital. O Modelo CAPM. Decisões de Investimento de Longo Prazo. Investimentos de
Longo Prazo e Orçamento de Capital.
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL
36 horas-aula.
1.3 OBJETIVOS
Expor os fundamentos de finanças utilizados no mercado. Estudar suas aplicações por parte das
corporações, seus critérios e princípios. Aplicar as técnicas para solução de problemas financeiros. Focalizar
o estudo de finanças como ferramenta para análise e administração de projetos e empresas. Formar base
analítica para cursos mais avançados.
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Aula 1: Professor José Carlos Abreu
Visão panorâmica de finanças corporativas: O Papel e as Funções do Administrador Financeiro, Introdução
à Análise de Risco. Mercado Eficiente e Mercado Perfeito. Representação Financeira de Ativos.
Aula 2: Professor José Carlos Abreu
O Valor Presente e o Valor Presente Líquido de um Projeto. Critérios para Classificação de Projetos: Taxa
Média de Retorno Contábil, Payback Simples e Descontado, TIR, VPL e Índice de Lucratividade.
Aula 3: Professor José Carlos Abreu
Ponto de equilíbrio. Aspectos Financeiros de Curto Prazo. Capital de Giro. Desconto de Duplicatas. Análise
de Crédito. Casos e Exercícios de Revisão e Fechamento.
Aula 4: Professor José Carlos Abreu
Demonstrações Financeiras, Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultados. Contabilidade, Registro,
Controle e Análise. Princípios Contábeis Geralmente Aceitos e a Demonstração do Resultado. Depreciação.
Aula 5: Professor José Carlos Abreu
Risco Retorno. Taxas de Retorno. CMPC, Beta e CAPM.
Aula 6: Professor Cristóvão Pereira de Souza – Avaliação de Empresas
Analisando Finanças Corporativas
A B E R T U R A
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Aula 7: Professor José Carlos Abreu
Índices Financeiros Básicos: Índices de Liquidez, Índices de Atividade, Índices de Endividamento e Índices
de Lucratividade; A Relação entre Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultados. O Crescimento
Auto-sustentável. Fluxo de Caixa das Operações. Obtendo o Fluxo de Caixa de um Ativo.
Aula 8: Professor José Carlos Abreu
Aula de Revisão.
1.5 METODOLOGIA
Aulas teóricas expositivas intercaladas com sessões de exercícios de aplicação prática.
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Prova Individual.
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
GITMAN, Lawrence J, Principios de Administração Financeira. São Paulo: sétima edição, Editora Harbra,
2006.
ROSS, Stephen, Administração Financeira – Corporate Finance. São Paulo: sexta edição, Editora Atlas,
2006.
 Pesquisa de MercadoABREU, José Carlos, Série Gestão Empresarial – Finanças Corporativas. Rio de
Janeiro: sétima edição, Editora FGV, 2006.
CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR
José Carlos Abreu. Doutor em Finanças pela PUC-RJ. Mestre em Business Administration pela Columbia
University, New York. Engenheiro Eletrônico pela Universidade de Brasília. Engenheiro Trainée da Hitashi
(Japão - 80). Engenheiro Projetista DDH - Cobra, Computadores (81 a 83). Diretor Financeiro da Pacific do
Brasil - Comercio Exterior (83 a 88). General Manager da Unipac Trading Company, Los Angeles (88 a 92).
Consultor Financeiro de empresas (88 a 92). Consultor do BCG Consulting Group New York (92 a 94).
Consultor na área de analise e estruturação de projetos de investimentos e avaliação de empresas (88 a
2006). Coordenador acadêmico e professor de cursos de pós graduação da FGV (96 a 2006).
M Ó D U L O 1
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Analisando Finanças Corporativas
MÓDULO 1
UNIDADE 1: FINANÇAS CORPORATIVAS
A preocupação do administrador financeiro é maximizar a riqueza do investidor. Para maximizarmos a
riqueza do investidor precisamos tomar decisões ótimas. Para tomar decisões ótimas precisamos saber
responder 4 perguntas...
1) Onde investir?
2) Quanto investir?
3) Como financiar o investimento?
4) Como distribuir os resultados?
Entrando nos detalhes...
1) Onde investir?
Dentre as diversas alternativas disponíveis no mercado, devemos saber decidir qual é a melhor. Suponha
por exemplo que sua firma tem recursos da ordem de $1.000.000,00 para investir. As alternativas são:
investir no mercado financeiro em uma aplicação de renda fixa, comprar um concorrente que está à
venda, comprar matéria prima para estocar, investir no lançamento de um novo produto ou comprar um
galpão para ampliar a produção.
E agora onde devemos investir?
2) Quanto investir?
Uma vez decidido onde investir, quanto podemos pagar? Suponha por exemplo que decidimos investir
na compra do concorrente. Precisamos saber avaliar esse ativo, para não pagarmos mais do que ele vale.
3) Como financiar o investimento?
Uma vez determinado quanto devemos pagar, como devemos financiar essa aquisição?
Sóexistem duas fontes primárias de recursos para a empresa, sócios e credores. Sócios são os acionistas
da empresa; detém a propriedade, elegem os administradores para maximizarem o valor de suas ações,
fornecem o que chamamos capital próprio para empresa. Credores fornecem o capital de terceiros. Se a
empresa não for administrada eficientemente e não conseguir pagar o serviço da divida – juros mais
principal –, os credores podem executar a empresa.
4) Como distribuir os resultados?
Uma vez operando, a empresa deve gerar resultados suficientes para pagar...
 Juros para os credores;
 Impostos para o governo;
 Reinvestimentos para crescer, lançar novos produtos;
 Dividendos para os sócios.
Sabendo responder essas 4 perguntas, estaremos aptos a fazer uma boa gestão financeira.
Se não soubermos responder alguma dessas perguntas, não estaremos aptos a tomar as melhores decisões.
M Ó D U L O 1
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Analisando Finanças Corporativas
UNIDADE 2: VISÃO PANORÂMICA
M Ó D U L O 1
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Analisando Finanças Corporativas
UNIDADE 3: IDENTIFICANDO OS ASPECTOS RELEVANTES PARA NOSSAS ANÁLISES
FUNDAMENTALISTAS
I) IDENTIFICAÇÃO DO ATIVO
Identificar ativos corretamente não é tão simples quanto pode parecer.
Basicamente, a dificuldade é nossa. Culturalmente, por hábitos e costumes, somos treinados e
desenvolvidos para identificar ativos tangíveis, mas não estamos muito aptos a identificar ativos intangíveis.
Classificação de ativos:
 Tangíveis: Um prédio, uma máquina, uma fábrica. Você pode tocar.
 Intangíveis: Nome, Percepção de Qualidade, Expertise. Você não pode tocar.
A identificação de um ativo qualquer sob análise implica na identificação dos fluxos de caixa que esse
ativo pode gerar para os seus investidores.
O fluxo de caixa que interessa para a tomada de decisão administrativa é o Fluxo de Caixa Operacional,
incremental, livre após o pagamento de taxas e impostos.
Representações de Ativos...
Representamos ativos através dos seus fluxos de caixa futuros projetados.
Convide um arquiteto à sua casa e solicite que ele represente como ele a vê. Certamente, o arquiteto
desenhará da melhor forma possível sua casa em uma folha de papel. Por que? Porque o desenho é uma
linguagem que os arquitetos usam no exercício de sua profissão.
Nome da figura: Desenho de uma casa
M Ó D U L O 1
8
Analisando Finanças Corporativas
Convide agora um corretor de imóveis e solicite que ele represente o seu imóvel - o mesmo imóvel
apresentado ao arquiteto. Certamente, o corretor escreverá coisas do tipo: excelente imóvel, com ampla
sala e vista maravilhosa para o verde, indevassável, etc. O corretor estará usando uma linguagem que lhe
é usual em seu trabalho.
Peça a um Administrador Financeiro que faça a representação financeira de seu imóvel; obviamente, um
administrador olhará a sua casa como um investimento e, dessa forma, o administrador te perguntará
quanto custou a casa, quanto você gasta em sua manutenção, quanto obtém de aluguel, quanto paga de
IR sobre o aluguel etcetera. Para que? Para obter o fluxo de caixa desse ativo em cada período de tempo.
Essa é a linguagem dos administradores.
Podemos, então, afirmar que representamos ativos como a seqüência de fluxos de caixa incrementais
livres após descontados taxas e impostos que esse ativo gera para os seus investidores...
t=0 t=1 t=2 t=3 ... t=T
-Io +FC
1
+FC
2
+FC
3
... +FC
T
Onde: Io é o investimento – fluxo de caixa inicial – para adquirir o ativo, T representa a período total do
investimento, FC representa o fluxo de caixa, livre para o investidor, depois de descontados taxas, juros e
impostos de cada período.
OBTENDO O FLUXO DE CAIXA DE UM ATIVO
O que é o fluxo de caixa incremental livre após taxas e impostos?
De uma maneira genérica e bastante simplificada, podemos dizer que o fluxo de caixa
incremental livre após taxas e impostos é obtido da seguinte forma:
Esquema geral de uma demonstração de resultado...
PARTINDO Faturamento com Vendas
MENOS Custos Variáveis
MENOS Custos Fixos
IGUAL Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda – LAJIR
MENOS Despesas financeiras - juros
IGUAL Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda – LAIR
MENOS Imposto de Renda
IGUAL Lucro Líquido após Imposto de Renda
MENOS Reinvestimentos
IGUAL Fluxo de caixa livre para os acionistas – Dividendos
M Ó D U L O 1
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Analisando Finanças Corporativas
Representação Financeira de Ativos
Representamos os ativos como sendo a seqüência de fluxos de caixa, projetada para esses ativos ao longo
do tempo.
