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Tutoria 4 - Mecanismos de Agressão e Defesa

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Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II)
 UCVI – Mecanismos de Agressão e Defesa
TUTORIA 3
1. Entender e classificar os principais parasitas;
2. Discutir os processos de transmissão dos parasitas intestinais e sanguíneos;
3. Entender o ciclo biológico e a fisiopatologia do Ascaris lumbricoides;
4. Compreender o mecanismo de agressão e evasão por helmintos e protozoários;
5. Entender os mecanismos de defesa por helmintos e protozoários;
6. Explicar a resposta imune dos protozoários (interação PAMPs e receptores TLRs, reação inflamatória crônica e imunidade adaptativa TH1/TH2);
7. Explicar a resposta imune dos helmintos;
8. Citar o tratamento das parasitoses, bem como suas formas de prevenção por parasitas;
9. Explicar o mecanismo de ação e posologia do albendazol;
10. Discutir a distribuição geográfica das principais parasitoses no Brasil;
11. Compreender as ações governamentais de prevenção e tratamento das doenças acometidas por parasitoses.
1. ENTENDER E CLASSIFICAR OS PRINCIPAIS PARASITAS;
Importância dos parasitos 
A parasitologia médica compreende o estudo de animais invertebrados capazes de causar doença em seres humanos e outros animais. Embora as doenças parasitárias sejam frequentemente consideradas “tropicais” e, portanto, de pouca importância para médicos que atuam nos países desenvolvidos e de clima mais temperado, é evidente que o mundo se tornou um lugar muito pequeno e que o conhecimento dos médicos acerca das doenças parasitárias é essencial. O impacto global das infecções parasitárias e o número de mortes associadas a parasitos são estarrecedores e devem ser motivo de preocupação para todos os profissionais de saúde (Tabela 761). Cada vez mais, turistas, missionários, voluntários das Forças de Paz e outros estão visitando e trabalhando por longos períodos em regiões exóticas e remotas do mundo. Portanto, essas pessoas encontram se sob o risco de infecções causadas por parasitos ou outros agentes que são raros nos Estados Unidos ou em outros países mais desenvolvidos. Outra fonte de pacientes infectados provém do número cada vez maior de refugiados de países em desenvolvimento. Finalmente, os problemas de imunossupressão profunda que acompanham avanços na terapia médica (p. ex., transplante de órgãos), assim como aqueles associados a pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), colocam um número crescente de indivíduos sob o risco de desenvolvimento de infecções causadas por certos parasitos. Dadas essas considerações, clínicos e técnicos de laboratório devem estar atentos à possibilidade da doença parasitária e devem ser treinados para solicitar, realizar e interpretar os testes laboratoriais apropriados para auxiliar no diagnóstico e terapia.
Classificação e estrutura 
Os parasitos de seres humanos são classificados dentro de quatro reinos eucarióticos: Protozoa, Animalia (Metazoa), Fungi e Stramenopila (anteriormente denominando Chromista) (Tabela 762). Tradicionalmente, a classificação parasitária levou em consideração a morfologia de estruturas intracitoplasmáticas, como o núcleo, o tipo de organelas de locomoção e o modo de reprodução (Tabela 763). Mais recentemente, o novo consenso taxonômico tem sido baseado principalmente nos avanços do nosso entendimento da bioquímica e biologia molecular de organismos inferiores (p. ex., Protozoa, Fungi e Stramenopila). Comparações da subunidade menor do RNA ribossomal (SSU rRNA) e sequências de proteínas tornaram possível o arranjo de organismos dentro de grupos baseados nas distâncias evolutivas. Além disso, a identificação de certas organelas encontradas em células eucarióticas, com suas origens procarióticas, tornou possível organizar todos os organismos vivos em um esquema taxonômico realístico e evolutivamente sólido. Organismos pertencentes aos reinos Protozoa e Stramenopila são animais nos quais as funções vitais ocorrem em uma única célula. Os microsporídios também são organismos unicelulares e foram previamente classificados como protozoários; entretanto, atualmente se acredita que eles estejam mais proximamente relacionados com os fungos do que com os protozoários, e os microsporídios têm sido reclassificados como pertencentes ao reino Fungi. Apesar desta reclassificação, existe relutância entre os parasitologistas em ceder esse grupo, enquanto micologistas estão relutantes em aceitálo. Portanto, por questões históricas, bem como estabelecidas razões diagnósticas, epidemiológicas e terapêuticas, manteremos a discussão dos microsporídios em conjunto com o reino Protozoa, com o entendimento de que eles são mais relacionados com os fungos. Os membros do reino Animalia, também conhecidos como metazoários, são animais multicelulares nos quais as funções vitais ocorrem em estruturas celulares organizadas como sistemas de órgãos e tecidos.
- Protozoa 
Os protozoários são microrganismos simples que variam em tamanho de 2 a 100 μm. Possuem protoplasma envolto por uma membrana celular e contendo inúmeras organelas, incluindo um núcleo delimitado por membrana, um retículo endoplasmático, grânulos de armazenamento de nutrientes e vacúolos contráteis e digestivos. O núcleo contém cromatina agrupada ou dispersa e um cariossoma central. Órgãos de motilidade variam de simples extrusões citoplasmáticas ou pseudópodes a estruturas mais complexas, como flagelos ou cílios. O reino Protozoa compreende 13 subgrupos principais, ou filos, sete dos quais têm importância na parasitologia médica. 
1. Os Flagelados: Metamonada, Parabasalia, Percolozoa e Euglenozoa Previamente agrupados no antigo subfilo Mastigophora, os flagelados são agora distribuídos em quatro filos: Metamonada, Parabasalia, Percolozoa e Euglenozoa. Os flagelados movimentamse por meio de seus flagelos, que se assemelham a chicotes. O número e a posição dos flagelos variam grandemente nas diferentes espécies. Além disso, estruturas especializadas associadas aos flagelos podem produzir uma aparência morfológica característica, que pode ser útil na identificação das espécies. 
2. 2. Amoebozoa: O filo Amoebozoa, englobando as amebas, é equivalente ao antigo subfilo Sarcodina. A locomoção das amebas é realizada pela extrusão de pseudópodes (“falsos pés”). As amebas são fagocíticas e contêm mitocôndrias com cristas tubulares. 
