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Faculdade de Direito da Fundação Escola Superior do Ministério Público Recredenciada pela Portaria MEC n.° 130, de 27/02/2013 – DOU de 28/02/2013. Curso de Graduação em Direito Renovação de reconhecimento pela Portaria MEC n.° 268, de 3 de abril de 2017 – DOU de 4/4/2017. Disciplina: Direito do Trabalho I Professora: Me. Roberta Ludwig Ribeiro G1 – Parte I – valor total 3 pontos Prazo para entrega 18/06/2021, às 22h30min Nome: Maria Eduarda Oliveira da Silveira Responder às questões abaixo, de forma fundamentada, citando a lei ou a jurisprudência dominante (cada questão vale 0,5). 1) A loja ABC de um shopping center concede mensalmente a todos os seus empregados, sem contrapartida e como contraprestação pelo trabalho, um vale- compras no valor de R$ 300,00, por força de norma regulamentar, para que eles possam utilizá-lo em qualquer estabelecimento do shopping. Além disso, fornece ajuda-alimentação, sendo participante de Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O sindicato representante da categoria profissional de seus empregados vem reivindicando que os valores de ambos os benefícios sejam considerados no cálculo das verbas contratuais dos trabalhadores. a) Qual o conceito de remuneração? Os valores correspondentes à ajuda alimentação integram a remuneração dos empregados? RESPOSTA: Remuneração é o conceito que indica a totalidade dos ganhos do empregado decorrentes do vínculo empregatício, pagos diretamente ou não pelo empregador, diferentemente do conceito de salário, que se refere aos ganhos recebidos diretamente pelo empregador pela contraprestação do trabalho. Conforme estabelece o art. 458, caput, da CLT, além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habilitação, vestuário ou outras prestações “in natura” que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. E ainda, com base na súmula 241 do TST, o vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. Contudo, considerando o disposto no art. 3º da Lei 6.321/76, para as empresas integrantes do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, não se inclui no salário de contribuição a parcela paga in natura, pela empresa. Dessa forma, o valor correspondente a ajuda alimentação não integra a remuneração do funcionário, eis que se trata de empresa regularmente inscrita no PAT. b) Os valores alusivos ao vale-compras devem integrar a base de cálculo das verbas contratuais dos empregados? RESPOSTA: Conforme disposto no art. 458, caput, da CLT, além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Contudo, nem todos os bens são englobados por essa determinação, eis que se faz necessário o preenchimento de alguns requisitos, quais seja: o fornecimento deve ser habitual, de forma que o fornecimento esporádico não configura salário in natura, esse fornecimento deve ter caráter contraprestativo, devendo possuir relação direta de retribuição pelo trabalho prestado pelo empregado e ainda deve configurar onerosidade unilateral, de forma que o fornecimento não pode contar com a participação econômica do empregado. Sendo assim, considerando que no caso narrado há o preenchimento de todos os requisitos elencados, o vale compras fornecido habitualmente configura salário in natura, devendo assim integrar a base de cálculo das verbas contratuais dos empregados. c) Quais seriam os efeitos inerentes à revogação da norma regulamentar instituidora do vale-compras nos contratos de trabalho vigentes e futuros? RESPOSTA: O art. 468 da CLT estabelece que nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Dessa forma, e ainda de acordo com a sumula 51, item I do TST (As clausulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. Posto isso, a revogação da norma regulamentar que instituiu o vale-compras na empresa não poderia ser aplicada aos contratos vigentes da empresa, eis que se deve respeitar o principio da condição mais benéfica, sendo assim essa revogação somente afetaria os contratos futuros da empresa. d) Os valores correspondentes à ajuda-alimentação integram os salários dos empregados? RESPOSTA: Não, considerando que a empresa é participante do PAT, conforme dispõe o art. 3º da Lei 6.321/76, o valor da ajuda-alimentação não integra o salário dos funcionários. 