Exemplos:
1) Representação Financeira de um investimento em um imóvel para aluguel. Considere que você investiu
$ 100.000,00 para comprar um imóvel comercial, o qual você pode alugar por $ 1.000,00 mensais. Suponha
que você quer permanecer com esse imóvel por 1 ano e depois vendê-lo por $ 120.000,00.
Representação do Ativo - Imóvel...
T=0 t=1 t=2 t=3 ...... t=12
-100.000,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00
120.000,00
2) Representação Financeira de um investimento em ações. Considere que você investiu $ 50.000,00
para comprar ações da Firma ALFA - cotação de $ 5,00 por ação, hoje. Os dividendos esperados são de $
0,20 por ação a cada ano. Sua expectativa é vender cada ação por $ 7,45 daqui a três anos.
Você poderá comprar 10.000 ações. O seu fluxo de caixa anual será de $ 2.000,00.
Representação do Ativo - Investimento em ações:
T=0 t=1 t=2 ...... t=3
-50.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00
74.500,00
II) IDENTIFICAÇÃO DO AMBIENTE
Queremos identificar quem são e quantos são nossos clientes, queremos conhecer nossos concorrentes,
as leis, os impostos e taxas, a política, a cultura religiosa e tudo o mais, de forma a conhecermos
profundamente o mercado antes de investirmos.
Suponha que temos uma rede de churrascarias-rodízio espalhadas por varias capitais do mundo. O sucesso
é absoluto. Estamos preparando um sistema de franquias para crescermos mais rapidamente ainda.
Nosso problema, hoje, é nos decidirmos, ou não, pela abertura de nossa nova filial na cidade de Calcutá.
Pelo nosso passado deverá ser um novo sucesso. O que você acha?
III) AVALIAÇÃO DE ATIVOS
Princípio central: Avaliamos ativos Reais da mesma forma que avaliamos ativos Financeiros (lembre-se
da matemática financeira). Ativos (Financeiros ou Reais) devem valer o V.P. (Valor Presente) de seus futuros
fluxos de caixa projetados. Para podermos avaliar empresas precisamos saber como calcular o valor
presente.
M Ó D U L O 1
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Analisando Finanças Corporativas
Cálculo do Valor Presente – Matemática Financeira
Introdução dos fundamentos matemáticos para avaliação e análise de projetos
Quando realizamos um investimento, em qualquer ativo, seja a compra de um terreno, uma máquina, um
sistema, uma licença para operações, estamos preocupados com o retorno que esse investimento irá nos
proporcionar, quando, quanto, de que forma; em resumo: queremos saber se vamos ter lucro ou prejuízo.
Essa preocupação se baseia no fato de existir o valor do dinheiro no tempo, VDT. Isso significa que $ 1,00
hoje vale mais do que $ 1,00 amanhã, pois $ 1,00 hoje pode ser investido em alguma aplicação que nos
proporcionará um determinado retorno amanhã, nosso $ 1,00 de hoje estará valendo, portanto mais
amanhã. A taxa de retorno de uma aplicação é chave no processo de avaliação e análise de projetos de
investimentos. O valor de nosso $ 1,00 hoje é chamado de valor presente, VP, o nosso resultado futuro ($
1,00 mais o retorno da aplicação) é chamado de valor futuro, VF. A equação que relaciona VP com VF é:
VF = VP (1 + i)n
Em finanças, é usual representar a taxa de desconto pela letra K. Então, nossa fórmula poderia ser escrita
da seguinte forma:
VF = VP (1 + K)n
Exemplo 1:
Vejamos um investimento simples: aplicamos $ 100,00 na compra de um imóvel, e esperamos poder
revender este imóvel ao final de um ano por $ 130,00. É um bom investimento?
Resposta: Depende...
Depende da taxa de retorno que precisamos. Precisamos ter uma taxa de retorno, por exemplo, para o
custo do capital que empregamos na aquisição desse imóvel. Suponhamosque o capital nos custe 20%
ao ano. Então, a taxa de retorno neste exemplo é de 20%. Custo do capital aqui pode ser entendido como
quanto custa para pagarmos aos bancos que nos financiam (juros) ou quanto deixamos de receber por
aplicar esses mesmos recursos em outro projeto semelhante (custo de oportunidade), por exemplo.
Agora podemos analisar nosso investimento. Calculando o valor presente desse investimento teremos...
VF = VP (1 + K)n
130 = VP (1 + 0,2)1
VP = 130 / 1,2 = 108,33
Sabendo que precisamos desembolsar hoje $ 100,00 - custo do investimento -, observamos que, em
moeda de hoje, o projeto vale mais do que custa. Então, podemos afirmar que o projeto é bom, pois paga
uma taxa de retorno de 20% - ou seja, paga o custo do capital - e ainda deixa um lucro de $ 108,33 – $
100,00 = $ 8,33.
A fórmula para cálculo do valor presente estará em todas as nossas análises e avaliações. Podemos
reescrever a fórmula, acima, deixando do lado esquerdo do sinal de igual o valor presente...
VP = VF / (1 + K)n
M Ó D U L O 1
11
Analisando Finanças Corporativas
IV) IDENTIFICAÇÃO DO INVESTIDOR
Comportamento Típico do Investidor Perante o Risco...
O investidor típico é avesso ao risco. Portanto o investidor cobra retornos adicionais, por
assumir riscos adicionais - isto é, espera maior retorno.
Exemplos:
Para investir na poupança, os investidores demandam uma taxa de retorno de aproximadamente 5% ao
ano nos U.S. Para investir em ações, os investidores demandam um retorno superior. O mercado de ações,
desde 1920, tem oferecido retornos consistentemente superiores às aplicações de renda fixa. Para o
Brasil, números proporcionalmente semelhantes são observados.
Bancos financiam imóveis com taxas de juros mais baixas do que as taxas de juros com as quais financiam
automóveis. Por que? Porque o risco de financiar um automóvel é maior do que o risco de financiar um
imóvel.
Comportamento Típico do Investidor Perante o Retorno...
Agentes - investidores - são insaciáveis com relação a retornos.
Tipos de Investidores: Credores e Sócios
Cálculo da taxa de retorno
A taxa de retorno de um projeto é a taxa que precisamos obter dele para pagar o custo do capital
envolvido no financiamento do projeto. Por exemplo, à taxa que obtivéssemos em uma outra aplicação
semelhante, chamaríamos, nesse caso, taxa do custo de oportunidade, pois é a que receberíamos por
aplicarmos naquele projeto alternativo.
A taxa de retorno que os investidores demandam para investir é proporcional ao risco do projeto. Quanto
maior é o risco, maior o retorno exigido para investir. Podemos determinar a taxa de retorno adequada ao
projeto pelo modelo CAPM, ou por taxas comparáveis de outros projetos idênticos existentes no mercado.
Existem muitas questões cercando o modelo CAPM; os especialistas em finanças não tem maiores
dificuldades em utilizá-lo; os leigos, porém, podem recorrer a consultores financeiros para determinar
essa taxa, ou então usar taxas obtidas em projetos com riscos semelhantes.
M Ó D U L O 1
12
Analisando Finanças Corporativas
O modelo CAPM diz que a taxa de retorno de um projeto é dada pela fórmula...
Taxa de retorno (K) = RF + ß ( Erm – RF)
Onde...
RF = é a taxa de renda fixa para aplicações sem risco.
Erm = é o esperado retorno para aplicações em uma carteira que contenha todos os ativos do
mercado, ou seja, é taxa de retorno do mercado como um todo.
ß (Beta) = é a medida de risco relativo do projeto sob análise para o qual queremos determinar
uma taxa de retorno adequada.
Exemplo no. 1:
Você quer investir em ações da Petrobrás. Qual deve ser a taxa de retorno esperada?
Informações adicionais:
Beta da Petrobrás = 0,94
Taxa RF = 24% ao ano
Taxa do esperado retorno do mercado = 30% ao ano
Solução...
Utilizando o modelo CAPM...
Taxa de retorno (K) = RF + ß ( Erm – RF)
K = 0,24 + 0,94 (0,30 – 0,24)
K = 0,2964 = 29,64%
Resposta: A taxa adequada é de 29,64%.
Exemplo no. 2:
Quero investir em um título de Renda Fixa do banco X. Qual deve ser a taxa de retorno que vou obter?
Informações adicionais:
Taxa de retorno para investimentos em imóveis de aluguel = 1% ao mês
Taxa de retorno para aplicações em ações da empresa W = 30% ao ano
Taxa de retorno para aplicar em títulos de Renda Fixa da instituição Y = 1,7% ao mês
Taxa de retorno para aplicações em ouro = 5% ao ano
Resposta: Por similaridade entre os ativos, a taxa esperada de retorno para aplicar em títulos de Renda
Fixa do banco X deve ser de 1,7% ao mês.
UNIDADE 4: AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
Definição de valor de mercado de um projeto ou empresa...
O valor de qualquer projeto ou empresa é o valor presente de seus resultados líquidos futuros projetados
esperados descontados ao seu valor presente pela taxa de retorno adequada ao seu risco.
M Ó D U L O 1
13
Analisando Finanças Corporativas
a) O valor de um projeto está relacionado ao quanto ele pode “pagar” ao seu detentor no futuro.
Exemplo...
Suponha que você comprou ontem – ou anteontem, ou hoje pela manhã... – um bilhete da
Loteria Federal com o número 000.000.XX1-001. Você acaba de ouvir no radio que o seu bilhete
foi premiado. O valor do prêmio, que você poderá resgatar a partir de amanhã pela manhã, é de
$10.000.000,00.
