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AULA 1 - O Fenômeno do Parasitismo

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Parasitologia Médica
Mariana Cezar Lopes – 104C Parasitologia – Aula 1
OBJETIVOS
Reconhecer, diagnosticar, tratar e prevenir as principais infecções e infestações parasitarias. As infecções são causadas por um agente infeccioso, estes são chamado, em parasitologia, de endoparasitos, ou seja, parasitos internos (vivem associados a órgãos internos do hospedeiro, à corrente circulatória, ao sistema linfático), como parasitos que vivem no trato gastrointestinal ou os hemoparasitos (como o plasmódio, causador da malária) que vivem no interior dos vasos sanguíneos. Já as infestações são causadas pelos ectoparasitos, que são hospedeiros associados ao meio interno, como o piolho.
Tem como objetivo distinguir os diferentes parasitos de acordo com as características morfológicas (anatômica) e biológicas (comportamentais). É importante conhecer a estrutura anatômica dos parasitos para que possamos reconhece-lo e diagnosticar. Já as características biológicas é sabermos como esse microrganismo se comportam em relação ao ambiente e ao hospedeiro, o que os atrai e o que os repele, que ambientes eles frequentam (se vivem no solo ou na água, por exemplo). 
Também associar compreender o dinamismo das parasitoses com o contexto socioeconômico e político nos diferentes ambientes, ressaltando sua importância regional e nacional, isso porque algumas verminoses, por exemplo, tem importância nacional, pois de norte a sul do país encontramos determinadas espécies de vermes com uma frequência bastante alta. Regionalmente temos algumas doenças como a malária, a doença de chagas e entre outras, que podem ocorrer em várias regiões do Brasil, mas tem uma contextualização mais regional.
Além de relacionar sinais clínicos das patologias prováveis agentes etiológicos, pois estes são produzidos a partir das ações que os parasitos exercem sobre o organismo do hospedeiro. Então é muito importante conhecer as ações dos parasitos para identificar as suas reações no hospedeiro, que são os sinais e sintomas.
Também identificar as principais medidas profiláticas e princípios medicamentosos para o tratamento das diversas parasitoses, atuar eticamente com outros profissionais de saúde no sentido da promoção e educação em saúde, principalmente no caso de zoonoses, desenvolver o espirito de investigação em saúde comunitária e mante-se atualizado quanto as novas técnicas de diagnóstico e fármacos no tratamento das principais afecções parasitarias.
O Fenômeno do Parasitismo
O parasitismo é um fenômeno evolutivo, que vem se desenvolvendo ao longo de milhões de anos e consiste em uma relação ecológica entre seres vivos que traz características próprias/ especiais que envolvem tanto o parasita quanto o hospedeiro. Entre elas estão os quadros clínicos (ou seja, doenças trazidas pelos parasitas e seus hospedeiros). 
Ele derivou-se de relações ecológicas harmônicas, principalmente, do mutualismo, onde o indivíduos de espécies diferentes que são interdependentes e compartilham necessidades fisiológicas (como dos líquens), e do comensalismo, onde o indivíduo se alimenta de sobras e restos de outro, não trazendo prejuízos a ele (como dos Entamoeba histolytica, parasita do intestino grosso humano e de outros animais), sendo assim uma interação ecológica entre indivíduos de espécies diferentes com certo grau de dependência metabólica. 
Para que esse fenômeno se concretize foi necessário que os parasitos evoluíssem e se adaptassem ao hospedeiro, para só assim eles conseguiram ser bem sucedidos e continuar a frequentar o organismo humano e de outros animais. Já os hospedeiros, por outro lado, tiveram que conseguir suportar ou tolerar a presença desses parasitos. Então existe um processo de adaptação recíproca entre o parasita e seu hospedeiro. 
Conceitualmente, o parasitismo é uma interação ecológica entre indivíduos de espécies diferentes, em que há uma relação entre parceiros, onde o parasita leva as vantagens enquanto o hospedeiro arca com os prejuízos. É importante lembrarmos que essa é uma relação ecológica desarmônica, mas que tende a um equilíbrio, ou seja, o parasito se adapta ao seu hospedeiro para chegar a determinado nível de comprometimento da saúde do mesmo e a partir daí estabelece-se o equilíbrio possível entre as partes. Se houver desequilíbrio entre as partes o parasito vai vitimar o hospedeiro e com isso ele também será vitimado.
Não podemos ficar sem parasitos pois eles são uma forma de controle da população de hospedeiros, a interferência deles estimula o nosso sistema imunológico, e com isso promove evoluções a medida que as características mais favoráveis para o indivíduo serão selecionadas devido ao contato com esses parasitas, e também por que vários desses, em seu ambiente extracorpóreo, servem de alimento para outros animais. Além disso é um grade desafio exterminar totalmente os parasitas.
