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parte I - ANATOMIA E AFECÇÕES DO SISTEMA LOCOMOTOR EQUINO

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ANATOMIA E AFECÇÕES DO SISTEMA 
LOCOMOTOR EQUINO – PARTE I 
CASCO, TENDÕES E LIGAMENTOS 
 
 
 
 
Aulas professor: Rodrigo Cruz – UNISA 
Autora: Mayara Ribeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, setembro de 2021 
 
Sumário 
I. Anatomia do sistema locomotor equino ....................................................................................... 3 
II. Afecções do sistema locomotor equino ........................................................................................ 5 
1. Abscesso/ hematoma subsolear .............................................................................................. 5 
2. Osteíte Podal Séptica ................................................................................................................. 6 
3. Osteíte Podal .............................................................................................................................. 7 
4. Laminite ...................................................................................................................................... 8 
5. Rachadura de parede de casco .............................................................................................. 12 
6. Tendinites/ desmites ............................................................................................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. Anatomia do sistema locomotor equino 
 
Para melhor entendimento sobre as afecções do sistema locomotor, é importante saber a 
anatomia para a localização da doença. 
I. Estrutura óssea: 
 
Atlas Anatomia de Equinos – VETARQ.COM.BR 
II. Musculatura, ligamentos e tendões do membro torácico 
 
Atlas Anatomia de Equinos – VETARQ.COM.BR 
III. Musculatura, ligamentos e tendões do membro pélvico 
 
Atlas Anatomia de Equinos – VETARQ.COM.BR 
IV. Falanges 
 
 
Atlas Anatomia de Equinos – VETARQ.COM.BR 
 
 
 
 
 
V. Casco 
 
Atlas Anatomia de Equinos – VETARQ.COM.BR 
 
II. Afecções do sistema locomotor equino 
 
1. Abscesso/ hematoma subsolear 
 
Pode ocorrer após um trauma local em região de Linha Solear e subsolear (região mais 
sensitiva chamada Derme). 
 
Após um trauma, exercícios, colocada de ferradura e casqueamento, forma-se um 
hematoma e essa região passa a ser mais sujeita a contaminação, dessa forma, evolui para um 
abscesso. 
Sintomas: O sintoma mais visível é a caludicação, associada ao aumento da frequência e 
amplitude do pulso da artéria digital no membro afetado, além de aumento da temperatura da 
muralha do casco. 
Exame físico: palpar o casco sentindo o aumento de sua temperatura (comparando com a 
temperatura dos outros cascos), sentindo o pulso da artéria digital (ela está aumentada e 
ingurgitada devido o processo inflamatório) e o pinçamento no ponto onde se localiza o hematoma/ 
abscesso o paciente demonstrara muita dor (esta sensibilidade será em um ponto específico). 
Diagnóstico: é clínico, sendo o exame radiográfico auxiliar. 
Tratamento: através de uma drenagem do abscesso/ hematoma utilizando uma rineta (faquinha): 
 
https://www.gleauty.com/BR/Curitiba/171447630065800/Hippi%C3%A1trica---Cl%C3%ADnica-M%C3%A9dica-de-
Equinos 
Após a drenagem, deve-se prevenir uma nova contaminação realizando um pedilúvio, 
colocando o casco em uma bacia contendo água e antisséptico (povidine ou água sanitária) e fazer 
uma bandagem como uma botinha (atadura envolvendo o casco com gaze). 
Depois da drenagem o alívio da dor é imediato tendo com associação um AINES (Fenil, 
Cetoprofeno ou Maxicam). 
Profilaxia antitetânica deve sempre ser feita, porém, antibioticoterapia é opcional podendo ser 
feita Penicilina por 5 dias. 
 
2. Osteíte Podal Séptica 
 
Trata-se de um processo inflamatório e purulento que resulta em desmineralização da falange 
distal devido sua cronicidade. A lesão pode ser primária, resultante de traumas constantes sofridos 
pela sola do casco, ou de forma secundária a outras afecções. Uma condição primária que leva a 
uma osteíte podal é a laminite ou traumas constantes na sola. Localizada no interior do estojo 
córneo. 
Sintomas: claudicação varia dependendo do grau de acometimento, podendo ser difuso ou 
local e geralmente, aumenta após um exercício em superfícies duras. O pus séptico vai buscar um 
orifício de saída (fístula) para drenagem, então, pode ser possível vê-lo saindo da sola. 
Exame físico: teste de pinça o animal revela muita dor focal ou difusa na região da sola e 
observação da fístula. 
Quando ocorre de forma crônica, passa a atingir a falange distal ocasionando uma infecção 
óssea. Quando ocorre essa infecção, resulta em alterações ósseas observadas em radiografias, 
primeiramente ocorre a Lise óssea e depois uma Proliferação óssea. 
A sensibilidade é especificamente na região de lise óssea. 
Diagnóstico: radiográfico associado a clínica: 
 