2) A empresa XYZ, buscando estimular o comparecimento pontual de seus empregados, estipulou em norma interna que o empregado que chegasse até 10 minutos antes do horário ganharia R$ 5,00 no dia, e o que chegasse até 15 minutos atrasado teria de pagar R$ 2,00 no dia. Tanto a adição quanto o desconto seriam feitos no contracheque mensal e não excluiriam a adição de hora extra pela chegada antecipada nem o desconto pelos atrasos, como já era feito. a) Quais os descontos que o empregador pode efetuar no salário dos trabalhadores, nos termos da CLT? Qual o princípio envolvido? RESPOSTA: Conforme dispõe o art. 462 da CLT, ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. O princípio que serve de fundamento para esta disposição é o da intangibilidade salarial. Dessa forma, os descontos que o empregador pode efetuar nos salários dos empregados são os previstos em lei ou ainda na sumula 342 do TST, alguns exemplos de descontos são: de INSS, Imposto de Renda, Adiantamentos, Contribuição Sindical (quando o empregado opta por contribuir), Faltas injustificadas, Vale Transporte (até 6% do salário), Vale-alimentação (até 20% do salário bruto, com exceção das empresas que integram o PAT), Pensão alimentícia, em caso de dano causado pelo empregado (art. 462, §1º da CLT), Empréstimos consignados e ainda Planos de Saúde (opcional). Importante destacar que a soma de todos os descontos do empregado não pode exceder 70% do salário bruto. b) É válida a norma interna em questão, em ambos os aspectos? RESPOSTA: Não, a norma somente é valida ao criar o adicional pela chegada antes do horário marcado, pois o desconto pelo atraso do funcionário já é realizado com base em norma legal no próprio contracheque do empregado, de forma que o desconto duplo caracterizaria bis in idem e infringiria o estabelecido pelo art. 462 da CLT, configurando uma desproteção ao salário do empregado, desrespeitando o princípio da intangibilidade salarial. c) De que poder o empregador se valeu para criá-la? RESPOSTA: Para a criação de normas internas que tenham por objetivo dinamizar a sua gestão e eventualmente beneficiar os empregados, não podendo a norma criada unilateralmente prejudicar os funcionários, o empregador pode se valer de seu poder diretivo, de comando, regulamentar ou jus variandi, vejamos jurisprudência relacionada ao assunto: REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO DO SALÁRIO-BASE. JUS VARIANDI DO EMPREGADOR. LICITUDE. A redução da duração semanal de trabalho de 44 horas para 40 horas, decorrente da supressão do trabalho regularaos sábados, em razão de dinâmica empresarial, nos moldes verificados, configura o exercício lícito do poder diretivo patronal, consistente no conjunto de prerrogativas empresariais de ajustar, adequar e até mesmo alterar as circunstâncias e critérios da prestação laborativa. Este poder de alteração, embora não seja absoluto, na hipótese, encontra- se amparado pelo jus variandi do empregador. Não há duvida que a diminuição da jornada, sem redução do salário-base, é benéfica ao trabalhador. A supressão ou quitação proporcional de benefício convencional, atinente ao trabalho em finais de semana, que se trata de salário-condição, nos exatos termos estipulados na norma coletiva, não dá ensejo à configuração de alteração contratual lesiva ao empregado. (TRT-3 – RO: 00349201502103000 0000349-09.2015.5.03.0021, Relator: Ana Maria Amorim Reboucas, Oitava Turma, Data de Publicação: 30/08/2016) 3) João foi contratado pela empresa TRI Comércio de Metais Ltda., para exercer a função de auxiliar administrativo. Após um ano de serviços prestados, sem que tivesse praticado qualquer ato desabonador de sua conduta, recusou-se a cumprir ordem manifestamente legal de seu superior hierárquico, por discordar de juízo de mérito daquele, em relação à tomada de uma decisão administrativa. De pronto foi verbalmente admoestado, alertado para que o ato não se repetisse e sobre a gravidade do ilícito contratual cometido. No mesmo dia, ao final do expediente, foi chamado à sala de Diretor da empresa, que lhe comunicou a decisão de lhe impor suspensão contratual por 10 dias, em virtude da falta cometida. a) Qual o poder empregatício envolvido na aplicação da punição ao João? Quais são as punições admitidas pelo Direito do Trabalho? RESPOSTA: O poder empregatício para aplicação de punições ao empregado e o poder disciplinar, em regra nesse poder não e necessária intervenção do Poder Judiciário, com exceção dos casos de inquérito para apuração de falta grave. As penalidades admitidas pelo Direito do Trabalho na utilização do poder disciplinar são: advertência (verbal ou escrita), suspensão (máxima de 30 dias) e ainda a dispensa por justa causa, a aplicação de determinada penalidade dependerá da conduta tida pelo empregado. Cumpre salientar que para uso desse poder são necessários alguns requisitos, quais sejam: motivação; taxatividade; proporcionalidade; imediatidade; ausência de dupla punição (bis in idem). Nesse