3. Sporozoa: Os organismos do filo Sporozoa são frequentemente referidos como Apicomplexa ou Coccidia. O filo Sporozoa inclui um grande grupo de protozoários de reprodução sexuada e formadores de esporos, com comparáveis ciclos de vida e morfologias semelhantes ao nível da microscopia eletrônica. Esses organismos possuem um sistema de organelas produtor de substâncias na extremidade apical que os auxiliam a penetrar nas células do hospedeiro e, dessa forma, tornamse parasitos intracelulares. 
4. Ciliophora: O filo Ciliophora consiste em ciliados, incluindo uma grande variedade de espécies de vida livre e simbióticas. A locomoção dos ciliados envolve o movimento coordenado de fileiras de estruturas semelhantes a fios de cabelo, ou cílios. Os cílios são estruturalmente semelhantes aos flagelos, mas geralmente mais curtos e numerosos. Alguns ciliados são multinucleados. O único ciliado parasito de seres humanos, Balantidium coli, contém dois núcleos: um macronúcleo grande e um micronúcleo pequeno. 
5. Stramenopila (anteriormente Chromista): O reino Stramenopila foi criado para acomodar diversos organismos semelhantes a plantas, na maioria algas, que originalmente eram quimeras entre hospedeiros biflagelados eucarióticos e algas vermelhas simbióticas que perderam seus cloroplastos ao longo da evolução, mas que ainda retêm elementos de seus ancestrais, as algas vermelhas. Apesar de ter previamente migrado entre os reinos Fungi e Protozoa, Blastocystis spp. é atualmente alocado no reino Stramenopila (filo Bigyra, classe Blastocystea) com base em análises do rRNA 18S e outras evidências moleculares.
- Fungi1. Microspora (Microsporídios) : Anteriormente classificados como Protozoa, os microsporídios são hoje considerados fungos degenerados, com base nas sequências de α e βtubulina e nos estudos de filogenia molecular para achaperona hsp70. Evidências adicionais acerca da natureza fúngica dos microsporídios incluem esporos com paredes de quitina, ausência de complexos de Golgi e um mecanismo mitótico que é indistinguível daquele dos fungos ascomicetos. As espécies pertencentes ao filo Microspora são pequenos parasitos intracelulares. Organismos maduros parecem possuir organelas derivadas de mitocôndrias (microssomos) e membranas do tipo Golgi têm sido identificadas em associação com a formação do túbulo polar. Os microsporídios são caracterizados pela estrutura de seus esporos, os quais apresentam um mecanismo de extrusão tubular complexo (túbulo polar) utilizado para injetar o material infectante (esporoplasma) no interior das células hospedeiras. A origem do túbulo polar e deste singular método de infecção é considerada tanto necessária quanto suficiente para o início do parasitismo intracelular. 
- Animalia (Metazoa)
O reino Animalia (Metazoa) inclui todos os organismos eucarióticos que não pertencem aos reinos Protozoa, Stramenopila ou Fungi. Este capítulo discute dois amplos grupos de organismos de maior importância: os helmintos (“vermes”) e os artrópodes (caranguejos, insetos, carrapatos e outros). 
1. Helmintos: Os helmintos são organismos multicelulares complexos alongados e bilateralmente simétricos. Eles são consideravelmente maiores do que os protozoários parasitos e geralmente são macroscópicos, variando em tamanho de menos de 1 mm a 1 m ou mais. A superfície externa de alguns vermes é recoberta por uma cutícula protetora, a qual é acelular e pode ser lisa ou possuir projeções, espinhos ou tubérculos. A cobertura protetora dos vermes achatados (platelmintos) é denominada tegumento. Frequentemente, os helmintos possuem estruturas de fixação elaboradas, como ganchos, ventosas, dentes ou placas. Essas estruturas estão normalmente localizadas na região anterior e podem ser úteis na classificação e identificação dos organismos (Tabela 763). Os helmintos tipicamente apresentam sistemas nervoso e excretório primitivos. Alguns apresentam tratos alimentares; entretanto, nenhum apresenta sistema circulatório. Os helmintos são separados em dois filos, os Nematelmintos e os Platelmintos. 
2. Nematelmintos: O filo dos Nematelmintos consiste nos vermes cilíndricos, os quais possuem corpos cilíndricos. O sexo dos nematoides é separado e esses organismos apresentam um sistema digestivo completo. Os Nematelmintos podem ser parasitos intestinais ou infectar o sangue e os tecidos. 
3. Platelmintos: O filo dos Platelmintos consiste nos vermes achatados, os quais apresentam corpos que se assemelham a folhas ou se parecem com segmentos de fita. Os Platelmintos podem ser subsequentemente divididos em trematódeos e cestoides. Trematodas, ou trematódeos, apresentam corpos com aspecto de folha. A maioria é hermafrodita, com órgãos sexuais masculinos e femininos em um único corpo. O sistema digestivo é incompleto e apenas apresenta tubos em forma de saco. Os ciclos de vida são complexos; caramujos servem como primeiros hospedeiros intermediários e outros animais ou plantas aquáticas atuam como segundos hospedeiros intermediários. Cestoides, ou vermes em forma de fita, apresentam o corpo composto de fitas de proglotes ou segmentos. Todos são hermafroditas e não apresentam sistema digestivo, sendo os nutrientes absorvidos através das paredes do corpo. Os ciclos de vida de alguns cestoides são simples e diretos, enquanto os de outros são complexos e requerem um ou mais hospedeiros intermediários. 
4. Artrópodes : O filo Arthropoda é o maior grupo de animais no reino Animalia. Os artrópodes são organismos multicelulares complexos, que podem estar diretamente envolvidos em causar processos de doença invasivos ou superficiais (infestação), ou indiretamente como hospedeiros intermediários e vetores de muitos agentes infecciosos, incluindo protozoários e helmintos parasitos (Tabela 764). Além disso, o envenenamento por picada e ferroada de artrópodes pode resultar em reações adversas em seres humanos, que variam de reações alérgicas e de hipersensibilidade locais, a grave choque anafilático e morte. Existem cinco grandes categorias de artrópodes.
