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LÍNGUA-ESPANHOLA-III (1)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA ESPANHOLA III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARULHOS – SP 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 
2 MORFOLOGIA DA LÍNGUA ESPANHOLA: CONTEXTUALIZAÇÃO ..................... 5 
2.1 Processo de formação de palavras ..................................................................... 5 
2.2 Estrutura das palavras ...................................................................................... 11 
2.3 Aspectos morfológicos regionais ...................................................................... 15 
3 SUBSTANTIVOS .................................................................................................. 19 
3.1 Substantivo e suas classificações ..................................................................... 20 
3.2 Substantivos heterogenéricos ........................................................................... 22 
3.3 Radicais latinos e heterossemânticos ............................................................... 27 
4 ADJETIVOS .......................................................................................................... 30 
4.1 Adjetivos e a concordância nominal .................................................................. 30 
4.2 Adjetivos e valores culturais ............................................................................. 34 
4.3 Adjetivos no discurso ........................................................................................ 38 
5 NUMERAIS ........................................................................................................... 43 
5.1 Definição ........................................................................................................... 43 
5.2 Numeral apocopado .......................................................................................... 49 
5.3 Numerais no texto ............................................................................................. 52 
6 ORTOGRAFIA E PROSÓDIA ............................................................................... 55 
6.1 A sonoridade da língua espanhola geograficamente ........................................ 56 
6.2 Diferentes modos de fala .................................................................................. 61 
6.3 Léxico variacional escrito .................................................................................. 64 
7 ACENTUAÇÃO ..................................................................................................... 67 
7.1 Regras de acentuação gerais e especiais ........................................................ 67 
7.2 Regras gerais de acentuação ortográfica ......................................................... 68 
7.2.1 Palavras agudas ou oxítonas ............................................................................ 69 
7.2.2 Palavras graves, llanas ou paroxítonas ............................................................ 69 
7.2.3 Palavras esdrújulas ou proparoxítonas ............................................................. 70 
7.2.4 Palavras monossílabas ..................................................................................... 71 
7.3 Regras especiais de acentuação ortográfica .................................................... 71 
7.3.1 Hiato.............. .................................................................................................... 72 
7.3.2 Acento diferencial ou diacrítico ......................................................................... 72 
 
3 
 
7.4 A acentuação e a sua importância no espanhol ............................................... 74 
7.5 O acento prosódico ........................................................................................... 75 
7.6 O acento nas interrogações e nas exclamações .............................................. 78 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 MORFOLOGIA DA LÍNGUA ESPANHOLA: CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
A língua espanhola é um idioma latino que apresenta palavras com marcas de 
gênero e número e verbos com muitas desinências de flexão. A morfologia estuda 
esses aspectos e analisa o processo de formação de palavras. Você conhece a 
estrutura das palavras espanholas? Identifica as diferenças morfológicas regionais 
desse idioma? 
Nesta seção, você vai estudar o processo de formação de palavras, a estrutura 
das palavras e os aspectos morfológicos regionais da língua espanhola. 
 
 
Fonte: http://idiomaseculturas.com.br/ 
 
2.1 Processo de formação de palavras 
 
O processo de formação de palavras, também conhecido como morfologia 
léxica, estuda a construção e a derivação de palavras. Tradicionalmente, essa parte 
da morfologia é dividida em derivação e composição. A primeira refere-se às 
palavras que se formam a partir de uma base léxica e o acréscimo de um afixo, como 
em neocolonialismo. Já a segunda refere-se a palavras que se formam a partir da 
união de duas bases léxicas, como em malacostumbrado (RAE, 2010). 
 
6 
 
A Real Academia Española (RAE) (2010), na Nueva Gramática de la Lengua 
Española, divide a formação derivacional nos seguintes tipos: nominal, adjetival e 
adverbial, verbal e apreciativa. Na derivação nominal, os substantivos surgem a partir 
de verbos (deverbales), substantivos (denominales) e adjetivos (deadjetivales). 
Os substantivos deverbales dão nome a uma ação expressa pelo verbo. 
Observe a palavra realización, que deriva do verbo realizar e expressa não só o verbo 
como também o efeito dessa ação. Os substantivos adjetivales expressam a 
qualidade inerente ao adjetivo do qual derivaram. Observe a palavra beleza, que 
deriva de bello e expressa a qualidade do que é bello. Veja agora os principais sufixos 
que formam substantivos de ação e efeito. 
Os sufixos -ción, -sión, -zón e -ión formam substantivos derivados de verbos 
das três conjugações. O sufixo se une ao tema, à raiz e à vogal temática do verbo. 
Veja: 
 
 Demoler = dem (raiz) o (vogal temática) ler (desinência); 
 Demolición = dem (raiz) o (vogal temática) li (desinência) ción (sufixo). 
 
Verifique a seguir alguns substantivos formados a partir de verbos com o 
acréscimo do sufixo -ción e suas variações: 
 
 
 
O sufixo -miento, depois de -ción, é o mais utilizado em espanhol. As palavras 
formadas por ele surgem da sua união com a raiz e a vogal temática do particípio dos 
verbos. Entretanto, esse tipo de formação é ainda mais comum com o uso de verbos 
parassintéticos, isto é, que exigem o acréscimo de dois afixos. Esse é o caso dos 
 
7 
 
seguintessubstantivos: abaratamiento, ahorcamiento, emparejamiento, 
enajenamiento, engrandecimento, padecimento, recrudecimiento, rejuvenecimiento. 
Além disso, alguns nomes surgem a partir de outros substantivos que se formaram a 
partir de verbos. Veja: 
 
 
 
Segundo a Real Academia Española (2010), os substantivos derivados a partir 
do sufixo -miento podem expressar ação e efeito, como: acompañamiento, 
casamiento, derrumbamiento, descubrimiento, enrojecimiento, libramiento, 
requerimiento, tratamiento. Além disso, podem se referir à interpretação da ação, 
como: alabamiento, apuñalamiento, custionamiento, engrandecimento, 
ensañamiento, envenenamiento. 
Já o sufixo -(a)je se liga a raízes de verbos de primeira conjugação e forma 
substantivos que também indicam ação ou efeito de um verbo. Verifique a seguir 
alguns substantivos formados a partir de verbos com o acréscimo desse sufixo: 
 
 
 
A raiz dos verbos das três conjugações e a vogal temática dos seus infinitivos 
podem se unir ao sufixo -dura e formar substantivos que indicam qualidade, como em: 
torcedura e investidura (RAE, 2010). 
 
8 
 
Os sufixos vocálicos -a, -e e -o formam substantivos derivados de verbos. 
Observe: 
 
 
Existem também os chamados derivados participiales, ou seja, aqueles 
substantivos cuja forma coincide com a dos particípios: asado, cercado, cocido, tejido, 
batido, llamada, salida, subida. 
Os nomes terminados em -ado, -ada, -ido e -ón formam um grande grupo. Os 
com o sufixo -ada designam ações similares a golpes: cuchillada, punhalada, 
pescozada, uñada. Já os com o sufixo -ado indicam medida, como: cucharada e 
sartenada. O sufixo -ido refere-se a sons, por exemplo, ronquido, silbido, zumbido. Os 
nomes com sufixo -ón, por sua vez, não têm relação com o aumentativo, apenas são 
formados a partir de verbos da primeira conjugação, como: agarrón e empujón. 
Os substantivos derivados do sufixo -azo costumam surgir de outros 
substantivos, como se observa em: pistoletazo e puñetazo. Já os substantivos de 
qualidade surgidos a partir de adjetivos surgem com frequência com o uso do sufixo -
dad. Veja: 
 
 
 
Na atualidade, é muito mais comum a formação de palavras a partir do sufixo 
que é derivado de -dad, ou seja, o sufixo -edad: solidariedad, complementariedad. Os 
nomes de qualidade também se formam com os sufixos -ía, -eria, -ia e -ncia, como 
 
9 
 
em: filología, idolatría, caballería, gramatiquería, niñería, politiquería, audacia, 
eficacia, elecuencia (RAE, 2010). 
Veja agora os nomes formados pela união de um adjetivo com o sufixo -ismo: 
fatalismo, revanchismo. Os sufixos -dor/-dora formam nomes de pessoas, 
instrumentos e lugares, como: trabajador, vendedora e pescador. Já os sufixos -dero/-
dera, -ero/-era, -torio/-toria, -ario/-aria formam nomes de agente e de lugar: panadero, 
tejedera, fregadero, barrendero, carniceiro, cafetera, arrendatario, dignatario. 
Os nomes derivados de -ista referem-se a pessoas, como em: anarquista e 
publicista. O mesmo ocorre com o sufixo -nte, como: cantante. Contudo, instrumentos 
e produtos também são formados por esse sufixo: calmante, tirante. Nomes de 
conjunto, lugar e tempo podem ser formados pelos sufixos: 
 -ía, -ería, -erío, -ío (jerarquia, cristalería, mujerío); 
 -ario, -era, -ero, -al, -ar, -eda, -edo (epistolario, fichero, instrumental, olivar, 
alameda, hayedo); 
 -iza, -ambre, -dura, -amen (caballeriza, pelambre, armadura, pelamen); 
 -aje, -ado, -ada, -ción, -zón (oleaje, profesorado, arcada, documentación, 
criazón). 
De acordo com a Real Academia Española (2010), as palavras derivadas de 
adjetivales, são formadas a partir de substantivos e verbos. As formações mais 
comuns são apresentadas no quadro a seguir: 
 
 
 
10 
 
 
 
A derivação verbal, de acordo com a RAE (2010), segue o seguinte esquema 
de formação: 
 
 
 
As palavras formadas por derivação também podem surgir do acréscimo de 
prefixos. Para a Real Academia Española (2010), eles costumam ser classificados de 
acordo com o significado que imprimem às palavras. Veja: 
 
 
11 
 
 
 
O outro processo que forma palavras é chamado de composição. Ele ocorre 
quando duas palavras (ou mais de uma raiz) se unem e formam uma palavra 
composta. Veja a seguir as principais formações. 
 Substantivo + substantivo não atributivo: coliflor, telaraña. 
 Substantivo + substantivo atributivo: bebé probeta, lengua madre. 
 Adjetivo + adjetivo: agridulce, sordomudo. 
 Substantivo + adjetivo: medialuna, radioeléctrico.  Verbo + substantivo: 
cortapuros, guardacoches. 
 Numeral + advérbio: milflores, monodáctilo. 
Em resumo, as palavras da língua espanhola são formadas ou a partir da 
derivação, ou a partir da composição. Em ambos os processos, observam-se 
diferentes elementos que se unem para que um todo tenha significado. 
 
