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1º Grupo Mocuba
Abel Hussene Changamire
Aguinaldo Bernizio Cordeiro
Ancha Joseph Katare
Cacildo Mendes Júlio
Ismael Martins Saide
Rofino Vasco Antônio
Saide Mucussete Watateia
O Traço Fonético
Licenciatura em língua inglesa
4º ano;
 Universidade Licungo
 Mocuba
 2021
3
	1º Grupo Mocuba
Abel Hussene Changamire
Aguinaldo Bernizio Cordeiro
Ancha Joseph Katare
Cacildo Mendes Júlio
Ismael Martins Saide
Rofino Vasco Antônio
Saide Mucussete Watateia 
 
	O presente trabalho de fonética e fonologia do português é de carácter avaliativo a ser submetido no Departamento de Letras e Humanidade sob orientação de docente: Msc.João Samuel.
 Universidade Licungo
 Mocuba
 2021
Índice 
Introdução……………………………………………….....…………………………….3
1. Traços Distintivos……………………………………..………………………………4
1.2. Os traços distitintivos de Chomsky e Halle (1969)………...……………………….5
2. Traços de Classes Principais…………………………………………………………..6
2.1. Traços de Fonte……………………………………………………………………..6
2.2. Traços prosódicos…………………………………..……………………………….7
2.3. Traços de modo de articulação……………………..……………………………….7
2.4. Traços de Modo de Articulação (+ tenso) e (- tenso).........…………………………8
3. Breve historial do sistema de traços distintivos……………………………………….9
4. Apresentação de algumas das principais propostas de sistema de traços………….….9
4.1. O sistema de oposições distintivas de Trubetzkoy (1939)……………...……….9.10
5. A teoria de traços distintivos de Jakobson, Fant & Halle (1952) e Jakobson &
Halle (1956)…………………………………………………………………………….11
6. Características acústicas e articulatórias…………………………...……………..12.13
7. A importância do uso de valores binários no sistema de traços distintivos……...….14
Conclusão………………………………………………………………………………15
Referenciasa........................................................……………………………………….16
Introdução
O estudo de Traço Fonético foi realizado com o intuito de quantificar e classificar os desvios fonológicos conforme a sua gravidade.
A análise feita em relação a gravidade do desvio fonológico, considerando o processo preceptivo observa-se que há dificuldade em classifica-la quando os graus são muito próximos, como os graus moderado-grave e levemente-moderado. Apesar desta dificuldade, observou-se que a origem do desvio fonológico esta intimamente relacionada com a gravidade de fones e fonemas ausentes.
E com base na abordagem acima que o presente trabalha na cadeira de Fonética e Fonologia em Língua Portuguesa será desenvolvido.
1. Traços Distintivos
Traços Distintivos é um conjunto específico de propriedades que constituem os fonemas (consoante fricativa alveolar desvozeada) quando ocorre entre vogais.
(exemplo: casa), passa a ser /z/ (vozeada) mostrando assim uma assimilaçao do traço de vozeamento das vogais (John Lyons, 1981).
Segundo Chomsky e Halle (1968) em The sound pattern of English elaboram uma teoria completa sobre os traços distintivos e sua importância.
Os traços são definidos por uma matriz de natureza bi-dimensional que está em uma relação bijetiva com o fonema, ou seja, se desaparece a matriz de traços, também desaparece o fonema e vice-versa.
Os traços são caracterizados de forma binária, isto significa que, um fonema sera caracterizado por [+ traço distintivo] ou [- traço distintivo]. Por exemplo: um fonema poderá ser [+consonantal] ou [-consonantal].
A competência linguística é o conhecimento que o individuo tem da sua lingua, mesmo que inconscientemente, o que possibilita distinguir uma relação intrínseca entre som e o significado em cada sentença da língua em questão.
O desempenho é o uso real da língua, sua manifestação concreta.