Pergunta: Quanto vale esse seu bilhete, agora que você sabe ser ele premiado?
b) O valor de um projeto não se dá em função dos resultados líquidos que ele gerou no passado.
Exemplo...
Considere que se passaram 48 horas. Você foi ontem à Caixa Econômica Federal, recebeu o seu
prêmio e imediatamente o depositou em sua caderneta de poupança. Ao fazer a você o
pagamento, o funcionário da Caixa estampou um enorme carimbo vermelho em seu bilhete
com a palavra pago. O bilhete te foi devolvido para que você o coloque em uma moldura e
pendure na parede de sua sala, como um troféu.
Pergunta: Quanto vale esse seu bilhete agora?
c) O valor de um projeto não se dá em função dos valores que nele investimos no passado – sunk
costs não importam ou investimentos irreversíveis são irrelevantes.
Considere que você comprou em julho de 1996 uma linha telefônica e pagou por esse direito $
2.400,00. Suponha que você pagou a conta mensalmente. Você decidiu vender essa linha
telefônica hoje – setembro/1999.
Pergunta: Quanto vale o seu investimento (a linha telefônica) hoje, setembro de 1999?
Você abriu uma distribuidora de títulos e valores em 1988; naquela época você teve de pagar
por uma licença que custava em torno de US$ 300.000,00. Durante o governo Collor, foi liberada
a abertura de distribuidoras, que a partir de então não mais precisaram pagar por essa licença
para se instalar e iniciar operações. Você decidiu vender hoje (2002) a sua licença. Pergunta:
Quanto vale a sua licença hoje?
Você comprou um estaleiro de construção e reparos navais. Investiu na construção de 2 diques
flutuantes para reparos navais, cada um tendo custado US$ 15.000.000,00. Algumas das
características técnicas desses diques são: comprimento de 30 metros e capacidade para suportar
navios de ate 3.000 toneladas. Após o festejado lançamento de seus diques flutuantes, você foi
informado de que não existem navios cargueiros nem de passageiros com esse comprimento e
que 3.000 toneladas é um padrão irrisório.
Fórmula para Avaliação de Ativos – Empresas ou Projetos
A fórmula para determinar o valor presente de ativos é dada por...
M Ó D U L O 1
14
Analisando Finanças Corporativas
No caso particular, onde FCs atendam aos requisitos de perpetuidade, podemos usar a fórmula que
representa o limite para o qual converge a série: Somatório dos FCs.
VP do Ativo = FC
1
 / K - g
Onde: K é a taxa de desconto apropriada ao risco do FC, utilizada para descontar até o Valor Presente (VP)
e g é a taxa de crescimento do FC em perpetuidade.
Obs.: Fazer os exercícios dirigidos no final deste capitulo.
VISUALIZANDO O DESCONTO PARA O VALOR PRESENTE...
Exemplo: Queremos avaliar um projeto de investimentos em um sistema de informática. Suponha que o
projeto seja a locação de mão-de-obra especializada para apoio técnicoe operacional a uma determinada
empresa, por um prazo de 5 anos. A empresa contratante vai pagar à sua firma um valor anual de $
500.000,00, durante esses 5 anos, ao final de cada ano. Seus custos fixos e variáveis (mão de obra e
manutenção) somam $280.000,00 anuais (devidos ao final de cada ano). A alíquota do imposto de renda
é de 20%. A taxa de retorno esperada é de 30% ao ano. Quanto vale esse projeto para sua empresa? Em
outras palavras: qual é o valor presente desse projeto?
Solução do exemplo:
Sabendo que o valor presente de um ativo é sempre o valor presente dos seus fluxos de caixa projetados
por toda a vida útil do projeto, vamos calcular os fluxos de caixa que esse projeto vai proporcionar à sua
empresa...
Cálculo dos fluxos de caixa líquidos ano 1 ano 2
Faturamento anual 500.000,00 500.000,00
Custos Fixos + variáveis anuais 280.000,00 280.000,00
Lucro bruto anual 220.000,00 220.000,00
Imposto de renda (20%) 44.000,00 44.000,00
Fluxo de caixa líquido anual 176.000,00 176.000,00
Fizemos as contas para determinar os fluxos de caixa do ano 1 e do ano 2. Não precisamos fazer para os
outros anos (3, 4 e 5), pois não existe variação alguma de ano para ano. Tendo determinado o fluxo de caixa
do projeto a cada ano, devemos calcular o valor presente de todos esses fluxos de caixa...
M Ó D U L O 1
15
Analisando Finanças Corporativas
VP = 176 / (1,3)1 + 176 / (1,3)2 + 176 / (1,3)3 + 176 / (1,3)4 + 176 / (1,3)5
VP = 428.660,28
Em outras palavras, o valor, hoje, de tudo o que o projeto vai proporcionar ao seus detentores ao longo dos
próximos cinco anos, descontado pela taxa de retorno adequada, é de $ 428.660,28.
Resposta do exemplo:
O valor do projeto hoje é de $ 428.660,28. Considere que a implementação desse projeto, hoje, envolva
investimentos da ordem de $ 220.000,00 em máquinas, equipamentos, seleção e treinamento de mão-de-
obra. Sabendo que o projeto vale $ 428.660,28 e que custa $ 220.000,00 podemos dizer que o projeto é viável
e lucrativo. O projeto paga a taxa de retorno de 30% ao ano e ainda deixa um lucro – VPL – de $ 208.660,28 a
valores de hoje.
Vamos considerar outro cenário. Considere que os custos para a implementação do projeto fossem, por
exemplo, de $ 600.000,00. Nesse caso, o projeto seria inviável, pois não pagaria a taxa de retorno esperada –
de 30% ao ano – aos seus investidores. O projeto, com esses custos, vai gerar um prejuízo de $ 171.339,72.
UNIDADE 5: VPL, REVISÃO E FECHAMENTO DO DIA 1
A fórmula para determinar o valor presente de ativos é dada por...
No caso particular, onde FC’s atendam aos requisitos de perpetuidade, podemos usar a fórmula que
representa o limite para o qual converge a série: Somatório dos FC’s.
VP do Ativo = FC
1
 / K - g
Onde: K é a taxa de desconto apropriada ao risco do FC, utilizada para descontar até o Valor Presente (VP)
e g é a taxa de crescimento do FC em perpetuidade.
Obs.: Fazer os exercícios dirigidos no final deste capítulo.
Critério para Análise de Viabilidade Econômica de Projetos
VPL = Valor Presente Liquido
VPL é a diferença entre o valor presente do projeto e o seu custo, no tempo zero.
Decisão de Investir ou Não VPL = Valor Presente (VP) – Custo (Io)
Decisão Ótima Se o VPL é maior do que zero, então é lucrativo.
M Ó D U L O 1
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Analisando Finanças Corporativas
Exemplo:
Suponha que o projeto Xavante custe $ 2.500 para ser implementado. Esse projeto tem uma vida útil de
apenas 2 anos. Os resultados projetados são: obter um FC de $ 2.200,00 ao final do primeiro ano e outro FC
de $ 2.420,00 ao final do segundo ano. Calcule o VPL do projeto Xavante, assumindo que a taxa apropriada
para desconto dos fluxos de caixa seja de 10% ao ano.
Solução...
VPL = Valor - Custo
Custo = $ 2.500,00
Valor = S
t=1
t=2 FCt / (1+k)t = 2.200 / 1,1 + 2.420,00 / (1,1)2 = 4.000,00
VPL = 4.000,00 - 2.500,00 = 1.500,00
Resposta: VPL = $ 1.500,00
Podemos, alternativamente, fazer esse cálculo com o auxilio da calculadora financeira.
As calculadoras financeiras têm uma função chamada NPV – sigla em inglês –, que significa VPL, em
português. Para utilizar essa função, devemos carregar na calculadora as informações referentes aos fluxos
de caixa e à taxa de juros.
- 2.500,00 CFo
2.200,00 CFj
2.420,00 CFj
10 i
Pedimos então para a calculadora calcular o NPV, que significa VPL:
Obtemos VPL = $1.500,00
M Ó D U L O 2
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Analisando Finanças Corporativas
MÓDULO 2
UNIDADE 1: REVISÃO
Análise de Viabilidade Econômica de um Projeto de Investimentos em uma Estrada Rodoviária
em Processo de Privatização.
Exemplo nº 1...
O governo federal está abrindo uma licitação que visa à privatização, por um período de 5 anos, de uma
estrada rodoviária que liga duas importantes capitais. O preço mínimo estipulado para o leilão é de $
2.000.000,00. Pergunta-se: quanto você poderia oferecer nesse leilão, para vencer essa licitação? Qual
será o lucro que você poderá ter com esse projeto?
Observação: Na prática, os períodos para privatização são mais longos, situam-se em torno de 25 anos.
Porem para efeitos acadêmicos e práticos de facilitar a nossa análise em sala de aula, vamos considerar
esse prazo como sendo de apenas 5 anos.
Outras informações relevantes...