Os parasitas e hospedeiros estabelecem entre si relações intimas e duradouras, que são variáveis ligadas diretamente a dependência metabólica (simplificando, o parasita depende de seu hospedeiro para se alimentar e eventualmente se proteger e reproduzir). Por exemplo alguns parasitos possuem tubo digestório completo e competem com o hospedeiro pelo alimento, já outros não possuem o tubo digestório, ou possuem ele incompleto sendo completamente dependentes metabolicamente do hospedeiro para conseguir absorver os nutrientes. Ou seja, em função da dependência metabólica o parasita vai permanecer mais ou menos tempo no organismo humano e vai usufruir mais ou menos do seu hospedeiro.
Por exemplo o mosquito consegue viver no ambiente externo, só precisando do hospedeiro para a alimentação, enquanto o verme da esquistossomose não é capaz de viver no ambiente extracorpóreo, por isso esse último tem maior grau de intimidade e de durabilidade do hospedeiro.
Obs.: essa dependência metabólica só parte do parasita para o hospedeiro.
SUCESSO DO PARASITISMO 
ADAPTAÇÃO RECÍPROCA: o parasita tem que se adaptar ao seu hospedeiro, e este tolerar a presença do hospedeiro. 
COMPATIBILIDADE: o parasito tem que ser compatível com seu hospedeiro, isso porque se houver incompatibilidade entre as partes ocorrerá prejuízos severos para o hospedeiro, o que pode levar ao óbito deste último e consequentemente do primeiro. 
Ex.: o verme tênia (solitária), com a compatibilidade a solium pode atingir 7 metros de comprimento no intestino delgado humano e continuar compatível com o organismo, a tênia saginata pode atingir 14 metros, e ainda sim é compatível, por outro lado existe um verme chamado equinococose granulosos, tem forma de fita e é parasita de cães, se ingerido pode se desenvolver a larva desse verme no organismo humano vai ser chamada de cisto hidatico, que pode atingir 15 cm de diâmetro no cérebro, e isso trata uma incompatibilidade imensa no organismo. Em um ovino ela vai se desenvolver e não vai sofrer tanto.
BAIXA VIRULÊNCIA: baixa agressividade, porem esta é muita ligada a carga pasitária 2 (quant. de parasitas que o hospedeiro contem). Pois existem casos em que o parasita é bem adaptado ao seu hospedeiro, porem se houver uma grade quantidade deles, essa relação é inviabilizada.
O parasito só poderá seguir existindo se não destruir toda a população de seus hospedeiros ou não impedir a reprodução destes, caso contrário a espécie parasitaria desapareceria.
TIPOS DE HOSPEDEIRO
Hospedeiro: organismo que alberga o parasito
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: aquele que abriga o parasito na sua forma madura, este tendo capacidade de se reproduzir sexuadamente através da produção de gametas. 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: aquele que abriga o parasito na sua forma imatura, eles não tem a capacidade de se reproduzirem sexuadamente, porem podem se reproduzir assexuadamente (ex.: larva).
HOSPEDEIRO NATURAL: é o hospedeiro qual determinada espécie de parasito usualmente é encontrada.
HOSPEDEIRO ACIDENTAL: é o hospedeiro que raramente é atingido pelo parasito, ainda que este seja capaz de se desenvolver atéa faze adulta nele.
HOSPEDEIRO PARATÊNICO OU DE TRANSPORTE: hospedeiro em que o parasito não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado até que o hospedeiro definitivo o ingira. 
Ex.: Hymenolepis nana não se desenvolve em besouros, mas caso você ingira um besouro acidentalmente, desenvolvera a solitária (tênia não ocorre mais em crianças), tendo um ciclo monoxênico.
CICLOS PARASITÁRIOS
Relacionados a ocorrência de um hospedeiro no ciclo ou de mais de um hospedeiro
PARASITO HETEROXÊNICO: é aquele que para se desenvolver necessita de mais de um hospedeiro, possuindo um definitivo e intermediário, ou seja, ele vai frequentar o organismo de um hospedeiro na sua fase imatura e só vai atingir sua fase madura em outro hospedeiro. 
