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Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo 24.02.2021, quarta-feira Imunidade e Tumor Imunologia Neoplasia • A neoplasia (do Grego neo = “novo”, plasis = “crescimento/multiplicação celular”), ou tumor, é uma forma de proliferação celular NÃO controlada pelo organismo, com uma tendência para a autonomia e perpetuação; • Uma célula neoplásica é uma célula que perdeu o controle do ciclo celular e da apoptose. ↳ Essa alta taxa de proliferação causa danos teciduais e interfere na funcionalidade dos órgãos afetados. ↳ Elas perdem sua capacidade de regular o ciclo celular e a apoptose por possuírem uma instabilidade genética; Instabilidade genética é o acúmulo de mutações ao longo de várias gerações; Essas mutações podem ser causadas por diversos fatores, como radiação, acúmulo de EROs, infecções virais. Multiplicação descontrolada das células alteradas Acúmulo de células tumorais Tumor Características Principais das Células Neoplásicas • Desregulação do ciclo celular → Células tumorais possuem uma multiplicação extremamente desenfreada e não precisam passar pelos checkpoints que asseguram ausência de mutações; • Evasão de sinais supressores de crescimento → Células tumorais conseguem ignorar a mensagem do organismo de cessar crescimento; • Invasão e metástase → Algumas células tumorais conseguem se desprender do tumor e invadir outros tecidos; • Imortalidade → Células tumorais são resistentes à apoptose, o que faz delas imortais; • Indução da angiogênese → Tumores são capazes de fazer com que novos vasos sanguíneos cresçam para irrigar o tumor, com oxigênio e nutrientes, e drenar produtos do seu metabolismo; Genética dos Tumores • Proto-oncogenes/oncogenes → São genes que promovem a proliferação celular (mitógenos); ↳ Quando esses genes sofrem mutação que induzem à superexpressão, eles causam câncer; ↳ Ex.: MYS e RAS. Angiogênese Evasão de supressão Imortalidade Metástase Desregulação do ciclo celular CÂNCER Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo • Genes supressores de tumor → São genes que promovem a parada e ciclo celular e apoptose. ↳ Se esses genes sofrem uma mutação que causam sua inibição, causam câncer; ↳ Exs.: P53, RB, BCL2, ABL. Tumores Benignos e Tumores Malignos • Tumor benigno → Encapsulado, pouco competitivo e sem metástase • Tumor maligno → Não possui cápsula fibrosa, é extremamente competitivo e realiza metástase. Tumor benigno Tumor maligno Vigilância Imune • O sistema imune patrulha rotineiramente e protege o corpo do câncer; ↳ Ele reconhece e destrói clones de células antes que elas se transformem em tumores e também elimina tumores depois de tumores. • A falha desse mecanismo de vigilância é o que causa o desenvolvimento de neoplasias malignas. Antígenos Tumorais • São antígenos expressos SOMENTE em células tumorais que não são expressos em células normais; ↳ Pelo fato de a célula tumoral ser altamente instável, ocorre a desregulação da expressão gênica. • Além dos antígenos tumorais, também existem antígenos associados ao tumor. ↳ Esses antígenos são constituintes de células normais cuja expressão é alterada. Os Três E’s da Resposta Imune Contra o Câncer • Eliminação → As reações de imunidade inata e adaptativa causam a destruição das células tumorais; • Equilíbrio → Dormência, persistência clínica não-detectável; ↳ Pode durar muitos anos, sendo mantido pelo controle do sistema imune. • Escape → Ocorre quando os tumores conseguem inibir a vigilância imunológica e resposta dos Linfócitos TCD4+ e Células NK. ↳ Ocorre progressão do câncer devido ao acúmulo de mutações, à perda de expressão de antígenos relevantes, imunossupressão, inflamação ou exaustão das células efetoras. Resposta Imune contra tumores • Inata → Célula NK → Reconhece moléculas de stress (EROs) e células com baixa expressão de MHC de classe I; • Adaptativa → Linfócito T CD8+ → Reconhece antígenos tumorais via MHC I. Agentes cancerí- genos Inativação de gene supressor de tumor Ativação de oncogene Formação de tumor Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo Células LAK (Assassinas Ativadas por Linfocinas) • As células da resposta imune inata e os Linfócitos T CD4+ ativadas produzem IFN-γ e IL-2, que convertem as Células NK ativadas em células LAK; • Outras citocinas, como a TNF-α aumentam a expressão de MHC de Classe I nas células tumorais ativando Linfócitos T CD8+; Imunogenicidade dos Antígenos Tumorais • Os antígenos expressos na superfície dos tumores são fracamente imunogênicos; ↳ Isso ocorre porque as células tumorais são derivadas de células do hospedeiro, isso faz com que os antígenos sejam muito parecidos. Escape e Evasão Imunológica • As pressões seletivas do sistema imune resultam na sobrevivência e no crescimento das células tumorais e reduzem sua imunogenicidade; • Isso pode ocorrer por: ↳ Falha em produzir antígenos tumorais; ↳ Diminuição da expressão do MHC I.; ↳ Além disso, o ambiente onde o tumor se encontra é isolado do resto do organismo, formando um microambiente; As células tumorais aumentam