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Métodos Contraceptivos

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EPIDEMIOLOGIA 
• Contracepção → principal preocupação das mulheres em idade fértil 
• Gestações não planejadas 
o EUA 50% → Metade dos casos em uso de método contraceptivo no 
momento da concepção 
• Brasil → planejamento familiar (Lei 9263/96) 
o “Conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos 
iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo 
homem ou pelo casal” 
o OMS → qualidade de vida 
ESCOLHA DO MÉTODO 
• Depende das circunstâncias sociais, percepções e interpretações de cada 
indivíduo 
• Fatores que devem ser avaliados → características da potencial usuária, doenças 
de base, efeitos adversos, custo, disponibilidade do método e preferência da 
paciente 
EFETIVIDADE E EFICÁCIA DO MÉTODO 
• Fator importante para escolha do método 
• Depende 
o Características do método 
o Uso correto e consistente 
• Índice de PEARL 
o Eficácia → número de gestações em 100 mulheres utilizando o método por 
um ano 
o Avalia o número de falhas do método em um ano em 100 mulheres 
o Quanto menor o índice → maior a eficácia do método contraceptivo 
• Uso típico x uso perfeito 
o Uso típico = efetividade → sujeito a esquecimentos, vômitos, diarreia 
o Uso perfeito = eficácia → índices sugeridos pelos fabricantes. BULA. 
• Método contraceptivo mais eficaz → implante subcutâneo (implanon) → 0,05 
CRITÉRIOS MÉDICOS DE ELEGIBILIDADE (MEC) 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS 
 
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS 
ASPECTOS GERAIS 
• Métodos de abstinência periódica → pressupõem o conhecimento do período fértil, 
época em que são evitadas as relações sexuais 
• Tipos 
o Métodos baseados no calendário 
o Métodos baseados nos sintomas 
• Indicações → casos de preferências pessoais ou questão religiosa que não permita 
uso de outro método 
• Evitar nos casos de: 
o Menarca e perimenopausa → ciclos anovulatórios 
o Ciclos muito curtos (<26 dias) ou muito longos (>35 dias) 
• Lembrete 
o Espermatozoide → tempo médio de vida no trato genital feminino é de 72h 
o Óvulo → tempo médio de vida de 48h 
o Abstinência do casal → 3 a 4 dias antes da ovulação e por 3 dias após 
• Todas as mulheres podem usar os métodos comportamentais 
• Situações que diminuem sua eficácia 
o Aceitação X Cautela X Adiamento 
• São categoria 1 
• Deve-se adiar ou usar com cautela: 
o Baseado no calendário → se estiver tomando quaisquer drogas que alterem 
o humor, tais como terapias de combate à ansiedade (Exceto BZD), 
antidepressivos, uso por longo prazo de certos ATB ou de qualquer AINE. 
o Baseado em sintomas → se estiver tomando alguma droga que altere o 
humor tais como terapias de combate à ansiedade (exceto BZD), 
antidepressivos, antipsicóticos (inclusive haloperidol) 
MÉTODO OGINO-KNAUS 
• Também chamado de ritmo, tabelinha ou calendário 
• Registrar o ciclo por no mínimo 6 meses e calcular a diferença entre o ciclo mais 
longo e o ciclo mais curto 
o Não usar o método se a diferença for maior que 10 dias 
• Período de abstinência 
o Subtrair 18 do ciclo mais curto → início do período fértil 
o Subtrair 11 do ciclo mais longo → término do período fértil 
 
