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Estrutura Organizacional da Unidade de Centro Cirúrgico

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Estrutura Organizacional
da Unidade de Centro
Cirúrgico
1) Área Física → Associada ao grau de atendimento que a instituição oferece. Ex-
▪ Hospital geral, com referência em trauma, deve possuir um CC compatível com o seu porte, com
salas de emergência equipadas e dentro das especificações do Ministério da Saúde e da ANVISA, que
estabelecem normas para a criação de um CC e sua manutenção.
2) Unidade → A unidade chamada CC é um dos setores mais importantes de uma Unidade Hospitalar.
Setor de alto custo, tanto pela construção, que deve ser executada de acordo com normas técnicas e
assépticas, como pela quantidade de equipamentos essenciais e indispensáveis, e também de alto custo,
que deve possuir, a fim de proporcionar segurança tanto à equipe médica, como ao paciente, familiares
e administração hospitalar.
O Manual de Normas e Padrões de Construções e Instalações de Serviços de Saúde conceitua a unidade
de CC como:
“ conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas, bem como a recuperação pós-anestésica e
pós-operatória imediata” (BRASIL, 1987).
 
3) Localização → Deve ser independente da circulação geral, isto é, fora de local de grande circulação
de pessoas como, por exemplo, entrada do hospital.
Deve ser de fácil acesso aos departamentos que dele necessitam (unidade de obstetrícia, clínica
cirúrgica, UTI etc).
A circulação interna deve ser bloqueada para pessoal de fora.
Todos os acessos são bloqueados e controlados.
É necessário paramentação (roupas especiais) para circular dentro do bloco operatório.
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O acesso ao CC deve ser interligado de acordo com os profissionais que fazem parte dele:
✓ Paciente → Deve ter acesso pela porta/entrada principal;
✓ Pessoal/equipe → Deve ter acesso pela entrada dos vestiários que deve ser interligada ao CC;
✓ Serviço de Apoio → Devem haver entradas auxiliares para roupa limpa, roupa suja, equipamentos,
exames e material contaminado.
4) Estrutura Física do CC → O CC caracteriza-se por um conjunto de elementos que compõe a unidade
do CC.
São elementos essenciais:
✓ Vestiários – Devem localizar-se na entrada do CC, de modo que os profissionais e outras pessoas que
venham da área de circulação externa, só possam ter acesso ao setor após a troca de roupa em uso por
uniforme próprio e privativo do local (Calça comprida, túnica, gorro, propés e máscaras).
Os vestiários são barreiras físicas, considerando que são definidas como “aqueles ambientes que
minimizam a entrada de microrganismos externos” (BRASIL, 1994).
✓ Sala Administrativa → Local destinado ao controle administrativo, o qual concentra a chefia de
enfermagem e secretaria.
✓ Área de Recepção do paciente → Área que recebe e transfere o paciente da maca proveniente da
unidade de internação para o CC.
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✓ Área de escovação ou Lavabos → É previsto um lavabo com duas torneiras para cada duas salas
cirúrgicas. Torneiras especiais que não necessitem das mãos para serem abertas.
Tanques altos, com recipientes para escovas e solução antisséptica.
✓ Farmácia → Armazena medicamentos inclusive anestésicos, soros, soluções desinfetantes, fios de
sutura e outros além de todos os materiais descartáveis.
✓ Sala de estocagem de Material Esterilizado → Armazena o material estéril como pacotes de roupa,
caixas de instrumentais e etc...
✓ Sala para Guarda de Aparelhos e Equipamentos
✓ Sala para Material de Limpeza
✓ Sala de Expurgo → Local destinado a receber os materiais usados nas cirurgias, os quais devem ser
encaminhados à central de material esterilização, dependendo da planta física do CC.
Este local deve possuir um recipiente com sistema de descarga para desprezar as secreções dos frascos
dos aspiradores.
✓ Sala de Estar para Funcionários
✓ Conforto Médico → Destinado ao descanso da equipe cirúrgica e eventuais lanches, a fim de evitar
que sejam feitos em lugar inadequado.
✓ Sala de recuperação Pós-anestésica
✓ Sala de Cirurgia ou Operação → Destinada á realização de intervenções cirúrgicas e endoscópicas.
Segundo o MS (BRASIL,1994), o no de salas cirúrgicas para a Unidade de CC é quantificado com base
na capacidade de leitos do hospital.
Preconiza-se duas salas para cada 50 leitos não especializados ou para cada 15 leitos cirúrgicos.
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Segundo LAGEMANN (2005), “as salas do centro cirúrgico são agrupadas levando-se em consideração a
circulação e o funcionamento, para garantir as técnicas assépticas”.
No planejamento da sala cirúrgica, alguns requisitos devem ser observados a fim de facilitar o
funcionamento e proporcionar segurança ao paciente e as equipes:
✓ Área física – O tamanho da sala em m2 varia de acordo com a especialidade a que é destinada.
✓ Paredes - As paredes devem ser de superfície lisa, uniforme, com cantos arredondados para facilitar
a limpeza e evitar acúmulo de poeira.
Deve contribuir para a diminuição da poluição sonora, facilitar o controle da temperatura ambiente,
aumentar a capacidade de iluminação, sem criar áreas de reflexos. Pintadas com tinta lavável em
cores repousantes, neutras e suaves.
✓ Piso - O Piso deve ser de material resistente, não poroso, de fácil visualização de sujeiras, de fácil
limpeza, livre de ralos, fendas e fissuras, pouco sonoro, resistente ao choque e agentes químicos e
fundamentalmente condutivo, bom condutor de eletricidade estática para evitar faísca (gases).
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✓ Portas – Devem ser largas, amplas, permitindo a passagem de macas e equipamentos; devem ser
práticas, possibilitando abertura sem o uso das mãos, pois a equipe já deve estar escovada ao entrar.
Devem ser dotadas de visores de vidro, para facilitar a visão entre ambientes e diminuir o número de
aberturas desnecessárias das portas.
✓ Janelas – Devem ser amplas, com vidro fosco, boa luminosidade, porém dotadas de telas e travadas,
evitando a entrada de insetos.
✓ Ventilação – Preferencialmente por ar-condicionado, com renovação do ar ambiente, respeitando as
normas técnicas do fabricante para troca e manutenção dos filtros.
✓ Iluminação – A iluminação geral da sala deve ser feita por luz de teto e a iluminação do campo
operatório feita por luz de foco, também no teto e, quando necessário, com auxílio do foco móvel.
Um gerador é peça/equipamento fundamental, acionado automaticamente na falta de energia elétrica.
✓ Instalações Elétricas – Tomadas de ambas as voltagens e localizadas a 1,5 m do piso, devendo possuir
sistema de aterramento para prevenir choque e queimaduras no paciente e equipe.
✓ Fluxo → É de extrema importância que o fluxo interno – roupas e materiais sujos e limpos e de
pessoal - seja correto, evitando assim o que chamamos de infecção cruzada, ou que ocorra “cruzamento”
de material e/ou roupas e pessoal.
Os materiais considerados limpos devem ir à sala de cirurgia em carrinhos próprios, saindo do local
apropriado ao seu armazenamento.
Os materiais vindos da central de esterilização devem estar acondicionados em pacotes específicos à esta
finalidade e também em carrinhos próprios.
Os materiais e rouparias considerados “sujos”, após o término da cirurgia, devem ser encaminhados ao
expurgo, cobertos, evitando que se misturem com material limpo.
O fluxo de circulação deve determinar o índice de combinação, que deve ser zero, daí a necessidade de as
áreas do CC estarem delimitadas.
 