2. DISCUTIR OS PROCESSOS DE TRANSMISSÃO DOS PARASITAS INTESTINAIS E SANGUÍNEOS;
Os parasitas geralmente penetram no organismo pela
· Boca
· Pele
Os parasitas que entram pela boca são deglutidos e podem permanecer no intestino ou penetrar pela parede intestinal invadindo outros órgãos. Muitas vezes os parasitas penetram na boca por transmissão fecal-oral.
Alguns parasitas podem penetrar diretamente através da pele. Outros são transmitidos por picadas de insetos.
Em casos raros, os parasitas se disseminam por transfusões de sangue, em órgãos transplantados, por injeções com uma agulha previamente utilizada por uma pessoa infectada, ou de uma mulher grávida para o seu feto.
Alguns outros organismos infecciosos, como certos vírus e bactérias, também são transmitidos por esses mesmos métodos.
- Transmissão fecal-oral de parasitas
A transmissão fecal-oral é uma maneira comum de adquirir um parasita. Fecal se refere a fezes ou excrementos e oral se refere à boca, incluindo coisas levadas à boca. A infecção que se dissemina pela via fecal-oral é adquirida quando uma pessoa ingere, de alguma forma, algo que esteja contaminado por fezes de uma pessoa ou de um animal infectado, como um cão ou gato. Muitos parasitas invadem ou vivem no trato digestivo da pessoa. Assim, os parasitas ou seus ovos estão frequentemente presentes nas fezes das pessoas.
As pessoas infectadas muitas vezes disseminam sua infecção quando não lavam as mãos adequadamente após usar o vaso sanitário. Como suas mãos estão contaminadas, qualquer coisa que tocarem depois pode ser contaminada por parasitas (ou por bactérias ou vírus que causam distúrbios do trato digestivo). Se as pessoas com mãos contaminadas tocam em alimentos – em restaurantes, mercearias ou no lar – os alimentos podem ficar contaminados. Depois disso, qualquer pessoa que ingerir aqueles alimentos pode contrair a infecção.
A ingestão não tem que envolver alimentos. Por exemplo, se uma pessoa com as mãos contaminadas tocar em um objeto, como a porta de um banheiro, a porta pode ficar contaminada. Outras pessoas que tocarem a porta contaminada e depois levarem seus dedos à boca poderão ser infectadas pela via fecal-oral.
Outras formas pelas quais uma infecção pode se disseminar pela via fecal-oral incluem
· Beber água contaminada com esgoto não tratado (em áreas com más condições sanitárias)
· Comer moluscos crus (como ostras e mariscos) que foram cultivados em água contaminada
· Comer frutas, legumes ou verduras crus lavados em água contaminada
· Participar de atividade sexual que envolva contato da boca com o ânus
· Nadar em piscinas que não foram adequadamente desinfetadas ou em lagos ou partes do oceano que estejam contaminados com esgoto
Transmissão de parasitas pela pele
Alguns parasitas vivem no interior do corpo e penetram pela pele. Eles podem
· Perfurar diretamente a pele
· Ser introduzidos pela picada de um inseto infectado
Alguns parasitas, como ancilóstomos, penetram na pele da sola dos pés quando a pessoa caminha descalça em solo contaminado. Outros, como os esquistossomos, que são trematódeos, entram pela pele quando a pessoa está nadando ou tomando banho em água contendo os parasitas.
Insetos que transportam e transmitem organismos que causam a doença são chamados vetores. Alguns insetos vetores transmitem parasitas denominados protozoários (como aqueles que causam malária) e alguns helmintos (como aqueles que causam cegueira dos rios). Inúmeros desses parasitas têm ciclos de vida muito complexos.
Os insetos (por exemplo, piolhos) e ácaros (por exemplo, sarna) que perfuram ou vivem sobre a pele são conhecidos como ectoparasitas. Eles sãotransmitidos pelo contato próximo com uma pessoa infectada ou seus pertences.
· Parasitas intestinais 
Amebíase (ameba)
A ameba é um parasita do intestino grosso, onde ela se aloja causando diarreia. Ela pode invadir a parede do intestino e causar diarreia com sangue, o que já é um caso grave. Também pode ir até o fígado, pulmão ou cérebro, causando doença nesses locais.
Giardíase (giárdia)
A giárdia fica no intestino delgado do homem, onde podem se juntar e cobrir toda a parede do intestino, impedindo a absorção dos alimentos e causando diarreia, chegando até a dar perda de peso e anemia.
Ascaridíase (lombriga)
O áscaris é também conhecido como lombriga e também fica no intestino do homem, mas também passa pelo pulmão. Por isso, em casos mais graves, ocorre a saída de vermes pela boca ou pelo nariz das pessoas, além de obstrução do intestino, tendo às vezes até que operar o intestino para retirar os vermes.
Ancilostomíase (amarelão)
O ancilóstomo ou também amarelão entra pela pele das pessoas, podendo causar irritação, até chegar no intestino, passando também pelo pulmão. Ele suga o sangue pela parede do intestino, podendo causar diarreia pela inflamação e também anemia importante.
Enterobíase ou oxiuríase (coceira anal)
O oxiúros fica na parte final do intestino, e é conhecido por causar coceira na região do ânus, principalmente à noite. Nas meninas também pode causar corrimento vaginal.
Teníase (tênia)
A tênia é o maior parasita do homem, podendo ocupar todo o intestino do homem, ou seja, chegar a medir até 12 metros! A principal complicação da teníase é a neurocisticercose, que é quando os cistos da tênia vão até o cérebro das pessoas, podendo causar epilepsia em pessoas que nunca tiveram antes Esse quadro também é conhecido pela sua transmissão pela carne do porco, quando mal passada.
Transmissão
O mais importante é aprender que a maioria das parasitoses é transmitida pela alimentação ou pela água e pelo contato direto com os pés no chão. O germe entra pela boca ou pela pele até chegar no intestino onde ele vai crescer e se alimentar.
· Parasitas sanguíneos 
A seguir a transmissão de acordo com algumas doenças. 
