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Osteonecrose dos maxilares induzida por medicamentos | Oncologia Oral

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Osteonecrose dos maxilares induzida por medicamentos 
Oncologia Oral – UFPE 
 
 
Larissa Albuquerque 
*A osteonecrose dos maxilares induzida por 
medicamentos pode ser definida como osso exposto 
na região maxilo-facial que persiste por mais de 8 
semanas em paciente sob tratamento atual ou 
anterior com agentes antirresorptivos ou 
antiangiogênicas e sem histórico de radioterapia ou 
doença metastática evidente nos maxilares. 
*Os medicamentos que causam osteonecrose são de 
dois grupos, os bisfosfonatos e os não bisfosfonatos, 
sendo este último classificado em drogas anti-
absortivas e drogas antiangiogênicas. 
*A osteonecrose é mais frequente nos maxilares e 
mandíbula devido às suas peculiaridades: 
• A mandíbula tem maior densidade de 
calcificação e isso aumenta a absorção da 
medicação. 
• A relação desses ossos é mais próxima aos 
dentes, estando mais próximos de focos de 
infecção. 
• São os ossos mais sujeitos a procedimentos 
invasivos 
Medicamentos bisfosfonatos 
*Os bisfosfonatos, como alendronato e o pamidrom, 
estão mais associados a esse tipo de necrose e têm 
como indicação clínica o tratamento de osteoporose, 
osteopenia, metástases ósseas, doença de Paget e 
mieloma múltiplo. 
*Eles agem pelo mecanismo de reabsorção e 
remodelação óssea e, por isso, tem ação terapêutica 
em algumas doenças. Teve comercialização em 
1977, mas foi apenas em 2003 que foram publicados 
os primeiros casos de osteonecrose dos maxilares 
induzidas por bisfosfonatos. 
*A 1ª geração de bisfosfonatos foram o de não-
aminados (representado pelo etidronato), os de 2ª 
geração foram os aminados (alendronato e 
pamidronato) e o de 3ª geração foram de cadeia 
cíclica (zoledronato e risedronato). À medida que a 
geração aumentou, maior foi a potência dos 
resultados, mas também houve aumento de chance 
de predisposição à osteonecrose. 
*O mecanismo de ação dos bisfosfonatos consiste na 
redução da remodelação óssea, diminuindo a 
reabsorção óssea, levando à inibição da formação e 
recrutamento de osteoclastos, inibição da ativação e 
atividade de osteoclastos e indução de apoptose dos 
osteoclastos. Apesar de promover o fortalecimento do 
tecido ósseo, ocorre a perda da vascularização e, 
como consequência, a redução da sua capacidade de 
defesa. Dessa forma, os bisfosfonatos atuam por dois 
mecanismos de ação relacionados com atividade 
antiosteoclástica e antiangiogênica, tornando o 
osso mais suscetível à osteonecrose. 
*O bisfosfonato tem alta afinidade pelo osso, podendo 
perdurar no esqueleto por até 10 anos e existem 
fatores de risco locais para pacientes que já fazem 
uso da medicação, que são cirurgias dento-
alveolares, doença periodontal, uso de próteses, 
duração da terapia, tipo de bisfosfonatos e via de 
administração, e também fatores de risco 
sistêmicos, como diabetes, fumo, artrite reumatoide 
e terapia com glicocorticoides. 
*No uso de ácido zoledrônico (3ª geração), apenas 
são necessárias seis doses mensais de bisfosfonato 
endovenoso para que o paciente apresente risco de 
desenvolver ONMB. Já para bisfosfonatos 
administrados por via oral, como o alendronato, 
seriam necessários três anos ou 156 doses semanais. 
Diante disso, percebe-se que, por os bisfosfonatos de 
3ª geração serem mais potentes, há o aumento 
também dos riscos para a osteonecrose com o 
aumento da potência do medicamento. 
Medicamentos não bisfosfonatos 
*Medicamentos antiabsortivos: 
• Denosumabe: é um anticorpo monoclonal que 
que se liga à proteína RANK, da família do 
fator de necrose tumoral. Essa proteína 
normalmente informa os osteoclastos para 
destruir o osso, mas quando o denosumab se 
liga a ele, essa ação é bloqueada. 
*Medicação antiangiogênicas: 
• Bevacizumabe: impede a interação do VEGF 
(fator de crescimento do endotélio vascular) 
com receptores na superfície das células 
endoteliais, impedindo a proliferação de 
células endoteliais e a formação de novos 
vasos sanguíneos. 
Tratamento 
*A droga de escolha para o tratamento não cirúrgico 
da doença é a penicilina, pois os microrganismos 
encontrados com maior frequência nos ossos 
expostos são sensíveis a ela. 
*O tratamento cirúrgico pode ser necessário quando 
o paciente possuir muitos segmentos de osso 
necrótico que atinjam estruturas ósseas além do 
processo alveolar. 
*O tratamento deve priorizar a preservação da 
qualidade de vida, controlando a dor e os quadros de 
infecção e prevenção do desenvolvimento de novas 
áreas de necrose.

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