2.2 Estrutura das palavras 
 
Para que uma palavra seja formada e seja reconhecida como um termo que 
possui significado sozinho, é preciso que tenha passado por um processo de união de 
 
12 
 
diferentes elementos. Assim, é possível constatar que as palavras são constituídas 
por diferentes elementos desprovidos de significação, mas que, juntos, formam a sua 
estrutura. 
Segundo a Real Academia Española (2010, p. 7), “[...] las voces derivadas 
constan de una raíz y un afijo. La raíz aporta el significado léxico, y los afijos agregan 
informaciones de diverso tipo”. Dessa afirmação, constatam-se dois elementos de 
uma palavra: a raiz e os afixos. Vamos conhecê-los? 
A raiz fornece a base do significado da palavra e remete o leitor (ou ouvinte) a 
um conceito existente na realidade. Observe: 
 
Altura, alteza, altivo, altivez, altamente, altitude 
 
O que essas palavras têm em comum? Todas elas são da mesma família, pois 
têm a mesma raiz: alt. Portanto, a raiz é o elemento comum a palavras que seguem 
um paradigma derivativo. 
A diferença na escrita, na pronúncia e no significado dessas palavras 
dependerá dos afixos que serão acrescentados a elas. Nesse sentido, afixos são os 
elementos que se agregam à raiz, alterando-lhe o sentido. Em espanhol, eles se 
classificam em prefijos e sufijos. Os primeiros aparecem antes do radical (enaltecer); 
os segundos, depois do radical (altamente). 
Note que, na palavra altamente, entre a raiz e o sufixo, há uma vogal (a). Esse 
elemento é chamado de vogal temática. Ela se junta à raiz para formar uma base 
para receber as desinências. Costuma-se chamar essa união entre raiz e vogal 
temática de tema. As desinências assinalam as flexões da palavra, isto é, marcam o 
gênero e o número (no caso dos verbos, acrescentam-se modo, tempo e pessoa). 
Dessa forma, abre-se espaço para a morfologia flexiva. Ela estuda as variações 
das palavras, ou seja, refere-se ao paradigma flexivo. Isso significa que as variações 
das palavras podem ter consequências nas relações sintáticas, como as questões de 
concordância. 
As flexões de número fornecem informação quantitativa. Observe: 
 La pequeña niña se quedó triste. 
 Las pequeñas niñas se quedaron tristes. 
 
 
13 
 
Note que a diferença entre as duas orações está diretamente relacionada à 
flexão de número. Na primeira oração, o artigo la, os adjetivos pequeña e triste e o 
verbo quedar estão flexionados no singular; já na segunda oração, estão todos 
flexionados no plural. Assim, há duas possibilidades para a flexão de número: singular 
e plural. Contudo, a informação de número indica apenas a quantidade de 
substantivos. A flexão das demais classes se deve a exigências de concordância. De 
acordo com a RAE (2010, p. 35): 
 
[…] el número es una propiedad gramatical característica de los sustantivos, 
los pronombres, los adjetivos, los determinantes [...] y los verbos. Se presenta 
en dos formas: singular [...] y plural. En el caso de los substantivos y los 
pronombres, el número es informativo, puesto que permite expresar si se 
designanuno o más seres; en el resto de los elementos con flexión de 
número, es una manifestación de la concordância. 
 
A informação de gênero — assim como ocorre na língua portuguesa — não 
acontece em todas as palavras. Há aquelas em que a desinência a marca o gênero 
feminino (niña), e aquelas em que a desinência o marca o gênero masculino (niño). 
No entanto, há palavras em que a marca do gênero está no determinante: la dentista, 
el dentista. De qualquer maneira, há duas possibilidades de flexão de gênero: 
masculino e feminino. 
Os verbos constituem a classe que mais apresenta flexões. Na forma verbal, é 
possível distinguir a raiz (também chamada de radical); às vezes, as marcações de 
tempo e modo; e, quando se trata de uma forma pessoal, a desinência (também 
chamada de terminación) da pessoa do discurso. Observe: 
 
 
 
Observe que, na forma verbal, há a desinência para a pessoa do discurso. 
Existem seis possibilidades: 1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular (yo, tú, él), e 1ª, 2ª e 3ª 
pessoa do plural (nosotros, vosotros, ellos). Entretanto, em espanhol, não é 
obrigatório falar nem escrever esses pronomes diante dos verbos, pois a própria 
desinência indica a pessoa do discurso. 
 
14 
 
As formas impessoais (no personales) são classificadas em infinitivo, gerúndio 
e particípio. (GONZÁLEZ HERMOSO, 1996). 
Quando o verbo está nessas formas, não é possível localizar desinência de 
pessoa do discurso. Observe: 
 
Negar – negando – negado 
Querer – queriendo – querido 
Bendecir – bendeciendo – bendecido 
 
A desinência de modo acompanha a de tempo. No exemplo anterior, da forma 
amábamos, a letra b revela-se típica para a conjugação dos verbos na primeira 
conjugação (terminados em ar no infinitivo) no pretérito imperfeito. Se esse verbo 
fosse conjugado no pretérito do subjuntivo, a letra r marcaria a desinência modo 
temporal: amara. 
A formação dos tempos simples é feita ou a partir da raiz do verbo (presente 
do indicativo, do subjuntivo e do imperativo, imperfeito do indicativo, pretérito 
indefinido, gerúndio e particípio), ou a partir do infinitivo (futuro do indicativo e 
condicional). Observe a seguir um exemplo de cada terminação (GONZÁLEZ 
HERMOSO, 1996). 
 Verbo amar no presente do indicativo: radical + -o = amo 
 Verbo comer no presente do subjuntivo: radical + -a = coma 
 Verbo escribir no imperfeito do indicativo: radical + -ía = escribía 
 Verbo amar no futuro do indicativo: infinitivo + -é = amaré 
 Verbo comer no condicional: infinitivo + -ía = comería 
 Verbo escribir no gerúndio: radical + -iendo = escribiendo 
 
Já na conjugação dos verbos irregulares, há modificações ortográficas que 
identificam as desinências dos verbos. Veja a seguir. 
 Diptongación E – EI (acertar/acierta; apretar/aprieta) 
 Diptongación O – EU (comprobar/comprueba; descontar/descuenta) 
 Diptongación E – IE y transformación E – I (advertir/advierte; conferir/ 
confiere) 
 Diptongación O – EU y transformación O – U (dormir/duerme) 
 
15 
 
 Transformación E – I (pedir/pido) 
 Transformación I – IE (adquirir/adquiere) 
 Transformación U – EU (jugar/juega) 
 Verbos terminados em -ACER, -ECER, -OCER, -UCIR que transforman C- 
ZC delante de O y A (obedecer/obedezca) 
 Verbos terminados em -DUCIR que transforman C – ZC delante de O y A 
(traducir/traduzca) 
 Verbos terminados em -UIR que cambian I – Y delante de A, E, O 
(concluir/concluye) 
 
Evidencia-se que cada elemento das classes gramaticais apresentadas 
constitui a estrutura das palavras. Esses elementos que só possuem significação no 
universo da língua são denominados morfemas gramaticais, ou seja, não são como 
os morfemas lexicais, os quais remetem a ações, estados, qualidades no mundo 
objetivo. Os morfemas são segmentos das palavras que auxiliam na construção dos 
significados delas, acrescentando uma informação (GONZÁLEZ HERMOSO, 1996). 
 
2.3 Aspectos morfológicos regionais 
 
A formação das palavras nem sempre ocorre de forma exatamente igual em 
todas as regiões em que uma língua é falada. Com o espanhol não é diferente: a 
proximidade com outras línguas e as transformações casuais que afetam um dialeto 
determinam usos diferentes das palavras. Consequentemente, as suas estruturas 
também podem ser modificadas. A Real Academia Española (2010) aponta algumas 
diferenças na formação e no uso das palavras, de acordo com a região em que a 
língua espanhola é falada. Veja a seguir algumas distinções morfológicas conforme a 
localização. 
O substantivo calor, por exemplo, é utilizado pela maior parte dos 
hispanohablantes como um substantivo masculino, mas há uma opção informal, 
utilizada por alguns nativos, em que calor recebe um artigo feminino: la calor. Ainda 
quanto ao gênero, uma questão curiosa refere-se à palavra mar. Para o espanhol 
prestigiado, esse substantivo é feminino; porém, as pessoas relacionadas ao mar 
empregam essa palavra com o gênero masculino. Já a palavra arte sofre 
 
16 
 
transformações em todas as regiões: geralmente é aplicada no singular como 
masculina (el arte europeo) e, no plural, como feminina (las belas artes). 
Entretanto, a questão geográfica pode ser determinante para a alternância de 
gênero. Por exemplo, pijama ou piyama, embora seja uma palavra masculina em 
muitos países, é comumente usada no feminino (la piyama) no México, em parte da 
América Central e no Caribe. Algo parecido ocorre com a palavra pus. Ainda que o 
seu uso seja majoritariamente masculino, ocorre no Chile, no México e em alguns 
países da América Central, tanto na língua formal quanto na informal, a alternância 
entre os dois gêneros, com preferência para o feminino. Já a palavra bikíni (ou biquíni) 
sofre modificações na região do Rio da Prata, onde é aplicada no gênero feminino, ao 
contrário das demais regiões, em que é masculina. Tanga, uma palavra masculina no 
espanhol europeu, tem gênero feminino em quase toda a América. 
As diferenças são marcadas também na formação das palavras. No processo 
de derivação, encontram-se muitos substantivos formados pelo sufixo -dura. Contudo, 
no espanhol americano, principalmente nas regiões caribenha e chilena, esse 
processo é muito produtivo. Ele é utilizado para formar nomes de instrumento ou meio 
para algo, como: aserradura e techadura. 
A RAE (2010) destaca também o grande número de palavras formadas com o 
sufixo -e na língua utilizada pelos jovens e no mundo esportivo, como chute, corte, 
despelote. Porém, os derivados em -o são mais usados nas Américas: macaneo, 
pescueceo. 
Além das diferenças nas formações de palavras, as localizações geográficas 
podem imprimir significados diferentes às criações léxicas. Essas diferenças podem 
ser percebidas nos derivados de particípio, que geralmente expressam ações e 
efeitos. No entanto, palavras como: bebida e pintada, que costumam ser aplicadas 
apenas no sentido de efeito, são utilizadas em Porto Rico para designar ações. Já o 
particípio traída, na Espanha, é utilizado apenas com a palavra água: traída del água. 
Na América, esse particípio pode unir-se a outras palavras, como: traída de los dólares 
e traída de los futebolistas. 
No espanhol americano, há a alternância entre llamado e llamada, no sentido 
de ação e de efeito de llamar; na Europa, porém, usa-se apenas llamada. Já a palavra 
vuelto é aplicada em quase toda a América, mas na Europa e em Porto Rico, é usada 
como vuelta. Na Colômbia, por sua vez, é utilizada no plural: las vueltas. 
 
