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Urgência e emergência Ana Catarina Dutra Rebelo - Medicina Página 1 de 4 Vias aéreas na emergência Avaliação da necessidade de intubação - Se o paciente estiver com fonação clara é boa evidência do controle adequado da musculatura da via aérea. - A deglutição espontânea também é um bom indicador. - Se houver acúmulo de secreções acumuladas na orofaringe indica o oposto. OBS: não se utiliza como critério o reflexo do vômito. ❖ Há falha de ventilação ou de oxigenação? - Se o paciente não consegue efetuar uma boa troca gasosa. - Indicadores: taquipneia, estridor, respiração superficial. OBS: se o paciente apresentar desenvolvimento de eupneia ou bradipneia, no contexto da piora da doença -> ATRASO DA INTUBAÇÃO ❖ Qual a resposta clínica esperada do paciente? - Em algumas situações como lesão expansiva cervical ou de SNC, deteriorações da anatomia ou proteção da via aérea, anafilaxia ou queimaduras de face: indicativos de intubação precoce para evitar situações de risco. ❖ Quais os próximos passos do manejo do paciente? - Centro cirúrgico? - Radiologia intervencionista? - Sedação profunda ou grandes doses de analgésicos para controle da doença de base? São indicativos de intubação precoce. ➢ É mais prudente realizar uma intubação desnecessária que correr o risco por um atraso na intubação. Sequência rápida de intubação - Utilização concomitante de medicação hipnótica e bloqueador neuromuscular (BNM) no paciente devidamente oxigenado. - É o método mais utilizado. ➢ 7 passos fundamentais: 1) Preparação - Paciente deve estar conectado a um monitor com cardioscopia, oximetria, PA, capnografia em forma de onda. - Acesso venoso fixado, preferencialmente de ambos os lados. - Laringoscópio Existem 2 tipos: curvo (Macintosh) e reto (Miller). Geralmente se utiliza curvo para adultos e retos para crianças. O curvo minimiza o estímulo da epiglote posterior, se encaixa na valécula e eleva a epiglote indiretamente; já a reta é inserida abaixo da epiglote e depois a levanta diretamente, expondo a abertura glótica. - Tubos endotraqueais do tamanho desejado e balonetes testados. 2) Pré-oxigenação - No momento da hipnose, o paciente deve ter no mínimo 93% de saturação de oxigênio. Se abaixo, oxigenar o paciente. - Deve-se fornecer oxigênio com a maior concentração disponível por no mínimo 3 minutos antes da indução hipnótica, com objetivo de saturar o máximo possível os pulmões e demais tecidos para maior tempo em apneia após indução. - Pré oxigenação com inclinação de 30-45 graus preferencialmente. - Cânula nasal: 5 a 15L/min - Bolsa-válvula-máscara com reservatório: 15L/min - Máscara não reinalante com reservatório: fluxômetro aberto de 40L. - Caso não seja possível obter saturação adequada com esses métodos -> ventilação não invasiva -> oxigênio a 100%. 3) Otimização da pré-intubação - Corrigir possíveis fontes de descompensação durante a intubação previamente. - Hipotensão: infusão de volume ou uso de drogas vasoativas. - Pneumo ou hemotórax: drenagem. OBS: o fentanil possui forte efeito hipotensor – opioide de ação curta, analgésico e diminui efeitos cardiovasculares da laringoscopia por estimulação do SNS em pacientes que não se deseja rápido aumento da PA. Urgência e emergência Ana Catarina Dutra Rebelo - Medicina Página 2 de 4 - Se indicado: infusão lenta (evitar Sd. do tórax rígido) 3mcg/kg – 3 a 5 minutos antes da indução da hipnose. 4) Indução da hipnose e paralisia - Hipnótico e BNM em bolus, começando pela medicação hipnótica. OBS: em bolus tem objetivo de perda de consciência e o bloqueio neuromuscular mais rápido possível para possibilitar intubação precoce. 5) Posicionamento - Altura da cama deve corresponder á altura do processo xifoide do intubador. - Paciente o mais próximo possível da cabeceira da cama. - Coxim no occipício do paciente. 6) Passagem e posicionamento do tubo - Quando houver flacidez na musculatura facial: proceder com a laringoscopia. - Primeiramente epigloscopia: abertura da boca, com inserção cuidadosa do laringoscópio pelo lado direito, rebatendo a língua para a esquerda até visualizar a epiglote -> sinaliza a abertura laríngea e as cordas vocais. - Laringoscópio deve atingir a parte terminal da epiglote (valécula). - Introdução do tubo até que as pregas vocais fiquem na altura da marca preta proximal ao balonete ou entre as marcas pretas proximais ao balonete. OBS: confirmar posicionamento com a medida de CO2 expirado é obrigatória -> capnografia é padrão-ouro. USG transtraqueal também tem boa acurácia. Ausculta do epigástrio primeiramente seguida de ausculta pulmonar para confirmação e depois RX. OBS: caso a oxigenação fique abaixo de 93% -> interromper procedimento e ventilar o paciente para evitar maior hipoxemia. 7) Pós-intubação - Fixação do tubo para evitar extubação ou intubação seletiva natural. - Conectar o paciente ao ventilador mecânico com ajustes personalizados ao seu tamanho e patologia. - Na configuração do ventilador deve-se optar por um volume corrente entre 4 e 6 ml/Kg de peso ideal, aferido de acordo com o sexo e altura do paciente. - A pressão de platô não deve ultrapassar 30 cmH2O. ➢ Raio X de tórax para confirmação do posicionamento do tubo (2-4 cm acima da carina) e para avaliação do parênquima pulmonar. - Sugere-se iniciar analgesia contínua após a intubação pela manipulação recente da via aérea. - Uso de BNM e sedativos. • Tamanho de tubos (geralmente): HOMEM: 8,5 MULHER: 7,5 Escolha das medicações ❖ Hipnóticos Etomidato Quetamina Propofol Midazolam ❖ Bloqueadores neuromusculares Succinilcolina Rocurônio ❖ Sedação pós-intubação Fentanil Propofol Quetamina Midazolam Dexmedeomedina ❖ BNM em infusão contínua Rocurônio Sequência prolongada de intubação - Indicada para pacientes que não conseguem se manter calmos (ansiedade, agitação) na hora da pré- oxigenação. ➢ Uso de sedativos para a pré-oxigenação - Droga de escolha é a quetamina. Falha de via aérea ❖ Cricotireoidostomia cirúrgica Urgência e emergência Ana Catarina Dutra Rebelo - Medicina Página 3 de 4 ❖ Cricotireoidostomia por técnica de Seldinger ❖ Cricotireoidostomia por punção ❖ Bougie ❖ Laringoscopia indireta ❖ Videolaringoscopia ❖ Fibroscopia ❖ Máscara laríngea intubadora ❖ Tubo retroglótico Urgência e emergência Ana Catarina Dutra Rebelo - Medicina Página 4 de 4
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