Espécies de Plasmodium
Os plasmódios são parasitos coccídios ou esporozoários das células do sangue e, como ocorre com outros coccídios, exigem dois hospedeiros: o mosquito, para os estágios de reprodução sexuada, e o homem e outros animais, para os estágios de reprodução assexuada. A infecção por Plasmodium spp. (i.e., malária) é responsável por 1 a 5 bilhões de episódios febris e por 1 a 3 milhões de mortes anualmente, sendo 85% na África As cinco espécies de plasmódios que infectam os humanos são P. falciparum. P. knowlesi, P. vivax, P. ovale e P. malariae (Tabela 821). Estas espécies compartilham um ciclo biológico comum, conforme ilustrado na Figura 821. A infecção humana inicia com a picada de um mosquito Anopheles, que introduz os esporozoítos infectantes do plasmódio no sistema circulatório por meio de sua saliva. Os esporozoítos são transportados até as células parenquimatosas do fígado, onde ocorre a reprodução assexuada (esquizogonia). 
Além da transmissão por mosquitos, a malária também pode ser adquirida por transfusões de sangue proveniente de um doador infectado (malária de transfusão). Este tipo de transmissão também pode ocorrer entre usuários de drogas que compartilham agulhas e seringas. A aquisição por via congênita, embora rara, também é um meio possível de transmissão (malária congênita).
Espécies de babesia 
Babesia são esporozoários parasitos intracelulares, morfologicamente semelhantes aos plasmódios. A babesiose é uma zoonose que acomete vários animais, como os veados, gado e roedores; o homem é um hospedeiro acidental. A infecção é transmitida por carrapatos Ixodes. Babesia microti é o causador usual da babesiose nos Estados Unidos.
Ixodes dammini é o carrapato vetor responsável pela transmissão da babesiose nesta área, e os hospedeiros que atuam como reservatórios naturais são camundongos, arganazes e outros pequenos roedores.
Embora a maioria das infecções ocorra através das picadas dos carrapatos, infecções associadas a transfusões também foram demonstradas e vêm aumentando os casos de transmissão de B. microti por transfusão sanguínea nos Estados Unidos.
Toxoplasma gondii
Toxoplasma gondii é um coccídio parasito típico, relacionado a Plasmodium, Cystoisospora e outros membros do filo Esporozoa. T. gondii é um parasito intracelular encontrado em uma grande variedade de animais, incluindo pássaros e humanos. Só existe uma espécie, parecendo apresentar pouca variação entre as cepas. O hospedeiro que atua como reservatório essencial de T. gondii é o gato doméstico comum e outros felinos.
A infecção humana por T. gondii é ubíqua; porém tem se tornado mais aparente que certos indivíduos imunocomprometidos (pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida [AIDS]) são mais propícios ao desenvolvimento de manifestações graves. A grande variedade de animais que abrigam o organismo, carnívoros e herbívoros, bem como pássaros, contribui para transmissão amplamente disseminada. O ser humano pode ser infectado a partir de duas fontes: (1) ingestão de carne cozida de forma inadequada, obtida de animais que servem de hospedeiros intermediários, e (2) ingestão dos oocistos infectantes a partir das fezes de um gato contaminado. Estudos sorológicos mostram uma prevalência maior em populações humanas em que o consumo de carne crua ou de caldos de carne é popular. Destacase o fato de que testes sorológicos de populações humanas e de roedores são negativos nas poucas áreas geográficas onde não existem gatos. Surtos de toxoplasmose nos Estados Unidos geralmente são determinados por carne malcozida (p. ex., hambúrguer), assim como pelo contato com fezes de gato. A infecção transplacentária pode ocorrer na gravidez, tanto a partir da infecção adquirida por meio da ingestão de carne e de caldos de carne como por meio do contato com as fezes de gato. A infecção transplacentária a partir de uma mãe infectada tem efeito devastador sobre o feto. A infecção através da transfusão de sangue contaminado pode ocorrer, mas não é comum. O compartilhamento de agulhas entre usuários de drogas injetáveis também pode facilitar a transmissão de Toxoplasma.
Sarcocystis lindemanni 
Sarcocystis lindemanni é um coccídio típico muito próximo das formas intestinais de Sarcocystis suihominis, Sarcocystis bovihominis e C. belli, e do parasito do sangue e dos tecidos, T. gondii. S. lindemanni ocorre no mundo inteiro em vários animais, principalmente carneiro, gado e suínos. O ser humano pode ser infectado acidentalmente apenas como consequência da ingestão da carne desses animais. A maioria das infecções é assintomática, porém ocasionalmente uma infecção pode causar miosite, inchaço muscular, dispneia e eosinofilia. A infecção do miocárdio já foi observada, embora seja rara. Não existe tratamento específico para a infecção muscular. 
Amebas de vida livre 
Espécies de Naegleria, Acanthamoeba e Balamuthia, além de outras amebas de vida livre, são encontradas no solo e em lagoas, riachos e outros ambientes aquáticos contaminados. A maioria das infecções humanas com estas amebas é adquirida durante os meses quentes de verão por pessoas que se expõem às amebas enquanto nadam em águas contaminadas. A inalação dos cistos presentes na poeira pode ser responsável por algumas infecções, enquanto as infecções oculares com espécies de Acanthamoeba se associam à contaminação de lentes de contato com soluções de limpeza não estéreis.
Também pode ocorrer uma infecção dos olhos e da pele causada por Acanthamoeba. Geralmente a ceratite está associada a um trauma ocular que ocorreu antes do contato com o solo, poeira ou água contaminada. O uso de lentes de contato lavadas de modo inadequado também está associado a esta doença. A invasão das espécies de Acanthamoeba provoca ulceração da córnea e uma forte dor ocular.
3. ENTENDER O CICLO BIOLÓGICO E A FISIOPATOLOGIA DO ASCARIS LUMBRICOIDES;
· Ciclo Biológico
Afêmea para se reproduzir precisa ser fecundada várias vezes pelos machos, pois, os espermatozóides são desprovidos de flagelos fazendo com que se acumulem nos úteros ou nos ovidutos, onde os ovos são fertilizados à medida que são liberados (REY, 2001). Para os ovos serem liberados dependem da umidade do solo, já que os seus ovos embrionados quando liberados neste local pelo hospedeiro definitivo, não possuem capacidade de infecção, no entanto podem contaminar água e alimentos (PITTNER et al., 2007). 