A Gramatica Universal é uma essência comum a todas as línguas, esta que é recebida por todos seres humanos por uma herança genética. Na gramática existem princípios comuns e parâmetros particulares de cada língua na Gramática Universal, por exemplo, as sílabas das línguas. Uma sílaba no PB, não termina em segmento como um "b", porque não está licenciado para ocupar tal posição. Os sons, objectos sob os quais incidem as regras mencionadas, têm como propriedades mínimas que os constituem e os diferem, que são binários no modelo de Chomsky e Halle (1968), que são definidos por dois aspectos: representando a presença e a ausência de determinada propriedade e designados por antônimos como [vozeado] ou [não vozeado], [tenso] ou (frouxo).
Segundo Matzenauer (2005, p.30), dois segmentos são distintos se diferem em, pelo menos, um dos seus aspectos ou traços, como por exemplo: /t/ [-soante, -contínuo, +coronal,+anterior, -metástase retardada, -sonoro]; /d/ [-soante,-contínuo, +coronal, +anterior, -metástase retardada, +sonoro].
1.2. Os traços distitintivos de Chomsky e Halle (1969)
Enquanto a ênfase de Jakobson, Fant & Halle (1952) e Jakobson & Halle (1956) era na captura de todos os contrastes fonológicos possíveis nas línguas, Chomsky & Halle (1968) busacavam também, descrever o conteúdo fonético dos segmentos derivados por regras fonológicas, bem como os segmentos fonémicos. Fant & Halle (1952) e Jakobson
& Halle (1956), ele apresenta algumas modificacoes concernentes ao conjunto de traços distintos usados para capturar contrastes e ao conceito desses traços.
Chomsky e Halle (1968) conservaram os traços consonantal, tenso, vozeado, contínuo, nasal e estridente, e novos traços adicionados ao sistema de Jakobson, Fant & Halle (1952) e Jakobson & Halle (1956) que são os seguintes:
Alto (High) – são produzidos pelo levantamento do corpo da língua acima do nível ocupado pela posição neutra.
Posterior (Back)- sons produzidos pela retração do corpo da língua da posição neutra.
Baixo (Low)- sons produzidos pelo abaixamento do corpo da língua abaixo do nível ocupado na posição neutra.
Anterior (Anterior)- sons produzidos com uma obstrução localizada na frente da região alvéolo-palatal da boca.
Coronal (Coronal)- sons produzidos com a lâmina da língua levantada em relação a posição neutra da língua.
Arredondado (Round) – sons produzidos com o estreitamento do orifício dos lábios.
ATR (Advanced Tongue Root)- este traço em línguas como igbo, diferencia vogais
faringalizadas [-ATR], /i, a, u, o/, de vogais, /i, e, u,o/.
Soltura Retardada (Delayed Release)- há dois modos de soltura do som no trato vocal ou instantaneamente, como as oclusivas ou com certo retardamento, como nas africadas.
Durante a soltura retardada, turbulência é gerada no trato vocal e a fase de soltura do som das africadas é acusticamente similar a soltura do som de fricativas, característica adicionada por Chomsky e Halle para distiguir consoantes de oclusivas.
2. Traços de Classes Principais
Segundo Chomsky e Halle (1968), a primeira característica e a sua alternância entre abertura (passagem livre do ar) e fechamento (obstrucao na passagem de ar), que acarretarao a definição de trés classes maiores de segmentos:
[Soante]- representa um segmento espontaneamente sonoro como as vogais, nasais,
liquidas e glides.
[Silábico]- indica segmentos que são produzidos com uma constrição que não excede
aquela das vogais altas /i/ e /u/ e, segmentos também são produzidos com vozeamento espontâneo. Indica também, os segmentos que podem ocupar a posição mais forte da sílaba, o seu núcleo. No PB somente as vogais possuem o traço [+silábico], somente as vogais podem ocupar a posição núcleo silábico. A palavra ample (amplo) em inglês, pois a vogal /æ/ é o núcleo da primeira sílaba e a liquida /l/ é o nucleo da segunda.
