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PATOLOGIA ORAL II OSTEONECROSE DOS MAXILARES A necrose dos maxilares pode ocorrer através de infecções por agentes biológicos (bactérias – noma, PUNA; vírus – herpes zoster; fungos – murcomicose), toxicidade química direta, traumas, necrose avascular (problemas sistêmicos como hemoglobinopatias, embolia gordurosa, lupus e alcoolismo), radiação (osteorradionecrose) ou drogas medicamentosas (corticoides, bisfosfonatos e antidepressivos). Os bisfosfonatos são medicações usados para evitar metástases em óssos dos tumores. Os bisfosfonatos com nitrogênio demoram para ser metabolizados. Em 2013, no Brasil foi dado o alerta pela secretaria de saúde a respeito dos bisfosfonatos DEFINIÇÃO Médico: osso exposto na região maxilofacial que não cicatriza dentro de 8 semanas após sua identificação pelo profissional de saúde. Paciente que esteja recebendo ou tenha sido exposto de bifosfonatos sem história prévia na região crânio facial Dentistas complementaram com: ...ou osso que possa ser sondado através de uma fistula intra ou extra oral. Pacientes expostos a bifosfonatos, agentes antiresorptivos). E sem doença metastática obvia na região craniofacial (para diferenciar a necrose de uma metástase óssea). CAUSAS Uso de antiresorptivos: bifosfonatos, anticorpos monoclonais o Levar em consideração a potencia da droga (o quanto será absorvida e metabolização óssea) – são as medicações com nitrogênio na composição o Via de administração: maior absorção em via endovenosa( absorve mais que 30%) do que oral (menos que 1%) A duração do tratamento via oral também é importante, após 3 anos o risco já é aumentado para o desenvolvimento da doença. Já no endovenoso uma única dose já é possível causar a doença. o Efeito cumulativo o Essa medicação se une ao cálcio do osso e fica exposto nos cristais de hidroxiapatita. No processo de remodelação óssea, o osteoclasto ao passar por esse osso ele deixa exposto esse cálcio da hAp, quando o bifosfonato se liga ao cálcio e novamente essa células passa sobre essa superfície, ele carrega essa droga junto, causando apoptose em grande escala desses osteoclastos. Prejudicando a remodelação óssea a acumulo de cálcio. Outras ações são o osteoclastos liberar o bifosfonato para corrente sanguínea ou reabsorve-lo. o Os anticorpos monoclonais (denosumab) – impedem a reabsorção óssea. O osteoclasto possui uma região RANK ao redor dele que precisa se ligar ao RANKL para poder ativar as funções dessa célula. A medicação denosumab se liga aos RANKLs circulantes e impede sua ligação com o RANK, comprometendo os osteoclastos. A vida do denosumab é de 28 dias. Anatomia do complexo maxilo mandibular o Acontece começando em processos alveolares: local de inserção dos dentes Possui maior quantidade de osso cortical e envolve as raízes dos dentes. Sua interação se da através de da interação dentre dente- ligamento-osso (articulação gonfose é a única do corpo) Além disso há uma comunicação direta ou muito proixma com o meio bucal através do sulco gengival. Esse sulco pode ter vários graus de inflamação. Essa articulação permite a movimentação dos dentes através da remodelação óssea – maior captação de bifosfonatos nessas regiões por ter um processo intenso de remodelação Medicação + osso alveolar + agressão + processo de reparação comprometido o Mandíbula 2x mais comum do que maxila – torus lingual e linha obliqua interna Cortical mais proeminente Regiões de deposição óssea intensa e irrigação menor Procedimentos dento alveolares invasivos o Doença inflamatória bucal concomitante porque a reparação será mais complicada. RISCOS PACIENTE Idade – idosos usam bifosfonatos presentes em medicações para osteoporose, além da senescencia de células que prejudica na resposta inflamatória adequada Fumantes Medicações sistêmicas – corticoides (impedem resposta inflamatória – casos de uso sistêmico como na doença lúpus), ciclofosfamidas e eritropoietina. Doenças sistêmicas – diálise, diabetes, baixa hemoglobina e obesidade Essas doenças prejudicam a perfusão desses ossos e contribuem para instalação da osteorradionecrose Levar em consideração outras alterações como: atividade antiangiongênica, diminuição de resposta inflamatória e alteração de espessura de epitélio TRATAMENTO E PREVENÇÃO A suspensão da medicação não previne a osteonecrose – não deve fazer a suspensão pois pacientes usam a droga para evitar fraturas de fêmur por exemplo, em mulheres na menopausa (risco de morte) O manejo é o mais importante: bochecho com clorexidina até fechamento de ferida cirurgica , fechamento de alvéolos adequadamente após cirurgias, uso de antibióticos, não dexar espículas, deixar menos atraumatico possível. Quando a doença estiver instalada – remover, limpar, fechar a ferida e fazer a medicação sistêmica. Outros adjuvantes no tratamento OXIGENOTERAPIA o Porém é pouco acessível o Usado quando pacientes possuem regiões extensamente afetadas RESSECÇÃO o Auxilia na diferenciação de osso normal e osso necrótico o Ajuda a mapear lesões pré malignas o Fluoresce menos a região necróticas LASER DE ALTA POTENCIA o Associados a cirurgia e uso de antibióticos o Er: YAF laser e Nd: YAG laser o Capazes de fazer a desinfecção da região OUTROS o Plasma rico em plaquetas (PRP); proteína morfogenético óssea 2 (BMP2); ozonoterapia; terapia ultrassônica o Tratamentos medicamentosos alternativos RISCO DE NECROSE o Prevenção é uma melhor conduta o É ideal o paciente tratar antes de iniciar a terapia com bifosfonatos e ser acompanhamento a cada 2-3 meses
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