Alguns fatores interferem no desenvolvimento embrionário como, por exemplo, à presença de oxigênio, temperatura, lugares úmidos, quentes e sombreados. Esse helminto pode se desenvolver rapidamente caso a temperatura esteja entre 20-30ºC (REY, 2001), favorecendo seu processo evolutivo que dura cerca de três ou quatro semanas (CAMPOS et al., 2002).
 Na figura 3 verifica-se que a principal rota de transmissão dos helmintos intestinais é o contato físico, no ambiente, com fezes humanas contaminadas (AQUINO, 2000), que afetam o ambiente e o solo, fazendo com que os ovos e cistos sejam levados pela poeira aos alimentos ou arrastados por correntes de água, neste caso a contaminação pode se dar por duas vias através de enxurradas que atingem mananciais utilizados no abastecimento de cidades e na irrigação de plantações, inclusive hortaliças (PEDROSO; SIQUEIRA, 1997).
 O ser humano adquire a parasitose ao ingerir os ovos, cistos ou larvas através da água e alimentos contaminados (PITTNER et al., 2007), por meio de hábitos de levar as mãos sujas diretamente à boca, tanto por adultos como por crianças (PEDROSO; SIQUEIRA, 1997), pela prática de geofagia que é comer substâncias terrestres (como argila), para melhorar uma nutrição deficiente em minerais (MELO et al., 2004), ou pela manipulação indevida dos alimentos em restaurantes ou em cozinhas industriais (TEIXEIRA et al., 2006), uma vez que, as larvas podem penetrar ativamente através da pele (PEDROSO; SIQUEIRA, 1997).
Este ovo eclode devido a estímulos fornecido pelo hospedeiro, a larva que submerge é de segundo estádio e realiza respiração aeróbica e não consegue desenvolver-se na cavidade intestinal, por isso, terá de efetuar um longo percurso migratório através dos tecidos do hospedeiro antes de ficar adaptada para viver em seu hábitat definitivo (REY, 2001).
Esta larva em segundo estádio é denominada rabditóide (L2), que é a forma infectante que penetra na parede intestinal ao nível de cécum e cai na corrente sanguínea, vai para o fígado, coração, artéria pulmonar e pulmão. No pulmão, as larvas (L2) encontram um meio favorável para continuar seu desenvolvimento, então entre o oitavo e nono dia sofre a segunda muda, se transformado em L3, em que o sexo já é reconhecível, atravessando desta forma a parede que separa os capilares das cavidades alveolares e nos alvéolos pulmonares, realizam sua terceira muda (REY, 2001).
Conforme Dohms (2008), a larva L4 de 1,5 mm então sobe a árvore brônquica e pode ser eliminada junto com o catarro ou engolida e depois se dirige para o estômago, passa para o intestino e no jejuno-íleo se transforma em L5, que são adultos jovens. Depois de 60 dias alcançam a maturidade sexual, se tornando adultos. Da ingestão até a eliminação dos ovos leva aproximadamente dois meses e meio. No organismo humano os vermes consomem muitas proteínas, carboidratos, lipídios e vitamina A e C, levando o paciente à subnutrição e depauperamento físico e mental, já que possui uma toxina, que provoca manifestações alérgicas, agindo no córtex cerebral, podendo causar meningite, ataques epiléticos, prurido nasal e cutâneo e ranger os dentes ao dormir.
Entende-se diante do exposto que a contaminação por verminoses podem acometer a saúde das pessoas trazendo-lhes serias complicações a vida. Desta maneira, observa-se que o indivíduo que adquiri verminoses esta sujeito a sintomas como má-absorção, anemia, desenvolvimento de uma menor capacidade de trabalho, baixo rendimento escolar (VINHA, 1976), diarréia, cólicas, desenvolvimento físico e mental lento e em alguns casos pode levar a morte (CORREIA et al., 2005). 
Em muitos casos o parasito é assintomático principalmente em crianças, os sintomas geralmente acontecem quando há uma infecção mais numerosa de vermes ou larvas, ou localizações migratórias anômalas (MELO et al., 2004). 
A ação patogênica geralmente se desenvolve em duas etapas: durante a migração das larvas e quando o verme adulto encontra-se em seu hábitat definido. Desta forma a lesão dependerá do número de larvas, do tecido e da sensibilidade do hospedeiro (REY, 2001).
A passagem das larvas pelos pulmões pode provocar a pneumonite larvária que é a síndrome de Loeffler, na qual o paciente apresenta febre, tosse seca, dispnéia e eosinofilia (MELO et al., 2004). O exame radiológico apresenta os campos pulmonares semeados de pequenas manchas isoladas que desaparecem isoladamente espontaneamente dentro de poucos dias (REY, 2001).
Rey (2001), ainda cita que em alguns casos quando as lesões pulmonares são graves podem causar broncopneumonia, podendo ser fatal para crianças muito novas e em indivíduos com hipersensibilidade pode desencadear crises de asma. A ação irritativa desenvolvida por esses helmintos sobre a parede intestinal e seu acúmulo em volumosos novelos conduz algumas vezes a produção de espasmos e provoca a obstrução intestinal.
A semi-obstrução intestinal por A. lumbricoides ocorre geralmente em desnutridos, provocando no paciente cólica, distenção abdominal, anorexia, desidratação e vômito ás vezes, sendo comum às crianças eliminarem vermes pela boca, narinas e ânus. Além disso, a A. lumbricoides pode ter localização ectópica gerando algumas complicações durante a migração como apendicite, pancreatite hemorrágica; colestase e colangite (obstrução da ampola de Walter e árvore biliar); abscesso hepático e asfixia (MELO et al., 2004). Segundo Dohms (2008), esse verme pode provocar otite tanto na trompa de Eustáquio como no ouvido médio.