Custos fixos e variáveis e fluxo de veículos previsto para essa estrada nos próximos 5 anos:
Ano 1 2 3 4 5
Numero de
Veículos (Q) 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800
Pedágio 2 2.5 3 3.5 4
CV 0,80 0,90 1,00 1,20 1,40
CF 400 450 500 550 600
Alíquota do imposto de renda, IR = 30%;
Taxas de retorno de projetos de privatização equivalentes:
Taxa de retorno da estrada Auto Silva = 25,3%
Taxa de retorno da estrada Expressa Moreira = 26,1%
Taxa de retorno da estrada Linha Roxa = 24,6%
Solução do exemplo 1:
Ano 1 2 3 4 5
Veículos Q 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800
Pedágio 2 2.5 3 3.5 4
Faturamento 2.000 3.000 4.200 5.600 7.200
CV 0,80 0,90 1,00 1,20 1,40
CV Q 800 1.080 1.400 1.920 2.520
CF 400 450 500 550 600
Lucro Bruto 800 1.470 2.300 3.130 4.080
IR 30% 240 441 690 939 1.224
Lucro Líquido (FC) 560 1.029 1.610 2.191 2.856
Taxa de retorno média para estradas privatizadas = 25,2%
M Ó D U L O 2
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Analisando Finanças Corporativas
Cálculo do valor presente de cada fluxo de caixa:
VP FC1 447,28
VP FC2 656,46
VP FC3 820,38
VP FC4 891,71
VP FC5 928,40
O valor presente de todos os retornos projetados a serem obtidos com esse projeto é...
VP Total = 3.744,234
Valor Presente do projeto é $ 3.744.234
Custo do projeto é o preço a ser pago no leilão; os outros custos são os operacionais CV e CF, pois a estrada
já existe.
Se pagarmos no leilão $ 2.000.000,00 o lucro desse projeto será de $ 1.744.234.
Se pagarmos no leilão $ 2.500.000,00 o lucro desse projeto será de $ 1.244.234.
Se pagarmos no leilão $ 3.000.000,00 o lucro desse projeto será de $ 744.234.
Resposta do exemplo no. 1:
Devemos ir ao leilão, iniciar fazendo a oferta pelo preço mínimo de $ 2.000.000,00 e, conforme outras
ofertas sejam colocadas, podemos subir nossa oferta até um limite superior – que não deve ser atingido
– de $ 3.744.234.
UNIDADE 2: A RELAÇÃO DOS CRITÉRIOS MAIS ATUALIZADOS...
1.Payback Simples
2.Payback Descontado
3.Valor Presente Líquido – VPL (NPV, em inglês)
4.Taxa Interna de Retorno – TIR (IRR, em inglês)
5.Índice de Lucratividade Líquida – ILL
6.Ponto de Equilíbrio – Break Even, em inglês.
1) PAYBACK SIMPLES (PS)
Muitas vezes firmas possuem um período de disponibilidade para investimento de capital e procuram
projetos que lhes possibilite recuperar o capital investido dentro desse período. O período de Payback é
o prazo que o projeto demora em se pagar. Pelo critério do PayBack quanto menor o período que o
projeto leva para se pagar melhor. Se o período PayBack for menor do que a vida útil do projeto então o
projeto é viável.
O critério Payback simples simplesmente conta quantos períodos de tempo – quantos meses ou anos,
por exemplo – serão necessários para ressarcir os investidores dos custos do projeto. É tecnicamente
errado por não descontar todos os valores para compará-los em uma mesmadata no tempo. Esse critério
está neste capitulo, como alerta do que não fazer.
Fórmula
Não existe uma fórmula geral, devemos simplesmente contar os períodos...
M Ó D U L O 2
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Analisando Finanças Corporativas
Exemplo no.1
Seja um projeto na área de informática. O Projeto custa $ 2.000.000 para ser implantado hoje e promete
pagar a seqüência de fluxos de caixa – ver abaixo – durante 5 anos, quando, então, estará obsoleto. Qual é
o período Payback Simples desse projeto?
Fluxos de caixa do projeto de informática...
t=0 t=1 t=2 t=3 t=4 t=5
-2.000.000 500.000 600.000 900.000 1.800.000 1.900.000
Solução:
Contando, observamos que o prazo – período Payback – para o projeto pagar o investimento de
$ 2.000.000,00 ocorre em 3 anos.
O problema é que nenhum investidor vai querer investir $ 2.000.000,00, que poderiam estar em outra
aplicação, por exemplo, para aplicar nesse projeto e receber este mesmo valor a prazo, ao longo de 3
anos, correndo os riscos operacionais do projeto não dar certo, quando poderia estar ganhando uma taxa
de retorno em outra aplicação e então teria ao final desses 3 anos mais do que os $ 2.000.000,00 investidos.
2) PAYBACK DESCONTADO (PD)
Meso fundamento do Payback simples com a diferença de se descontar o FC antes de calcular-se o
período de Payback. Ou seja, trabalhamos com o valor presente. Esse é um critério tecnicamente correto.
Exempl no. 2: Considere um projeto na área de TI, com uma taxa de retorno esperada K = 10% ao ano, que
apresente um custo inicial, para a sua implantação, de $ 3.500,00 e que apresente a perspectiva de
retorno abaixo. Determinar o período Payback descontado desse projeto.
Fluxos de caixa do projeto de TI:
t=0 t=1 t=2 t=3 t=4 t=5
-3.500,00 1.100,00 1.210,00 1.331,00 1.464,10 1.610,51
Solução...
Primeiro, precisamos descontar todos os fluxos de caixa desse projeto do seu valor presente, data zero, ou
seja, a data de hoje...
FC : -3500,00 1100,00 1210,00 1331,00 1464,10 1610,51
Calculando o valor presente de cada Fluxo de Caixa (FC):
FC descontado: -3500,00 1000,00 1000,00 1000,00 1000,00 1000,00
Se esse projeto pagar de uma forma contínua ao longo do tempo, poderemos fazer um rateio no último
ano, para determinarmos a fração de tempo necessária do último período, a fim de ressarcir os investidores.
Por exemplo: projetos que envolvam vendas no varejo.
Payback Descontado =3,5 anos se FC’s dos projetos são contínuos.
Se esse projeto pagar de uma forma discreta – não contínua – ao longo do tempo, não poderemos fazer um
rateio e, nesse caso, o período Payback será 4. Por exemplo: projetos que paguem dividendos uma vez por ano.
Payback Descontado = 4 anos se FC’s do projeto são anuais.
M Ó D U L O 2
20
Analisando Finanças Corporativas
3) VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)
O critério do VPL é, sem duvida, o mais utilizado no mercado. É um critério tecnicamente correto. O VPL
mede o valor do lucro ou do prejuízo de um projeto. Se o VPL for positivo significa lucro; se negativo
significa prejuízo.
Fórmula:
VPL = Valor (hoje) – Custos (hoje)
Considera que $ hoje vale mais do que o mesmo $ amanhã. Porque $ hoje pode ser investido e começar
a ter retorno a partir de hoje. Ou seja, reconhece o valor do dinheiro no tempo. Depende somente dos
fluxos de caixa projetados e do custo de oportunidade do capital. Ou seja, depende apenas dos resultados
e de quanto custa obter esses resultados.
VPL é a medida absoluta da relação entre Custo – investimentos – e Beneficio – valor do projeto. Nas
máquinas de calcular financeiras, a sigla VPL geralmente está em inglês (NPV). Quando usamos o critério
do VPL para analisar projetos, queremos saber se o projeto vale mais do que custa – lucro – ou se custa
mais do que vale – prejuízo.
Exemplo...
O projeto Tabajara pretende desenvolver uma nova interface para ser usada com sistemas que
hoje não se comunicam. Em 3 anos, os grandes fabricantes deverão colocar no mercado
programas que se comunicarão sem necessidade do auxílio dessa interface. Os custos envolvidos
hoje para desenvolvimento desta interface são $ 3.000.000,00 e os resultados líquidos – fluxos
de caixa – deverão ocorrer pelos próximos 3 anos, conforme a tabela abaixo. A sua missão é
determinar se o projeto Tabajara é viável, usando o VPL. Sua empresa tem uma taxa de retorno
média, para seus projetos, de 5% ao ano.
Fluxos de caixa projetados do projeto Tabajara:
t=0 t=1 t=2 t=3
-3.000.000 1.100.000 1.210.000 1.331.000
Solução...
VPL = Valor – Investimentos
VPL = [1.100.000 / (1+0,05) + 1.210.000 / (1+0,05)2 + 1.331.000 / (1+0,05)3 ] – 3.000.000
VPL = 3.294.893 – 3.000.000 = 294.893
Resposta: O VPL do projeto Tabajara é de $ 294.893,00
Conclusão: O projeto Tabajara é lucrativo, pois, alem de pagar a taxa de retorno de 5% deixa um excesso
de $ 294.893.
Solução pela calculadora financeira
Podemos resolver este problema usando uma calculadora financeira; basta fazer...
– 3000000 Cfo
1100000 CF(1)
1210000 CF(2)
1331000 CF(3)
5 i
M Ó D U L O 2
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Analisando Finanças Corporativas
E então encontraremos a mesma resposta que obtivemos pela fórmula:
VPL = $ 294.893,00
Resposta: VPL = $ 294.893,00
Exemplo...
Suponha agora que taxa de retorno que sua empresa tem é 15% ao ano. Qual é o VPL do projeto Tabajara
nestas novas condições?
Solução...
VPL = Valor – Investimentos
VPL = [1.100.000 / (1+0,15) + 1.210.000 / (1+0,15)2 + 1.331.000 / (1+0,15)3 ] – 3.000.000
VPL = 2.746.610 – 3.000.000 = – 253.390,32
Resposta: O VPL do projeto Tabajara é negativo: $ 253.390,30
Conclusão: Com uma taxa de desconto de 15%, o projeto Tabajara não é lucrativo, pois deixa um prejuízo
de $ 253.390,32.
Solução pela calculadora financeira...
Podemos resolver esse problema usando uma calculadora financeira; basta fazer...
– 3000000 Cfo
1100000 CF(1)
1210000 CF(2)
1331000 CF(3)
15 i
E então encontraremos a mesma resposta que obtivemos pela fórmula:
VPL = – $253.390,32.