Na radiográfica é possível ver a lise óssea focal. 
Tratamento: abertura da sola (tentando chegar o mais profundo possível e curetar todo o tecido 
necrótico), curetagem e antibioticoterapia associadas a antibiose regional (garrote e medicação 
intravenosa local). Ferrajamento para estabilizar o casco (no caso da imagem abaixo foi com 
ferradura invertida). Botinha e AINES podendo ser Maxicam, Micacina e Cetoprofeno. 
Prognóstico é reservado, depende do quão acometido foi a parte óssea e se conseguirá 
combater a infecção. 
 
3. Osteíte Podal 
 
Mais comum em cavalos idosos, trata-se de um processo inflamatório da terceira falange e 
pode ser generalizado. Ocorre devido ao trauma constante em cavalos obesos ou com sola muito 
plana. 
Comparando com a osteíte podal séptica, não se nota os mesmos sintomas. 
Sintomas: bem sutis, a claudicação é leve, mas nota-se que o cavalo anda com mais cuidado 
e passos curtos. 
Exame físico: palpação da artéria, nota-se aumento do pulso em toda a área da terceira 
falange, porém, não há aumento da temperatura. Aumento da sensibilidade por toda a terceira 
falange. 
Diagnóstico: radiografia, é possível observar dilatação dos canais vasculares da terceira 
falange, remodelação óssea (devido o aumento do processo inflamatório) – diminuição da 
radiopacidade da terceira falange: 
 
Tratamento: diminuição do impacto com uso de ferraduras específicas (oval ou coração), uso 
de palmilha de silicone. AINES na fase aguda e uso de Vasomoduladores, pois eles aumentam ou 
diminuem os vasos, um exemplo é o Isoxuprime. 
4. Laminite 
 
Uma das principais e mais graves doenças que afeta o casco dos equinos. A doença pode 
afastar atletas de atividades esportivas podendo implicar na eutanásia devido sua gravidade. A 
doença é um processo inflamatório no casco prejudicando a ligação da terceira falange a parede 
do casco que, consequentemente, devido o peso do animal e sua locomoção, resultam na rotação 
da terceira falange. 
A dor intensa resultante dessa rotação e os danos causados a estruturas adjacentes resulta 
em claudicação que varia dependendo do estágio e grau da doença. 
O que são as Lâminas, é dividida em: uma parte queratinizada mais externa que não é sensível 
e a parte sensitiva que se localiza após a linha branca. Justaposição das lâminas epidérmicas (não 
sensível) e Lâmina dérmica. Ou seja, todo o processo inflamatório ocorre na derme, que é a região 
vascularizada. 
 
A causa fisiopatológica da laminite é uma vasoconstrição periférica devido a fatores sistêmicos 
adversos do metabolismo levando a liberação de endotoxinas, mediadores químicos que resultam 
em hipóxia e necrose das lâminas dérmicas e epidérmicas do casco e, consequentemente, a 
rotação da falange distal. 
Ocorrem por diversos fatores podendo ser por excesso de trauma, fratura em membro, 
sobrecarga, obesidade entre outros. 
Não há uma predisposição, todos os cavalos podem ter, sendo uma doença de difícil 
tratamento devido suas variadas causas. 
Hipótese vascular: 
• Aumento do fluxo sanguíneoresultando em dilatação da árteria no momento do pulso. 
• Artéria ingurgitada, com pulso mais forte e aumento da temperatura do casco 
• O sangue não consegue prosseguir devido o capilar ser muito estreito resultando em 
estase capilar – sendo que uma parte acaba extravasando e levando a um edema local. 
Essa estase resulta em trombos. 
• Em busca de uma saída do sangue estagnado, é formado shunt arteriovenoso. 
• Devido o shunt, há uma diminuição de fluxo sanguíneo nos capilares, levando a 
diminuição de oxigênio, ou seja, hipóxia. 
• Sem fornecimento de oxigênio e congestionamento devido a microtrombos, o tecido 
necrosa – necrose da extremidade distal. 
 
