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Emilly Ferreira APG 16 4º semestre “Pedra� n� caminh�.” Objetiv��: 1. Revisar a morfofisiologia do pâncreas e da vesícula biliar; 2. Entender a epidemiologia, a etiologia e os fatores de risco para pancreatite aguda por cálculo biliar; 3. Compreender fisiopatologia e as manifestações clínicas da pancreatite desencadeada por cálculos biliares. Objetiv� 1: O pâncreas é uma glândula mista que atua de forma exócrina e endócrina, produzindo substâncias que atuam na digestão e hormônios, respectivamente. A sua parte exócrina constituída por células serosas, que produzem os precursores das enzimas digestivas, já a parte endócrina é constituída pelas ilhotas pancreáticas (ou de Langerhans), que secretam os hormônios. Dentre os hormônios produzidos pelo pâncreas, podemos destacar a insulina e o glucagon, responsáveis pelo controle da glicemia no sangue. Diabetes mellitus é uma das doenças que podem acometer o pâncreas. O pâncreas é uma glândula que possui entre 15 cm e 25 cm de extensão, pesa cerca de 100 g e está localizada na região do abdome, na parte posterior ao estômago. Ele é revestido por uma membrana denominada de peritônio é uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo ou moderadamente denso, que o divide em lobos devido aos septos que esse tecido insere em seu interior. O pâncreas apresenta uma parte exócrina, secretora de substâncias que atuarão na digestão, e uma parte endócrina, secretora de hormônios. A sua parte exócrina é uma glândula acinosa, constituída pelas células serosas produtoras de proenzimas, precursoras de enzimas digestivas. Essas ficarão armazenadas em grânulos, denominados de grânulos de zimogênios, sendo posteriormente lançadas no duodeno, onde serão ativadas. A parte endócrina do pâncreas é formada pelas chamadas ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Langerhans, constituídas por três tipos de células, alfa, beta, delta e PP, as quais estão distribuídas por todo o órgão. Um homem adulto apresenta, aproximadamente, um milhão dessas células em seu pâncreas. As células alfa são secretoras do hormônio glucagon, as células beta secretam insulina, as células delta secretam um hormônio denominado de somatostatina, e as células PP secretam polipeptídeos pancreáticos. Funções do pâncreas O pâncreas é uma glândula mista, possuindo assim uma parte endócrina e uma parte exócrina. Esta é responsável pela produção do suco pancreático, o qual é constituído por enzimas que, lançadas no duodeno, atuam na digestão de gordura, de proteínas e de carboidratos. Já aquela é responsável por secretar hormônios, como a insulina e o glucagon, que atuam no controle da glicemia no sangue. Além desses dois hormônios, o pâncreas secreta o hormônio somatostatina, que, nele, atua inibindo a secreção da insulina e do glucagon; e os polipeptídeos pancreáticos, que, entre outras funções, atua inibindo a secreção pancreática exócrina. Insulina e glucagon A insulina e o glucagon são hormônios produzidos pela parte endócrina do pâncreas e atuam no controle da glicemia no sangue. Esses dois hormônios atuam de formas opostas, enquanto um aumenta a concentração de glicose na corrente sanguínea, o outro diminui. A insulina, produzida pelas células beta das ilhotas de Langerhans, tem a sua secreção estimulada por vários fatores, como o aumento da concentração de glicose no sangue. A insulina atua de forma a reduzir essa alta concentração na corrente sanguínea. Assim, ela aumenta a captação da glicose por diversas estruturas https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/digestao.htm https://www.biologianet.com/biologia-celular/enzimas.htm https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/tipos-glandulas.htm https://www.biologianet.com/histologia-animal/tecido-conjuntivo.htm https://www.biologianet.com/histologia-animal/tecido-conjuntivo.htm https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/hormonios.htm do organismo, como músculos esqueléticos, tecido adiposo e fígado, promovendo a sua utilização por meio do processo de oxidação ou da síntese de outras substâncias, como