Os diagnósticos podem ser feitos de duas maneiras o clinico que é mais difícil e demorado, pois, leva em consideração os sintomas apresentados pelo paciente e o laboratorial que é a pesquisa de ovos nas fezes, por método da sedimentação espontânea ou por centrifugação (DOHMS, 2008), pois, através desse exame e possível saber a exata avaliação da atividade dos diferentes agentes terapêuticos utilizados (PITTNER et al., 2007). Essa etapa baseia-se na visualização dos vermes eliminados por vômito ou fezes e detecção de ovos no exame parasitológico de fezes por meio dos métodos de HPJ ou de Kato-Katz (MELO et al., 2004), sendo importante identificar, tratar e prevenir infecções parasitárias, com o intuito de evitar prováveis epidemias e formação de novas áreas endêmicas (PITTNER et al., 2007). Segundo Macedo et al. (1999), alguns modelos construídos para avaliar os possíveis fatores relacionados á infecção por helmintos em crianças tem procurado identificar a relação entre o parasitismo nos demais membros das famílias e a ocorrência do parasitismo precoce.
O tratamento da ascaridíase muitas vezes é simples e individual, mas ocasionalmente, implica em toda a comunidade, tanto por razões epidemiológicas como para manter o custo baixo (MARQUES et al., 2005), entretanto é obrigatório, mesmo em pequenas infecções, devido ao risco de migrações anômalas (MELO et al., 2004). Os principais medicamentos utilizados são: o Pirantel que é um produto sintético, na forma de um pó cristalino, amarelo, insolúvel em água e pouco absorvível pelo intestino, que atua no bloqueio da atividade neuromuscular, geralmente é administrado como dose única de 10 mg por quilo de peso do indivíduo, podendo gerar efeitos colaterais para o paciente; Mebendazol atua sobre as tubulinas e causa o desaparecimento dos microtúbulos celulares, por isso, bloqueia transporte de grânulos de secreção e movimento das organelas, nas células epiteliais do intestino dos nematódeos, sua dose recomendada é de 100mg duas vezes ao dia durante três dias;Levamisol é um anti-helmíntico do mesmo grupo do mebendazol sua dose única é de 2,5 mg por quilo de peso e Piperazina é um antagonista do ácido GABA que se encontra distribuído nas junções neuromusculares dos nematóides, o resultado de sua ação é uma paralisia flácida dos ascaris seguida de expulsão passiva, recomenda-se o medicamento na forma de tablete ou xarope com dose de 50 a 75mg por quilo do peso, durante cinco dias (REY, 2001).
O controle de cura é feito em repetição do exame parasitológico de fezes um mês após tratamento, sendo necessário repetir os mesmo 30 a 60 dias após, pois, é possível a presença de larvas em fase pulmonar por ocasião do primeiro tratamento (MELO et al., 2004). Porém, vale ressaltar que a maioria dos tratamentos feitos com habitantes de áreas sem saneamento básico tem efeito de curto prazo e os ganhos obtidos são freqüentemente superados pelas reifecções que em muitos casos podem levar as cargas parasitárias mais altas que as observadas antes do tratamento (AQUINO; SEIDE, 2000).
A profilaxia desta verminose é a educação sanitária, construção de fossas, tratamento em massa da população periodicamente durante três anos consecutivos e proteção dos alimentos contra poeiras e insetos (DOHMS, 2008). A adoção dessas medidas preventivas para o controle das doenças parasitaria, contribuem para a redução dos gastos anuais com o tratamento específico (PITTNER et al., 2007). 
· Fisiopatologia
Ascaridíase
È uma helmintíase de maior prevalência no mundo acometendo cerca de 30% da população mundial (MELO et al., 2004)
È o parasitismo desenvolvido no homem por um grande nematóide chamado, Ascaris lumbricoides. A infecção tem como sinonímia: ascaridíase, ascaridose e ascaridiose. O verme é conhecido popularmente como lombrigas ou bichas (REY, 2001).
Os vermes adultos são encontrados no intestino delgado, principalmente no jejuno e íleo, causando infecções moderadas, nas infecções intestinais os vermes podem ocupar toda extensão do intestino delgado (NEVES et al., 2005).
Ascaridíase é a mais freqüente parasitose humana, na maioria dos casos a infecção é leve e clinicamente benigna, porém, um único verme pode causar acidentes graves, como obstrução intestinal, exigindo tratamento cirúrgico de urgência. 
Os vermes ficam presos à mucosa, com auxilio dos lábios ou migram para a luz intestinal (NEVES et al., 2005).
As crianças são as mais atingidas e apresentam as repercussões clínicas mais significativas da infecção parasitária. Ainda hoje constitui um importante problema de saúde publica, principalmente em países em desenvolvimento (CAMPOS et al., 2002).
As manifestações clínicas da infecção por Ascaris lumbricoides estão relacionadas com a migração das larvas para os pulmões e expressam-se com dispneia, tosse e febre. O quadro radiológico pode simular broncopneumonia ou tuberculose miliar. A complicação mais grave da ascaridíase é obstrução intestinal, que ocorre em infestações maciças em crianças. O local mais frequente de obstrução por bolo de áscaris é o íleo terminal ou a válvula ileocecal. A migração para o apêndice cecal leva a apendicite, que pode evoluir para gangrena e perfuração. Migração dos parasitos para os duetos biliares ou pancreático pode determinar abscessos hepáticos e pancreatite.
4. COMPREENDER O MECANISMO DE AGRESSÃO E EVASÃO POR HELMINTOS E PROTOZOÁRIOS;
· Helmintos 
Mecanismo de agressão 
- Estado larval: se move pelo corpo causando danos e faz focos hemorrágicos e necróticos.