sentido, vejamos uma jurisprudência acerca do uso do poder disciplinar: ADVERTÊNCIA AO EMPREGADO. PODER DISCIPLINAL DO EMPREGADOR. PROPORCIONALIDADE. Constatando-se que a penalidade aplicada pelo empregador (advertência) é proporcional e encontra-se ancorada em fatos efetivamente ocorridos, além de que seu conteúdo não extrapola sua finalidade, não se configuram excesso do poder disciplinar do empregador (TRT-15 – RO: 9957020125150124 SP 028145/2013- PATR, Relator: LUIZ ROBERTO NUNES, Data de Publicação: 19/04/2013) b) O empregador pode aplicar suspensão de 40 dias? Qual a consequência jurídica? RESPOSTA: Não, conforme dispõe o art. 474 da CLT, a suspensão aplicada ao empregado não pode ser superior a 30 (trinta) dias consecutivos, eis que poderá configurar rescisão injusta do contrato de trabalho. Durante a suspensão o empregado não recebe nem conta tempo de serviço, razão pela qual sua perduração por prazo superior a 30 dias configurará rescisão injusta. c) São válidas as punições aplicadas pelo empregador? RESPOSTA: A primeira punição, qual seja a advertência verbal pela conduta é válida, considerando que efetivamente houve o descumprimento injustificado de ordem legal de seu superior hierárquico, demonstrada assim uma proporcionalidade entre a conduta e a penalidade. Contudo, a segunda punição, qual seja a suspensão contratual por 10 dias e invalida, eis que e incabível uma dupla punição pela mesma falta, pois caracterizaria bis in idem, vejamos jurisprudência no mesmo sentido: JUSTA CAUSA APLICADA EM CONJUNTO COM AS PENAS DE ADVERTÊNCIA E SUSPENSAO PELA MESMA FALTA CONSTITUI B/S IN IDEM E VIOLA O PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE ENTRE A PUNIÇÃO E A FALTA, A INVALIDAR A PENA MÁXIMA RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (TRT-1 – RO: 00515006020065010061 RJ, Relator: THEOCRITO BORGES DOS SANTOS FILHO, Data de Julgamento: 16/05/2007, SEXTA TURMA, Data de Publicação: 12/06/2007) d) Se a ordem original fosse ilegal, o que poderia o empregado fazer? RESPOSTA: Em sendo a ordem do superior hierárquico ilegal, o empregado pode recusar-se a cumpri-la, valendo-se do seu jus resistendiae, ou direito de resistência. E ainda, considerando o disposto no art. 483, “a” da CLT, o empregado também pode requerer a rescisão do contrato e pleitear indenização nos casos em que o empregador exigir serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato. RECURSO ORDINÁRIO, DIREITO DE RESISTENCIA DO EMPREGADO. SUSPENSAO DISCIPLINAR. O direito de resistência do empregado deriva diretamente do uso irregular do poder diretivo patronal não gerando, assim, falta trabalhista ao obreiro. Restando demonstrado nos autos que foi legitima a recusa do reclamante em não realizar viagem ao Baixo Purus, por não ter condições de transporte de vacinas, resta nula a suspensão aplicada. Recurso conhecido e improvido. (TRT-14 – RO 0000270, Relator: DESEMBARGADOR ELANA CARDOSO LOPES, Data de Julgamento: 01/09/2010, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DETRT14n.0161, de 03/09/2010) 4) Pedro é empregado da empresa Vinhos Especiais Ltda., exercendo a função de degustador. Para tanto, deve provar pequena quantidade de vinho de cada lote, o que gera, ao final de cada semana, a ingestão de 6 litros de vinho. Em razão disso, tornou-se dependente de álcool e passou a beber mesmo fora do serviço, o que levou ao seu afastamento do emprego e seu encaminhamento ao INSS. Foi constatado pela perícia que havia o nexo técnico epidemiológico, e o benefício correspondente foi deferido pelo INSS. a) Analise se a empresa, durante o período de afastamento de Pedro pelo INSS, deverá recolher o FGTS. RESPOSTA: Sim, durante o período que Pedro permanecer afastado, a empresa deverá realizar o recolhimento relativo ao FGTS, eis que o trabalhador adquiriu moléstia grave em razão da atividade desempenhada, restando configurado o nexo epidemiológico, razão pela qual a situação narrada se equipara ao acidente de trabalho, sendo aplicável o art. 15, §5º da Lei nº 8.036/90. b) O período de afastamento de Pedro será considerado na contagem do seu tempo de serviço? RESPOSTA: Sim, conforme fundamentado na questão anterior, contrair moléstia grave em razão da atividade de trabalho se equipara ao acidente de trabalho. Dessa forma, à situação narrada aplica-se o disposto no art. 4º, §1º da CLT, onde restou estabelecido que será considerado tempo de serviço o período em que o empregado estiver afastado do trabalho por motivo de acidente de trabalho. c) Após a alta previdenciária de Pedro, ele gozará de algum tipo de garantia no emprego? RESPOSTA: Sim, conforme dispõe