Sintomas: São divididos em 3 Fases: Desenvolvimento, aguda e crônica. 
Na fase de desenvolvimento ainda não há manifestação de dor, porém, há aumento do pulso 
na artéria digital e de temperatura do casco. 
O quadro agudo da laminite ocorre quando se nota a claudicação, posição antiálgica (parece 
querer sentar-se), examinando melhor nota-se muita dor na região da pinça do casco, depressão, 
anorexia, relutância ao se movimentar, aumento do pulso das artérias e de temperatura da parede 
do casco. Pode ocorrer nos quatro membros, porém é mais comum nos posteriores. 
 
Artérias digitais 
Já o quadro crônico, que ocorre após 48h, é a continuação do processo agudo e onde se inicia 
o deslocamento da terceira falange dentro do casco. Nesta fase há uma dor severa no membro, 
degeneração das junções laminares, decúbito, deformação da parede do casco e descolamento 
do casco (Exungulação). O Tendão Flexor Profundo que se insere na terceira falange a puxa, por 
ela não estar mais ligada ao casco, a mesma rotaciona. 
 
 
A falange distal acaba perfurando a sola devido ao afundamento, que ocorre devido a necrose 
das lâminas e assim, quanto mais severo, maior o afundamento e rotação. 
Diagnóstico: é clínico, porém, pode haver auxílio radiográfico para classificar o grau de rotação. 
 
Na radiografia pode-se notar a rotação da falange distal, que deveria estar paralela ao casco 
(é colocado um objeto metálico do casco para ele ser melhor avaliado). É mensurado o grau de 
rotação observando o ângulo do casco em comparação ao ângulo da falange. Na imagem, o dedo 
demonstra um “buraco” entre o membro e o casco, isso significa que a terceira falange já está 
perfurando a sola. 
Dependendo do grau de rotação, é possível observar a exposição da falange distal na sola do 
casco. O casco perde a orientação do crescimento e passa a ter aspecto de Casco de Aladdin e 
linhas na parede que demonstram que houve um sofrimento, como observado na imagem abaixo: 
Tratamento: Se a origem da laminite for devido a endotoxemia, o tratamento se da com 
antiendotoxemico, como Flunixin com dose baixa de 0,25 mg/kg 4x por dia ou DMSO, ele controla 
as aminas vaso ativas. Substâncias vasomoduladores como Isoxuprine e acepromazina. Sedativos 
como Fenotiazinico. Vaso dilatador como Nitroglicerina (dilatar vasos para diminuir a pressão 
arterial). 
Diminuir o peso do cavalo também ajuda no tratamento. 
Na fase aguda há dor, então trata-se com Pentoxifilina (que modula a hemácia para que ela 
passe mais facilmente pelos capilares), Ácido acetil salicínico e Heparina (para tratar os 
microtrombos), AINES como Fenilbutasona sendo o mais eficaz, porém, é muito tóxico, ou seja, 
começa o tratamento com ele e depois o substituí ao longo do tratamento. 
Opioides mais utilizados são Tramal (porém é leve) e Morfina (deve-se tomar cuidado, pois os 
cavalos tendem a viciar sendo difícil de desmamar) o seu uso é restrito por diminuir a motilidade 
intestinal. Para potencializar os opioides, usa-se Cetamina. Tríade AINES + Opioides + Cetamina. 
Na fase Crônica deve-se substituir os opioides por Gabapentina ou Amitriptilina. Quando nota-
se a diminuição do pulso digital, deve-se retirar os vasomoduladores. 
Uso de botinhas (feito de isopor ou EVA grosso, silicone e fixa tudo com gesso) para sustentar 
a rotação da falange distal. Primeiro faz apenas placa de EVA por 10 dias e observa o 
desenvolvimento – depois faz botinha de gesso que pode ficar por até 60 dias. 
Casqueamento para melhorar o paralelismo. 
Nas primeiras 48h, mergulhar os cascos afetados, em gelo, vai atuar reduzindo a pressão 
arterial e o fluxo sanguíneo na região, diminuir a formação de edema e é analgésico. Essa técnica 
é usada na fase de desenvolvimento e aguda. Manter por 48h no gelo. O gelo diminui também o 
desenvolvimento metabólico e a necrose. Deve-se drenar o líquido e o ar abrindo o casco. 
Outra forma para prevenir a rotação é realizando a secção do tendão profundo, condenando 
assim o cavalo para esportes e montaria. 
 