[Consonantal]- esta em posição ao [silábico] e é caracterizador das consoantes. Ao contrário das vogais, as consoantes possuem interrupção do ar no trato vocal, ou seja, para a produção de uma consoante deve haver uma interrupção total ouparcial na passagem de ar. Por exemplo, /p/ na palavra "povo", o falante precisa fechar complentamente a boca e nesse momento, há uma interrupção na passagem de ar.
2.1. Traços de Fonte
Segundo Chomsky e Halle (1968), há dois traços de fonte: [sonoro] e [estridente]. Os segmentos de traço [+ sonoro], ou vozeados, são sons produzidos com vibração das cordas vocais, os sons que não apresentam esta vibração são chamadas de surdos ou
desvozeados.
Segmentos como /b/, /d/ e /g/ são exemplos de sons [sonoros], já os segmentos /p/, /t/ e
/k/ são exemplos de sons [surdos]. Palavras como “pata” e “bata” têm significados diferentes devido aos fonemas /p/ e /b/ que se distinguem entre si pelo fato de /p/ ser
[surdo] e /b/ ser [vozeado], há vibração das cordas vocais na produção do fonema /b/ enquanto este vozeamento não ocorre na produção do fonema /p/.
Por sua vez, os segmentos que possuem o traço [+ estridente] são marcados por um ruído estridente produzido pela obstrução parcial na cavidade oral que ainda assim permite a passagem do ar, segmentos como /f/, /v/, /s/, e /z/ possuem o traço [+estridente], segmentos que não apresentam ruído são classificados como [– estridente].
2.2. Traços prosódicos
Os acentos prosódicos são [acento], [tom] e [duração] caracteriza as sílabas fortes de cada palavra, sendo que o acento primário é aquele da sílaba tónica, o secundário da segunda sílaba mais forte e o terciário da terceira mais forte. O objecto de estudo é sílaba. A palavra “borboleta” por exemplo, tem a terceira sílaba “le” como acento primário e a primeira “bor” como acento secundário. O [tom] é um traço suprassegmental que diz respeito à variação da altura do som de determinado fonema ou sílaba emitidos durante a fala. Cada uma dessas variações tónicas do fonema pode ser chamadas de tonemas. O tom tem significados diferentes e caracteriza frases interrogativas, afirmativas, negativas, exclamativas e imperativas, Roca e Johson
(1999).
O traço de duração por sua vez, marcará se um segmento é mais curto ou mais longo.
Hurvtz (2007), ao contrário de Roca e Johson (1999), acredita que o Inglês não faz distinção entre vogais curtas e longas, porque a duração não diz respeito a maneira como a vogal é articulada, mas sim por quanto tempo ela é articulada.
2.3. Traços de modo de articulação
Segundo Chomsky e Halle (1968), o modo de articulação trata de três traços diferentes que são: o traço contínuo, metástase retardada e o traço tenso. Os segmentos que possuem o traço [+ continuo] não possuem obstrução de ar na sua produção, portanto podem ser prolongados. Exemplo: uma pessoa que grita a palavra socorro, ela pode alongar a vogal porque não há obstrução de ar no momento de sua produção, dizendo
socooooorro, isto e possível já que todas as vogais possuem o traço [+ continuo].
O traço metástase retardada caracteriza sons cuja saída do ar e inicialmente bloqueada e depois liberada com turbulência. O segmento/tƒ/ e um exemplo de segmento portador do traço metástase retardada, pois diferentemente do /t/ que possui uma obstrução total na sua produção, o /tƒ/ possui uma obstrução inicial e depois uma soltura brusca do ar.
2.4. Traços de Modo de Articulação (+ tenso) e (- tenso)
O traço distintivo [+ tenso] e caracterizado por uma maior deformação do aparelho vocal na sua produção do que na produção de um segmento [- tenso], isto significa que, para a produção de um segmento [+ tenso] e necessário um esforço muscular considerável que será mantido por um tempo mais longo que na produção de um som [-tenso].