 
TEMPERATURA CORPORAL BASAL 
• Ovulação → aumento nos níveis séricos de progesterona → centro termorregulador 
no hipotálamo 
o Elevação da temperatura basal entre 0,3-0,8ºC 
o Permanecer por 11 a 16 dias 
▪ < 11 dias → deficiência do corpo lúteo 
▪ > 16 dias → gravidez 
• Registro → diário, pela manhã, após repouso de no mínimo 5h sem realizar qualquer 
atividade, sempre pela mesma via de aferição (oral, retal ou vaginal) 
• Principais críticas → vários fatores podem influenciar, ansiedade, não permite prever 
a ovulação 
• Período de abstinência → durante toda a primeira fase do ciclo até a manhã do 4º 
dia de aumento da temperatura basal 
MÉTODO DO MUCO CERVICAL OU BILLINGS 
• Evolução do muco cervical no ciclo menstrual 
o Depois da menstruação (7º ao 10º dia do ciclo) → período seco pré-
ovulatório 
• Aparecimento muco cervical → PERÍODO ÚMIDO 
o Escasso, turvo e pegajoso → aumenta em quantidade, elasticidade e 
transparência (clara de ovo cru) → máximo no dia do pico estrogênico 
o Depois da ovulação por ação da progesterona, o muco perde a 
elasticidade e diminui muito em quantidade até a próxima menstruação 
• Período de abstinência → da percepção do muco ou sensação de lubrificação 
vaginal até o 4º dia após a percepção máxima de umidade 
• Índice de fala → 39 em 100 mulheres por ano (39%) 
MÉTODO SINTOTÉRMICO 
• Associação do método da tabelinha com o da temperatura basal e muco cervical 
• Período de abstinência 
o Quando a mulher perceber as secreções cervicais ou o dia do começo do 
período fértil, determinado pelo calendário 
o Para maior proteção → abster de relações sexuais desde o 1º dia da 
menstruação até o 4º dia após sinais inequívocos de ovulação (ápice do 
muco cervical, aumento da temperatura basal, ou algum sintoma ou sinal 
que consistentemente ocorra durante a avaliação) 
o Sinais de ovulação → dor pélvica (dor do meio, dor da ovulação), 
modificações cervicais, sensibilidade mamária, mudanças de humor 
• O uso combinado de todos os sinais pode aumentar a precisão de detecção da 
ovulação, permitindo períodos mais curtos de abstinência. O período em que as 
possibilidades de engravidar são praticamente nulas é desde 3 dias depois da 
ovulação até a menstruação seguinte. 
OUTROS TIPOS 
• Métodos dos dias fixos/método do colar ou cyclebeads → período de abstinência 
do 8º dia do ciclo ao 19º dia do ciclo para mulheres com ciclos entre 26 e 32 dias 
 
 
• Ejaculação extravaginal ou coito interrompido → índice de falha de 25% 
MÉTODOS DE BARREIRA 
ASPECTOS GERAIS 
• Mecanismo de ação → interposição de uma barreira mecânica ou química que 
impeça a ascensão dos espermatozoides da vagina para o útero 
• Tipos 
o Condon masculino e feminino 
o Diafragma 
o Capuz cervical e esponja 
o Espermicida 
• Taxa de falha → varia entre 2-6% no primeiro ano de uso 
PRESERVATIVO MASCULINO 
 
PRESERVATIVO FEMININO 
• Material → tubo de poliuretano medindo 17x8cm com uma extremidade fechada e 
outra aberta 
• Modo de uso → deve ser inserido até 8h antes do ato e não precisa ser retirado 
imediatamente. Pode ser associado a espermicidas 
• Vantagem → inserção fora do intercurso sexual 
DIAFRAGMA 
• Material → membrana de silicone ou de látex, em forma de cúpula, portanto, 
côncavo-convexo, circundada por um anel flexível. Diâmetro varia de 50mm a 
105mm 
• Modo de uso → deve ser inserida até 2h antes do ato sexual e retirada até 8h depois. 
Associar com geleia espermicida 
• Restrições 
o Alergia ao látex, história de síndrome do choque tóxico, história de doença 
valvar cardíaca, virgens, pacientes com infecções genitais ou DIP 
o Evitar em pacientes com prolapsos, RVF uterina fixa, alterações anatômicas 
(septo vaginal) 
 