o art. 118 da Lei 8.213/1991, bem como a sumula 378 do TST, o empregado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. Dessa forma, considerando que no caso narrado Pedro adquiriu doença que se equipara a acidente de trabalho, tendo sido afastado e recebido o benefício correspondente pelo INSS, quando cessar esse benefício, o trabalhador terá estabilidade na empresa por 12 meses. ESTABILIDADE – ACIDENTE DO TRABALHO – CONTAGEM. A estabilidade provisória, de acordo com o art. 118 da Lei 8.213/91, conta-se a partir da cessação do beneficio previdenciário,ou seja, da alta previdenciária. (TRT-24 00013722920105240005, Relator: NICANOR DE ARAÚJO LIMA, Data de Julgamento: 21/11/2012, 2ª TURMA) d) Durante o período de afastamento previdenciário, Pedro poderá ser dispensado sem justa causa? RESPOSTA: Não. Durante o período de afastamento previdenciário, enquanto Pedro está gozando de seu benefício em razão da doença equiparar-se ao acidente de trabalho, o contrato de trabalho fica suspenso. Essa suspensão se trata de suspensão atípica, onde o empregado recebe FGTS e conta tempo de serviço, conforme art. 4º, §1º da CLT, sumula 440 do TST e ainda Art. 118 da Lei 8.213/91. Dessa forma, não pode Pedro ser demitido sem justa causa durante esse período, sendo que caso ocorra a demissão sem justa causa, ele terá direito a ser reintegrado, em razão da suspensão do contrato de trabalho. 5) Robson foi contratado para trabalhar na sociedade empresária BCD Ltda. em janeiro de 2005, cumprindo jornada de segunda-feira a sábado, das 7h às 18h, com pausa alimentar de 30 minutos. Em julho de 2007, Robson foi aposentado por invalidez; em dezembro de 2014, ele ajuizou reclamação trabalhista postulando o pagamento de horas extras de 2005 a 2007. Em defesa, a ré arguiu prescrição parcial, enquanto o autor, que teve vista da defesa, alegou que a prescrição estaria suspensa em razão da concessão do benefício previdenciário. a) Quais são os prazos de prescrição no processo do trabalho? RESPOSTA: No direito do trabalho existem dois prazos prescricionais, um de 2 anos e outro de 5 anos. O art. 7º, inciso XXIX da CF dispõe que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Enquanto o art. 11 da CLT dispõe que a pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Dessa forma podemos concluir que na prescrição bienal o trabalhador pode requerer créditos trabalhistas após sua rescisão, sendo que a contagem de prazo se inicia da extinção do contrato de trabalho. Já a prescrição quinquenal se refere aos últimos 5 anos que o trabalhador tem direito de reclamar verbas trabalhistas não pagas pelo empregador, sendo que o inicio da contagem de prazo é a data de ajuizamento da ação, sendo assim, o trabalhador demitido conta com prazo de dois anos para reivindicar judicialmente direitos em face da empresa, correspondente aos últimos cinco anos. b) Qual das teses prevalecerá em relação à questão da prescrição? RESPOSTA: Deverá prevalecer a tese de defesa da empresa, eis que a suspensão do contrato de trabalho não implica na suspensão do prazo prescricional, conforme OJ 375 do TST. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO D TRABALHO. PRESCRIÇÃO. OJ 375 DA SDI-1 DO c. TST. A suspensão do contrato de trabalho em decorrência de aposentadoria por invalidez não suspende o prazo da prescrição quinquenal, salvo se comprovada a absoluta impossibilidade de acesso ao Poder Judiciário. Exegese da OJ nº 375 da SDI-1 desta Corte. Decisão denegatória mantida diante do óbice da Sumula nº 333 deste c. TST e do art. 896, §4º, da CLT. Agravo conhecido e desprovido. (TST – AIRR: 4335020105010341, Relator: Vania Maria da Rocha Abensur, Data de Julgamento: 18/06/2014, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/06/2014) c) Indique a consequência jurídica da aposentadoria por invalidez no contrato de trabalho de Robson. RESPOSTA: A consequência da aposentadoria por invalidez no contrato de trabalho é a suspensão do referido contrato, conforme disposto no art. 475 da CLT. d) Durante a aposentadoria por invalidez, o empregador é obrigado a continuar depositando o FGTS e a fornecer plano de saúde? RESPOSTA: Sim. Em decorrência do caráter provisório da aposentadoria por invalidez. Conforme disposto no art. 42 da Lei 8.213/91, a aposentadoria por invalidez será paga ao segurando enquanto permanecer nesta condição. Ainda, conforme o art. 475, §1º e 2º da CLT, o contrato fica suspenso durante a aposentadoria por invalidez, sendo que em havendo a recuperação do empregado, a aposentadoria será cancelada, sendo assegurado a ele o direito à exercer a função que ocupava ao tempo da aposentador, sendo ainda facultado ao empregador o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, e ainda se o empregador houver admitido um substituto, poderá rescindir com este sem qualquer indenização, desde que tenha havido ciência da interinidade ao ser celebrado o contrato. Por fim, a súmula 440 do TST reconhece o direito à manutenção de plano de saúde para trabalhadores afastados para tratamento médico ou aposentados provisoriamente por invalidez. 