triglicerídios e glicogênio, o qual poderá ser convertido em ácidos graxos. O glucagon atua de forma oposta à insulina, aumentando a concentração de glicose no sangue. A sua secreção pelas células alfa das ilhotas de Langerhans é estimulada por meio da queda da concentração de glicose. Ele atua estimulando a síntese e liberação de glicose pelo fígado e aumentando a lipólise nos tecidos adiposos. A anatomia da vesícula biliar apresenta formato semelhante a uma pêra, podendo medir entre 7 e 10 cm de comprimento. Apresenta cor verde escuro devido ao bile que ela armazena, aproximadamente 50 ml. Seus principais componentes são água, bicarbonato de sódio, sais biliares, pigmentos, gorduras, sais inorgânicos e colesterol. A vesícula biliar está conectada ao fígado e ao duodeno pelo trato biliar, apresentando ainda ductos hepáticos direito e esquerdo, cístico e colédoco. A bile produzida pelo fígado percorre o ducto hepático, passa pelo intestino e se encontra com o ducto cístico oriundo da vesícula biliar. O encontro desses dois ductos formam o ducto colédoco. No duodeno, quando o bolo alimentar chega é provocado um estímulo na vesícula biliar, que se contrai e libera a bile, facilitando a digestão. Pedras na vesícula As pedras na vesícula, ou colelitíase, é uma condição que afeta de 3% a 20% da população mundial. É um problema relativamente frequente em pessoas idosas, sobretudo entre mulheres .Essa condição é geralmente causada por distúrbios dos compostos químicos presentes na bile, que faz com que ocorra a formação dos cálculos no interior da vesícula biliar. Estudos mostram que as causas são variáveis e devem-se, em geral, a uma combinação de fatores, como o peso corporal. A pedra na vesícula é assintomática, entretanto, há relatos de desconforto quando ocorre a migração dos cálculos para as vias biliares. O paciente com esse problema costuma sentir dor na parte superior e central do abdômen, ou ainda no quadrante superior direito. O tratamento recomendado é a retirada da vesícula. A não retirada pode levar a complicações, tais como a inflamação aguda desse órgão, gerando quadros fortes de dor. Objetiv� 02: Epidemiologia: A incidência varia nos diversos países, estando estimada em cerca de 5,4/100.000 casos por ano na Inglaterra e em 79,8/100.000 por ano nos EUA, tendo como base dados hospitalares. Entretanto, as estimativas de incidência não são exatas, uma vez que o diagnóstico de doença leve pode não ser realizado, e pode ocorrer morte em até 10% dos pacientes com pancreatite grave antes do diagnóstico. Etiologia: As duas principais causas de pancreatite aguda no adulto são a ocorrência de litíase biliar (passagem de cálculos pelo colédoco) e o consumo de álcool. Juntas, essas duas etiologias correspondem a quase 80% dos casos. É importante ressaltar que, pelo conhecimento clássico, o álcool ocasiona pancreatite crônica, sendo que pacientes alcoolistas com quadro clínico de pancreatite aguda já apresentam uma doença crônica de base. Outras causas conhecidas, porém mais raras, são hipertrigliceridemia, hipercalcemia, fármacos (antirretrovirais para Aids, azatioprina, sulfonamidas, estrógenos, AINEs, inibidores da ECA, etc.), trauma abdominal, infecções virais, fibrose cística, entre outras. Patogênese: Ainda não se conhece o mecanismo patogênico exato da pancreatite aguda. Acredita-se que hidrolases lisossômicas, como a catepsina B, provoquem lesão das células acinares, ativando os zimogênios pancreáticos. O tripsinogênio transforma-se em tripsina, estimulando outras enzimas e desencadeando uma reação inflamatória local com liberação de mediadores inflamatórios (p. ex., calicreína, leucotrienos, prostaglandinas, etc.). Entretanto, os leucócitos atraídos para o local devido à ação quimiotática desses mediadores passam a liberar enzimas proteolíticas (p. ex., elastase, fosfolipase, etc.), radicaislivres e citocinas (p. ex., fator de necrose tumoral, interleucinas, etc.), o que acarreta, em última instância, lesão e morte celulares. Além disso, há comprometimento da microcirculação, que ocasiona isquemia e edema glandular, estimulando ainda mais a