Prognóstico: 
• Remissão de fase aguda: Bom; 
• Rotação <4º: Bom; 
• Rotação de 5<12º: Reservado; 
• Exposição da falange: Reservado; 
• Rotação >12º: Ruim; 
• Exugulação: Eutanásia. 
 
 
 
5. Rachadura de parede de casco 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=7Nn1LZXqjms&ab_channel=PROGRAMACAVALOS 
As rachaduras são variáveis, a maioria delas se inicial na extremidade distal e ascende sentido 
longitudinal até chegar na coroa, podendo ocorrer o inverso. Também podem ser no sentido 
transversal. Possui uma evolução lenta. 
Quando é superficial, atinge apenas a parte da córnea, não havendo sangramentos. A queixa 
maior é quando a rachadura é mais profunda resultando em sangramento, isso indica que ela 
atingiu uma região mais sensitiva gerando dor e, consequentemente, claudicação. 
Entre os fatores predisponentes, um dos principais é o ressecamento do casco, quebrando 
com maior facilidade. A conformação do casco também pode predispor a rachaduras (quando é 
muito alongado). Cavalos pesados, ou que trabalham em pisos mais duros, ou seja, possui origem 
traumática. 
Diagnóstico: exame físico é suficiente. Para complementar, o raio-x pode mostrar o quão 
profundo é a rachadura. 
Tratamento: 1. Adaptar a ferradura, utilizando uma fechada. 2. Fazer linhas (sulcos) 
perpendiculares a rachadura para barrar a rachadura. 3. Fazer arrazamento dos borsos, assim, 
dissipando as forças que levam a rachadura continuar abrindo. 4. Retirar a causa primária. 5. 
Retirar o apoio no local da rachadura, assim, diminuindo o impacto local. 
Outra opção é a cerclagem (uma “sutura”), que estabiliza a abertura da rachadura. 
 
https://palmilhaese.com.br/rachadura-em-cascos-uma-nova-terapeutica/ 
Ou o uso de resina para reconstrução da parede do casco. 
Importante associar o uso de biotina ou gelatina na dieta, para diminuir o ressecamento do 
casco, aplicar lanolina ou sebo de carneiro e diminuir o peso do animal. 
6. Tendinites/ desmites 
 
São lesões e processos inflamatórios dos tendões e ligamentos. 
 
TENDÕES E MECANISMOS QUE APOIAM A FUNÇÃO MUSCULAR - DANIEL S. BOHN – MEDICINA UFPEL 
Naturalmente, ocorrem o rompimento de pequenas fibras no interior do tendão, devido a 
movimentação e o impacto que sofrem. Normalmente essas microlesões se cicatrizam com o 
tempo. Esse tempo deve ser respeitado, do contrário, passa a aumentar o numero de rupturas e 
essa lesão se estende tornando-se uma lesão grave. 
Fatores predisponentes: esforço repetitivo, excesso de exercício, aprumo inadequado que 
favorece a hiperextensão contínua dos tendões (achinelado - TFDP, encastelado – TFDS) e trabalho 
em superfície inadequada (muito macia). 
Quando ocorre a ruptura de fibras, no local, ocorre acúmulo de sangue resultando em edema. 
O problema maior ocorre quando o tendão começa o processo de cicatrização, o tecido normal é 
substituído por fibrose, ou seja, se perde a organização fibrilar daquele local, favorecendo a 
recidiva do processo patológico. 
O melhor exame para avaliar tendões é a ultrassonografia. 
O ultrassom do sistema locomotor equino é divido por zonas: 
 
Anatomia ultrassonográfica normal dos tendões – cortes transversais: 
 
Zona 1A 
SDF: Flexor Digital Superficial; DDF: Flexor DigitalProfundo; AL: Ligamento Acessório (brida 
cárpica) e SL: Ligamento Suspensor do Boleto. 
 
Zona 2A 
Nessa imagem é possível notar o ligamento acessório envolvendo o tendão flexor digital 
profundo. 
 
Zona 2B 
 
Zona 3ª 
SL: Ligamento Suspensório Medial/ Lateral. 
 