 
CAPUZ CERVICAL E ESPONJA 
• Esponja 
o Material de poliuretano com espermicida 
o Descartável e de fácil colocação 
o Pode ser utilizado por 24h 
o Desvantagem → muito caro, produto importado 
• Capuz cervical 
o Dispositivo de borracha ou látex que se adapta ao colo e se adere a ele por 
sucção 
o Inserido até 24h antes da relação e deve ser retirado 6 a 8h após 
o Pode ser usado em pacientes com prolapsos 
o Desvantagem → produto importado 
ESPERMICIDAS 
• Modo de ação → substâncias químicas que comprometem a vitalidade dos 
espermatozoides. Agentes surfactantes na membrana 
• Tipos → cremes, geleias, comprimidos, tabletes e espumas 
• Substâncias usadas → nanoxinol-9 (não comercializado no Brasil, pode aumentar o 
risco de transmissão de HIV), mentengol, cloreto de benzalcôneo 
• Uso correto → 15 minutos antes da relação até 2h após aplicação 
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS 
ASPECTOS GERAIS 
• Material → artefatos pequenos e flexíveis de polietileno 
• Tipos 
o Medicados 
▪ Cobre (DIU-cu) → 1380ª e multiload 375 
▪ Progesterona→ Mirena 
o Inertes (não é mais usado) 
• Mecanismo de ação → interfere nas etapas que precedem a fertilização, além de 
promover uma reação inflamatória de corpo estranho 
• É um método de longa duração, assim como o implanon 
• Como se usa 
o Colocado em qualquer dia do ciclo desde que se tenha uma certeza 
razoável de que a paciente não está grávida 
▪ Até o 7º dia do ciclo menstrual 
▪ Sem relação sexual no mês prévio a inserção, com menstruação 
normal 
▪ Uso consistente de qualquer método contraceptivo confiável 
▪ Em caso de pós parto → até 48h do parto ou após 4-6 semanas 
▪ Em caso de aborto, pode se colocar imediatamente após a 
curetagem ou aguardar a menstruação subsequente 
o É mais fácil colocar com a mulher menstruada, devido a menor resistência 
do orifício cervical interno 
o A inserção deve ser feita de maneira asséptica 
o Para minimizar a dor da inserção não há ainda nenhum tratamento que se 
provou melhor do que o placebo (AINE, spray de xilo) 
 
 
• Monitorização 
o OMS → monitorizar com comprimento do fio de DIU ou naquelas com queixa 
o Recomendado → 1 USG após inserção e repetir se paciente apresentar 
queixas 
DIU DE COBRE 
• É um método NÃO hormonal medicado com cobre de uso intrauterino 
• Mecanismo de ação 
o Reação inflamatória por ação de corpo estranho 
o Produção de citocinas citotóxicas, prostaglandinas e enzimas endometriais 
que vão afetar transporte de esperma e a motilidade espermática 
• Eficácia 
o Falha → em torno de 0,6 a 0,8/ano com 1380A 
o Multiload tem uma eficácia inferior ao T1380A 
o Taxa de eficácia se mantém por todo o tempo de uso → sem necessidade 
de pausa para troca por outro DIU 
• Pontos positivos 
o Método de longa duração, com troca a cada 5 ou 10 anos 
o Tem alta eficácia 
o Método custo-efetivo mais baixo que existe (considerando preço, duração 
e risco de falha) 
o DIU pode reduzir em torno de 40% o risco de câncer de colo uterino 
• Pontos negativos 
o Maior chance de aumento do volume menstrual e de spottings (estes 
melhoram com o tempo, especialmente após 6 meses) 
o Dor na inserção 
o Aumento de cólicas (em geral leves, que cedem com analgésico ou AINES) 
DIU HORMONAL COM LEVONOGESTREL 
• Dispositivo em forma de T 
• Kyleena serve APENAS para 
contracepção. 
• Aumenta as chances de 
gestação ECTÓPICA 
• Mecanismo de ação: 
o Espessamento do 
muco cervical → 
diminui a motilidade dos espermatozoides 
o Alta concentração de LNG no endométrio impede a resposta ao estradiol 
o Efeito antiproliferativo no endométrio 
o Inibe atividade mitótica do endométrio 
• Eficácia 
o Alta 
o Falha do DIU-LNG em torno de 0,1 a 0,2/ano 
o Taxa de eficácia se mantém por todo o tempo de uso de 5 a 7 anos 
o Sem necessidade de pausa para troca por outro DIU 
• Pontos positivos 
 