Esta diferença na produção dos dois sons e devida a uma maior tensão muscular da língua, das paredes móveis do canal vocal e da glote (Dubois:1973)
Os fonemas caracterizados pelo traço [+ tenso] desviam se mais da posição neutra, ou posição de repouso do que os fonemas [- tenso], portanto, serão mais longos e de maior intensidade, terão uma definição maior em sua ressonância e serão mais audíveis que os segmentos caracterizados pelo traço [- tenso]. Por exemplo, a constrição da língua na produção do fonema [+ tenso] /i/ e mais estreita que aquela que ocorre na produção do fonema [- tenso] /I/. Quanto maior o esforço articulatório maior a duração e a marcação do segmento produzido.
Durante a produção de uma vogal com o traço [- tenso], a língua esta livre e pode ser
Influenciada por segmentos adjacentes, no caso de uma vogal com traço [+ tenso], a posição da língua na região em que ela se encontra e definida precisamente.
No PB, a tensão não e traço distintivo porque não se faz a distinção de segmentos no
Inventário de fonemas do PB por meio deste traço, e em sua descrição do sistema vocálico brasileiro não menciona tensão como característica das vogais. 
Os alunos encontram uma extrema dificuldade em perceber a diferença entre a vogal com o traço
[+ tenso] /i: / e a de traço [- tenso] / I/ e produzir estes dois fonemas sem a influência do
/i/ do PB. Esta dificuldade pode causar situações de constrangimento, pois há palavras que se diferenciam de palavrões e vocabulário grosseiro apenas pelo traço [tenso], a palavra beach (praia) por exemplo, pode ser confundida com a palavra bitch (cadela ou prostituta) considerada ofensiva e marcada como taboo (tabu) nos dicionários de língua inglesa, como podemos verificar na definição de número dois do dicionário The American Heritage:1994.p.89 bitch-Offensive Slang. 
A spiteful or overbearing woman (giria ofensiva. Uma mulher maliciosa e arrogante tradução nossa). 
3. Breve historial do sistema de traços distintivos.
Conforme Hyman (1975), Além de melhor caracterizar e distinguir os fonemas de uma Língua, faz-se necessário reconhecer, que os traços são factores responsáveis pelo modo de funcionamento dos sistemas fonológicos linguísticos.
Há alguns anos já vêm sendo questionados modelos teóricos, como o estruturalista, que assumem o fonema como unidade mínima de análise.
Este tipo de formalização de regra, baseada em fonemas, não revela com clareza o processo fonológico ocorrido quando ocorre entre outros dados sons. Desta forma, é como se os processos fonológicos ocorressem sem motivação nenhuma, como num ‘passe de mágica’. Poderíamos ter qualquer tipo de transformação fonológica em uma língua. Todavia, a ocorrência de regras fonológicas como esta são impossíveis de ocorrer nas línguas do mundo, posto que não há motivação nenhuma. Processo fonológico se dê em uma determinada língua, é necessário que haja motivação, ou seja, contexto fonológico que propicie sua ocorrência. Como pudemos observar, a representação de processos fonológicos representada apenas por fonemas não captura as transformações fonéticas e fonológicas envolvidas nestes processos. Por isso, precisamos de unidades que capturem melhor as características fonológicas dos segmentos envolvidos nos processos fonológicos (FERNANDES, Romani. p:1).
4. Apresentação de algumas das principais propostas de sistema de traços.
Nesta secção faremos uma breve apresentação das principais teorias concernentes aos sistemas de traços distintivos.
4.1. O sistema de oposições distintivas de Trubetzkoy (1939)
De acordo com a obra Principles of fonology de Trubetzkoy (1939), primando pela natureza do contraste envolvido nos sistemas fonológicos, classifica as oposições distintivas através:
(i) Da relação dessas oposições distintivas com todo o sistema de oposições;
(ii) Da relação entre os membros de oposição;
(iii) Da dimensão da força distintiva dessas oposições.
Trubetzkoy distingue nove tipos de oposições: “bilateral, multilateral, proporcional, isolada, privativa, gradual, equipolente, constante e neutralizável”. 