17 
 
Na América, o sufixo -ada é usado para formar palavras que designam uma 
batida dada em um lugar, e não uma batida dada com algo. Esse é o caso de palavras 
como cachetada, pescozada. Esses derivados relacionam-se com os particípios que 
se referem a movimentos impetuosos. Na América e nas Ilhas Canárias, existe a 
formação de substantivos que designam ações contínuas intensas ou repetidas a 
partir do sufixo -dera, como em:llovedera e borrachera. Uma especificidade da 
Colômbia e da Venezuela está no uso da palavra lejura, que se refere a lejos. O sufixo 
-ura é unido a um advérbio para formar um substantivo de qualidade. 
No México, no Chile e em grande parte da América Central, usam-se as 
palavras: asador, cenador, comedor, corredor, desayunador, para fazer referência a 
um instrumento. Já o sufixo -ero/-era permite a formação de vários substantivos que 
dão nomes a profissões e ocupações. É comum que esses sufixos se acoplem a 
termos usados em áreas linguísticas não coincidentes, como nas palavras plomero 
(usada no espanhol americano) e fontanero (usada no espanhol europeu). 
Além dessas questões sobre formações de palavras, há outras diferenças 
típicas entre o espanhol americano e o espanhol europeu. Um exemplo importante é 
o uso do voseo na região rio-platense. Além disso, na América, o plural de tú é ustedes 
e, na Europa, é vosotros. Ainda na área dos verbos, há a conjugação do pretérito do 
subjuntivo. Veja nos Quadros a seguir, as formas mais comuns na América 
(GONZÁLEZ HERMOSO, 1996). 
 
Terminações em ar: formas comuns na América 
 
Fonte: Adaptado de Espanhol Grátis (2018, documento on-line). 
 
 
 
18 
 
Terminações em er/ir: formas comuns na América 
 
Fonte: Adaptado de Espanhol Grátis (2018, documento on-line). 
 
Veja nos Quadros abaixo as formas mais comuns utilizadas na Espanha. 
 
Terminações em ar: forma mais usual na Espanha 
 
Fonte: Adaptado de Espanhol Grátis (2018, documento on-line). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Terminações em er/ir: forma mais usual na Espanha 
 
Fonte: Adaptado de Espanhol Grátis (2018, documento on-line). 
 
Saber identificar e comparar esses aspectos morfológicos regionais de língua 
espanhola é fundamental para o aprendiz desse idioma. Afinal, para desenvolver a 
competência comunicativa, ele terá de desenvolver as competências linguística, 
discursiva, acional, sociocultural e estratégica. Aliás, de acordo com Nariño Rodriguez 
(2017, p. 29): 
 
Embora o léxico esteja incluído na competência linguística, acreditamos que 
a CL faz parte das outras competências [...], já que o aluno não pode apenas 
limitar-se ao simples conhecimento das unidades lexicais de forma isolada, 
mas deve conhecer seus sentidos, suas variantes e seu uso adequado no 
contexto comunicativo e situacional para poder fazer uso delas em situações 
reais de comunicação. 
 
Portanto, para atingir os objetivos comunicativos na aprendizagem de 
espanhol, é preciso aprofundar os conhecimentos morfológicos sobre esse idioma. 
 
3 SUBSTANTIVOS 
 
Os substantivos estão presentes na maior parte das orações que criamos: 
indicam quem realizou o fato, quem o sofreu, etc. Mas qual a sua importância para os 
estudos de brasileiros aprendizes de espanhol? Que peculiaridades essa classe 
gramatical apresenta e que devem receber atenção especial? 
Vamos estudar o conceito de legibilidade estrutural: os substantivos e as suas 
classificações, os heterogenéricos e os heterossemânticos. 
 
 
20 
 
3.1 Substantivo e suas classificações 
 
Os substantivos são palavras que dão nome aos seres, aos objetos, aos 
sentimentos, etc. São, portanto, a classe gramatical que corresponde a várias funções 
sintáticas (BIZELLO, 2018). Observe: 
 
La profesora entregó la prueba a los alumnos por la mañana. 
 
Note que o substantivo, nesse exemplo, ocupa funções sintáticas diferentes: 
sujeito (profesor), objeto indireto (alumnos), objeto direto (prueba) e adjunto adverbial 
(mañana). 
Essa supremacia do uso nas orações se deve à grande variedade de 
possibilidades de entidades que os substantivos podem denotar. Aliás, essa 
diversidade é que permite dividir os substantivos em várias classificações. 
A primeira divisão mais comum dessa classe é entre substantivos comuns e 
próprios. Para compreender as características de cada um, observe o exemplo. 
 
Dolores siente dolores en la pierna. 
 
Qual é a diferença entre Dolores e dolores? Além da diferença ortográfica (letra 
maiúscula e minúscula), há a diferença semântica. Dolores é um substantivo próprio 
que já identifica um ser de características próprias, pessoais e únicas num contexto. 
Já dolores é um substantivo comum, ou seja, uma palavra que distingue um grupo 
e não um ser apenas. 
Veja mais um exemplo: 
 
¿En qué avenida vives? 
En la Avenida 9 de Julio. 
 
A palavra avenida refere-se a qualquer avenida, enquanto a palavra Avenida 
identifica uma específica. De acordo com a Real Academia Española, a RAE (2010, 
p. 209): 
 
 
21 
 
[…] el nombre común [...] se caracteriza, en efecto, por clasificar o categorizar 
las personas, los animales [...] según ciertos rasgos comuns que los 
distinguen. Los nombres propios no participan en relacionada léxicas [...], 
aunque establecen correspondencia con los nombres similares de otras 
lenguas, no tienen propiamente traducción. 
 
Os substantivos próprios, embora não tenham um significado próprio, têm um 
valor denominativo. Os indivíduos recebem nomes particulares, que os diferenciam 
de outros de mesma espécie. 
Outra classificação dos substantivos é contables e no contables. Os primeiros 
são aqueles que podem ser enumerados, já os segundos não têm essa possibilidade. 
Veja: 
 
Compré un libro. 
Compré dos libros. 
 
Note que o substantivo libro pode ser contado ou enumerado. Já o substantivo 
café, por exemplo, designa quantidades da substância ou da matéria. Veja: 
 
Compré un poco de café. 
 
Dessa forma, evidencia-se que essa classificação revela o comportamento 
gramatical do substantivo, isto é, se aceita modificadores na frente ou não. Os 
substantivos no contables não costumam ser flexionados no plural. Observe: 
Siento mucha alegría. (não alegrías) 
Él hizo poco esfuerzo. (não esfuerzos) 
Essa madre tiene poca paciencia. (não paciencias) 
 
Já os contables alternam singular e plural: 
 
Comí una manzana. 
Comí trés manzanas. 
 
Além disso, podem aparecer sem determinação: 
 
Comí manzanas. 
 
22 
 
 
Há também os substantivos colectivos. São nomes flexionados no singular, 
mas que têm significado plural. Veja: 
 
Compré nuevo mobiliario para mi casa 
 
Note que mobiliario designa, no singular, um conjunto homogêneo de coisas, 
isto é, móveis. Entretanto, os colectivos podem designar também pessoas e animais: 
familia, rebaño, público. Tradicionalmente, os coletivos são divididos em determinados 
e indeterminados, ou seja, os que levam em seu significado a natureza de seus 
componentes (orquestra) e os que não têm essa característica (docena). 
Há também a divisão de acordo com a forma: léxicos (possuem estrutura 
morfológica, como em manada) e morfológicos (formam-se com os denominados 
sufixos de sentido abundancial, como em alumnado). (BIZELLO, 2018). 
Os substantivos classificam-se também em cuantificativos e clasificativos. 
Observe: 
 
Bebí un litro de agua. 
 
A palavra litro admite como complemento um grupo nominal sem determinante 
(agua) a que quantifica. Dessa forma, litro é um substantivo cuantificativo. Contudo, 
há substantivos que classificam outros, como em: 
 
Tuvo una especie de premonición. 
 
Observe que a palavra especie classifica a palavra premonición. Note que tanto 
os substantivos cuantificativos quanto os clasificativos aparecem em estruturas 
pseudopartitivas, introduzidas pela preposição de seguida de um grupo nominal sem 
determinante. 
Em resumo, o substantivo tem classificações variadas, que cumprem um papel 
específico. Para aplicar essa classe gramatical com adequação, é preciso considerar 
todos os tipos de nomes. 
 
3.2 Substantivos heterogenéricos 
 
23 
 
Os substantivos formam uma classe gramatical que carrega a marca de gênero 
e leva os seus determinantes a se flexionarem de acordo com esse gênero (BIZELLO, 
2018). Observe: 
 
La mesa blanca se rompió. 
Toda la familia parecía entusiasmada.Unos hombres callados salieron de aquí ahora. 
¿Aquellos libros son tuyos? 
 