reação inflamatória. É importante notar que esses eventos não se limitam apenas à região peripancreática, podendo, em quadros mais intensos, determinar lesão de múltiplos órgãos, em uma situação conhecida como síndrome https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/figado.htm https://www.biologianet.com/biologia-celular/glicogenio.htm https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-e-principais-tipos-de-sais/ https://www.todamateria.com.br/colesterol/ https://www.todamateria.com.br/bile/ https://www.todamateria.com.br/intestino-delgado/ https://www.todamateria.com.br/digestao/ da resposta inflamatória sistêmica (SIRS, do inglêssystemic inflammatory response syndrome) (Fig. 39.1). Afinal, fisiopatologicamente, como as principais causas desencadeiam o mecanismo patológico da pancreatite aguda? Cálculo biliar: A obstrução transitória da ampola de Vater pelo cálculo ocasiona um refluxo de bile para dentro do ducto pancreático com consequente elevação súbita da pressão dos canalículos intra pancreáticos, lesando, assim, as células acinares e desencadeando o processo patológico. Álcool: Além de o etanol e seus metabólitos serem diretamente lesivos às células pancreáticas, o álcool ainda desencadeia a produção de cilindros proteináceos que obstruem os ductos do órgão, elevando a pressão e causando dano celular. Objetiv� 03: Patologia: A patogênese da pancreatite aguda é multifatorial. Os principais eventos incluem a ativação intracelular de zimogênios (precursores enzimáticos inativos), liberação de citocinas inflamatórias e comprometimento vascular. O mecanismo primário e crucial para a ocorrência da pancreatite aguda é a conversão patológica do tripsinogênio em tripsina, cuja expressão intra-acinar causa indução de morte celular e inflamação no tecido pancreático. Isso resulta na liberação de enzimas pancreáticas ativas na corrente sanguínea e estimulação da produção de citocinas inflamatórias por neutrófilos, macrófagos e linfocitos. A liberação dessas citocinas e do fator de necrose tumoral alfa dos macrófagos desencadeia uma cascata inflamatória que leva à síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS). A SIRS pode evoluir para síndrome de dificuldade respiratória aguda e síndrome de disfunção multiorgânica. ● Teoria centrada na tripsina: Conforme citado, a pancreatite aguda resulta inicialmente da ativação prematura do tripsinogênio em tripsina. A resposta dos ácinos pancreáticos à ativação do tripsinogênio parece ser a rápida indução da morte celular, e essa pode ser uma resposta primariamente protetora. No entanto, quando esta resposta protetora é superada, como na pancreatite aguda induzida por ceruleína, a morte celular resultante da ativação prematura de tripsinogênio é responsável pela lesão pancreática precoce durante a pancreatite aguda. A conversão patológica de tripsinogênio em tripsina pode ser desencadeada por três fatores: (1) alteração da homeostase do cálcio, (2) co-localização de lisossomos e zimogênios e (3) alteração do pH. Em relação ao cálcio, fisiologicamente há um aumento transitório de seus íons na porção apical da célula acinar. Já na pancreatite aguda, ocorre um aumento global sustentado. A ativação de tripsinogênio e a inativação de tripsina são principalmente controlados por tripsina (autoativação e autólise) e a concentração intracelular de cálcio afeta a ativação da tripsina. O aumento anormal do cálcio pode ocorrer tanto por excesso de influxo quanto por patologia nos mecanismos intracelulares de depuração dependentes de ATP. A co-localização de lisossomos e zimogênios também participa da patogênese da doença: nos estágios iniciais da pancreatite aguda, zimogênios pancreáticos estão co-localizados com hidrolases lisossômicas, como a catepsina B, resultando em ativação prematura do tripsinogênio. Entretanto, é necessária outra condição: baixo pH vacuolar, que aumenta a atividade catalítica da catepsina B para ativar o tripsinogênio. Por fim, a alteração de pH: a secreção fisiológica de grânulos de zimogênio das células aço bares leva à acidificação do lúmen pancreático. Quando há um aumento