- Estado adulto: rouba nutrientes, como vitamina A e C, ação tóxica e ação irritativa (pelos movimentos)
Patogenia causada pelos helmintos 
A maioria das espécies de helmintos é bem adaptada aos seus hospedeiros naturais e a ocorrência de morte como conseqüência do parasitismo é um fenômeno raro. O investimento na melhoria da qualidade das pastagens aumenta a chance de sobrevivência das fases de vida livre dos helmintos e o melhoramento genético dos animais, associado ao aumento da taxa de lotação propicia o aumento de formas infectantes nas pastagens. Helmintos adutos, durante seu processo de alimentação, permanecem com a parte anterior de seu corpo embebido na mucosa e parte posterior permanece na luz, produzindo discreta lesão circular, e destruição das celulas epiteliais adjecentes. Em grandes infecções, poderão ser observadas úlceras, com pronunciada exudação e afluxo de leucócitos polimorfonucleares. Em casos de infecção pesada, ocorre perda de grande número de células. As alterações patológicas podem ser classificadas como: a) traumática - pela dilaceração de células ou tecidos do abomaso ou intestino, conforme a espécie envolvida, b) mecânica - pela compressão de células e tecidos, c) espoliadora direta - pela ingestão de células e tecidos, d) espoliadora indireta - pela absorção de nutrientes digeridos e ainda não absorvidos pelo bezerro e finalmente, e) ação tóxica - pela eliminação de catábolitos pela saliva e excreção. A patogenia inicia-se com a migração da L4 no epitélio do abomaso no bezerro, e causa hiperemia da mucosa que progride com processo de inflamação tipo catarral com necrose e erosão ou ulceração do epitélio. A patogenia se caracteriza por processos inflamatórios e atróficos a nível da mucosa produzindo edema, hipersecreção de muco, infiltração de eosinófilos e células plasmáticas e vasculite na submucosa. A migração das larvas e subsequente muda para adultos jovens são acompanhadas por infiltração de eosinófilos na parede intestinal, com acúmulo ao redor e dentro das glândulas mucosas. Severa perda de sangue e proteínas plasmática ocorrem no parasitismo por Haemonchus e Bunostomum resultando em edema na região submandibular. Os helmintos produzem túneis, alcançando o epitélio, promovendo o rompimento de células epiteliais e promovendo a exposição à bacterias que habitam a luz do intestino. Ocorre espessamento da lâmina própria, edema e infiltração de celulas inflamatórias, aumentando a permeabilidade de capilares e venulas, promovendo a perda de proteínas no intestino e hipoalbuminaemia, produzindo atrofia das vilosidades. A mucosa sofre irritação, aumentado o processo de mitoses nas criptas intestinais, e frequentemente erosão epitelial e substituição do tecido epitelial por tecido conjuntivo cicatricial. O parasitismo intenso, produz um processo de gastroenteropatia, com perda de proteinas plasmáticas, aqual está diretamente relacionada com o número e espécie de parasitos presentes. Ocorre espessamento da lâmina, edema e infiltração de celulas inflamatorias, aumentando a permeabilidade dos capilares e venulas. Atrofia das vilosidades pode ser severa em áreas com grande número de helmintos. Em casos agudos a carcaça não mostra nenhuma lesão no trato intestinal. A mucosa do duodeno encontra-se edemaciada, às vezes ligeiramente hemorrágica, e pode estar coberta com muco. Os helmintos podem ser encontrados através de raspando da mucosa. Em casos crônicos, a carcaça encontra-se emaciada. A mucosa intestinal encontra-se espessada, inflarnada e ulcerosa. Ocorre diminução do tamanho das vilosidades e confluência de áreas focais, demarcando nitidamente da mucosa normal circunvizinha a lesão. Histopatoga revela atrofia das vilosidades. 
Mecanismos de evasão
- Desenvolvem tegumentos resistentes
· Protozoários
Mecanismos de evasão
- Resistem a morte fagocítica e replicam dentro dos fagócitos 
- Alijam-se em órgãos inacessíveis ao sistema imune 
- Mudança de antígeno
Muitos parasitos protozoários escapam da resposta imune assumindo uma localização intracelular no hospedeiro. Organismos que residem dentro de macrófagos desenvolveram uma variedade de mecanismos para evitar a destruição intracelular. Estes incluem a prevenção da fusão ao fagolisossoma, a resistência à destruição após a exposição a enzimas lisossômicas, e o escape das células fagocitadas do fagossomo no citoplasma, com subsequente replicação do organismo
6. EXPLICAR A RESPOSTA IMUNE DOS PROTOZOÁRIOS (INTERAÇÃO PAMPS E RECEPTORES TLRS, REAÇÃO INFLAMATÓRIA CRÔNICA E IMUNIDADE ADAPTATIVA TH1/TH2);
Imunidadeinata
A principal resposta da imunidade inata aos protozoários é a fagocitose, mas muitos desses parasitas são resistentes à fagocitose e podem se replicar mesmo dentro de macrófagos. Alguns protozoários expressam moléculas de superfície que são reconhecidas por TLRs e ativam os fagócitos. As espécies de Plasmodium (o protozoário responsável pela malária), o Toxoplasma gondii (o agente que causa a toxoplasmose), e espécies de Cryptosporidium (o principal parasita que causa a diarreia em pacientes infectados pelo HIV), todos expressam lipídios glicosil fosfatidilinositol que podem ativar TLR2 e TLR4.
Imunidade adaptativa 
Alguns protozoários patogênicos evoluíram para sobreviver no interior das células hospedeiras, de modo que a imunidade protetora contra estes organismos é mediada por mecanismos semelhantes aos que eliminam as bactérias intracelulares e os vírus.
O principal mecanismo de defesa contra os protozoários que sobrevivem dentro de macrófagos é a resposta imunológica mediada por células, em particular pela ativação de macrófagos por citocinas derivadas de células TH1. A infecção de camundongos com Leishmania major, um protozoário que sobrevive dentro dos endossomas de macrófagos, é o exemplo mais bem documentado de como a predominância das respostas TH1 ou TH2 determina a resistência ou a susceptibilidade à doença (Fig. 16-6). A resistência à infecção está associada à ativação de células T CD4 + TH1 específicas para Leishmania, que produzem IFN-γ e assim ativam os macrófagos para que destruam os parasitas intracelulares. Por outro lado, a ativação das células TH2 pelos protozoários resulta no aumento da sobrevivência do parasita e na exacerbação de lesões devido às ações supressoras de citocinas TH2 de macrófagos. Um bom exemplo desta diferença é visto nas infecções por Leishmania em diferentes linhagens de camundongos isogênicos. Amaioria das cepas de camundongos isogênicos é resistente à infecção pelos L. major, mas a linhagem BALB/c e algumas cepas de camundongos relacionados são altamente suscetíveis e morrem, se forem infectados com um grande número de parasitas. Após a infecção, as cepas resistentes produzem grandes quantidades de IFN-γ em resposta a antígenos de Leishmania, enquanto as cepas que são suscetíveis a leishmaniose fatal produzem mais IL-4 em resposta ao parasita. A promoção da resposta TH1 ou a inibição da resposta TH2 em cepas sensíveis aumenta a sua resistência à infecção. Os mecanismos desta impressionante diferença entre linhagens de camundongos não estão definidos. Protozoários que replicam dentro de várias células do hospedeiro e lisam estas células, estimulam anticorpos específicos e as respostas de CTL, semelhante aos vírus citopáticos. Um exemplo de um tal organismo é o parasita da malária, que reside principalmente nas hemácias e em hepatócitos durante seu ciclo de vida. Pensou-se durante muitos anos que os anticorpos eram o principal mecanismo protetor contra a malária, e no início as tentativas de vacinação contra esta infecção eram direcionadas para gerar anticorpos. Agora é evidente que a resposta dos CTLs contra parasitas que residem nos hepatócitos é uma defesa importante contra a propagação deste protozoário intracelular. A citocina IFN-γ tem sido apresentada como protetora em muitas infecções por protozoários, incluindo malária, toxoplasmose e criptosporidiose.