Resposta: VPL = negativo $253.390,32
Podemos observar que, dependendo da taxa de desconto, um mesmo projeto pode ser lucrativo ou não.
Existe uma taxa que faz o VPL ser zero. À taxa que faz o valor do projeto ser igual ao seu custo chamamos
Taxa Interna de Retorno (TIR - IRR em inglês). Esse é o nosso próximo critério a ser estudado.
4) TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR (IRR – INTERNAL RATE OF RETURN)
A Taxa Interna de Retorno – TIR – é a taxa de desconto pela qual o VPL do projeto é Zero. A TIR é a taxa de
retorno intrínseca do projeto. Quando usamos o critério da TIR para analisar projetos, queremos saber se
TIR é maior ou menor do que a taxa de desconto do projeto.
Exemplo...
Qual é a TIR do projeto Brasil? Esse projeto de investimentos em construção civil custa hoje
$1.000.000,00. Promete pagar aos seus investidores um único fluxo de caixa no valor de $1.300.000,00
em t=1. Considerando que o CMPC desse projeto seja de 20% ao ano, você investiria?
Solução: t=0 t=1
- 1.000.000 1.300.000
M Ó D U L O 2
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Analisando Finanças Corporativas
Sabendo que a TIR é a taxa que faz o VPL ser zero, podemos determinar a TIR da seguinte forma...
VPL = Valor – Custos = 0
VPL = 1.300.000 / (1 + TIR) – 1.000.000 = 0
1.300.000 / (1 + TIR) = 1.000.000
1 + TIR = 1,3
TIR = 0,3 = 30%
Resposta: Sim você pode investir; a TIR é de 30%.
Solução pela calculadora financeira...
Podemos resolver esse problema usando uma calculadora financeira; basta fazer...
– 1000000 Cfo
1300000 CFj
E então encontraremos a mesma resposta:
IRR = 30%
Exemplo...
Qual é a TIR do projeto Tabajara - apresentado anteriormente?
Fluxos de caixa projetados do projeto Tabajara
t=0 t=1 t=2 t=3
-3.000.000 1.100.000 1.210.000 1.331.000
Solução pela calculadora financeira
Podemos resolver este problema usando uma calculadora financeira, basta fazer:
– 3000000 Cfo
1100000 CF(1)
1210000 CF(2)
1331000 CF(3)
E então encontraremos: IRR = 10%
Resposta: TIR = 10%
Exemplo...
Calcule a TIR para o projeto Omega que custe $4.000, tem vida útil de 2 anos e apresente os
seguintesfluxos de caixa projetados: FC1 = 2.000 e FC2 = 4.000.
Solução: 4000 = 2000 / (1+r) + 4000 / (1+r)2
4000 (1+r)2 / (1+r)2 = 2000 (1+r) / (1+r)2 + 4000 / (1+r)2
4000 (1+r)2 - 2000 (1+r) – 4000 = 0
4000 (1 + 2r + r2) - 2000 (1 + r) – 4000 = 0
4 r2 + 6 r - 2 = 0
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Analisando Finanças Corporativas
Lembrando que: [-b (+/-) (b2 – 4ac)] / 2ª
[-6 +/- (36 + 32)] / 8 = [-6 +/- (68)] / 8 = [-6 +/- 8,24] / 8
Resposta: [-14,24 / 8] = -1,78 e [2,24 / 8] = + 0,28
Resposta: TIR = 28%
Solução pela calculadora financeira
Podemos resolver este problema usando uma calculadora financeira, basta fazer:
– 4000 Cfo
2000 CF(1)
4000 CF(2)
E então encontraremos a mesma resposta: IRR = 28%
Resposta: TIR = 28%
Características da TIR:
O Numero de TIR’s é igual ao numero de períodos de vida econômica do projeto.
O Numero de TIR’s positivas é o numero de mudanças de sinal na seqüência de FC’s
Somente interessa ao analista financeiro a TIR positiva.
Quando temos projetos que envolvam vários períodos devemos usar sempre a calculadora, pois resolvendo
pelas formulas teremos uma equação do grau n para resolver que muitas vezes é demorado.
5) ÍNDICE LUCRATIVIDADE LÍQUIDA - ILL
ILL = V.P. entradas / V.P. saídas
ILL é medida relativa de benefício x custo
ILL = VP / Custos
Vantagens Desvantagens
 Método indireto de ver o VPL Assume mercado de capitais perfeito
 Critério de aceitação ILL > 1 Se ILL(a) > ILL(b) não implica A > B
Exemplo...
Qual é o ILL do projeto CDS o qual apresenta taxa K = 10% e as seguintes características
t=0 t=1 t=2 t=3
-2000 1100 1210 1331
VP receitas 3.000
VP aportes 2.000
ILL é 1,5
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Analisando Finanças Corporativas
MÓDULO 3
6) PONTO DE EQUILÍFVIO – BREAK EVEN
O ponto de equilíbrio em uma empresa ocorre quando a quantidade produzida e vendida de produtos
(bens ou serviços) é suficiente, e apenas suficiente, para pagar os custos envolvidos. Existem,
fundamentalmente, três pontos de equilíbrio usados no mercado o ponto de equilíbrio operacional, o
ponto de equilíbrio contábil e o ponto de equilíbrio econômico. Quando trabalhamos com ponto de
equilíbrio, queremos saber se a demanda de mercado e a capacidade de produção é maior do que o
ponto de equilíbrio.
Ponto de equilíbrio operacional. É o mais simples. Considera apenas os custos variáveis e custos fixos
de produção. Não pode ser usado para nossas analises, pois é incompleto. É uma medida de custo
operacional.
Fórmula:
PQ = CF + CV Q
Exemplo:
Considere que sua empresa tenha um projeto do qual quer analisar sua viabilidade. O projeto é o
desenvolvimento e comercialização do programa MRPWX para uso genérico na indústria no controle de
estoques e movimentação de cargas. Seus custos fixos para produção que incluem aluguéis, salários dos
funcionários, serão de $400.000,00/mês. Os custos variáveis para elaboração de cada programa pronto
para ser vendido (manuais, caixas, CDs, vistas técnicas aos clientes e outros custos que variem conforme
o número de produtos vendidos) são de $6.000,00 para cada unidade produzida e vendida. O preço de
venda de cada programa MRPWX é $10.000,00. Qual é a quantidade mínima de programas a serem
vendidos todo mês para pagarmos pelo menos as contas fixas variáveis?
Solução:
Queremos saber a quantidade Q.
PQ = CF + CV Q
10.000 Q = 400.000 + 6.000 Q
10.000 Q – 6.000 Q = 400.000
4.000 Q = 40.000
Q = 400.000 / 4.000
Q = 100 unidades
Resposta: Precisamos produzir e vender pelo menos 100 programas todo mês, somente para pagar os
custos fixos e variáveis.
O problema com o ponto de equilíbrio operacional é que existem outros custos envolvidos, além dos
custos fixos e variáveis operacionais. Por esta razão, o ponto de equilíbrio operacional não é útil em
nossas analises de viabilidade econômica. Vamos estudar agora o ponto de equilíbrio contábil, que apesar
de não ser ainda o modelo que usaremos, é mais completo, é o ponto de equilíbrio dos contadores.
Ponto de equilíbrio contábil. É mais completo do que o operacional, pois considera também os custos
(não financeiros) da depreciação e os impostos. É uma medida de custo contábil.
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26
Analisando Finanças Corporativas
Fórmula:
PQ = CF + CV Q + Depreciação + IR (PQ – CF – CV Q – Depreciação)
Ponto de equilíbrio econômico. Este é o ponto de equilíbrio que usamos em nossas análises, pois
considera todos os custos relevantes, incluindo o custo de capital, que é a remuneração dos investidores.
É uma medida de custo econômico. Não consideramos a depreciação por não representar um fluxo de
caixa, seu efeitos são apenas indiretos via redução do pagamento do imposto de renda.
Fórmula:
PQ = CF + CV Q + Custo do Capital + IR (PQ – CF – CV Q – Depreciação)
Exemplo:
Um fabricante asiático de computadores (cujo nome omitimos) está com a firme intenção de estabelecer
sua nova fábrica de computadores na região centro-sul do Brasil. Após intensa negociação, com as
autoridades locais, foi acordado que o município fornecerá o terreno para implantação da fábrica por um
prazo de 10 anos. A fábrica de computadores estará isenta de todos os impostos com exceção do IR
(Imposto de Renda), cuja alíquota esta fixada em 40%. Os valores dos investimentos diretos (valores de
hoje) para implantação da fábrica estão orçados em $150.000.000,00. Considere todos os investimentos
como totalmente depreciáveis. Após 10 anos a fábrica deverá comprar o terreno ou fechar e devolver o
terreno ao governo local. O preço de venda de cada computador está estimado em $3.800,00. O tamanho
do mercado global para esta classe de icomputador é 10 milhões de máquinas por ano. A intenção é
obter logo de início e manter uma market share de 1% deste mercado. O custo variável por unidade
(computador produzido) é estimado em $3.000,00. Os custos fixos serão de $32 milhões por ano. A
depreciação é linear. A taxa de retorno que os investidores esperam obter com os investimentos nesta
fábrica é 12% ao ano. Para efeitos de simplificação dos nossos cálculos considere que não haverá
crescimento nas vendas durante estes 10 anos e considere também que será produzido apenas um único
modelo de máquina.
A partir dessas premissas fundamentais fornecidas (valores em dólares) calcule o VPL deste projeto e os
três Break Even: operacional, contábil e econômico.
Solução:
Primeiro vamos calcular o VPL
Podemos montar então a seguinte tabela para os resultados esperados...