4.2. Oposição bilateral
Na oposição bilateral, a soma das características fonéticas comuns a ambos os membros de oposição é comum a esses dois membros apenas. Em português, /t/ e /d/ se distinguem pelo traço de vozeamento (/t/: -vozeado; /d/: +vozeado), ambos fonemas são (+consoante, sonorante, -contínuo, +coronal).
4.3. Oposição multilateral
Quando há um terceiro segmento que compartilha as propriedades comunsa dois outros, esses últimos estão em oposição multilateral. Se, em uma língua, /ph/, /p/ e /b/ são fonemas, sendo os três oclusivas labiais orais, /p/ e /b/, são classificados como consoantes oclusivas labiais orais não aspiradas, mantêm uma relação apositiva bilateral entre si.
I. Oposição proporcional. Uma oposição é proporcional se a relação entre seus membros é idêntica à relação entre os membros de outra oposição, ou a muitas outras oposições no mesmo sistema. Em português, a oposição entre /f/ e /v/ é proporcional, pois na mesma língua há outros pares que mantêm relação de oposição idêntica: /p/ e
/b/; /t/ e /d/; /k/ e /g/; /s/ e /z/; /􀀀/ e /􀀀/.
II. Oposição isolada. Conforme, Hyman (1975:27) Oposição isolada é o inverso da oposição proporcional., em Alemão padrão, a relação /t/ (oclusiva alveolar desvozeada) e /x/ (fricativa velar desvozeada) é isolada.
III. Oposição privativa é um membro da oposição carrega a marca fonética ausente no outro. Em português, enquanto a oclusiva bilabial oral ‘b’ carrega a marca de vozeamento (+vozeada), na oclusiva bilabial ‘p’, esta marca está ausente (/p/:vozeada).
IV. Oposições graduais são oposições nas quais os membros são caracterizados por diferentes gradações de uma mesma propriedade. Em português e em yorubá, o sistema de vogais permite que seus membros constitutivos mantenham relações graduais de altura: a oposição entre /i/ e /e/ é gradual.
V. Oposição equipolente: é a oposição entre membros ‘logicamente equivalentes’, ou seja, neste tipo de oposição, não é possível distinguir um membro como possuidor de uma marca que falta a outro. Não é possível caracterizar dois membros como diferentes pelo grau de alguma propriedade fonética. 
VI. Oposição neutralizável: é o tipo de oposição que deixa de existir, i.é., torna-se neutralizada foneticamente em determinados contextos.
VII. Oposição constante é quando dois membros de uma oposição podem ocorrer em todas as posições possíveis de esses membros ocorrerem, sem haver neutralização.
(FERNANDES, Romani P: 2).
5. A teoria de traços distintivos de Jakobson, Fant & Halle (1952) e Jakobson &
Halle (1956)
A teoria de Jakobson, Fant & Halle (1952) e Jakobson & Halle (1956), entre outros, buscavam desenvolver uma teoria fonológica que predissesse apenas aquelas oposições que pudessem ser encontradas nas línguas, particularmente tinham como hipótese que a presença de certas oposições fonéticas excluía a presença de outras oposições e que haveria um número limitado de característica. Uma das inovações proposta pela teoria de Jakobson, Fant & Halle (1952) e Jakobson & Halle (1956) é a incorporação de características acústicas ao sistema de traços.
No sistema de traços inovado por eles, consoantes velares, consoantes labiais e vogais posteriores compartilham a característica de serem graves e consoantes alveolares e palatais e vogais anteriores compartilham a propriedade de serem agudas e a conversão de todas as características fonológicas em termos binários.
O sistema proposto por Jakobson, Fant & Halle (1952) se resumiu a 13 traços de tom e acento nomeadamente: vocálico, consonantal, compacto, difuso, tenso, vozeado, nasal, contínuo, estridente, checked, grave, flat, e sharp.
· Vocálico/Não-vocálico : presença vs. ausência de estrutura dos formantes definida. 
· Consonantal /Não-consonantal: baixa vs. alta energia total. 
· Compacto/Difuso: alta vs. baixa concentração de energia na região central do espectro, acompanhada de aumento vs. diminuição de energia. 