Note que, nesses exemplos, o gênero dos substantivos determina o gênero das 
demais classes gramaticais. Nesse sentido, mesa, substantivo feminino, exige que o 
artigo la e o adjetivo blanca também sejam femininos. O substantivo familia, por ser 
do gênero feminino, condiciona o gênero do pronome toda, do artigo la e do adjetivo 
entusiasmada. A mesma determinação ocorre com os substantivos masculinos das 
frases do exemplo: se hombres é um substantivo masculino, unos e callados também 
serão; se libros está flexionado no masculino, os pronomes que o determinam também 
serão flexionados nesse gênero. 
Portanto, os substantivos podem ser masculinos e femininos e servem para 
diferenciar o gênero do referente, como em: presidente/presidenta, gato/gata, 
niño/niña. Contudo, nos demais casos, o gênero dos substantivos é apenas uma 
propriedade gramatical inerente, desconectada do gênero. Geralmente, palavras 
terminadas em o são masculinas e as terminadas em a são femininas. Esses 
exemplos mostram palavras que têm a mesma raiz e prefixos diferentes. No entanto, 
também há os de raízes diferentes: nuera/yerno; caballo/yegua. Esses são chamados 
de heterónimos. 
No entanto, a terminação nem sempre mostra claramente o gênero a que 
corresponde o substantivo. Observe: 
 
Esta es mi propiedad. 
En mi casa hay un césped muy bello. 
 
Analise as palavras propiedad e césped. A primeira é feminina e a segunda é 
masculina, isto é, a terminação é igual (d), mas o gênero é diferente. Há ainda 
substantivos em que o gênero é revelado apenas pelos determinantes: el testigo/ la 
 
24 
 
testigo, el profesional/ la profesional. Os nomes ambíguos quanto ao gênero designam 
a mesma entidade: la mar/el mar e el vodka/la vodka. 
Existem também os substantivos epicenos, cujo gênero é sempre o mesmo. A 
indicação de um gênero ou outro dos seres ocorre com o acréscimo de hembra ou 
varón: el rinoceronte varón e el rinoceronte hembra. Os substantivos epicenos que 
não se referem a animais não recebem esse acréscimo: el personaje, la víctima. 
Assim como ocorre na língua portuguesa, o masculino na língua espanhola é o 
gênero não marcado, e o feminino é o marcado. De acordo com a Real Academia 
Española (2010) “[…] en la designación de personas y animales, los sustantivos de 
género masculino se emplean para referirse a los individuos de eso sexo, pero 
también para designar a toda la especie, sin distinción de sexos, sea en singular o en 
plural” 
Observe fragmentos de um texto (VALLESPIN, 2018, documento on-line): 
 
Cuando estudiaba la ESO sufría por los alumnos que no tiraban". Pero fue en 
un campus de verano organizado por la fundación Empieza por Educar donde 
impartió clases a estudiantes de ESO con muchas asignaturas pendientes 
para setiembre donde lo vio claro. Fue el primer choque con la realidad de las 
cifras de abandono escolar e inequidad educativa. Allí se hicieron realidad. 
Las historias que explicaban los chicos no me dejaron indiferente. Y me 
convencí que quería trabajar en educación, pero ya no en cualquier sitio. 
 
Note que a palavra alumnos está flexionada no masculino plural. Contudo, ela 
se refere a alunos e alunas. O mesmo ocorre com a palavra chicos: o masculino plural, 
nesse contexto, revela que se trata dos dois gêneros. 
Contudo, nem sempre o uso do masculino evidencia se a intenção é tratar de 
toda a espécie ou apenas dos varones. Veja o fragmento de uma reportagem 
jornalística (GRIJOTA, 2017, documento on-line): 
 
Cómo afecta a mi desarrollo lo que come papá 
Las investigaciones científicas siguen revelando aspectos sorprendentes 
relacionados con la figura del padre en la crianza 
Decidir ser padres es una gran responsabilidad, eso no es nada nuevo, pero 
la comprensión profunda de lo que ello significa es un camino que todavía 
tiene muchos matices por descubrir. Estudios científicos recientes sobre la 
paternidad han revelado lo que de manera instintiva ya se sabe, que decidir 
ser padre es un rol mucho más vital para los progenitores de lo que a priori 
pueda parecer 
 
 
25 
 
Observe que a palavra padres, no início da reportagem, poderia referir-se 
apenas aos homens ou aos homens e às mulheres. Entretanto, evidencia-se mais 
adiante, com a palavra paternidad, que a intenção é tratar apenas dos homens. 
Há também uma tendência de construções com os dois gêneros. Nesse caso, 
a finalidade é não hierarquizar os gêneros ou deixar claro que estão todos inclusos. 
Entretanto, há outros recursos para evidenciar que se trata de toda a espécie, como 
de ambos sexos ou tanto hombres como mujeres. 
Em espanhol, há uma convenção: substantivos terminados em aje são 
masculinos, e substantivos terminados em umbre são femininos. Dessa forma, já se 
pode notar que, entre a língua portuguesa e a espanhola, há substantivos comuns 
com gêneros diferentes. Veja a seguir: 
 
 
 
Esses substantivos podem ser chamados de heterogenéricos, pois têm um 
gênero em espanhol e outro em português. Os dias da semana também são exemplos 
de substantivos heterogenéricos, já que, em espanhol, são masculinos. Veja: 
 
 
26 
 
 
 
Observe que, em português, sábado e domingo são masculinos, assim como 
em espanhol — aliás, essas palavras são cognatas. Contudo, os outros dias da 
semana são heterogenéricos. 
Na realidade, o espanhol herdou do latim a forma de nomear os dias da 
semana. A origem está relacionada a objetos celestiais identificados pelos romanos: 
Luna (lunes), Marte (martes), Mercúrio (miércoles), Júpiter (jueves), Vênus (viernes), 
Saturno (sábado), Sol (domingo). Já na língua portuguesa, a origem remete à Idade 
Média e à fé cristã: o domingo, dia do senhor, é o primeiro dia; o segundo dia é a 
segunda-feira, e assim por diante. 
 
 
Fonte: http://www.maktraduzir.com.br/ 
 
Observe, no quadro a seguir alguns heterogenéricos que são masculinos em 
espanhol e femininos em português. 
 
 
 
27 
 
Heterogenéricos em português e espanhol 
 
 
Fonte: Os heterogenericos... ([201-?]). 
 
3.3 Radicais latinos e heterossemânticos 
 
Os seres humanos se comunicam por meio de uma linguagem verbal, isto é, 
por um sistema de símbolos e códigos que é utilizado por um mesmo grupo de um 
país ou uma região. Esse sistema é conhecido como língua (BIZELLO, 2018). 
De acordo com o dicionário Houaiss (LÍNGUA, 2004, p. 458), “[...] língua é um 
conjunto das palavras e das regras que as combinam, usadas por uma comunidade 
linguística como principal meio de comunicação e expressão, falado ou escrito”. 
 
28 
 
Assim, o sistema da língua portuguesa é um, e o da língua espanhola é outro; 
porém, os dois idiomas têm uma base comum: ambos são resultado de 
transformações do latim. As duas línguas se originaram do latim vulgar falado pelas 
pessoas que habitavam a Península Ibérica. Todavia, com a divisão dos reinos, a 
população que pertencia ao Reino de Castela passou a modificar a sua língua, 
inclusive em razão do contato com outros povos (o domínio árabe, por exemplo, 
deixou heranças marcantes na língua espanhola), e desenvolveu-se o que hoje se 
chama de língua espanhola. Já o português surgiu do chamado galego-português, 
uma transformação que o latim sofreu na região onde atualmente estão os territórios 
de Galiza e Portugal. Com a consolidação da autonomia política e a expansão do 
império português, houve a distinção e a separação entre galego e português. 
Dessa forma, a herança latina aparece até hoje no espanhol e no português. 
Daí decorre um dos motivos de haver tantas palavras cognatas entre as duas línguas. 
No entanto, mesmo compartilhando tantas palavras, origens e radicais, as 
línguas portuguesa e espanhola têm divergências. Uma das divergências que mais 
complica os estudos dos aprendizes de espanhol são os falsos cognatos, também 
conhecidos como heterossemânticos. 
Vamos analisar osignificado dos radicais e prefixos de algumas dessas 
palavras? Observe os heterossemânticos perjuicio e prejuízo. Eles se referem a uma 
perda ou um dano de algum tipo. Entretanto, em espanhol, há o prefixo per, que 
significa “movimento através”. Já em português, há o prefixo pre, que indica 
“anterioridade”. Observa-se, portanto, que ambos os vocábulos se referem à 
depreciação de algo — seja o movimento de desvalorização, seja a anterioridade da 
depreciação. 
Os vocábulos prejuicio e preconceito, do espanhol e do português, 
respectivamente, também têm o prefixo pre, que indica algo anterior. Assim, haverá 
um julgamento prévio ou a elaboração de um conceito anteriormente. 
A palavra presunto (em espanhol) é constituída pelo prefixo pre; logo, também 
tem relação com a ideia de anterioridade. De fato, presunto refere-se a uma hipótese 
ou uma suposição, ou seja, a uma elaboração prévia. Assim, tem relação direta com 
a sua tradução em português: suposto. 
Em contrapartida, o prefixo pro indica movimento para frente, ou seja, algo 
positivo, favorável. Dessa forma, prolijo remete ao verbo lijar (lixar, em espanhol). O 
 
29 
 
ato de lixar deixa uma superfície lisa, sem imperfeições. Isso se espera de quem é 
caprichoso, isto é, que seja favorável ao cuidado. Portanto, essa palavra dialoga 
diretamente com seu significado: caprichoso. 
Observe a palavra portuguesa torpe. O que ela significa? É um adjetivo 
relacionado ao verbo entorpecer. A tradução para o espanhol é impúdico. Im indica 
uma negação, nesse caso, de pudor. Confirma-se, então, a sua relação com o 
português: a falta de pudor é uma característica típica de quem está entorpecido. 
Contrariar e contestar formam um par de falsos cognatos; no entanto, ambos 
têm o prefixo con, que indica uma ação conjunta em oposição. Nesse sentido, estão 
em sintonia com o significado dessas palavras. 
Essa mesma sintonia se verifica no par distinto e diferente. Os prefixos dis e di 
associam-se à ideia de separação, movimento para diversos lados. O significado 
dessas palavras tem relação direta com essa noção, afinal, caracterizam atividades a 
partir da diversidade (BIZELLO, 2018). 
Agora analise os seguintes pares de falsos cognatos: 
 