 
o Ação basicamente local com poucos efeitos sistêmicos 
o Diminuição do volume menstrual e da dismenorreia 
o 50% das mulheres entram em amenorreia com 5 anos 
• Pontos negativos 
o Sangramento irregular ou spotting nos primeiros 3 a 5 meses 
o Possíveis efeitos colaterais → cefaleia, náusea, ganho de peso, acne e 
mastalgia 
• Intercorrências com DIU 
o Expulsão 
▪ Não há diferença entre as taxas de expulsão de nulíparas e 
multíparas, com taxas inferiores a 5% 
o Perfuração uterina 
▪ 0 a 1,3% (geralmente é de 1 a 3 casos/1000 inserções) 
▪ Nulíparas x multíparas → sem estudo 
o DIP 
▪ Inserção do DIU → aumento de DIP nas primeiras 3 semanas pós-
procedimento. De 3 semanas a 8 anos não há aumento do risco de 
DIP comparado com o não uso de métodos contraceptivos 
▪ O que fazer? 
• Antibioticoterapia e se não houver melhor dentro de 48h 
retirar o DIU (Controverso) 
o Infertilidade 
▪ Não há qualquer associação confirmada 
o Uso no pós parto e pós aborto 
▪ OMS liberou o DIU em abortos de qualquer IG 
▪ Pós parto 
• Até 48h, o risco de expulsão é superior ao de após 4 semanas, 
mas ainda é aceito este risco 
• A colocação entre 48h e 4 semanas, tem o risco de expulsão 
de 69,8%, um risco que não vale a pena inserir neste período 
o Gravidez 
o Migração 
▪ É raro, mas pode acontecer 
• Contraindicações 
o DIU de Cobre → gravidez, sepse puerperal, DIP, cervicite mucopurulenta, 
câncer cervical ou endometrial, SUA não diagnosticada, malformação 
uterina/distorção da cavidade (mioma) 
o DIU Levonogestrel → gravidez, sepse puerperal, DIP, cervicite 
mucopurulenta, câncer cervical ou endometrial, SUA não diagnosticado, 
malformação uterina/distorção da cavidade (mioma), câncer de mama, 
gravidez ectópica prévia 
MÉTODOS HORMONAIS 
ASPECTOS GERAIS 
• Utilização de drogas, classificadas como hormônios são os esteroides sexuais 
sintéticos → estrógenos e progestágenos 
• Tipos 
o Contraceptivos orais 
 
 
▪ Combinados → monofásicos, bifásicos, trifásicos, tetrafásico (Qlaira) 
• Com concentrações diferentes de hormônio na pílula 
▪ Progestágenos 
▪ Pílula do dia seguinte 
o Injetáveis 
▪ Mensais X Trimestral 
o Implantes 
o Anéis vaginais 
o Adesivos cutâneos (Patch) 
• Mecanismo de ação 
o Combinados 
▪ Anovulação → supressão de FSH e LH basais. Diminuem a 
capacidade da hipófise de secretar gonadotrofinas. Impedem a 
maturação folicular 
▪ Estrogênio → inibe a secreção de FSH 
▪ Progesterona → inibe a secreção de LH 
o Progestogênios 
▪ Ciclos ovulatórios em cerca de 40% dos casos 
▪ Ação → atrofia do endométrio, espessamento do muco cervical e 
alteração da motilidade tubária 
o Quanto mais antiandrogênicas a progesterona for, maior o risco de trombose 
• Interações medicamentosas 
 
CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS (COC) 
• Hoje em dia todas as pílulas basicamente são de 3ª ou 4ª geração 
• Como usar 
o Iniciar o uso tomando a primeira pílula da primeira cartela no 1º dia do ciclo 
(1º dia de menstruação) 
o Ao terminar a cartela, fazer pausa de, no máximo, 7 dias, quando a 
formulação contiver 21 pílulas. Quando for de 22, 24 ou 26 pílulas, a pausa 
máxima será respectivamente de 6, 4 ou 2 dias. Essa pausa pode ser omitida 
com uso ininterrupto das pílulas, se a paciente desejar ficar sem ter os 
sangramentos periódicos 
 