7. EXPLICAR A RESPOSTA IMUNE DOS HELMINTOS;
Imunidade inata 
Os fagócitos também podem atacar os parasitas helmintos e secretar substâncias microbicidas para matar organismos que são muito grandes para serem fagocitados. No entanto, muitos helmintos possuem tegumentos espessos que os tornam resistentes aos mecanismos citocidas de neutrófilos e macrófagos, e que são muito grandes para serem ingeridos pelos fagócitos. Alguns helmintos podem ativar a via alternativa do complemento, embora, como discutiremos mais tarde, parasitas obtidos de hospedeiros infectados parecem ter desenvolvido resistência à lise mediada pelo complemento.
Com relação à imunidade inata contra os helmintos, a fagocitose por macrófagos ou neutrófilos é impossibilitada pelo tamanho do parasito, sendo necessária outra estratégia do sistema imune inato na tentativa de eliminar o patógeno. Para tanto, os fagócitos liberam o conteúdo de seus grânulos para o exterior (exocitose). No entanto, este é um mecanismo ineficiente, uma vez que diversos helmintos possuem tegumento muito duro e resistente aos componentes dos grânulos. O sistema complemento pode atuar como mecanismo da imunidade inata na resposta contra bactérias extracelulares. Este sistema pode ser ativado através da via alternativa por bactérias Gram+ e Gram-, e aquelas bactérias que possuem manose na parede celular realizarão esta ativação através da via das lectinas, desencadeando alguns mecanismos efetores do sistema complemento: fagocitose, lise celular e amplificação do processo inflamatório.
O principal mecanismo da imunidade inata contra os patógenos extracelulares é a fagocitose. No entanto, organismos como os helmintos são muito grandes para serem fagocitados, sendo a exocitose (liberação do conteúdo dos grânulos para o exterior) realizada pelos fagócitos. A via alternativa do sistema complemento pode ser ativada, levando a opsonização, fagocitose, lise celular do patógeno e amplificação da inflamação. O interferon do tipo I é produzido por células infectadas e impedem a infecção de outras células via produção de proteínas antivirais. A imunidade humoral é a resposta imune adaptativa predominante contra patógenos extracelulares. Os anticorpos produzidos podem neutralizar o agente/toxina, promover opsonização, fagocitose, ativação complemento e atuar na citotoxicidade celular mediada por anticorpos (ADCC).
Imunidade adaptativa 
A defesa contra muitas infecções por helmintos é mediada pela ativação das células TH2, o que resulta na produção de anticorpos IgE e ativação de eosinófilos. Os helmintos estimulam a diferenciação de células T CD4 + imaturas para o subconjunto de células efetoras TH2, que secretam IL-4 e IL-5. A IL-4 estimula a produção de IgE, a qual se liga ao receptor Fc de eosinófilos e de mastócitos e a IL-5 estimula o desenvolvimento dos eosinófilos e ativa os eosinófilos. A IgE reveste os parasitas e os eosinófilos se ligam à IgE e são ativados para liberar seus conteúdos granulares, que destroem os helmintos (Cap. 20). As ações combinadas de mastócitos e eosinófilos também contribuem para a expulsão dos parasitas do intestino (Fig. 10-9). A expulsão de alguns nematódeos intestinais pode ocorrer devido a mecanismos dependentes de IL-4 que não requerem IgE, como o aumento da peristalse. As respostas imunológicas adaptativas contra parasitas também podem contribuir para a lesão tecidual. Alguns parasitas e seus produtos induzem respostas granulomatosas com fibrose concomitante. Os ovos de Schistosoma mansoni depositados no fígado estimulam as células T CD4 + , que por sua vez ativam os macrófagos e induzem as reações DTH. As reações DTH resultam na formação de granulomas em torno dos ovos; uma característica incomum desses granulomas, especialmente em camundongos, é a sua associação a respostas de TH2. (Granulomas são geralmente induzidos por respostas TH1 contra antígenos persistentes; consulte o Capítulo 19.) Tais granulomas induzidos por TH2 servem para conter os ovos dos esquistossomos, mas a fibrose grave associada a esta resposta imune crônica mediada por células leva a cirrose, interrupção do fluxo de sangue venoso no fígado e hipertensão portal. Na filariose linfática, o alojamento dos parasitas nos vasos linfáticos leva a reações imunológicas crônicas mediadas por células e, por fim, à fibrose. Isso resulta na obstrução linfática e linfedema severo. As infestações parasitárias crônicas e persistentes são muitas vezes associadas à formação de complexos de antígenos do parasita e anticorpos específicos. Os complexos podem ser depositados nos vasos sanguíneos e nos glomérulos do rim e produzem vasculite e nefrite, respectivamente (Cap. 19). Adoença do complexo imunológico é uma complicação da esquistossomose e da malária.
Os anticorpos também atuam na eliminação de helmintos através de um mecanismo denominado citotoxicidade celular mediada por anticorpos (ADCC- antibody-dependent cellmediated cytotoxicity). A estimulação crônica pelo helminto ativa as células TH2 que auxiliam a célula B na produção de anticorpos do isotipo IgE, IgG e IgA. Estes anticorpos são capazes de se ligar aos helmintos e suas porções Fc são reconhecidas pelos mastócitos (IgE) e eosinófilos (IgG e IgA), promovendo a ativação dessas células e consequente liberação do conteúdo de seus grânulos.
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