Escoba – vassoura 
Cepillo – escova 
 
Note que o prefixo es aparece numa palavra da língua espanhola (escoba) e 
numa palavra da língua portuguesa (escova). As duas estão relacionadas ao 
significado do prefixo es: movimento para fora. No entanto, escoba faz um movimento 
no chão para varrer e escova faz um movimento no cabelo e nos dentes para pentear 
e escovar. Portanto, embora sejam heterossemânticos, compõem o mesmo grupo 
semântico. 
Em espanhol, apodo significa apelido. As duas palavras iniciam com a, que 
indica afastamento, separação. De fato, apelido e apodo se afastam do nome próprio. 
A palavra zangado, do português, é dita em espanhol como enojado. En é um 
prefixo que significa “movimento para dentro” — exatamente a questão emocional e 
pessoal de quem está zangado. 
Em síntese, embora as línguas portuguesa e espanhola compartilhem 
substantivos cognatos, há palavras que têm grafia e sons semelhantes nos dois 
idiomas, mas apresentam significados diferentes. Entretanto, uma investigação sobre 
 
30 
 
os radicais e prefixos latinos permite que se constate que os heterossemânticos 
compartilham radicais e prefixos com seus correspondentes na língua-irmã (BIZELLO, 
2018). 
 
4 ADJETIVOS 
 
Os adjetivos são essenciais para a produção de textos orais e escritos, uma 
vez que eles favorecem o detalhamento e a descrição, e contribuem com a imaginação 
e as referências do leitor. Mas como aplicá-los de acordo com as regras de 
concordância e com a finalidade discursiva? 
Nesta seção, você vai estudar a concordância nominal, a relação entre 
adjetivos e valores culturais e o uso de adjetivos no discurso. 
 
4.1 Adjetivos e a concordância nominal 
 
Os adjetivos é uma classe gramatical que cumpre o papel de caracterizar um 
substantivo. Dessa forma, é uma palavra que se une a um nome, atribuindo a ele 
vários significados. Veja: 
 
La calle estrecha está rellena de gente. 
Tengo un hambre atroz. 
 
Note que a informação das frases estaria completa sem os adjetivos, mas a 
presença deles garante o acesso às propriedades e às qualidades desses nomes. 
Nesse sentido, de acordo com a Real Academia Española (2010, p. 237), “[…] entre 
el sustantivo y el adjetivo se establece una relación de predicación. Esta se manifiesta 
sintácticamente como modificación [...] o como atribución […]”. 
Portanto, essas manifestações sintáticas interferem diretamente na 
concordância nominal. 
Observe: 
 
La antigua casa de Bruno estaba sucia y llena de polvo. 
 
 
31 
 
Note que antigua é um adjetivo flexionado no singular e no feminino, porque se 
refere ao substantivo feminino singular casa. Da mesma forma, o adjetivo que aparece 
mais distante do substantivo casa (isto é, sucia) também segue essa regra. 
Essa mesma relação se estabelece com os substantivos comuns, os infinitivos 
substantivados e alguns pronomes (principalmente os indefinidos). (BIZELLO, 2018). 
Veja: 
 
Compré un raro vestido. 
María tiene un andar rápido. 
Encontré alguien muy alegre hoy. 
 
Observe que o adjetivo pode exercer diferentes funções sintáticas: 
 
Diego está alegre. 
La niña alegre salió de la casa. 
 
Na primeira frase, alegre funciona como predicativo do sujeito; na segunda, 
funciona como adjunto adnominal. Contudo, independentemente da função sintática, 
o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. 
 
 
Fonte: https://www.brasileiraspelomundo.com/ 
 
Segundo a Real Academia Española (2010, p. 243) 
 
[…] la flexión del adjetivo se limita a reproducirlos rasgos de género y número 
del sustantivo. Así, el plural del adjetivo altas en paredes altas constituye una 
marca de concordancia, mientras que el de altas o altos en altas médicas 
[...] tiene contenido semántico, puesto que se trata de sustantivos. En estos 
últimos casos, el plural es, por tanto, informativo. 
 
32 
 
Observe: 
 
Mi abuela está vieja. 
Mis abuelas están viejas 
 
Veja que as palavras vieja e viejas são adjetivos que concordam com os seus 
respectivos substantivos abuela e abuelas. Entretanto, vieja pode assumir o papel de 
substantivo e, nesse caso, a flexão de número passa a ser uma informação. 
 
La vieja cruzó la calle. 
Las viejas cruzaron la calle. 
 
Nas duas frases, há palavras que costumam caracterizar substantivos. Porém, 
aqui elas não se referem a nenhum substantivo: elas são a referência do grupo 
nominal. Uma regra importante sobre concordância determina que os adjetivos 
cualificativos coordinados concordem necessariamente com o substantivo (BIZELLO, 
2018). Veja: 
 
Compré dos adornos bellos. 
Compré un adorno bello. 
 
Note que, nesse caso, não é possível flexionar os adjetivos de forma diferente 
da flexão do substantivo: 
 
*Compré dos adornos bellos y pequeño. 
 
Por outro lado, adjetivos de relación podem levar traços de plural. Veja: 
 
El candidato dijo que va a desarrollar 
políticas social y cultural. 
Están vivos todavía mis abuelos materno y paterno. 
Leí los capítulos primero y segundo. 
 
 
33 
 
Além dessas, há outras regras de concordância a que os adjetivos estão 
associados. Veja a seguir. 
 Quando há dois ou mais substantivos ou pronomes no singular e cada um 
deles se refere a uma entidade diferente, o adjetivo deve ser flexionado no plural: 
 
La falda y la blusa nuevas se quedaron sobre la cama. 
 
 Quando há dois ou mais substantivos coordenados e eles têm gêneros 
diferentes, o adjetivo fica no masculino plural: 
 
La falda y el saco nuevo se quedaron sobre la cama. 
 
 Quando o adjetivo aparece após vários substantivos e os qualifica, 
recomenda-se que ele seja flexionado no masculino plural se os substantivossão de 
gêneros diferentes: 
 
Compré falda y saco blancos. 
 
 Se os substantivos coordenados são concebidos como unidade, o adjetivo 
pode concordar em gênero e número com o mais próximo: 
 
Conocí persona de origen y habla inglesa. 
 
 Se o adjetivo aparece antes de vários substantivos, costuma-se realizar a 
concordância apenas com o mais próximo: 
 
La nueva ropa y coche le dieron más confianza. 
 
 Quando o adjetivo aparece após substantivos unidos pela conjunção o 
denotando exclusão, é recomendável que ele fique no masculino plural: 
 
La botella o el estuche rojos desaparecieron. 
 
34 
 
 Quando há vários adjetivos coordenados no singular e eles modificam um 
substantivo plural, os adjetivos ficam no singular. 
 
Hay perros de raza juguetón y calmo. 
 
Há outras regras que seguem modelos: 
 de tipo ou de caráter + adjetivo = masculino singular: No hubo discusiones 
de tipo afectivo. 
 lo + adjetivo + que = adjetivo concorda com o substantivo: Esto revela lo 
olvidada que María está. 
Em resumo, embora a tradição leve o adjetivo a concordar em gênero e número 
com o substantivo a que se refere, é preciso estar atento a questões específicas que 
essa classe gramatical denota, ao sentido da frase e à organização das informações. 
Nesse contexto, essas determinações muitas vezes são resultado de questões 
culturais que ratificam um uso do adjetivo e consagram determinada aplicação 
(BIZELLO, 2018). 
 
4.2 Adjetivos e valores culturais 
 
A identidade cultural de um povo está associada a aspectos étnicos, religiosos, 
geográficos e também à identidade linguística, a qual costuma estar atrelada à 
determinação da língua oficial de uma nação. Nesse sentido, língua e cultura têm uma 
relação intrínseca que influencia a identidade. 
A cultura latina refere-se primeiramente à cultura dos latinos, isto é, dos 
fundadores de Roma. Assim, passou a ser referência para todo o legado desse povo, 
desde o Império Romano. Hoje os países cuja língua oficial surgiu dos povos 
românicos são considerados latinos. Dessa forma, os hispanohablantes são 
vinculados com o legado étnico cultural latino nas tradições religiosas, festivas e 
idiomáticas. 
 
 
35 
 
 
Fonte: https://www.jornalopcao.com.br/ 
 
A língua espanhola surgiu de transformações do latim vulgar, que tinha 
palavras com gênero feminino, masculino e neutro. No espanhol, foi mantida a 
distinção dos gêneros masculino e feminino, mas não há o neutro. Assim, as palavras 
que eram neutras no latim pertencem, no espanhol, ao masculino ou ao feminino. Os 
adjetivos seguiram essa tradição (BIZELLO, 2018). 
Veja: 
 
La niña bella 
El niño bello 
El libro interesante 
La escena interesante 
 
O domínio árabe, que durou mais de 500 anos na Península Ibérica, deixou um 
grande legado, desde novas culturas para plantações até questões científicas. Um 
aspecto importante desse período é o enriquecimento que os conquistadores 
proporcionaram à língua peninsular, por exemplo com novos vocábulos (BIZELLO, 
2018). 
Veja alguns adjetivos que surgiram dessa mescla entre o árabe e o espanhol: 
 
 Chismoso 
 Embarazada 
 
36 
 
 Joroba 
 Macabro 
 Mezquino 
 Místico 
 
A língua espanhola é falada atualmente em vários países. Cada região constrói 
a sua marca e desenvolve variedades linguísticas. Veja no quadro a seguir alguns 
exemplos de gírias em três países de fala espanhola. 
 