ANO 0 ANO 1,...,10
Investimento (em milhões) -150
Receitas (Faturamento) 380
Custos Variáveis Totais 300
Custo Fixo 32
Lajir 48
Imposto de Renda 13,2
Fluxo de Caixa operacional 34,8
Fluxo Líquido de Caixa -150 34,8
M Ó D U L O 3
27
Analisando Finanças Corporativas
CALCULO DO VPL: VPL = - 150 + ∑
t=1
 10 34,8 / (1,1) t = 46,627 milhões
Depois vamos ao cálculo dos pontos de equilíbrio
1) Cálculo do ponto de equilíbrio operacional
P.Q= CV.Q + CF
Q = CF / (P – CV) = 32.000.000,00 / (3.800,00 – 3.000,00) = 40.000
2) Cálculo do ponto de equilíbrio contábil
P.Q = CV.Q + CF + D + IR.(P.Q – CV.Q – CF – D)
P.Q = CV.Q + CF + D + IR. P.Q - IR CV.Q – IR CF – IR D)
P.Q – CV.Q - IR. P.Q + IR CV.Q = CF + D – IR CF – IR D
Q = [CF + D – IR CF – IR D] / [P – CV - IR. P + IR CV]
Cálculo da depreciação
Taxa de depreciação do imobilizado: linear durante 10 anos...
$150.000.000,00 / 10 = 15.000.000,00
Voltando à fórmula...
Q = [CF + D - IR CF – IR D] / [P – CV - IR. P + IR CV]
 = [32 + 15 – (0,4)32 – (0,4)15] (106) / [3.800 – 3.000 – (0,4)3.800 + (0,4)3.000]
 = 28.200.000 / 480 = 58.750
3) Cálculo do ponto de equilíbrio econômico
P.Q = CV.Q + CF + C.Cap. + IR.(P.Q – CV.Q – CF – D)
P.Q = CV.Q + CF + C.Cap. + IR. P.Q – IR CV.Q – IR CF – IR D
P.Q – CV.Q – IR. P.Q + IR CV.Q = CF + C.Cap. – IR CF – IR D
Q = [CF + C.Cap. – IR CF – IR D] / [P – CV – IR. P + IR CV]
Cálculo do custo do capital
Podemos usar a nossa calculadora financeira para calcularmos o custo do capital.
A taxa de retorno, dada pelo enunciado do problema, é 12% ao ano.
O capital a ser investido, quetem um custo, e que deve ser remunerado, é $150.000.000,00.
O prazo para este projeto se pagar, juros mais principal, é 10 anos.
O valor futuro deste projeto após estes 10 anos é zero.
Queremos saber qual é pagamento anual que devemos ter a cada ano.
Colocando na calculadora...
150.000.000,00 PV
12 i
10 n
0 FV
PMT = ?
Obtemos PMT = 26.547.624,62
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Analisando Finanças Corporativas
Podemos agora substituir os valores na fórmula do ponto de equilíbrio econômico...
Q = [32 + 26,54762462 – (0,4)32 – (0,4)15](106) /[3.800 – 3.000 – (0,4)3.800 + (0,4)3.000]
 = 32.747.624,62 / 480 = 82.807,55 (Esta resposta é inaceitável!)
 = 82.808 Esta é a resposta correta pois não podemos ter frações de máquinas
Resumo com a comparação das diferentes medidas de ponto de equilíbrio, Break Even.
Medida de caixa operacional: P.Q= CV.Q + CF
Onde Q = 40.000 computadores por ano.
Caixa Operacional = 0
Medida de custos contábeis: P.Q= CV.Q + CF + D + IR.(P.Q – CV.Q – CF – D)
Onde Q = 58.750 computadores por ano.
Lucro Contábil = 0
Medida de custos econômicos: P.Q= CV.Q + CF + C.Cap. + IR.(P.Q – CV.Q – CF – D)
Onde Q = 82.808 computadores por ano.
VPL = 0
Observação: Quando você estiver calculando número mínimo de produtos, por exemplo computadores,
não é admissível uma resposta fracionária. Arredonde para o próximo inteiro. Logicamente se você estiver
calculando o número máximo de produtos que caberiam em algum lugar, arredonde para o inteiro
anterior!!!
Conferência dos resultados obtidos
Ponto de equilíbrio operacional
Vendas: 40.000 máquinas
(+) Faturamento: 40.000 x 3.800 = 152.000.000,00
(-) Custos Variáveis: 40.000 x 3.000 = 120.000.000,00
(-) Custos Fixos = 32.000.000,00
(=) Resultado Operacional = 0,00
Ponto de equilíbrio contábil
Vendas: 58.750 veículos
(+) Faturamento: 58.750 x 3.800 = 223.250.000,00
(-) Custos Variáveis: 58.750 x 3.000 = 176.250.000,00
(-) Custos Fixos = 32.000.000,00
(-) Pagamento de impostos IR.(P.Q – CV.Q – CF – D)
(0,4) (223,25 – 176,25 – 32 – 15) 106 = 0,00
(-) Despesas de Depreciação: = 15.000.000,00
(=) Resultado Contábil: = 0,00
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Analisando Finanças Corporativas
Ponto de equilíbrio econômico
Vendas: 82.808 máquinas
(+) Faturamento: 82.808 x 3.800 = 314.670.400,00
(-) Custos Variáveis: 82.808 x 3.000 = 248.424.000,00
(-) Custos Fixos = 32.000.000,00
(-) Pagamento de impostos IR.(P.Q – CV.Q – CF- D)
(0,4) (314.670.400 – 248.424.000 – 32.000.000 – 15.000.000)
(0,4) (19.246.400) = 7.698.560,00
(-) Custo Periódico do Capital = 26.547.624,62
(=) Resultado Econômico: = 215,38
Deveria ser zero. Essa diferença é devida à aproximação feita. Em vez de utilizarmos 82.807,55 maquinas,
utilizamos, em nossos cálculos, 82.808 máquinas, pois não encontraríamos consumidor interessado em
comprar 0,55 de um computador. Dado que fabricamos 0,45 máquinas a mais, obtivemos um resultado
de $215,38 positivo, que é o lucro líquido dessa fração de máquina após pagamento dos impostos
proporcionais.
UNIDADE 1: ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
A necessidade de Capital de Giro nasce do descompasso entre contas a pagar e contas a receber. Quando
recebemos antecipadamente, para pagar nossos gastos depois, não precisamos de Capital de Giro. Quando
pagamos antes, para receber depois, precisamos de Capital de Giro. O melhor modo de entender a razão
pela qual Capital de Giro é necessário é observarmos o que sucede quando não o levamos em
consideração.
Exemplo:
Suponha que você montou uma empresa com todo o cuidado e planejamento necessário. Você pretende
vender um único produto: óculos. O preço de venda de cada óculos é $10,00. A projeção de vendas é dada
abaixo. Os custos variáveis por unidade são $3,80. Os custos fixos são de $6.000,00 por mês. Todas as suas
transações são realizadas à vista. Considere a alíquota do IR = 30%.
Projeção de Vendas
Janeiro 1.000 unidades
Fevereiro 1.500 unidades
Março 2.250 unidades
Abril 3.375 unidades
e assim sucessivamente
Demonstrativo de resultados projetados
Tempo Janeiro Fevereiro Março Abril
Vendas 1.000 1.500 2.250 3.375
Faturamento 10.000,00 15.000,00 22.500,00 33.750,00
Custos Fixos 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00
Custos Variáveis 3.800,00 5.700,00 8.550,00 12.825,00
Lajir 200,00 3.300,00 7.950,00 14.925,00
IR (Lajir) 60,00 990,00 2.385,00 4.477,50
FCO 140,00 2.310,00 5.565,00 10.447,50
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Analisando Finanças Corporativas
Analise: Nosso Fluxo de Caixa das Operações (FCO) é sempre positivo, ótimo.
Suponha agora que seus vendedores voltaram todos sem vender nada com a seguinte explicação: Chefe,
precisamos dar, aos clientes, prazo de 90 dias para que eles nos paguem, pois os concorrentes no mercado
fazem assim.
Você poderia retrucar que gostaria de ter prazos também para pagar por sua matéria prima. Suponha que
você obtenha um prazo de 30 dias para pagar os seus custos fixos (aluguel, salários, prestações assumidas)
e que obtenha 60 dias para pagar seus fornecedores (matéria prima).
Novo demonstrativo de resultados projetados
Tempo Janeiro Fevereiro Março Abril
Vendas 1.000 1.500 2.250 3.375
Faturamento 0,00 0,00 0,00 10.000,00
Custos Fixos 0,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00
Custos Variáveis 0,00 0,00 3.800,00 5.700,00
Lajir 0,00 -6.000,00 -9.800,00 -1.700,00
IR (Lajir) 0,00 -1.800,00 -2.940,00 -510,00
FCO 0,00 -4.200,00 -6.860,00 -1.190,00
Analise: Nosso Fluxo de Caixa das Operações (FCO) NÃO é mais sempre positivo!
Teste rápido: O que significa IR negativo?
Como resolver este problema de Capital de Giro?
a) Devemos dimensionar o volume necessário do Capital de Giro.
b) Devemos determinar quando será necessário o Capital de Giro
UNIDADE 2: OPERAÇÕES COM JUROS SIMPLES: DESCONTO DE DUPLICATAS
Introdução
Vamos estudar o que significam Taxas de Desconto e Taxas de Rentabilidade. Estudaremos suas aplicações
no mercado, como, por exemplo, no desconto de duplicatas e títulos no dia-a-dia do comércio.