Ex.: filariose linfática (elefantíase), aonde o ser humano como hospedeiro definitivo abriga os vermes na fase adulta nos gânglios e vasos linfáticos. Esses vermes em sua fase larvária, vão copular, e quando um mosquito Culex pica o ser humano infectado, ira ingerir junto ao sangue larvas do verme, que passarão por estágios de desenvolvimento no corpo do mosquito atingindo uma forma infectante para seres humanos. Se transfundir sangue de um ser humano com filariose para outro indivíduo, mesmo que esse tenha nos seus vasos sanguíneos os vasos do verme, esse indivíduo NÃO estará infectado, pôr as larvas não conseguirem originar os adultos no organismo humano, precisam passar pelo organismo de um mosquito para amadurecerem e só então serem capazes de dar origem a vermes adultos. 
PARASITO MONOXÊNICO: ele realiza todo seu desenvolvimento em um único hospedeiro, não sendo necessário chamar de hospedeiro definitivo e intermediário. 
Ex.: giardíase, onde através das fezes humanas são eliminadas as formas de resistência dos protozoários (cistos). Esses cistos vão contaminar água e alimentos que sendo ingeridos irão dar origem aos protozoários que vão colonizar o intestino delgado e posteriormente dando origem a giardíase. 
TIPOS DE PARASITOS
PARASITO HETEROXÊNICO: possui hospedeiro definitivo e intermediário diferentes.
PARASITO MONOXÊNICO: só possui um hospedeiro.
PARASITO OBRIGATÓRIO: é aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. 
Ex.: Plasmodium, Toxoplasma gondii. 
PARASITO FACULTATIVO: pode se desenvolver no organismo do hospedeiro, mas também podem se desenvolver livremente no ambiente.
Ex.: larvas de moscas varejeiras que podem desenvolver-se em feridas necrosadas ou em matéria orgânica (esterco) em decomposição. 
· Terapia larval: são utilizadas larvas de moscas que atuam como parasitos facultativos para desbridar feridas necrosadas, como o pé diabético. 
PARASITO ERRÁTICO OU ECTÓPICO: vive fora do seu habitat natural, por isso não atinge a fase adulta. 
Ex.: na Ancylostoma braziliensis, a larva desse verme invade os tecidos cutâneos humanos, fazendo esses caminhos sinuosos provocando grande prurido (coceira). No ser humano é incapaz de se desenvolver, só atingindo a faze adulta em cães e gatos. Nos solos arenosos, com locais de areia armazenada que gatos frequentam e eliminam suas fezes é frequente que os indivíduos adquiram a larva.
PARASITO ACIDENTAL: é aquele que pode atingir a fase adulta em outro hospedeiro que não o natural, determinado casos clínicos mais graves. 
Ex.: fascíola hepática também chamado de baratinha do fígado, que parasita de ruminantes, porem este pode parasitar o ser humano, nele vai se desenvolver até a fase adulta, mas causa casos clínicos mais graves. 
O parasitismo vem de relações ecológicas harmônicas (mutualismo e comensalismo), mas com a evolução se tornou dependente.
ADAPTAÇÕES DO PARASITO AO HOSPEDEIRO
MORFOLÓGICAS: são as modificações na anatomia do parasito com o intuito de melhorar a relação entre parasito e hospedeiro. Características que tornam o parasito mais eficiente em relação ao seu hospedeiro, perdurando na espécie a melhor adaptação, passando a ser o padrão.
· Degenerações: representadas por perdas ou atrofia de partes do corpo, tornando eles mais eficientes em relação ao seu hospedeiro. 
Ex.: as pulgas, os percevejos, algumas moscas parasitas de carneiro que perderam as asas. 
Ex.: as tênias tiveram a degeneração do seu intestino, por isso só habitam o intestino delgado do humano.
· Atrofias: quando a redução de tamanho e funcionalidade de determinadas estruturas corporais no parasito, os motivos, em geral, é que estes desapareçam por completo, mas apesar disso essa perda determinará maior eficiência para o parasito face ao ambiente que ele vive. 
Ex.: mosca do berne tem aparelho bucal atrofiado pois não conseguem se alimentar na fase adulta. 
Ex.: Ancylostoma duodenale, atrofia da boca.
· Hipertrofias: quando há um super desenvolvimento de determinadas estruturas no parasito, para atender as necessidades do parasita. 
Ex.: Piolhos (Pediculus capitis) - O corpo dos piolhos possuem uma hipertrofia do corpo (achatado) e das garras, eles também tem - pum aparelho bucal muito curto. Eles são insetos termodependentes.
Ex.: a mosca do berne tem as pernas hipertrofiadas pois elas tem que mobilizar uma outra mosca e por seus ovos nela.