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Para garantir o fluxo e a circulação interna no CC, denominam-se as áreas da seguinte forma:
Zoneamento ou Áreas do CC
As zonas ou áreas do bloco operatório são classificadas como: irrestrita, semi-restrita e restrita.
❖ Zona Irrestrita ou não crítica - Área próxima à entrada do paciente, área de acesso ao CC e de livre
circulação interna. Consideram-se as dependências que não apresentam risco de transmissão de
infecção.
Ex - Vestiários, secretaria, área de transferência de macas, entre outros.
❖ Zona Semirestrita ou semicrítica - Área de comunicação coma área restrita, em que se permite a
circulação de pessoal e de equipamentos, não interferindo nas rotinas de controle e manutenção da
área restrita. Obrigatório uso de uniforme privativo.
Ex: Corredores, Sala de Recuperação Pós-Anestésica, estoque, almoxarifado interno, recepção do
paciente, entre outros.
❖ Zona Restrita ou crítica - Área de trânsito privativo, ou seja a sala de cirurgia em que as equipes
atuam, local que oferece maior risco de transmissão de infecção, seja pela baixa resistência do paciente
ou pela atividade a ser desenvolvida.
Obrigatório uso de uniforme privativo e roupas privativas para atuar nos procedimentos, o que
chamamos de Paramentação.
Paramentação → Consiste no preparo da pele – escovação (degermação) e vestimenta adequadas,
A paramentação deve ser feita após o preparo da pele, ou seja, a escovação/degermação;
Paramentação Cirúrgica → É constituída por:
✓ Avental próprio estéril, de uso exclusivo da equipe cirúrgica, ou seja, cirurgiões e instrumentador;
✓ Luva estéril;
✓ Gorro e máscara já mencionados.
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