Zona 3B 
 
Zona do boleto 
PAL: Ligamento Anular. 
Anatomia ultrassonográfica normal dos tendões – cortes longitudinais: 
 
Zona 1A 
 
Zona 2A 
 
Zonas 2B-3B 
É classificado as tendinites, de forma ultrassonográfica, dependendo do seu tamanho, formato 
e ecogenicidade. 
• Tipo 0: tendão aumentado sem alterar ecogenicidade; 
• Tipo 1: Lesões levemente hipoecogênicas, porém maior parte ecogênica; 
• Tipo 2: Metade da lesão hipoecogênica e outra metade anecóica; 
• Tipo 3: Na maior parte anecogênica; 
• Tipo 4: Anecóica. 
Classificação do alinhamento longitudinal: 
• Escore 0: 76-100% de fibras alinhadas; 
• Escore 1: 51-75% de fibras alinhadas; 
• Escore 2: 26-50% de fibras alinhadas; 
• Escore 3: 0-25% de fibras alinhadas. 
Deve-se sempre comparar o membro afetado com um sadio, acompanhar a lesão e conhecer 
as limitações do exame. 
(Dados retirados de slides do site: 
https://pt.slideshare.net/PedroAugusto33/ultrassonografia-diagnstica-do-sistema-locomotor-de-
equinos). 
Retomando: 
Sintomas: em rupturas leves pode não ocorrer caludicação, apenas queda de performance. Se 
for uma lesão mais grave, nota-se claudicação, podendo haver aumento de volume na região 
palmar da canela (esse aumento é proporcional à extensão da lesão) e também tem sensibilidade 
a palpação. 
Diagnóstico: Clínico e a utilização do ultrassom para identificar a estrutura acometida e o 
quanto ela foi acometida classificando por escore, isso é importante para classificar o prognóstico 
do paciente e para acompanhamento durante o tratamento. 
 
Corte transversal/ longitudinal 
É possível notar a diminuição da ecogenicidade no centro do tendão flexor digital superficial, 
sua forma e seu aumento, indicando que a lesão encontra-se nele. Também é possível ver o 
aumento de tamanho do tendão flexor digital profundo e uma área hipoecogênica em seu interior 
(no corte longitudinal). 
Na fase aguda, o ultrassom mostra áreas hipoecogênicas e heterogenicidade, isso significa um 
desarranjo das fibras. 
No corte longitudinal observamos o rompimento das fibras e extensão da lesão. Já no 
transversal é possível determinar a porcentagem do acometimento das estruturas. 
Tratamento: 
1. Diminuir a resposta inflamatória. 
Utilizando Crioterapia: colocar a pata no gelo durante 20 minutos por várias vezes no dia (passa 
a contar o tempo a partir do momento que gelou). Se não for possível, substituir por hidroterapia 
fria. 
AINES: Fenilbutazona possui melhor efeito analgésico para a região, porém, muitos efeitos 
tóxicos, Flunixin Meglumine, possui baixo efeito analgésico, porém, tem menos efeitos tóxicos. 
Pomadas: misturar DMSO, Ecsina, Diclofenaco e heparina. Coloca a pata afetada no gelo e 
após retirar, passa a pomada e por fim, envolve em bandagem. 
Aplicação intralesional de corticoide pode diminuir muito a inflamação, porém, vai retardar a 
cicatrização. 
2. Minimizar a formação de um tecido cicatricial desorganizado, tentativa de restaurar a 
função estrutural para melhorar a qualidade da cicatrização. 
Pode se utilizar substâncias que melhorem a elasticidade e resistência das fibras tendíneas, 
são elas: ácido hialurônico (intramuscular) ou glicosaminoglicanos (oral ou intramuscular). Outra 
susbtância é o BAPNF (furamato de B aminopropionitrile). 
Também é possível transplantar células tronco com aplicação intralesional, é a melhor técnica 
a ser utilizada, porém, é muito cara. 
Plasma rico em plaquetas (PRP) também pe interessante para a cicatrização tendínea. 
Feito isso, deve ser aplicado o ferrageamento corretivo e indicar repouso, junto de fisioterapia 
e avaliação periódica por ultrassonografia. 
Em casos crônicos, há uma cicatrização irregular das células tendíneas gerando novas lesões, 
ou seja, um ciclo de recidiva. 
Uma das opções de tratamento nesses casos é a reagudização da lesão, ou seja, reiniciar a 
inflamação e tratar de forma correta para organizar as fibras tendíneas. 
Para reagudizar, pode ser feito por Blister (espécie de cauterização), Splitting (uma técnica 
onde se insere um bisturi no meio da lesão e se realiza movimentos longitudinais em toda a lesão. 
Essa técnica visa drenagem do fluido inflamatório acumulado e reagudizar). 
Pode ser feito o uso de analgésico, porém, não pode ser utilizado anti-inflamtório associado. 
 
 
 
 
Os dados desse resumo têm sua origem da aula de clínica de grandes animais II do professor 
Rodrigo na UNISA.

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