· Tenso/Relaxado: mais alto vs. mais baixo total de energia, em conjunção com maior (ou menor) espraiamento de energia no espectro e no tempo.
· Vozeado/Desvozeado: presença vs. ausência de vibração periódica de baixa frequência.
· Nasal/Oral: maior vs. menor espraiamento da energia sobre as regiões.
· Frequências pela redução na intensidade de certos formantes e introdução vs. não introdução de um formante adicional (nasal).
· Contínuo/Descontínuo: silêncio seguido e/ou precedido por espraiamento de energia na região de alta frequência do espectro vs. ausência de transição abrupta entre silêncio e som.
· Estridente/Suave: maior intensidade de ruído vs. menor intensidade de ruído.
· Checked/unchecked: taxa alta de descarga de energia dentro de um reduzido intervalo de tempo vs. taxa baixa de descarga de energia dentro de um longo intervalo.
· Grave/Agudo: concentração de energia em regiões de alta vs. Baixa frequência no espectro.
· Flat/Plain: fonemas flat, em contraposição aos correspondentes plain, são caracterizados por fraca mudança em alguns de seus componentes de alta frequência.
· Sharp/plain: fonemas sharp, em contraposição aos correspondentes plain, são caracterizados por uma grande mudança de alguns dos seus componentes de alta frequência. (FERNANDES, Romani, P: 4,5).
6. Características acústicas e articulatórias.
Levando em conta todas as considerações feitas na secção anterior sobre a importância em se considerar valores binários para os traços distintivos, assumimos, aqui, a proposta de valores binários para os traços distintivos. Além da binariedade de valores, assumimos, em nossa proposta de sistema de traços distintivos, a união de características acústicas e articulatórias na caracterização dos segmentos. Isto porque certos fenómenos nas línguas são mais bem explicitados pela caracterização dos segmentos através de traços articulatórios, enquanto outros fenómenos são melhor explicitados pela caracterização dos segmentos através de seus traços acústicos.
Segundo Mc Cawley (1967), vogais são inseridas antes de oclusivas em final de sílaba:
[􀀀] é inserida antes de [p]; [a] é inserida antes de [t]; [i] é inserida antes de [t􀀀]; e [􀀀] é inserida antes de [k]. Este fenómeno parece ser um caso de assimilação do traço articulatório de altura. Os segmentos [p, t, 􀀀, a] são todos [-altos], enquanto [t􀀀, k, i,
􀀀] são [+altos], logo, em maxakali, a seguinte regra fonológica parece ser actuante:
(3) ∅→ V / _ C [αalta] sonorante -contínua αalta.
Segundo Hyman (1975), as oclusivas orais [p], [t] e [k] podem ocorrer no final de palavra, precedidas por vogal baixa não arredondada. [p] e [k] sempre ocorrem depois de [􀀀], enquanto [t] é encontrada sempre depois de [a]. Esse fenómeno parece ser melhor explicado pela assimilação da característica acústica ‘concentração de energia em regiões de frequências altas ou baixas no espectrograma’. [p] e [k], que possuem maior concentração de energia na região de frequências baixas, ocorrem depois de [􀀀], que é uma vogal que compartilha dessa mesma característica acústica. Já [t], que possui maior concentração de energia nas regiões de frequências mais altas, se comparada a [p] e a [k], ocorre depois de [a], que possui concentração de energia nas regiões de frequências mais altas que [􀀀]. Assim, poderíamos ter a seguinte regra em:
(4) ∅→ C / V ___ sonorante -contínua αaguda +baixa – arredondada αaguda.
