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Psiquiatria - Transtorno afetivo bipolar – Nathália 8º período (Medicina) Transtorno afetivo bipolar CID 10 - F31 e variações Doença crônica grave com início, em geral, ao final da adolescência; A variação de humor é algo natural do ser humano, todas as pessoas têm dias mais felizes ou dias mais tristes – dentro de uma faixa de normalidade. Porém, algumas pessoas passam a ter variações maiores de humor, ocorre uma oscilação que ultrapassam a faixa de normalidade episódios caracterizados como: depressivo e euforia (MANIA) – Transtorno Afetivo Bipolar. IMPORTANTE! Se um paciente tem episódio de mania, sem que aja depressão - somente euforia - já é considerado bipolar. Oscilações de humor do transtorno bipolar: Mania grave – pode haver sintomas psicóticos; Mania moderada; Mania leve/hipomania; Eutimia (normotima); Depressão leve; Depressão moderada; Depressão grave – normal que tenham sintomas psicóticos – transtorno de culpa, por exemplo. O CID de transtorno bipolar tem muitas variações, é importante que o paciente seja avaliado de acordo com o momento/características dos sintomas e episódios do transtorno. Episódio de mania Humor elevado, expansivo ou irritável durante uma semana apresentando 3 ou mais (4 se irritável) dos seguintes sintomas: Autoestima elevada ou grandiosidade – alegria irreal; paciente “se acha” muito, acredita que pode “dar conta” de tudo; episódios graves podem ser delirantes e psicóticos, acreditando nas próprias fantasias, criando histórias; Diminuição da necessidade de sono – um dos primeiros sintomas que antecedem o período de mania; **A falta de sono pode ser um fator “gatilho” para crise. Fala pressurizada – fala excessiva; Fuga de pensamentos ou idéias - excesso de pensamentos; Distraibilidade – dificuldade em se concentrar; Aumento da energia/atividade direcionada a objetos (social, ocupacional, acadêmico, sexual); Envolvimento excessivo em atividades de alto risco – compras excessivas, endividamento, doação de bens, envolvimentos amorosos intensos; envolvimento com drogas e abuso de drogas. Prejuízo social e ocupacional significativo – sair do emprego por acreditar que é muito bom para estar no trabalho, por exemplo. Psiquiatria - Transtorno afetivo bipolar – Nathália 8º período (Medicina) Episódio de hipomania Os sintomas de mania, mais brandos e em menor tempo (pelo menos 4 dias); Grandiosidade; Redução da necessidade de sono; Mais falante que o usual; Fuga de ideais; Distração; Agitação psicomotora; Aumento da energia/atividade direcionada a objetos (social, ocupacional, acadêmico, sexual) – foco excessivo/fora do comum em determinadas atividades e/ou práticas; Envolvimento excessivo em atividades de alto risco. Obs: alterações não tão graves para causar significativo prejuízo no funcionamento social e ocupacional. HIPOMANIA é diferente de MANIA Episódio maníaco: um período distinto de humor anormal e persistemente elevado, expansivo ou irritável, durante pelo menos uma semana (ou qualquer duração, se hospitalização necessária). Episódio hipomaníaco: um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo e irritável, durante pelo menos quatro dias, nitidamente diferente do humor habitual não deprimido. Episódio misto Sintomas de MANIA e DEPRESSÃO; - Excitável ou agitado (irritabilidade) ao invés de eufórico. - Mais difícil diagnóstico; - Maior risco de suicídio. Sintomas podem alternar durante o dia; Frequentemente mais incapacitante; Frequentemente de mais difícil tratamento; Mais comum em mulheres. Tipo 1 A forma mais intensa, com grande alteração de humor, por apresentar fases de mania plena; Apresenta alta amplitude de variações de humor - da mania que pode durar várias semanas, até depressões graves; Em geral, inicia-se entre 15 e 30 anos; Sintomas psicóticos comuns – variações grandes de humor que podem atingir pólos de humor; Esses sintomas psicóticos acompanham o humor do transtorno bipolar (Mania ou Depressão). Tipo 2 A alteração não é tão intensa quanto no tipo 1, mas apresenta fases de mania mais brandas e curtas (hipomania) e depressão. Tem que haver depressão intercalada; Psiquiatria - Transtorno afetivo bipolar – Nathália 8º período (Medicina) Sintomas semelhantes, mas não prejudicam significativamente a vida; Pacientes e familiares podem considerar a hipomania como “normal” – podem avaliar como um excesso de ânimo e disposição ou um período triste e de indisposição do paciente; Euforia, extroversão e eloqüência podem ser confundidas com reações naturais; Irritabilidade, impaciência e agressividade confundidos com reações adequadas a eventos negativos (Ex: notícia ruim); As fases de hipomania podem se iniciar na adolescência, mas parte dos pacientes só apresenta a fase depressiva por vota dos 40 anos. Tipo 3 Semelhante ao tipo 2, porém a hipomania é desencadeada pelo uso de antidepressivos ou psicoestimulantes; DSM-V: Transtorno bipolar e transtorno de relacionamento induzido por substância ou medicamentos. Epidemiologia Prevalência: TAB1 1.6 (H=M) TAB2 0.5 (M>H) Idade (média) de início: após os 20 anos, embora alguns casos se iniciem ainda na adolescência e outros possam começar mais