 
o Se a usuária esquecer de tomar, deve toma-la tão logo se lembrar. Se menos 
de 12h do horário, tem como garantir a eficácia. Se mais de 12h não tem 
como garantir 
• Mecanismo de ação 
o Alteram o mecanismo de estimulação ovariana pelas gonadotrofinas e pela 
interferência direta sobre os mecanismo de feedback → bloqueio 
gonadotrófico especialmente do pico de LH → impedem que ocorra a 
ovulação 
o Progesterona 
▪ Muco cervical, tornando-o impenetrável pelo espermatozoide 
▪ No endométrio, tornando-o hipotrófico, sem condição de sofrer a 
implantação do embrião 
• Eficácia 
o Depende essencialmente do uso correto 
o Se o modo de uso for perfeito, a taxa de falhas, independentemente da 
formulação, fica em torno de 0,5/100 mulheres-ano 
o O risco relativo de gravidez durante o uso é maior para formulações com 
baixas doses de hormônio 
• Efeitos positivos 
o Regularização dos ciclos menstruais 
o Alívio da TPM, melhora do hirsutismo e acne leve 
o Diminuem risco de DIP, gestação ectópica e doença trofoblástica 
gestacional 
o Reduzem risco de neoplasia de ovário e endométrio 
o Diminuem o fluxo menstrual e a dismenorreia 
o Aumentam a DO 
o Parece melhorar a artrite reumatoide e diminuir o risco de miomatose 
• Efeitos negativos 
o Estrogênicos → náusea, aumento do tamanho das mamas, retenção de 
líquidos, ganho de peso rápido e cíclico, leucorreia, complicações 
tromboembólicas, adenoma hepatocelular, câncer hepatocelular, 
aumento da concentração de colesterol na bile, crescimento de miomas, 
telangiectasias 
o Progestagênicos → aumento do apetite e ganho lento de peso, depressão, 
fadiga, cansaço, diminuição da libido, acne e pele oleosa, aumento do 
tamanho das mamas, aumentos dos níveis de LDL-colesterol, diminuição dos 
níveis de HDL-colesterol,efeito diabetogênico (aumenta a resistência 
insulínica) e prurido 
• Esquecimento 
o 1 pílula → tomar a pílula assim que lembrar e tomar a pílula seguinte no 
horário regular 
o 2 ou mais pílulas → tomar a pílula imediatamente e associar método de 
barreia durante 7 dias. Se restam menos de 7 pílulas para o fim da cartela, 
orientar a continuar outra cartela. 
o É preciso tomar 7 dias consecutivos para que se assegure que a ovulação 
será suprimida 
 
 
 
CONTRACEPTIVOS ORAIS PROGESTÁGENO (POP) 
• Método contraceptivo de progestagênio isolado 
• A cartela vem com 28 compridos, sendo que a prescrição deve ser de 1 
comprimido/dia (iniciando até o 5º dia do ciclo) por 28 dias, sem pausa entre as 
cartelas 
• Eficácia é igual a dos métodos contraceptivos orais, pois o progestagênio que inibe 
o LH, altera o muco, atrofia o endométrio e altera a secreção e peristal das trompas. 
• Pontos positivos 
o Redução da dismenorreia, TPM, volume menstrual, risco de DIP 
• Pontos negativos 
o Sangramento irregular 
o Cefaleia 
o Acne 
• Não pode ser usado em concomitância com drogas que usam o citocromo P450, 
em especial a enzima CYP3A4 → anticonvulsivantes (Carbamazepina, fenitoína, 
fenobarbital, topiramato) e alguns antirretrovirais (lopinavir, ritonavir, efavirenz) 
CONTRACEPTIVO HORMONAL INJETÁVEL MENSAL 
• Iniciar do 1º ao 5º dia do ciclo, mensalmente com intervalos de 30 dias 
• Mensal → com estrogênio e progesterona 
• Mecanismo de ação → o mesmo das pílulas combinadas → bloqueio ovulatório 
• Eficácia → muito alta, próxima de zero falhas, desde que usados corretamente 
• Pontos negativos 
o Irregularidades menstruais 
o Amenorreia em 1% dos casos 
o Mastalgias, cefaleias, tonturas e aumento de peso 
• Após a suspensão do uso, o retorno à fertilidade é rápido, sendo de 
aproximadamente 60 dias após a última injeção 
CONTRACEPTIVO HORMONAL INJETÁVEL TRIMESTRAL 
• No Brasil, a única formulação deste existente é o acetato de medroxiprogesterona 
de depósito (AMPD) → substância de depósito 
• 150mg IM, de 3 em 3 meses, com tolerância de mais ou menos 15 dias 
• Mecanismo de ação → efeito antigonadotrófico: inibição da ovulação + atrofia do 
endométrio 
• Efeitos colaterais 
o Amenorreia (50%) 
o Spottings ou sangramentos irregulares 
o Sangramento intenso 
o Efeitos antiestrogênico → pequenos graus de osteopenia 
• Retorno fertilidade 
o 6 a 8 meses, a depuração é mais lenta em mulheres com sobrepeso 
IMPLANTES 
• Método de longa duração 
 