patológico do pH baixo, ocorre ativação do zimogênio e disseminação em espaços intercelulares. Além disso, devido ao feedback negativo que o pH luminal ácido mantém sobre a secreção assinar, a inibição da secreção de bicarbonato por células do ducto influencia a manutenção do pH baixo ● Respostas inflamatórias: Evidências emergentes apontam para a ativação precoce e sustentada da sinalização inflamatória nas células acinares, que é responsável pela intensa resposta inflamatória local e sistêmica observada na pancreatite aguda. A via do fator nuclear kappa B (NF-kB) é a via de sinalização inflamatória mais bem descrita nas células acinares pancreáticas. A ativação do NF-Kb envolve a degradação do kappa B inibitório (IkB), resultando em translocação nuclear de NF-kB dímero p50/p65 para o núcleo, onde ele se liga ao sítio de ligação regulável de DNA e faz regulação ascendente de genes de citocinas pró-inflamatórias. A cascata inflamatória é iniciada nas células acinares por ativação de NFkB antes que a resposta imune inata se estabeleça. Citocinas inflamatórias (IL-1, IL-6, TNF-α) possuem um papel central na progressão da pancreatite aguda. São produzidas predominantemente por macrófagos, linfócitos e fibroblastos ativados. TNF-α e IL-1β são as citocinas de primeira ordem, que aumentam a resposta inflamatória ativando macrófagos e regulam a liberação de outros mediadores inflamatórios (IL-6,IL-8, MIF, etc) . A interleucina-6 é um mediador fundamental da resposta inflamatória sistêmica em pacientes com AP, determina a síntese de proteínas de fase aguda no fígado e determina o dano tecidual condicionado aos macrófagos. A interleucina-8 é uma citocina ativadora de neutrófilos que é liberada em resposta a incentivos inflamatórios. É considerado secundário ao mediador primário da ativação de neutrófilos induzida por TNF-α, pois leva à degradação e liberação de enzimas pancreáticas (elastase). Níveis elevados de IL-8 estão associados a formas graves de pancreatite aguda. Os neutrófilos são as primeiras células respondentes recrutadas para o local da lesão e contribuem para a ativação do tripsinogênio e progressão para a pancreatite aguda grave. A lesão do tecido associada à ativação imune inata e a infiltração rápida de neutrófilos geralmente são seguidas pelo recrutamento de macrófagos. Neutrófilos e macrófagos desempenham um papel duplo na inflamação e estimulam o reparo para permitir o processo de cicatrização após lesão; contudo, quando esse equilíbrio intrincado não é alcançado, a inflamação contínua com neutrófilos que liberam interferon γ pode levar ao recrutamento de macrófagos pró-inflamatórios que prejudicam a regeneração pancreática e promovem a desdiferenciação do epitélio pancreático. Entretanto, a análise de diferentes estudos demonstrou haver heterogeneidade funcional dos macrófagos durante a indução e progressão da doença, já que foi encontrado um papel positivo para os macrófagos na regeneração pancreática que depende da polaridade temporariamente sincronizada do macrófago6,7,11. Na pancreatite aguda leve, a resposta inflamatória é local e autolimitada, enquanto que na pancreatite aguda severa (SAP) desenvolve-se inflamação sistêmica excessiva. ● Síndrome de resposta anti-inflamatória compensatória: Para a restauração do equilíbrio imunológico, a resposta pró-inflamatória é seguida pela secreção de mediadores anti-inflamatórios (como interleucina [IL] -10 e receptores solúveis) que suprimem a síntese ou os efeitos das citocinas pró-inflamatórias. Se a resposta anti-inflamatória for adequada, o paciente se recupera, porém pode ocorrer uma profunda resposta anti-inflamatória que inibe a resposta imune,tornando o paciente excessivamente suscetível a imunossupressão e complicações infecciosas. Esse fenômeno é denominado como “síndrome de resposta anti-inflamatória compensatória” (CARS). Isso pode resultar no desenvolvimento de imunossupressão e muitas vezes é associado à elevação da IL-10 e ao deslocamento do equilíbrio TH1 / TH2 para uma resposta TH210-12. ● Comprometimento vascular: A pancreatite aguda severa está associada ao comprometimento