Definições
As taxas de desconto bancário são sempre expressas em termos de juros, com capitalização simples,
salvo indicação em contrário do seu banco ou dos nossos exercícios.
Quando o prazo da operação é dado em termos comerciais, os juros são chamados de juros comerciais e
quando o número de dias dos meses correspondem aqueles do ano civil, são chamados de juros exatos.
(Juros comerciais são os que ocorrem nos prazos comerciais, enquanto juros exatos levam em consideração
os dias, os meses e os anos civis.)
A taxa de rentabilidade i é aplicada sobre o valor presente (VP), durante n períodos, para produzir o valor
futuro (VF). Por outro lado, a taxa de desconto D é aplicada sobre o valor futuro (VF), durante n períodos,
para obtermos o valor presente (VP).
M Ó D U L O 3
31
Analisando Finanças Corporativas
Jargão de mercado: É usual o mercado se referir ao valor presente (VP) como valor do principal (P) e ao
valor futuro (VF) como valor do montante (S).
Esquematicamente, podemos representar essas relações da seguinte forma...
VP => <= VF
rentabilidade desconto
períodos: t = 0 t = 1 t = 2 ... t = n
Taxa de Desconto Versus Taxa de Rentabilidade
Quando falamos em ir ao banco para aplicar, hoje, um valor de R$ 100,00 a uma taxa de 10% em juros
simples ao ano, para obtermos um valor futuro de R$ 110,00 daqui a 1 ano, estamos falando em Taxa de
Rentabilidade.
Assim: 10% de 100,00 é 10,00, pois a rentabilidade é calculada sobre VP.
Quando falamos em ir ao banco para realizar uma operação de desconto de um título (duplicatas, por
exemplo) com valor futuro de R$ 110,00 daqui a 1 ano, a uma taxa de 10% em juros simples ao ano, para
obter, hoje, o valor de R$ 99,00, estamos falando em Taxa de Desconto.
Assim: 10% de 110,00 é 11,00, pois o desconto é calculado sobre VF.
Desconto de Duplicatas
Quando uma firma vende uma mercadoria, ela emite uma nota fiscal. De acordo com a lei, essa nota fiscal
deve ter algumas vias (cópias). Assim, uma via acompanha a mercadoria vendida e vai para a contabilidade
do comprador, outra via fica com ovendedor e vai para sua contabilidade, uma terceira via deve permanecer
fixada ao talão de notas fiscais e, dependendo da legislação, podem ser exigidas ainda outras vias.
Suponha que o vendedor da mercadoria conceda ao comprador um prazo de, digamos, 90 dias, para pagar
pela mercadoria comprada hoje. Dessa forma, o vendedor fica credor de quantias a serem pagas no futuro
pelo cliente que comprou a mercadoria.
Se, daqui a algum tempo, um mês por exemplo, o vendedor precisar de dinheiro, poderá dirigir-se a um
banco e pedir um adiantamento desses valores que tem a receber. O banco adiantará os pagamentos ao
vendedor e, no futuro, receberá diretamente do cliente (comprador da mercadoria), na data estabelecida
para o pagamento.
O processo ocorre da seguinte forma: o vendedor vai ao banco e explica ao gerente que tem valores a
receber por ter vendido mercadorias e que, no futuro, vai receber esses valores (pagamentos a serem
realizados pelo comprador das mercadorias). O banco solicita, então, comprovação de que a transação foi
efetivamente realizada (venda das mercadorias). A maneira utilizada pelo mercado para comprovar a
transação realizada é uma duplicata da nota fiscal. Desse modo, a nota fiscal, que é o comprovante da
transação, é resumida e, então, uma versão simplificada da nota fiscal, chamada de duplicata, é
confeccionada e enviada ao banco, que vai adiantar os pagamentos.
M Ó D U L O 3
32
Analisando Finanças Corporativas
Esse processo recebe o nome de Desconto de Duplicata. Obviamente, o banco cobra uma taxa por esse
adiantamento e faz tal cobrança adiantado, liberando para o vendedor da mercadoria, que está descontando
a duplicata, um valor menor do que o valor do pagamento a ser feito no futuro pelo comprador da
mercadoria. A diferença entre o valor liberado hoje e o valor a receber no futuro são os juros da operação
de desconto de duplicatas. Esse é o retorno que o banco obtém por adiantar (emprestar) recursos a quem
está necessitando deles hoje. Nas operações bancárias de desconto de duplicatas, é normalmente utilizado
o conceito de taxas de desconto.
 DUPLICATA
Data: 10 setembro de 1992
Emitente: Fábrica de Garrafas Garrafão Ltda.
Sacado: Refrigerantes Gelados S.A.
Endereço: Rua Silva 333, Centro, Rio de Janeiro, RJ
Valor: R$ 10.000,00 (dez mil reais)
Data do vencimento: 10 de dezembro de 1992
Jargão de Mercado
Emitente é a entidade que está emitindo esse documento (duplicata). Sacado é aquele contra quem está
sendo emitida a duplicata. Em nosso exemplo, o sacado é a companhia de refrigerantes Gelados, que
comprou garrafas.
Desconto de Promissórias
O conceito de Desconto de Promissórias é o mesmo do de Desconto de Duplicatas. Uma promissória é
um instrumento de confissão de dívida. O emitente da promissória é aquele que a assina, reconhecendo
que deve e que vai pagar determinado valor, em data fixada nessa mesma promissória.
PROMISSÓRIA R$ 100,00
Emitente: João da Silva
Prometo pagar: R$ 100,00 (cem reais)
Data de vencimento: 15 de janeiro de 2002
Data: 11/09/2000
Assinatura: João da Silva
Fórmulas
Fórmula para desconto: VP = VF (1 – i . n)
Como chegamos à essa fórmula? Consideremos a questão por partes...
a) os juros para desconto de títulos são calculados sobre o valor futuro e, por essa razão, podemos escrever
que Juros (desconto) = VF . i . n;
b) o valor que vamos receber hoje é igual ao valor futuro menos os juros descontados e, por essa razão,
podemos escrever que o Valor Presente = VF – Juros;
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33
Analisando Finanças Corporativas
Substituindo uma fórmula na outra teremos:
Fórmula dos juros para desconto: Juros = VF . i . n
Fórmula do valor presente após o desconto: VP = VF – Juros
Substituindo juros na fórmula do VP: VP = VF – VF . i . n
Podemos colocar VF em evidência: VP = VF ( 1 – i . n )
Pronto!
Exemplos
1) Você vendeu hoje uma mercadoria a um cliente por R$ 10.000,00, com pagamento acertado para daqui
a 2 meses (60 dias). O problema é que você precisa de dinheiro hoje para fechar a folha de pagamentos de
sua firma. Você decide ir ao Banco Forte e descontar a duplicata relativa à essa venda. Suponha que o
gerente do Banco Forte lhe informe que a taxa de desconto está fixada em 3% ao mês, a juros simples.
Quanto você vai receber se descontar essa duplicata?
Solução:
Fórmula para desconto: VP = VF (1 – i . n)
Substituindo os valores: VP = 10.000 (1 – 0,03 . 2)
Calculando: VP = 10.000 (0,94)
Obtemos: VP = 9.400,00
Resposta: Você vai receber R$ 9.400,00.
2) Suponha agora que você tenha um título com valor futuro de R$ 110,00, com data de vencimento para
daqui a um ano. Você decide, então, ir a uma instituição financeira para descontar esse título hoje e
receber o valor presente que ele possui. Suponha também que a instituição lhe desconte o título e
entregue em suas mãos, hoje, R$ 100,00. Qual é a taxa de desconto que faz R$ 110,00, no futuro (daqui a um
ano), valer R$ 100,00 hoje?
Solução:
Fórmula para desconto: VP = VF (1 – i . n)
Substituindo os valores: 100 = 110 ( 1 – i . 1)
Calculando: 100 = 110 – 110 i
Passando 110 i para o outro lado: 110 i + 100 = 110
Passando 100 para o outro lado: 110 i = 110 – 100
Subtraindo: 110 i = 10
Passando 110 para o outro lado: i = 10 / 110
Obtemos: i = 0,090909
Resposta: Se você retirar 9,090909% de 110,00 obterá 100,00.
3) Um banco comercial realiza operações de desconto de DUPLICATAS, de acordo com os seguintes
critérios, a juros simples...
a) a taxa cobrada pelo banco é de 5% ao mês;
b) os juros são pagos antecipadamente.
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Analisando Finanças Corporativas
Assim, se um cliente desejar realizar uma operação de desconto de uma duplicata no valor de R$
100.000,00, com vencimento para daqui a 3 meses, poderá ir ao banco para receber hoje o valor desta
duplicata descontados os juros. Os juros da operação serão de 15% (pois estamos tratando de juros
simples) de R$ 100.000,00, isto é, R$ 15.000,00, e o valor líquido recebido pelo cliente, na data da operação,
será de R$ 85.000,00, uma vez que os juros são pagos antecipadamente. Os dados dessa operação podem,
então, ser assim resumidos...
Valor liberado hoje pelo banco: R$ 85.000,00;
Prazo n da operação: 3 meses;
Valor a ser pago no final do 3º mês: R$ 100.000,00;
A taxa de desconto é de 5% ao mês, com juros simples.
Fazendo as contas usando a fórmula...
VP = VF – Juros
VP = 100.000,00 – 100.000,00 x 3 x 0,05
VP = 100.000,00 – 15.000,00
VP = 85.000,00
Conclusão
A utilidade do cálculo de valores em desconto de duplicatas e promissórias com juros simples. No dia-a-
dia das empresas, em seu relacionamento com os bancos, os descontos dos títulos (promissórias ou
duplicatas, por exemplo) muitas vezes são realizados da forma como estudamos nesta unidade, isto é,
com juros simples.