Semelhantemente, em PB, a palatalização das oclusivas alveolares ‘t’ e ‘d’ antes da vogal ‘i’, resultando nas homorgânicas africadas, respectivamente, ‘t􀀀’ e 'd􀀀’, poderia ser melhor explicada pela assimilação da característica acústica ‘maior concentração de energia nas regiões de alta frequência no espectrograma’. [t] e [d], que possuem concentração de energia em regiões mais baixas, se comparadas a [t􀀀] e [d􀀀], as quais possuem concentração de energia em regiões de frequências mais altas, transformam-se nessas últimas antes de [i], por assimilarem a característica acústica dessa vogal, que, por sua vez, possui maior concentração de energia nas regiões de frequências altas. A regra fonológica que representa este processo poderia ser a seguinte:
(5) C → [+aguda] / ___ V sonorante -contínua +coronal αvozeada –aguda. 
	-conorante
- contínua
+ coronal
αvozeada
- aguda
	- posterior
+ alta
+ aguda
7. A importância do uso de valores binários no sistema de traços distintivos
O uso de valores binários no sistema de traços distintivos é importante visto que nos permite comparar e avaliar avariação de fonemas vocálicos em graus de altura. 
Em português, existem dois sistemas de valores: O sistema de valores graduais
(Trubetzkoy) que é convertido para o sistema de valores binários e a conversão deste sistema é caracterizada segundo os autores abaixo:
Em Jakobson, Fant & Halle (1952) e Jakobson & Halle (1956), os valores graduais para a oposição de altura entre vogais é convertido pelos valores binários: [+difuso], [- difuso]; [+compacto], [-compacto]. Por sua vez, para Wang (1968), os valores graduais mencionados podem ser convertidos para os valores binários [+alto], [-alto]; [+baixo], [- baixo] e [+médio], [-médio].
A razão de se converter oposições graduais em binárias consiste no fato de a maioria dos traços (nasalidade, vozeamento, continuidade) binários, é mais vantajoso que todos os traços do sistema e torna-se mais fácil comparar e avaliar os traços uns com os outros em um sistema de valores no qual tudo está estabelecido homogeneamente nos mesmos termos. Outro ponto importante a ser destacado é que traços binários propiciam um modo de revelar a ‘classe natural’ dos segmentos.
Para Jakobson, Fant & Halle (1952) e Jakobson & Halle (1956), consoantes e líquidas São [+consonantal]; consoantes e glides são [-vocálico]; vogais e líquidas são
[+vocálico]; vogais e glides são [-consonantal]. Em suma, o princípio binário é um modo de conceituar a tarefa do ouvinte, que deve decidir o que ouve.
Conclusão
Apos a realização do presente trabalho na cadeira de Fonética e Fonologia em Língua Portuguesa, foi possível destacar que na ausência de fones no traço fonético, bem como a alteração dos fonemas e traços distintivos no sistema fonológico, mostrou-se diferente para cada uma das gravidades do desvio fonológico. Essas diferenças foram confirmadas, de forma significativa na sua maioria, indicando que quanto mais graves forem os desvios de fala, mais alterações e ausência de sons serão percebidas.
As características das diferentes gravidades do traço fonético e de desvio fonológico podem ser de grande valia, sobretudo para a uma avaliação mais detalhada dos traços distintivos fonéticos.
Com presente trabalho, espera-se ter se alcançado aqueles que foram os objetivos delimitados para o efeito do mesmo, e que possa vir a servir como uma fonte de consulta para futuros trabalhos na cadeira de Fonética e Fonologia em Língua Portuguesa.
Referências bibliográficas
CHOMSKY, N & M. HALLE (1968). The sound pattern of English, New York: Harper &Row.
FERNANDES, Romani Flaviane; Uma breve reflexão sobre o sistema de traços distintivos; São Paulo: 2010.
HURVITZ, S. & FALK, Y.N. Structure of English II: The word In: Curso ministrado na Universidade de Jerusalém. 2007.
HYMAN, L. M (1975). Phonology: Theory and Analysis. New York: Holt Rinehart & Winston.
JAKOBSON, R. FANT, G, & HALLE, M (1952). Preliminaries to Speech Analysis. Cambridge: MIT Press.
JAKOBSON, R. FANT, G. & HALLE, M (1956). Fundamentals of Language. The Hague. Mouton.
MCCAWLEY, J. ([1967] 1972). The role of phonological feature systems in any theory of language.
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