Ex.: Verme da ancilostomose - Amarelão (Ancylostoma duodenale) - possui uma boca hipertrofiada com 4 dentes que permitem a sua fixação no organismo do hospedeiro e a sua alimentação; 
Ex.: Verme da ascaridíase - lombriga (Ascaris lumbricoides) - possui lábios hipertrofiados, utilizados para se fixar à parede do intestino delgado do hospedeiro; 
Ex.: Tênia (Taenia saginata e Taenia solium) - Possuem ventosas, estruturas hipertrofiadas que atendem à necessidade de fixação ao intestino do hospedeiro; degeneração do aparelho digestivo; aparelho reprodutor hipertrofiado, aumentando a capacidade reprodutiva; No caso da Taenia solium, há ainda uma coroa de ganchos hipertrofiada.
BIOLOGICAS: quando estão relacionadas ao comportamento de determinado parasito, que melhoram a relação entre parasitas e hospedeiros. 
· Capacidade reprodutiva: primeira adaptação de todo e qualquer parasito biológico, ou seja, todos possuem uma grande capacidade reprodutiva que ocorre para manter viva sua espécie.
Ex.: Carrapato do boi tem hipertrofia do abdome pois são capazes de colocar milhares de ovos, que eclodem as larvas que passam um tempo no solo que depois de um tempo escalam as gramíneas/arbustos e ai vão ser atraídos pela temperatura corporal (então existe um geotropismo positivo porque a fêmea faz a postura de ovos no solo, a larva passa um tempo no solo, mas sobe, então sofre um tigmotropismo, sai da horizontal e se verticaliza, onde vai captar a temperatura corporal e gás carbônico – geotropismo e termo tropismo positivo). O ciclo se repete. As larvas são atraídas pela luz para se verticalizarem. Reprodução sexuada.
· Variadas formas de reprodução: podem ter reprodução sexuada (envolve gametas) e reprodução assexuada, ou ambas. Há indivíduos que são dioicos (sexos separados) e indivíduos que são hermafroditas (possuem ambos os aparelhos reprodutores). Há ainda indivíduos partenogenéticos (só a fêmea se reproduz).
Ex.: Verme da esquistossomose (Schistosoma mansoni) - Esses vermes realizam reprodução sexuada. Machos e fêmeas copulam, as fêmeas põem ovos, e dos ovos, na água doce, eclode a larva, chamada de miracídio. Essa larva, então, invade um caramujo e, dentro do corpo dele, a larva passa por uma série de transformações e realiza a reprodução assexuada, dando origem a cerca de 300.000 novas larvas, denominadas cercarias. As cercarias, então, saem do corpo do caramujo e invadem o corpo humano. 
Ex.: Proglote de tênia (Taenia solium) - Ocorre a reprodução sexuada, mas não há macho e fêmea. Depois da reprodução sexuada, o que se hipertrofia dentro da proglote é o útero, onde há os ovos.
Ex.: Mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans) - A mosca põe os ovos em fezes e restos de matéria orgânica e Os adultos voam, se afastam do solo e encontram seus hospedeiros através da temperatura corporal e da química corporal, durante o dia
· Tropismo: aproximação ou afastamento em relação à fonte de um estímulo. Quando o parasitose aproxima da fonte do estímulo, o tropismo é positivo, quando o parasito se afasta da fonte do estímulo, o tropismo é negativo.
· Geotropismo: parasitos que em determinadas fases da vida têm que passar pelo solo, ou seja, têm um tropismo positivo pelo solo, é o caso dos geohelmintos. 
· Termotropismo: o parasito vai de encontro à fonte de calor, ou se afasta da fonte de calor, é o caso dos piolhos, dos mosquitos.
· Fototropismo: o parasito vai de encontro à fonte luminosa, ou se afasta da fonte luminosa, como no caso dos pernilongos; 
· Quimiotropismo: o parasito vai de encontro à fonte de substâncias químicas, ou se afasta da fonte de substâncias químicas, por exemplo os pernilongos localizam seu hospedeiro também através do gás carbônico e dos feromônios exalados. 
· Tigmotropismo: mudança de posicionamento, da horizontal para a vertical ou da vertical para a horizontal, como no caso da fêmea do carrapato, quando grávida, vai em direção ao solo (vertical).
Ex.: a fêmea da carrapato do boi – pode por até 7 mil ovos (tem grande capacidade reprodutiva) e quando chega ao solo ela elimina os ovos e morre. Dos ovos eclodem as larvas que vão ser atraídos pela sua temperatura corporal (termotroprismo), vão ter um fototropismo, a princípio, positivo, por isso vão para as superfície das folhas e gramíneas é ficam aguardando até se colarem a seu hospedeiro. Esses carrapatos apresentam um órgão nas pernas, o Órgão de Harley, que capta os movimentos, a temperatura e o gás carbônico que o organismo exala, então ele se adere ao corpo e sobe, onde vai sofrer uma muda e se alimentar de sangue, para depois voltar para o solo.