6) Antônio ajuizou reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, uma empresa de terceirização, e contra o ente público tomador dos serviços. No rol de pedidos, o autor deseja o pagamento de verbas da extinção contratual e indenização por dano moral, pois era humilhado pelo seu supervisor, além da condenação subsidiária do ente público por culpa in vigilando (Súmula 331, V, do TST). Em sua contestação, o ente público sustenta que, caso venha a ser condenado, devem ser observados os juros menores previstos na Lei nº 9.494/97, além de não poder ser responsabilizado pela eventual condenação por dano moral, sequer de forma subsidiária, pois não feriu qualquer direito de personalidade do autor. a) Quais são os elementos necessários à configuração do dano moral? RESPOSTA: Para caracterização do dano moral são necessários três requisitos, quais sejam, o ato ofensivo praticado pelo agente, o dano, e o nexo de causa e efeito entre o ato praticado e o resultado danoso. RECURSO DE REVISTA. OFENSAS VERBAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. REQUISITOS. DANO “IN RE IPSA”. 1. Na hipótese, o Tribunal Regional, valorando fatos e provas, firmou convicção quanto à sujeição cotidiana do reclamante a tratamento desrespeitoso e vexatório por parte do preposto da reclamada, que lhe proferia ofensas em meio ao ambiente de trabalho. 2. Portanto, configurados os requisitos do fato ofensivo e do nexo causal, como delineado no acórdão regional, o dano moral ocorre “in re ipsa”, ou seja, prescinde de prova, sendo consequência da conduta antijurídica da reclamada, a quem incumbe manter a dignidade do ambiente de trabalho, do que decorre a sua responsabilidade em pagar compensação pelo prejuízo de cunho imaterial causado ao reclamante. Não se identifica, assim, a violação do art. 186 do Código Civil, ante o caráter fático da controvérsia. Recurso de revista de que não se conhece, no particular. (TST – RR: 1914004120095040232, Relator: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 22/08/2018, 1ª Turma, Data de Publicaçao: DEJT 24/08/2018) b) O ente público pode ser condenado de forma subsidiária na demanda? RESPOSTA: Sim. Conforme restou consolidado pela sumula 331 do TST, os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV da referida sumula, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. Tratando-se de inadimplemento de obrigações trabalhistas pelo empregador, é manifestaa responsabilidade subsidiária do tomador de serviços em relação aos créditos apurados, pois auferiu vantagens em vista do labor realizado pelo reclamante, deixando, no entanto, de exercer a efetiva fiscalização sobre a prestadora dos serviços quanto à satisfação das parcelas decorrentes do contrato de trabalho, como demonstra o conjunto probatório. Caracterizada a conduta culposa do ente público. Inteligência da Súmula 331, IV, V e VI do TST. Recurso não provido. (TRT-4 – ROT: 00205940820195040010, Data de Julgamento: 14/05/2020, 2ª Turma) c) Em hipótese de fraude na terceirização, poderia haver o reconhecimento do vínculo de emprego com o ente público? RESPOSTA: Não. Conforme dispõe o inciso II da Súmula 331 do TST, A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional, isso porque as normas de ingresso nos quadros da Administração Pública estão todas descritas na Constituição Federal e são exaustivas. d) A tese do ente público, quanto à condenação em juros menores, deve ser acolhida? RESPOSTA: Não. A tese utilizada pelo ente publico não merece prevalecer posto que quando ocorre a condenação subsidiaria deste, ele não se beneficia dos juros menores previstos no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, conforme OJ 382 do TST. e) A tese do ente público, de isenção quanto à responsabilidade pelo eventual deferimento de indenização por dano moral, deve ser acolhida? RESPOSTA: Não, conforme já fundamentando anteriormente, a responsabilidade subsidiária do ente público abrange todas as verbas decorrentes da condenação no período da prestação laboral, conforme súmula 331, VI do TST, razão pela qual não deve prosperar a tese de isenção levantada.
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