 
 
37 
 
 
 
Essa heterogeneidade marca os territórios da língua espanhola como espaços 
culturais híbridos (KOCH, 2018, documento on-line). Valores como costumes e 
crenças complementam essa pluralidade. Nesse sentido, para adquirir e desenvolver 
a língua espanhola, o aprendiz precisará conhecer músicas, lendas, tradições, 
festividades que dão voz às características de um povo. 
A língua espanhola é falada por povos que têm o costume de conversar e 
reunir-se com os amigos para debater. A própria origem latina remete a isso: é comum 
afirmar que os povos latinos são mais amigáveis e calorosos. Assim, se nas línguas 
de origem germânica uma pergunta costuma ser respondida com um simples sim ou 
não, nas românicas é comum que o falante justifique, indague, acrescente ideias e 
detalhes — daí a necessidade de usar muitos adjetivos para ilustrar os cenários, os 
personagens, os fatos. Observe, na reportagem a seguir (KOCH, 2018, documento 
on-line) os adjetivos que apoiam o autor na expressão de ideias. 
En el cine de lujo, como en casa 
Las primeras salas españolas con sillones reclinables y amplia oferta 
gastronómica buscan recuperar al público con su comodidad. 
Tom Cruise lleva más de dos horas cruzando el mundo y salvándolo. Se ha 
lanzado desde 8.000 metros de altura, quemado las calles de París en moto 
y se ha agarrado a un helicóptero en vuelo. Mientras tanto, cómodamente 
tumbado, Markel Bergara se ha limitado a observar sus gestas. Su mayor 
esfuerzo físico debe de haber sido mover la mano hacia la mesita de su sillón, 
para cogerla Coca-Cola o pescar entre las raciones que comparte con sus 
amigos: nachos, tacos y minihamburguesas. Junto con este joven de 32 años, 
otra treintena de personas ha escogido ver las peripecias de Misión: 
 
38 
 
Imposible. Fallout de la misma forma: pagando más, pero reclinados y con el 
estómago lleno. 
O que aconteceria se esses adjetivos fossem retirados do texto? Observe: 
En el cine, como en casa 
Las primeras salas con sillones y oferta buscan recuperar al público con su 
comodidad. 
Tom Cruise lleva más de dos horas cruzando el mundo y salvándolo. Se ha 
lanzado desde 8.000 metros de altura, quemado las calles de París en moto 
y se ha agarrado a un helicóptero en vuelo. Mientras tanto, cómodamente, 
Markel Bergara se ha limitado a observar sus gestas. Su mayor esfuerzo debe 
de haber sido mover la mano hacia la mesita de su sillón, para cogerla Coca-
Cola o pescar entre las raciones que comparte con sus amigos: nachos, tacos 
y minihamburguesas. Junto con este joven de 32 años, otra treintena de 
personas ha escogido ver las peripecias de Misión: Imposible. Fallout de la 
misma forma: pagando más, pero reclinados y con el estómago. 
Note que, de forma geral, a informação essencial continua a ser transmitida. 
No entanto, os adjetivos especificam ou ampliam o significado das palavras a que eles 
se referem. Esse é o caso de españolas: observe que esse adjetivo especifica salas. 
Já o adjetivo amplia imprime um sentido ao texto que seria modificado se 
houvesse a supressão do grupo adjetival. Aliás, algumas frases ficam sem sentido 
quando o adjetivo é suprimido, como em: pero reclinados y con el estómago. 
Portanto, caracterizar e relacionar os substantivos com o uso de adjetivos faz 
parte da tradição, da história e da cultura da língua espanhola. Nesse sentido, aplicar 
essa classe gramatical com adequação é fundamental para que haja uma 
comunicação clara e eficiente (BIZELLO, 2018). 
 
 
Fonte: https://blogdoenem.com.br/ 
 
4.3 Adjetivos no discurso 
 
39 
 
Quando se usa o termo discurso, pretende-se tratar de enunciados que 
envolvem a comunicação dentro de determinado contexto. Nesse sentido, 
consideram-se os interlocutores e a finalidade comunicativa. Essa abordagem é 
fundamental para a compreensão da relação entre a funcionalidade das palavras no 
texto e o sentido das mensagens. Orlandi (1987, p. 178) afirma: “[...] é também na 
prática que a análise do discurso acaba revelando aspectos da linguagem que não 
seriam conhecidos através de outras perspectivas [...]”. 
Os adjetivos podem ser empregados de acordo com essa intenção. A posição 
em que eles aparecem, o tipo de adjetivo e a própria presença dessa classe gramatical 
podem dar indícios dos objetivos do falante. Observe a frase: 
 
Los alumnos cerraron la puerta. 
 
Note que não há adjetivos que caracterizem alumnos. Se for empregado um 
adjetivo, é possível indicar com mais precisãoque alunos são esses: 
 
Los alumnos rebeldes cerraron la puerta. 
 
Nesse enunciado, rebeldes é um modificador que restringe a extensão do 
substantivo. Dessa forma, assim como o adjetivo restringe o significado do 
substantivo, ele pode também destacá-lo (Los increíbles saltos de la gimnasta me 
encantaron). Entretanto, o adjetivo também pode não ter um caráter restritivo, e sim 
explicativo. Dessa forma, ao aplicá-lo, o falante pode ponderar sobre o aspecto 
mencionado: Los juguetones perros caminan por la plaza. 
Nesse caso, avalia-se que juguetones é uma característica inerente a todos os 
cachorros, e o uso do adjetivo reforça esse aspecto. De acordo com a Real Academia 
Española (2010, p. 238), “[…] la distinción entre adjetivos restrictivos [...] y no 
restrictivos está estrechamente relacionada con la posición que ocupa el adjetivo em 
su grupo nominal: el adjetivo restrictivo suele aparecer en posición posnominal y el no 
restrictivo, en la posición prenominal […]”. 
Há os adjetivos inerentemente restritivos, cujas propriedades léxicas já 
garantem a restrição, como nos seguintes casos: 
 
 
40 
 
Hubo una guerra civil. 
Compré un aire condicionado portátil. 
 
Contudo, há também adjetivos que se tornam restritivos ou não, de acordo 
com a intenção e a escolha da posição pelo falante. Verifique: 
 
Los verdes campos transmiten calma. 
Los campos verdes son más bellos que los llenos de flores. 
 
No primeiro exemplo, pressupõe-se que todos os campos são verdes, isto é, 
que essa característica é inerente a esse substantivo. No segundo exemplo, deseja-
se tratar apenas dos campos verdes. 
A maior parte dos adjetivos não restritivos refere-se a características inerentes 
ao substantivo. Veja alguns exemplos: 
 
Visité todos los suntuosos palacios. 
Sus blancos dientes embellezan su sonrisa. 
 
Note que os dentes costumam ser brancos e os palácios, suntuosos. Nesse 
sentido, o adjetivo é utilizado para confirmar e realçar essas características. Há 
também as chamadas colocações léxicas, que registram casos de lugar comum. 
Observe: 
 
Los candidatos hicieron un acalorado debate. 
La aplastante mayoría aceptó el orden. 
Los candidatos expresaron su fe inquebrantable en la vitória 
 
É comum o uso desse tipo de construção no discurso jornalístico. Análise o 
fragmento de uma reportagem (ENRIQUEZ, 2018, documento on-line): 
Aguas rebeldes 
La primera inundación de mi casa fue en 2008, el agua salía a borbotones de 
la rejilla como de la garganta de un monstruo mitológico. Llueve después de 
días de calor este invierno raro y me alarmo hasta la demencia. Cada persona 
que visita mi casa dice: qué paz les debe dar el ruido de las gotas sobre el 
techo del patio, qué romántica la lluvia. Toda esa gente que vive en los barrios 
 
41 
 
que no se inundan, que le sacan fotos a los rayos en el horizonte gris del cielo 
y las postean y cocinan comidas invernales para acompañar con vino tinto. 
Note que o adjetivo surge já na própria manchete, anunciando a ironia e as 
comparações que surgirão no texto. Dessa forma, evidencia-se que os adjetivos não 
aparecem nos discursos apenas para qualificar, mas também para revelar 
propriedades que distinguem um substantivo dos outros. Análise as seguintes 
orações: 
 
Gané piedras preciosas. 
Estas flores son preciosas. 
 
Note que, na primeira oração, preciosas é uma característica que diferencia 
essas pedras de outras; já na segunda oração, é uma qualidade indicada pelo falante. 
Veja outro exemplo: 
 
Me gusta vino blanco. 
Pinté la pared blanca 
 
Nesse caso, blanco restringe o substantivo vino; enquanto blanca é uma 
característica de pared. 
A intenção do falante determina também o grau da intensidade da propriedade 
indicada pelo adjetivo (BIZELLO, 2018). Veja: 
 
La noticia muy interesante fue recibida con entusiasmo. 
 
Note que o adjetivo interesante teve o seu grau de intensidade elevado: a 
notícia era mais que interessante, era muy interesante. Entretanto, o acréscimo de 
advérbios (muy, poco, bastante) não é a única maneira de indicar o grau do atributo. 
É possível indicá-lo com recursos morfológicos, como a afijación afectiva (como em 
pobretón e niñito), e sintáticos, como a reduplicação léxica (como em Vou a hacer un 
cartel grande grande). 
 
42 
 
Os adjetivos classificativos não aceitam advérbios cuantificativos (como em 
análisis clínicos), mas aceitam comparativos em situações em que a construção 
más...que... admite uma paráfrase: más propiamente... que... Veja: 
 
El problema es más social que político 
 
Os advérbios completamente, totalmente e absolutamente sofrem essa mesma 
adequação. Essa construção costuma aparecer em propagandas de prédios de 
apartamentos: Totalmente vendido. A intenção é informar que quase todas as 
unidades já foram vendidas, isto é, o objetivo não é mostrar o grau máximo do adjetivo 
vendido. É comum também a construção com completamente + adjetivo com prefixo 
negativo: 
 
Completamente injusto 
Completamente inútil 
Completamente incapaz 
 
Esse par mostra uma relação entre limite e valor absoluto, isto é, não se trata 
de um valor absoluto, e sim de um estado de carência. Em essência, cada escolha 
relacionada ao adjetivo — seja de posição, seja de significado — alterará o discurso 
e contribuirá com a intencionalidade discursiva. Portanto, os adjetivos são 
fundamentais para a comunicação sem ruídos na língua espanhola, podendo aparecer 
em três graus: positivo, comparativo e superlativo (BIZELLO, 2018). 
 