precoce do fluxo sanguíneo pancreático. Na PA leve, o fluxo sanguíneo capilar pancreático aumenta; no entanto, a SAP está associada a uma redução inicial significativa no fluxo sanguíneo capilar, com estase capilar completa observada em quase 40% dos capilares pancreáticos. Diversas substâncias vasoativas têm sido associadas ao comprometimento microcirculatório da PA, incluindo óxido nítrico, bradicinina, endotelinas e fator ativador de plaquetas (PAF). O papel do óxido nítrico na PA ainda é controverso e tem sido extensivamente revisado em outros lugares. Desarranjos micro circulatórios são responsáveis pela diminuição da oxigenação do tecido pancreático e dano tecidual, e a gravidade do distúrbio microvascular está positivamente associada à mortalidade. Na pancreatite aguda necrosante humana de várias etiologias, os desarranjos micro circulatórios foram confirmados por estudos histopatológicos revelando trombose intravascular microcirculatória, estase intravascular e descamação endotelial, bem como edema parenquimatoso do pâncreas, refletindo assim o aumento da permeabilidade microvascular precedendo o desenvolvimento de necrose pancreática. As alterações microcirculatórias na SAP precoce não se limitam ao pâncreas, mas estão também bem documentadas em outros órgãos, como cólon e íleo, fígado, pulmões, rins, coração e cérebro. ● Distúrbios da hemostasia: Na pancreatite aguda experimental e humana, foram relatadas anormalidades em todos os aspectos da hemostasia: diminuição do número de plaquetas e aumento da ativação plaquetária na fase inicial da doença, concentrações plasmáticas de fator tecidual aumentadas, diminuição gradual dos níveis de protrombina, fibrinogênio e fator X, e tempos prolongados de coagulação (tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativada e tempo de trombina), concentrações diminuídas de anticoagulantes naturais, especialmente proteína C e antitrombina, além da atividade do ativador do plasminogênio tecidual (tPA) e do PAI-1 aumentada ● Sinais e sintomas: O principal sintoma da pancreatite aguda é a dor abdominal. Esta é localizada no andar superior do abdome, geralmente na região epigástrica e com irradiação para flancos e dorso, podendo ser disposta “em faixa”. Ela tem início repentino, atingindo seu ápice em cerca de 15 minutos, e mantém-se por dias continuamente. A dor pode aliviar parcialmente com o paciente sentado em posição de flexão anterior do tórax com as coxas flexionadas sobre o abdome. Junto com a dor podem ocorrer náuseas, vômitos e distensão abdominal. Eventualmente, a doença pode apresentar-se sem dor, caracterizando quadros mais graves, com extenso comprometimento sistêmico. Os achados do exame físico variam conforme a gravidade dela é ocasionada devido à obstrução do colédoco por cálculo ou edema da cabeça do pâncreas. À palpação, do abdome em geral apresenta hipersensibilidade e rigidez de graus variáveis. A massa abdominal pode ser palpável devido à formação de pseudocisto pancreático. Os sinais de irritação peritoneal não são comuns em apresentações leves da doença devido à localização retroperitoneal do pâncreas. Podem ocorrer alterações pulmonares, como derrame pleural (principalmente à esquerda), atelectasias e estertores. Nos casos graves, o comprometimento pulmonar pode acarretar síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). O choque pode decorrer tanto por hipovolemia (por perda sanguínea para o retroperitônio nos casos de pancreatite necro-hemorrágica) quanto por vasodilatação sistêmica devido à SIRS. O sinal de Grey-Turner (equimose nos flancos) e o sinal de Culen (equimose periumbilical) podem surgir em casos de pancreatite aguda grave devido à extensão da hemorragia retroperitoneal aos tecidos subcutâneos. Ocasionalmente, ocorre também necrose do tecido adiposo subcutâneo, com formação de nódulos dolorosos e eritematosos nas extremidades. Entretanto, esses achados são de ocorrência rara e manifestam-se apenas tardiamente durante o desenvolvimento da doença. OBSERVAÇÕES: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
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