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Analisando Finanças Corporativas
MÓDULO 4
UNIDADE 1: ANÁLISE DE CRÉDITO ADMINISTRAÇÃO DE DUPLICATAS A RECEBER
Política de Crédito
Determinações quanto à seleção, padrões, critérios e condições de crédito.
Seleção de Crédito
Decisão quanto à concessão de crédito a um cliente e aos limites quantitativos do mesmo.
Obtenção de Informações de Crédito
Demonstrações Financeiras;
Bureaux de Créditos;
Trocas diretas com associações locais (ex-clientes, clientes…);
Consulta Bancaria (nos bancos com os quais o cliente opera; saldos médios, pontualidade…).
Classificação de Crédito
Procedimento que produz uma pontuação capaz de refletir o potencial financeiro global de um solicitante
de crédito, que resulta de uma media ponderada dos pontos relativos a características financeiras e
creditícias.
Como os analistas examinam um Pedido de Crédito?
Os analistas de investimentos ou os financiadores quando estudam um Pedido de Crédito concentram-se
nos 5 Cs:
1) Caráter:
Aspectos como talento, confiabilidade, honestidade são sempre mencionados quando da definição de
caráter. O histórico de crédito é muito importante na medida em que um cadastro ruim normalmente
elimina o candidato, em contrapartida um cadastroperfeito não conta pontos (é tido como obrigação de
qualquer um).
2) Capacidade de Cash Flow (Fluxo de Caixa):
Os financiadores precisam acreditar que o fluxo de caixa será adequado para cobrir o pagamento da
dívida enquanto ela durar. Analise dos demonstrativos financeiros com ênfase nos índices de liquidez e
endividamento
3) Colaterais (Garantias):
Nenhum financiador tomará decisão de emprestar dinheiro baseado somente em garantias. Porém tentará,
após análise dos outros aspectos, conseguir as melhores garantias possíveis. Podem ser: alienações
fiduciárias, hipotecas de ativos tangíveis, e mais importante, a garantia dada pelo aval pessoal do tomador.
Quando do aval pessoal, os financiadores querem de fato é um sinal de comprometimento real do tomador
em relação a responsabilidade pelo pagamento da dívida.
4) Contribuição:
Raciocinando pelo absurdo, nenhum financiador concordaria em financiar 100% de uma operação. O
empresário que tenta este tipo de operação está como que dizendo ao financiador: “Alô financiador,
tenho um bom negócio, não quero apostar o meu dinheiro nele, porém gostaria que você aposte o seu”. O
financiador precisa “ver” o tomador colocando o seu próprio capital na operação como uma forma de
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36
Analisando Finanças Corporativas
dizer: “Alô financiadores, vejam, eu confio tanto no meu negócio, que estou colocando $X, preciso que
vocês me emprestem $X ou $2X”.
Normalmente uma relação de 2:1 (para débito:crédito) é considerada normal. Para indústrias com altas
taxas de fracassos (restaurantes, moda), a relação deve ser menor. Para industrias com baixo índice de
fracassos (imóveis, vestuário), a alavancagem pode ser normal com relações de 4:1.
5) Condições:
Condições econômicas e empresariais vigentes que possam afetar a saúde operacional e econômica do
cliente com reflexos em sua capacidade de liquidar suas obrigações.
Padrões de Crédito
Os requisitos mínimos exigidos para concessão de crédito a um cliente. O conhecimento das variáveis
chave, que precisam ser consideradas quando uma empresa está pensando em afrouxar ou apertar seus
padrões de crédito dará uma idéia geral acerca dos tipos de decisões envolvidas.
Variáveis chave
As variáveis mais importantes a serem consideradas na avaliação das alterações nos padrões de crédito
são: volume de vendas, investimento em duplicatas a receber e perdas com devedores incobráveis.
Volume de vendas
Alterações nos padrões de crédito devem acarretar mudanças no volume de vendas. Se os padrões de
crédito forem afrouxados, deve-se esperar um crescimento nas vendas; por outro lado, se ocorrer um
aperto nas condições de crédito, deverá se esperar uma redução nas vendas. Em direção oposta, comporta-
se o número de devedores incobráveis.
Investimentos em duplicatas a receber
Carregar ou manter duplicatas a receber acarreta um custo à empresa, equivalente aos ganhos que se
deixa de obter em outras aplicações, decorrente da necessidade de comprometimento de fundos com
este ativo (contas a receber são um ativo).
UNIDADE 2: ANÁLISE DE CRÉDITO
Perdas com devedores incobráveis
A probabilidade (ou risco) de uma conta tornar-se incobrável, aumenta com a maior flexibilização dos
padrões de crédito, afetando os lucros negativamente. Efeitos opostos podem ser esperados com o aperto
nos padrões de crédito.
Exemplo...
A FERRAMENTEX, fabricante de pecas para tornos mecânicos, está atualmente vendendo um produto por
$10 a unidade. As vendas (todas a crédito) do ano mais recente foram de 60.000 unidades. O custo variável
unitário é $6 e o custo fixo total, é de $120.000,00.
A empresa esta pretendendo flexibilizar os padrões de crédito e espera-se que essa medida acarrete um
acréscimo de 10% nas vendas, para 66.000 unidades anuais, um aumento no período médio de cobrança
do seu nível atual de 30 para 45 dias, e um aumento no nível atual de devedores incobráveis de 1% para
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37
Analisando Finanças Corporativas
2% sobre as vendas. A taxa de juros simples que os banco cobram para descontar as duplicatas da empresa
é de 3% ao mês (desconto simples).
Deve a FERRAMENTEX flexibilizar seus padrões para concessão de crédito?
Solução:
Para determinar se a FERRAMENTEX deve adotar padrões de crédito mais flexíveis, é necessário calcular
o seu efeito sobre a contribuição adicional aos lucros, decorrentes das vendas, o custo do investimento
marginal em duplicatas a receber e o custo marginal com devedores incobráveis.
Contribuição adicional aos lucros
Aumento de vendas 6.000 unidades
Lucro marginal $10 - $6 = $4 por unidade
Lucro adicional $24.000,00 total
Incremento nos custos com Desconto de Duplicatas
Plano atual (30 dias de prazo)
60.000 unidades a $10 cada = faturamento total anual = 600.000,00
O custo para descontar estas duplicatas é 0,03 x 600.000 x 1 mês = 18.000,00
Ou seja, posto que todas as vendas são a prazo, precisamos descontar $600.000,00 todo os anos, a uma
taxa de juros simples de 3% ao mês, pelo prazo de um mês.
Plano proposto (45 dias de prazo)
66.000 unidades a $10 cada = faturamento total = 660.000,00
O custo para descontar estas duplicatas é 0,03 x 660.000 x 1,5 meses = 29.700,00
O incremento nos custos com descontos de duplicatas é $11.700,00
Custo marginal dos devedores duvidosos
Plano proposto 0,02 x $10 x 66.000 = 13.200,00
Plano atual 0,01 x $10 x 60.000 = 6.000,00
Custo marginal com devedores incobráveis 7.200,00
Resultados da flexibilização
Contribuição adicional aos lucros pelas vendas $24.000,00
Custo adicional com desconto - $11.700,00
Custo incremental marginal com incobráveis - $7.200,00
Contribuição Líquida $5.100,00
Resposta: Haverá contribuição positiva no valor de $5.100,00 com a flexibilização das condições de
crédito.
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Analisando Finanças Corporativas
UNIDADE 3: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, IMPOSTOS E FLUXO DE CAIXA
Contabilidade
É a ciência que tem por objetivo registrar, controlar e analisar os atos e fatos administrativos de uma
atividade econômica (empresa).
Registro
Linguagem contábil de nível elevado, realizada pelos profissionais da área contábil.
Registros contábeis em livros próprios dos eventos do dia-a-dia da empresa. Por exemplo, Livro Diário,
Razão, Caixa e outros registram a compra e venda de maquinas, equipamentos, estoques, etc.
Controle
Exerce praticamente os controles dos registros contábeis, principalmente dos bens patrimoniais. Por
exemplo, o controle da existência física do estoque, cujo custeio se confrontará com o registro contábil.
Controle das contas pagar e a receber, em prazos e montantes.
Análise
Executa análise a qualquer tempo dos registros e dos controles patrimoniais.
Podemos analisar a existência de divergência dos inventários, estoque mínimo, tempo de permanência,
índices de rentabilidade e lucratividades das atividades empresariais.
Resumidamente, pode-se afirmar que a Contabilidade é a ciência da informação cujos dados serão
utilizados no processo de tomada de decisão. Após registradas as operações da Cia durante o exercício
social, a Contabilidade tem como meta elaborar as ferramentas que compõem as demonstrações
financeiras e que serão utilizadas no processo decisório. Desta forma, a Contabilidade atende as suas duas
funções básicas: função administrativa: controle do patrimônio e função econômica: apuração do resultado.
As principais peças que compõem as demonstrações contábeis são...
a) Balanço Patrimonial, que evidencia a situação do patrimônio da entidade em um dado ponto no tempo.
Como podemos observar, o lado direito do balanço mostra como é que o lado esquerdo (empresa) é
financiado. Como podemos observar, uma empresa é financiada por uma composição de capital próprio
e capital de terceiros.
b) Demonstração do Resultado do Exercício, que aponta a situação econômica da empresa, demonstrando
o lucro ou prejuízo gerado em um determinado período de tempo.
M Ó D U L O 4
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Analisando Finanças Corporativas
Demonstrativo de Resultados
Vendas (quantidade) Q
Preço x P
Faturamento = P Q
Custo Variável

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