 
Fonte: https://www.todamateria.com.br/ 
 
43 
 
5 NUMERAIS 
 
Os numerais são palavras que indicam quantidade e ordem. Portanto, estão 
presentes em diversas atividades diárias de um indivíduo: nas compras, na 
localização temporal (horas e dias dos meses, por exemplo), na sequência de ações, 
etc. Na língua espanhola, os numerais são divididos em quatro tipos e são 
fundamentados por algumas regras especiais, como o fenômeno apócope 
(SELLANES, 2018). 
Além disso, tal grupo gramatical é muito útil para a produção de textos, 
principalmente em situações que exigem dados precisos para sustentar uma 
afirmação. 
Os numerais são uma ponte que une um quantificador abstrato a um 
correspondente concreto. Por isso, formam uma classe gramatical que quantifica e 
posiciona entidades. Para aplicá-los, é preciso estar atento a algumas convenções, 
como o fenômeno chamado de apócope. Você conhece? Já refletiu sobre a 
importância dos numerais na construção e na leitura de textos? 
 
5.1 Definição 
 
Os numerais referem-se a uma classe gramatical de cuantificadores, ou seja, 
são palavras que estabelecem alguma quantia baseada nos números naturais. 
Observe: 
 
Nueve alumnos fueron al paseo. 
 
Note que nueve quantifica alumnos, especificando a informação. Entretanto, os 
numerais não revelam apenas a quantidade, e cada tipo tem uma função diferente. 
Os cardinales revelam a medida numérica de um conjunto de entidades: una pelota, 
dos mujeres, tres libros, veinte perros, etc. Já os ordinales revelam o lugar ocupado 
pela entidade. Veja: 
 
Camila fue la primera a entrar en el cine. 
 
 
44 
 
Note que primera ordena a entrada no cinema. Assim, palavras como segundo, 
duodécimo, décimo são numerales ordinales. Outro tipo de numeral é o fraccionário, 
cuja finalidade é revelar a quantidade segmentada, ou seja, refere-se a partes ou 
frações de uma entidade: 
 
Perdí onceavo de mi sueldo contigo. 
 
Já os multiplicativos denotam a multiplicação de uma quantidade por um 
número: 
 
Quiero el doble de animación 
 
A Real Academia Española (2010, p. 391) alerta: 
 
[…] una misma unidad puede pertenecer, según su uso, a grupos diferentes 
de numerales. Así, veintitrés es cardinal en Había veintitrés alumnos, pero 
ordinal en el piso veintitrés; a su vez, vigésima es ordinal en la vigésima vez, 
pero fraccionario en la vigésima parte;cuarto es ordinal en el cuarto día, pero 
es sustantivo fraccionario en un cuarto de kilo. 
 
Os numerais cardinais são os mais conhecidos. Observe no quadro abaixo os 
numerais de 0 a 100. 
 
 
 
45 
 
 
Fonte: Adaptado de Sellanes (2018, documento on-line). 
 
Note que os cardinais têm formas segmentadas (dieciséis e treinta y uno, por 
exemplo) e não segmentadas (de cero a quince, por exemplo). Os inferiores a cien, 
múltiplos de diez, têm terminação -nta, com exceção de veinte (RAE, 2010). 
Já os numerais superiores a cien se formam por justaposição: se o número 
inferior aparece antes do superior, há multiplicação, como em 2 × 100 = 200, ou seja, 
doscientos. Quando o número inferior aparece depois do superior, há soma: 
novecientos dos = 902. Veja o quadro abaixo: 
 
 
Fonte: Adaptado de Sellanes (2018, documento on-line). 
 
46 
 
Nos milhares, usa-se o numeral mil como multiplicando, mas de forma 
invariável (por exemplo, veintidos mil estudiantes) (SELLANES, 2018), como 
mostrado no quadro abaixo: 
 
 
Fonte: Adaptado de Sellanes (2018, documento on-line). 
 
Observe que, em espanhol, mil millones corresponde a um bilhão em 
português, enquanto un billón em espanhol equivale a um trilhão em português. Os 
numerais ordinais têm variantes femininas e plurais. Observe: 
 
Em primer alumno a hablar fue... 
 La primera alumna a hablar fue... 
Las primeras alumnas a hablar fueron... 
 
Veja no quadro a seguir como são escritos os numerais ordinais em espanhol. 
 
 
 
 
47 
 
 
Fonte: Adaptado de Sellanes (2018, documento on-line). 
 
Os numerais fracionários são lidos de formas distintas, de acordo com o seu 
uso como substantivo ou como adjetivo (SELLANES, 2018), como pode ver abaixo: 
 
 
 
48 
 
 
Fonte: Adaptado de Real Academia Española (c2005, documento on-line). 
 
Os numerais multiplicativos expressam resultados obtidos numa multiplicação. 
Observe a seguir (PRACTICA ESPAÑOL, 2018): 
 Doble (x2): dos veces lo mismo. 
 Triple (x3): tres veces lo mismo. 
 Cuádruple/cuádruplo (x4): cuatro veces lo mismo. 
 Quíntuple/quíntuplo (x5): cinco veces lo mismo. 
 Séxtuple/séxtuplo (x6): seis veces lo mismo. 
 Séptuple/séptuplo (x7): siete veces lo mismo. 
 Óctuple/óctuplo (x8): ocho veces lo mismo. 
 Nónuplo (x9): nueve veces lo mismo. 
 Décuplo (x10): diez veces lo mismo. 
 Undécuple/undécuplo (x11): once veces lo mismo. 
 Duodécuplo (x12): doce veces lo mismo. 
 Terciodécuplo (x13): trece veces lo mismo. 
 Céntuple/céntuplo (x100): cien veces lo mismo. 
 
Em resumo, os numerais formam uma classe gramatical que quantifica os seus 
referentes e ordena as suas posições. Em espanhol, há convenções de escrita que 
devem ser aplicadas pelos aprendizes dessa língua. Aliás, essas convenções muitas 
vezes dizem respeito também à fala. Esse é o caso do fenômeno chamado de 
apócope. 
 
 
49 
 
5.2 Numeral apocopado 
 
Os numerais cardinais podem ser utilizados de forma adjetiva ou pronominal, 
ou seja, podem acompanhar um substantivo ou substituí-lo. Observe: 
 
Añada cuatro zanahorias. 
Sólo tengo dos. 
 
Note que, no exemplo, o numeral cuatro funciona como adjetivo, 
acompanhando o substantivo zanahoria; já o numeral dos funciona como pronome, 
pois ele ocupa o lugar do substantivo. Vale ressaltar que, nesse caso, o numeral 
equivale a um substantivo tácito, já que zanahorias poderia aparecer logo após dos. 
Agora observe os seguintes enunciados: 
 
Voy a comprar algunos platos de fiesta, pues sólo tengo uno. 
Voy a hacer una fiesta de cumpleaños para mi hijo. 
Él hará un año el viernes. 
 
Veja que todos os numerais destacados indicam quantidade, mas um está 
flexionado no feminino (una) e os outros dois (uno e un), no masculino. Por que o 
masculino tem duas formas distintas? Isso ocorre porque, no primeiro caso, uno não 
sofreu apócope, mas no segundo sim. 
Apócope, de acordo com o Dicionário Houaiss (INSTITUTO ANTONIO 
HOUAISS, 2004, p. 52), significa a queda de um ou vários fonemas no final de uma 
palavra. Em espanhol, esse fenômeno ocorre com os numerais cardinais uno e seus 
derivados quando eles estão na frente de um substantivo masculino: 
 
Compré treinta y un cubiertos de mesa. 
Ella tiene veintiún años. 
 
Isso significa que os numerais cardinais só são apocopados quando funcionam 
como adjetivos. Entretanto, independentemente do uso adjetivo ou pronominal, os 
cardinais têm flexão de gênero: 
 
50 
 
Doscientos hombres 
Doscientas mujeres 
 
Note que os numerais femininos não sofrem apócope: 
 
Una mujer 
Un hombre 
¿Quieres cuántas bebidas? Una. 
¿Quieres cuántos bolígrafos? Uno 
 
Quanto à flexão, observe um alerta da Real Academia Española (2010, p. 393): 
 
[...] los numerales cardinales superiores a la unidad se construyen siempre 
con substantivos en el plural cuando se usan como adjetivos y pronombres. 
Lo mismo sucede con el numeral cero: cinco deseos, cero grados. Si 
consideran incorrectas, por tanto, construcciones como doscientos un 
soldado, y se recomienda en su lugar la variante con el substantivo en plural: 
doscientos un soldados. 
 
O uso pronominal do numeral cardinal pode coincidir com o uso do numeral 
como atributo. Observe: 
 
Los enfermos de la familia eran tres. 
 
Note que tres ocupa a posição de predicativo do sujeito, mas mantém a 
informação sobre a quantidade. A diferença de uma construção como Eran tres 
enfermos en la familia está na ênfase dada à quantidade. Além disso, o uso 
pronominal pode gerar uma construção chamada de cuantificación flotante, ou seja, 
quando o numeral é acompanhado de um artigo: 
 
Los alumnos pidieron los dos la misma explicación. 
 
Note que los dos realça a totalidade dos alunos e quantifica o substantivo. 
Entretanto, não há condições para a ocorrência do fenômeno da apócope, pois o 
numeral está em posição pronominal. 
Os numerais ordinais costumam participar de grupos nominais definidos: 
 
51 
 
Gané el primer lugar. 
Hice mi segunda votación. 
Juan dio sus primeros pasos. 
 
Dessa forma, os ordinais abrem espaço para a apócope, pois podem aparecer 
diante de um substantivo. Contudo, a condição para que os numerais ordinais sejam 
apocopados são: 
 ser os numerais primero e tercero (e seus derivados); 
 estar na frente de um substantivo masculino singular. 
 