tardiamente; Geralmente início SÚBITO, com rápida progressão dos sintomas; Primeiros episódios ocorrem associados a estressores psicossociais. Curso da doença: TAB 1 – recorrente (até 90% que tiveram um episódio de mania terão outros episódios no futuro); Cerca de 70% dos episódios de MANIA precedem ou se seguem a episódios DEPRESSÃO, mas padrão de alternância é característico para cada pessoa; Em média, paciente apresenta 9 episódios durante a vida – a cada episódio de mania, o paciente perde cognição (massa cinzenta); Duração média do episódio de mania: 3 meses; A duração dos intervalos livres de sintomas diminui com a idade e com o número de episódios; A maioria das pessoas retorna a um nível de funcionamento normal; entretanto 20 a 30% mantêm instabilidade do humor e dificuldades interpessoais e ocupacionais; Ciclagem rápida – 4 ou mais episódios ao longo de 1 ano – pior prognóstico; OBS: É natural que após os episódios de mania exista um LUTO do paciente – o paciente pode apresentar luto porque em episódios de mania possui alto-estima elevada e sensação de grandeza irreal, desse modo o luto ocorre quando ele “retorna a realidade” porque em mania possui sensação de bem estar absoluto. Transtorno afetivo bipolar – diagnóstico incorreto: - HD incorreta mais frequente: Depressão unipolar; - 35% dos pacientes foram sintomáticos por mais de 10 anos antes do diagnóstico correto. Psiquiatria - Transtorno afetivo bipolar – Nathália 8º período (Medicina) Fatores que dificultam o diagnóstico: 1. Falta de insight sobre a doença – principalmente quando o paciente não tem conhecimento das alterações de humor; não compreende que os extremos de humor não são naturais – acredita que são fases naturais; 2. Pacientes não entendem ou inferem significados diferentes para euforia, estar para cima, humor elevado, expansivo, sempre feliz, exuberante, pensamento acelerado, entre outros; 3. Estigma associado ao TAB; 4. Longo período de eutimia – períodos longos que não á alteração de humor. Alerta para TAB – indícios que podem indicar relação com a bipolaridade: Presença da hipomania no pós-parto; Início da depressão imediatamente após o parto; Características atípicas, como pensamentos acelerados e sintomas psicóticos; Respostas atípicas a antidepressivos (resposta muito rápida, perda de respostas, indução de hipomania ou quadros mistos); Presença de familiares de 1º grau com história de TAB. Comorbidades associadas aoTAB Cerca de 2/3 dos pacientes apresentam: Transtorno de ansiedade; Transtornos alimentares; Transtorno de personalidade; Abuso ou dependência de substâncias. Diagnostico diferencial: Depressão unipolar; Abuso de álcool e substâncias; Esquizofrenia – principalmente pra TAB1 com sintomas psicóticos, paciente tem sintomas de humor e psicóticos (pode ser esquizo-afetivo); Transtornos de personalidade (Borderline) - principalmente pra TAB2; TDAH. Tratamento: Importante tratar a mania e a depressão e prevenir novos episódios; Efeito adverso ao uso de antidepressivo: CONTRAINDICADO como MONOTERAPIA; - Se necessário utilizar em menor tempo e menor dose possível; O tratamento da depressão no TAB é complexo porque pode ocorrer virada maníaca por isso nunca deve ser utilizado somente antidepressivo no tratamento de TAB. LEMBRAR: No TAB, antidepressivo deve ser usado juntamente com estabilizador de humor e em menor tempo possível. O que é virada maníaca? Efeito adverso ao uso de antidepressivo; Psiquiatria - Transtorno afetivo bipolar – Nathália 8º período (Medicina) É a mudança de pólo de humor pelo paciente com TAB – ele deixa rapidamente o estágio da depressão e inicia a mania/euforia; No tratamento da depressão bipolar, optar pela otimização dos estabilizadores de humor ou pelo uso de Quetiapina. A Lamotrigina também pode ser usada; Ficar atento a sinais como: insônia, hiperatividade, irritabilidade excessiva, euforia e loquacidade. Primeira escolha – estabilizador de humor Lítio – padrão ouro no tratamento de TAB; Ácido Valproico; Carbamazepina (tendência de induzir o metabolismo de outras drogas – é importante observar resposta de outros medicamentos e até aumentar doses) Oxcarbazepina (pode ocasionar hiponatremia levando a crises convulsivas – sempre pedir pra dosar o Sódio, principalmente em idosos); Lamotrigina (não pode ser tratado em monoterapia, medicamento que trata somente a depressão); Topiramato (em altas doses pode alterar cognição do paciente – lentifica o raciocínio). Estabilizador de humor ADICIONAL Antipsicoticos – típicos e ATIPICOS (principalmente porque tem menos efeitos adversos) – Risperidona, Aripiprazol, Clozapina, Quetiapina, Olanzapina e Ziprasina – aceleram o efeito do estabilizador de humor. Ansiolítico – Lorazepam, Alprazolam, Clonazepam e Diazepam – prevenção de uma mania que pode ser precipitada por falta de sono. Antidepressivo – ISRS e Bupropiona – potencial menor de virada maníaca. OBS: Em geral, o antipsicótico é retirado quando o paciente apresenta melhora e a continuidade do tratamento é feita somente com Estabilizador de Humor. Recuperação Mania – em média 10 semanas; Depressão – em média 19 semanas; Misto – 36 semanas.
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