AÇÕES DO PARASITA SOBRE O HOSPEDEIRO
AÇÃO ESPOLIADORA: o parasito absorve nutrientes, células, tecidos e até mesmo sangue do hospedeiro para se alimentar. Nesse caso dependendo da quantidade de parasitos no organismo do hospedeiro, a ação espoliativa dele por si só já irá determinar um quadro anêmico. 
AÇÃO ENZIMATICA: o parasito produz enzimas que permite ele se alimentar, se reproduzir no hospedeiro, produzir lise dos tecidos, resistência à ação das enzimas do hospedeiro (antiquinases), essas são enzimas que bloqueiam as enzimas do hospedeiro, que poderiam trazer consequências drásticas para os parasitos. No caso de um verme, como as tênias, no interior do intestino delgado de um ser humano, para não ser digerido, possui em seu tegumento as antiquinases, que bloqueiam a atividade das enzimas do intestino sobre ele. A partir do momento que o verme não consegue mais produzir essas antiquinases (por bloqueio de medicamentos, por exemplo), ele é eliminado do organismo do hospedeiro. 
Ex.: a saliva dos insetos hematófagos possui 3 características fundamentais: ela é anticoagulante, para evitar que o sangue coagule e esse parasito possa sugar o sangue fluido para o trato gastrointestinal dele, anestésica, como uma forma de tentarem passar despercebidos pelo hospedeiro, e imunossupressora, que vai evitar que o sistema imunológico do hospedeiro aja contra o parasito quando ele estiver se alimentando.
AÇÃO TÓXICA: os resíduos metabólicos do parasito podem oferecer toxicidade para o hospedeiro podendo ocasionar reações alérgicas (diarreia, febre).
Ex.: o helminto que está no intestino delgado do hospedeiro vai processar os nutrientes e vai eliminar resíduos metabólicos. Esses resíduos metabólicos podem ser mais ou menos tóxicos, sempre exercendo um nível de toxicidade para o hospedeiro, que podem, por exemplo, gerar os quadros de diarreia e cólicas intestinais. 
AÇÃO MECÂNICA alguns parasitos podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar, sendo representada pela presença física do parasito. Simplesmente por ele estar presente já vai determinar uma ação sobre o hospedeiro e pode ser de duas categorias: 
1. Ação mecânica obstrutiva: obstrução do fluxo normal de um órgão.
2. Ação mecânica compressiva: presença do parasito vai comprimir os tecidos ou órgãos daquela determinada localização. 
AÇÃO IRRITATIVA: estabelecida pelo contato físico do parasito com o hospedeiro. A presença constante do parasito irrita o local parasitado, provocando lesões através de seus órgãos de fixação. Pode causar cólicas intestinais e diarreia, por conta dessa irritação causada pelo parasito na parede intestinal.
AÇÃO TRAUMATICA quando o parasito produz lesões no hospedeiro (ex.: picada do inseto). Provocada, principalmente, por formas larvárias de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também sejam capazes de fazê-lo. 
AÇÃO IMUNOLÓGICA: quando o parasito induz uma resposta imunológica no hospedeiro. Os antígenos eliminados pelo parasito sensibilizam os tecidos do hospedeiro aumentando a resposta imune que agrava a parasitose. Com a resposta imunológica à presença dos ovos do Schistosoma mansoni é desencadear o processo grave da Esquistossomose. Quanto mais ovos retidos no organismo do hospedeiro, mais grave a doença.
Ex.: malária, leishmanioses, esquistossomose e doença de Chagas.
AÇÃO INFLAMATORIA: quando o parasito induz uma resposta inflamatória no organismo do hospedeiro. O parasito ou produtos de seu metabolismo desencadeiam o fluxo de células inflamatórias para o sitio 5 do parasitismo. 
Ex.: ovos de Schistosoma mansoni- granulomas 
ANÓXIA: quando o parasito se alimenta de sangue, ele vai reduzir o fluxo de hidrogênio para determinados órgãos, os tecidos entraram em anóxia (morte celular). Nesse caso os machos e fêmeas de Schistosoma mansoni se alimentam de grandes quantidades de hemácias. As hemácias, por excelência, transportam o oxigênio. Não havendo hemácias suficientes, tem-se uma redução no transporte de oxigênio, e, havendo essa redução na taxa de oxigênio, resultará em repercussões teciduais por anóxia, ou seja, não recebem oxigênio e as células desse tecido passam a morrer, são destruídas.
Ex.: malária e ancilostomose.

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