 
• Pequenas cápsulas ou bastões permeável, que contém hormônio para ser liberado 
gradualmente quando colocados no tecido celular subcutâneo 
• Progesterona → etonogestrel que se transformar em desogestrel 
• Tem duração de 3 anos 
• Como funciona? 
o Inibe LH → inibe ovulação (100%), MAS não quer dizer que a paciente não 
vai menstruar 
o Alteração do muco 
o Não altera o FSH, assim, a produção de estrogênio endógeno mante-se 
dentro da normalidade 
• Método mais eficaz disponível no mundo 
• Pontos positivos 
o Maior eficácia contraceptiva 
o Poucas restrições de uso 
▪ Contraindicação absoluta → história pessoal de câncer de mama ou 
gravidez 
o Redução dos sintomas associados a pausa de hormônio 
o Uso na perimenopausa 
o Ausência de efeito negativo na massa óssea 
o Redução da dor associada à endometriose 
o Uso no pós-parto imediata 
• Pontos negativos 
o Sangramento irregular 
o Cefaleia 
o Acne → trata com espironolactona 
ANEL VAGINAL 
• Tópico → estrogênio e progesterona 
• Muito bom para pacientes com SUA 
• Não é reutilizável 
• Eficácia alta 
• Pontos positivos 
o Controle do ciclo 
o Praticidade 
• Vantagens → evitar a primeira passagem dos hormônios dos contraceptivos pelo 
fígado 
ADESIVO CUTÂNEO 
• Substituído a cada semana, por 3 semanas consecutivas, seguido de uma semana 
de pausa sem adesivo. Portanto, o uso é por 21 dias seguido de pausa de 7 dias 
• Vantagens → evitar a primeira passagem dos hormônios dos contraceptivos pelo 
fígado 
CONTRAINDICAÇÕES AO USO DE ESTROGÊNIO (PROVA) 
• Trombofilia conhecida (fator V de Leiden, mutação do gene protrombina, 
deficiência de proteína C, S e antitrombina III) 
• Tabagista com 35 anos de idade ou mais 
 
 
• Hipertensão (mesmo que tratada) 
• História pessoa de TEV ou TEP, assim como AVC, infarto agudo do miocárdio e 
doença valvar complicada 
• Enxaqueca com aura 
• Enxaqueca sem aura com 35 anos de idade ou mais 
• Câncer de mama 
• Diabetes com lesão microvascular ou mais de 20 anos de duração 
• Hepatite viral ativa 
• Cirrose 
• Tumor hepático benigno ou maligno 
• Uso de medicações que interferem no metabolismo hepático, principalmente no 
citocromo P450, como rifampicina, anticonvulsivantes (fenitoína, Carbamazepina), 
barbitúricos, primidona, topiramato) 
• LES com anticorpos anticardiolipina e anticoagulante lúpico positovos 
• Colestase relacionada ao ACO 
• Doença da vesícula biliar atual, em tratamento clínico 
CONTRACEPÇÃO CIRÚRGICA 
ASPECTOS GERAIS 
• Lei 9263/96 – Planejamento familiar 
o Ter mais de 25 anos de idade e/ou pelo menos 2 filhos vivos 
o O casal deve consentir 
• Laqueadura tubária (feminina) 
• Vasectomia (masculina) 
SITUAÇÕES ESPECIAIS 
MÉTODO DA LACTAÇÃO E AMENORREIA 
• Uso de amamentação como método temporário 
• Baseia-se na inibição da ovulação 
• Alta taxa de falha 
• Critérios de inclusão → amenorreia, amamentação exclusiva, menos de 6 meses 
pós-parto 
• Contraindicações → mãe HIV+ com RN HIV- 
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 
• Deve ser usada após intercurso sexual desprotegido ou após falha de método 
• Indicações → estupro, ruptura de condon, deslocamento de DIU, coito episódico 
não protegido 
• Método de escolha → Levonogestrel é mais efetivo. Pode ser usado por mulheres 
em uso de retrovirais 
• Mecanismo de ação → vai depender da fase do ciclo, podendo impedir a 
ovulação. Mais importante é a modificação do muco cervical e interferir na 
capacitação dos espermatozoides 
• Efeitos colaterais → náuseas, vômitos, fadiga, cefaleia e dor abdominal 
• Se vômitos → até 2h da tomada, a dose deve ser repetida. SE persistir, por via vaginal 
• Contraindicação → GRAVIDEZ

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