a atividade dos Linfócitos Treg, aumentando a secreção de TGF-β e IL-10; Essas citocinas inibem a ação das células imunes que estão envolvidas na vigilância. ↳ As células tumorais são capazes de ativar receptores inibitórios, utilizados para impedir a apresentação de antígenos via MHC de Classe I. Alguns desses receptores inibitórios ativados pelas células tumorais CTLA-4 e PD-1. • Além disso, existem fatores relacionados ao hospedeiro que influenciam a evasão imunológica, como: Antígeno tumoral Célula tumoral Célula NK Plasmócito Célula dendrítica (APC) Linfócito T CD8+ Linfócito T CD4+ Linfócito B Anticorpos Ativa Apresenta Ativa Ativa Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo ↳ Deficiência na apresentação dos antígenos tumorais pelas células APCs; ↳ Falhas para atingir o tumor (ex. barreira do estroma); ↳ Macrófagos M2 associados ao tumor promovem seu crescimento e angiogênese; ↳ Ação de células Treg suprimindo células T reativas ao tumor. Imunoterapia para Tumores • Existem diversos mecanismos quimioterápicos, porém na maioria deles o alvo afetado não é apenas as células tumorais; ↳ Alguns quimioterápicos possuem como alvo células com alta taxa de multiplicação, pois as células tumorais possuem um alto potencial mitógeno; Porém isso pode acabar gerando comorbidades, pois atinge outras células que normalmente também possuem uma alta taxa de reprodução. • Portanto, como alternativa surgiram as imunoterapias: ↳ Elas são mais específicas, porém em geral possuem um custo ais elevado. Bloqueio de Pontos de Controle • Consiste em bloquear moléculas que inibem a atividade dos Linfócitos T, fazendo com que essas células se tornem mais efetivas em destruir tumores; • O primeiro fármaco dessa classe a ser desenvolvido é um anticorpo monoclonal específico para CTLA-4, o receptor inibidor em células T para B7; • Os principais efeitos adversos desse tratamento são reações autoimunes e inflamatórias. ↳ Contudo, na maioria dos casos, esses efeitos podem ser mitigados ao fazer uma terapia de uso de anti- inflamatórios em conjunto aos bloqueios de pontos de controle. Vacinação com Antígenos Tumorais • A vacinação com antígenos tumorais funciona de forma semelhante à vacinação contra antígenosvirais; Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo ↳ Essa vacinação resulta em respostas imunes intensificadas contra o tumor. • O desenvolvimento de tumores induzidos por vírus pode ser diminuído de forma significante com a vacinação preventiva usando antígenos virais ou vírus vivos atenuados Imunoterapia Passiva com Anticorpos • Envolve transferência de anticorpos tumor- específicos em pacientes com câncer; • É uma abordagem rápida e, teoricamente, muito específica; ↳ Apesar disso, essa imunoterapia não leva à imunidade duradoura. • Os anticorpos contra tumores agem pelos seguintes mecanismos: ↳ Anticorpos se ligam a moléculas de superfície das células tumorais e ativam o L T CD8+ e a Célula NK; ↳ Anticorpos se ligam a receptores de superfície para fatores de crescimento; ↳ Engajadores de Célula T Específicos → “Guiam” os Linfócitos T até o local dos tumores com grande especificidade; ↳ Imunotoxinas → Quimioterápicos ligados ao anticorpo, o que faz com que eles sejam administrados em grande quantidade. • Neoplasia → Crescimento celular descontrolado causado por mutações em proto- oncogenes e genes supressores de tumor (instabilidade genética) que desregulam o ciclo celular das células tumorais; ↳ As células tumorais além de possuírem um ciclo celular desregulado, possuem capacidade de evasão, invasão e metástase, imortalidade e indução da angiogênese. • Vigilância imune → Patrulha do sistema imune feita principalmente pelas Células NK e Linfócitos T CD8+, e que possui como objetivo impedir o desenvolvimento de tumores; ↳ Antígenos tumorais → São antígenos expressos APENAS em células tumorais; ↳ Antígenos associados ao tumor → Expressos em células normais e em células tumorais, porém nestas últimas esses antígenos são expressos em maior quantidade. • Três E’s da resposta imune contra tumores: ↳ Eliminação → Quando o sistema imune consegue eliminar as células tumorais; ↳ Equilíbrio → O sistema imune NÃO elimina completamente as células tumorais, mas as impede de se multiplicarem; ↳ Escape/Evasão → Quando a célula tumoral inibe a vigilância imunológica. Ocorre por falha em produzir antígenos tumorais, diminuição da expressão de MHC I, ativação de Linfócitos Treg ou receptores inibitórios pelas células tumorais. • Imunoterapias → Uso de componentes do sistema imune para combater tumores: ↳ Bloqueio de pontos de controle → Bloqueio de moléculas que inibem os Linfócitos T; ↳ Vacinação com antígenos tumorais → Ativam respostas imunes contra tumores; ↳ Imunoterapia passiva com anticorpos → Transferência de anticorpos desenvolvidos in vitro que são específicos contra o tumor. Os AC se ligam na superfície de tumores e ativam o L TCD8+ e a Célula NK, 🚫 receptores de fatores de crescimento e guiam as células imunes até o tumor. resumo
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