Observe alguns exemplos: 
 
Ellos ganaron el tercer premio. 
Eva encontró su primer marido. 
 
Se esses mesmos numerais ocuparem a posição de pronome, não há apócope. 
Veja: 
 
— Qué premio ganaron? 
— El tercero. 
— ¿Aquel es el actual marido de Eva? 
— No. Es el primero. 
 
De acordo com a Real Academia Española (2010, p. 401): 
 
[…] los numerales ordinales se usan como sustantivos em algunas 
construcciones. Así sucede con los que se refieren a las marchas o 
velocidades de los automóviles (No metas tan pronto la tercera), a los niveles 
de escolaridad (alumnos del primero), a carreteras o avenidas, y a otras 
muchas nociones, variables según los países. 
 
Vale informar que o numeral primero pode funcionar como advérbio em 
enunciados como a seguir: 
 
Llegué primero. 
 
Portanto, a escolha da posição do numeral contribuirá com o sentido que se 
deseja dar à frase, e isso pode levar ao uso de apócope. 
 
52 
 
5.3 Numerais no texto 
 
Os numerais formam uma classe gramatical que contribui com a precisão das 
informações de um texto. Eles podem indicar quantidade ou ordem hierárquica, mas 
sempre apresentam um dado que faz diferença para o argumento do autor e para as 
reflexões do leitor. Observe o trecho de um texto (SÁNCHEZ, 2018, documento on-
line): 
 
Grecia queda libre hoy de los rescates pero seguirá prisionera de la deuda 
La Comisión Europea da por terminada la crisis en la zona euro con el fin en 
el país heleno de la tutela de los acreedores [...] Grecia abandona este lunes 
toda una era de rescates. Eso significa que deberáfinanciarse por sí misma 
en los mercados. Ocho años y casi 289.000 millones después, no habrá más 
dinero de los acreedores. Tampoco nuevas órdenes desde Bruselas, 
Fráncfort y Washington más allá de los compromisos adquiridos, que no son 
pocos ni sencillos de cumplir. Atenas recupera las riendas de la soberanía de 
su política económica, lastrada por una deuda mastodóntica de casi el 180% 
del PIB, aunque la troika volverá cuatro veces al año —la próxima será en 
septiembre— para comprobar que las reformas no se revierten y que la 
situación fiscal sigue siendo holgada. Habrá vigilancia, pero menos estrecha. 
[...] 
Los recortes más crueles 
En Grecia casi nadie ha salido indemne de la depresión: recortes de 
pensiones, subidas de IVA, congelaciones salariales o ajustes en la sanidad 
pública forman parte de un memorial de daños que se ha comido un 25% del 
PIB desde el comienzo de las turbulencias y ha dejado a más de un tercio de 
la población al borde de la pobreza, el nivel más alto de la UE tras Rumanía 
y Bulgaria según Eurostat. El precipicio por el que se ha despeñado la 
economía familiar de muchos hogares ha arrastrado también a la banca: los 
préstamos fallidos y las tasas de morosidad alcanzan cotas alarmantes. 
 
Note que a reportagem sobre a situação da Grécia desde o anúncio da crise 
financeira que comprometeu a zona do euro está cheia de numerais. Não é à toa: o 
texto trata de economia e precisa mostrar aos leitores o que significa e significou a 
crise para os gregos. Os numerais aparecem na referência à passagem do tempo 
(dado importante para avaliar a possibilidade de saída da crise), aos valores de 
dívidas, ao comprometimento do PIB e ao atingimento da população. Dessa forma, o 
leitor consegue avaliar as consequências ocorridas depois de 2010. Observe que há 
numerais cardinais que indicam a quantidade (289.000 millones) e numerais 
fracionários (un tercio), relacionados a questões de divisão. Esse tipo de numeral 
costuma aparecer em textos jornalísticos cujos assuntos exigem dados precisos que 
os numerais conseguem expressar (como economia ou atualidade). 
 
53 
 
Nos textos informativos, é costume aplicar os chamados sustantivos numerales 
colectivos o de grupo (BIZELLO, 2018). Eles são nomes que indicam quantidade, 
como você observa a seguir. 
 
 
 
Os numerales colectivos são comuns também nas receitas, como você pode 
ver a seguir. 
 
 
 
Analise um trecho do poema de Rafael de León (2010, documento on-line): 
 
Y me bendijo a mi mare; 
y me bendijo a mi mare. 
Diez céntimos le di a un pobre 
y me bendijo a mi mare. 
¡Ay! qué limosna tan chiquita, 
 
54 
 
qué recompensa tan grande. 
¡Qué limosna tan chiquita, 
y qué recompensa tan grande! 
 
¿A dónde vas tan deprisa 
sin decirme ni ¡con Dios!? 
Me puedes mirar de frente, 
que estoy enteraó de todo. 
Me lo contaron ayer 
las lenguas de doble filo, 
que te casaste hace un mes 
y me quedé tan tranquilo. 
Otro cualquiera en mi caso, 
se hubiera echado a llorar. 
yo cruzándome de brazos 
dije que me daba igual. 
Y nada de pegarme un tiro 
ni liarme a maldiciones 
ni apedrear con suspiros 
los vidrios de tus balcones. 
¿Qué te has casado? 
¡Buena suerte! 
Vive cien años contenta 
y a la hora de la muerte, 
Dios no te lo tenga en cuenta. 
Que si al pie de los altares 
mi nombre se te borró, 
Note que o uso dos numerais no poema não tem a intenção de informar com 
exatidão. Pelo contrário: o objetivo é fazer o leitor mergulhar nos vastos sentimentos 
do eu lírico. Todos os números são figuras de linguagem que não equivalem a um 
valor real. A intenção não é denotar uma quantidade aproximada, e sim exagerar. 
Os numerais cardinais são utilizados em fórmulas que expressam distribuição, 
como em: dos para mí y dos para tí ou de + numeral cardinal + en + numeral ordinal: 
entraron de tres en tres. Outra possibilidade é numeral cardinal + a + numeral cardinal: 
se comía las uvas dos a dos. Contudo, a combinação distributiva mais comum nos 
textos é cada + substantivo singular. Observe: 
 
El éxodo de Venezuela y Nicaragua provoca brotes xenófobos en la región 
La presión migratoria en países en delicado equilibrio está originando una 
situación muy compleja desde el punto de vista de la seguridad Cientos de 
miles de venezolanos han cruzado las fronteras terrestres hacia Brasil y 
Colombia en los últimos meses para intentar escapar de la crisis económica, 
política y social que vive su país. Colombia ha dado residencia temporal a 
más de 800.000. Centenares emprenden cada día una trayectoria terrestre 
para alcanzar Perú, Chile, Argentina e incluso Uruguay. Perú, que desde hace 
dos años les otorga un permiso temporal de trabajo, estima que casi 400.000 
venezolanos se han establecido en su territorio desde hace un año. El pico 
fue el 11 de agosto pasado, cuando entraron en un solo día 5.100 (JIMÉNEZ, 
MURILLO e CASTRO, 2018, documento on-line) 
 
 
55 
 
Nesse caso, cada dia indica que são dias diferentes. Dessa forma, evidencia- -
se a grande variedade de numerais que podem contribuir com a elaboração da escrita 
de um texto. É preciso, portanto, estar atento às escolhas para que elas correspondam 
aos significados que se deseja transmitir. 
 
 
Fonte: https://www.ie.com.br/ 
 
 
6 ORTOGRAFIA E PROSÓDIA 
 
Sabemos que a língua está em constante modificação e que essas 
modificações são realizadas pelos falantes. As transformações ocorrem na língua 
falada e na escrita; no entanto, para termos uma uniformidade na língua, precisamos 
dispor de um conjunto — por vezes conservador — de regras. Além disso, precisamos 
nos utilizar do sistema linguístico por analogia, para que possamos usá-lo de forma 
eficaz, isto é, de forma que possamos nos comunicar e ser compreendidos. 
Nesta seção, o estudo terá como foco a fonética voltada às variações de 
pronúncia entre os países que falam espanhol e ao significado expresso em seus 
signos. Você vai estudar as diferenças entre a escrita e a pronúncia na língua 
espanhola e compreenderá as variações lexicais existentes na oralidade e na escrita. 
Assim, você vai entender como a língua é capaz de se manifestar por meio de 
diferentes formas e significados e, ao mesmo tempo, ser responsável por identificar 
culturalmente um povo, um país e um continente. 
 
56 
 
6.1 A sonoridade da língua espanhola geograficamente 
 
Sonoridade é o termo utilizado no estudo da fonética e da fonologia para 
designar um som e os seus aspectos, como tom, duração e intensidade. Quando 
estudamos os sons e como eles se constituem no ato da fala, deparamo-nos com uma 
vasta produção realizada pelos falantes, isto é, nem sempre o mesmo som será 
produzido de maneira uniforme e igual em uma mesma língua. Assim, no estudo da 
linguística, além de compreendermos como os sons são produzidos pelo corpo 
humano, precisamos entender a forma como entoamos uma palavra ou expressão 
idiomática. 
Desse modo, observamos as variações de um mesmo fone, por exemplo, em 
diferentes regiões de fala de determinada língua. Para Alkmim (2001), as línguas 
coexistem sem homogeneidade, visto que língua e variação são indissociáveis. 
Portanto, toda e qualquer língua, ao ser estudada, apresentará um conjunto de 
variações que vão defini-la e caracterizá-la, seja pelos seus falantes, seja 
geograficamente. Assim, quando falamos de variação geográfica em determinada 
língua, estamos não só abordando os diversos modos de falar de diferentes países, 
mas também os modos de falar em um mesmo país. 
Conceituamos as diferentes variações na língua como diastrática, diafásica e 
diacrônica. Primeiramente, para concebermos o que é variação, precisamos falar 
sobre norma culta, isto é, o conjunto de regras determinadas pelos falantes como 
“certas” ou “erradas”. Esse conceito, na realidade, baseia-se na ideia de que todos os 
falantes devem falar de acordo com a gramática; no entanto, esse conjunto de regras

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