Buscar

Resumo técnica lúdica melanie klein

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

técnica lúdica na análise
infantil
Texto: “Melanie Klein, estilo e pensamento” – Luís Claudio Figueiredo e Elisa Cintra & “A técnica psicanalítica
através do brincar: sua história e significado” - M. Klein. 
 Na época do início do trabalho de Melanie, tratava-
se de um princípio estabelecido que as
interpretações deveriam ser dadas muito
parcimoniosamente. Com poucas exceções, os
psicanalistas não haviam explorado as camadas mais
profundas do inconsciente – e em crianças tal
exploração era considerada potencialmente
perigosa. Esta postura cautelosa refletia-se no fato
de que, nesta época, considerava-se a psicanalise
como adequada apenas para crianças do período de
latência em diante.
 O primeiro paciente de Klein foi um menino de
cinco anos; refere-se a ele pelo nome de Fritz. A
princípio, a autora pensou que seria suficiente
influenciar a atitude da mãe. Sugeriu que ela deveria
encorajar a criança a discutir livremente com ela as
muitas questões não verbalizadas que obviamente
estavam no fundo de sua mente e impediam seu
desenvolvimento intelectual. Isto teve um bom efeito,
mas não foram suficientemente aliviadas e logo foi
decidido que ela deveria analisa-lo. 
 O tratamento foi conduzido na casa da criança,
com seus próprios brinquedos. Esta analise
representou o início da técnica psicanalítica através
do brincar, porque desde o início a criança 
 expressou suas fantasias e ansiedades
principalmente através do brincar, e Klein
interpretava consistentemente seu significado para
ela, com o resultado de que material adicional
aparecia em seu brincar. Esta abordagem
corresponde a um princípio fundamental da
psicanalise – a associação livre.
 Segundo Klein, não podemos analisar a criança sem
compreender o seu jogo lúdico.
 Durante alguns outros tratamentos, Melanie
chegou à conclusão de que a psicanalise não deveria
ser realizada na casa da criança; 
 Percebeu que a situação transferencial só pode ser
estabelecida e mantida se o paciente for capaz de
sentir que o consultório e mesmo sua análise, é uma
coisa separa de sua vida familiar cotidiana. Isso
porque é apenas sob tais condições que ele pode
superar suas resistências contra vivenciar e
expressar pensamentos, sentimentos e desejos que
são incompatíveis com as convenções sociais. 
 Essas experiências, ajudaram Melanie a decidir
quais brinquedos são mais adequados para a
técnica psicanalítica através do brincar. Percebeu ser
essencial ter brinquedos pequenos porque seu
número e variedade permitem à criança expressar
uma ampla variedade de fantasias e experiências. 
 Para este propósito, é importante que esses
brinquedos não sejam mecânicos e que as figuras
humanas, variando apenas em cor e tamanho, não
indiquem qualquer ocupação particular. Sua própria
simplicidade permite à criança usá-lo em muitas
situações diferentes, de acordo com o material que
aparece em seu brincar. 
Caixa Lúdica: cada criança deve ter sua própria
caixa lúdica com seus brinquedos. Tais caixas devem
ser trancadas no armário ao final de cada sessão; tal
movimento permite demonstrar para a criança que o
conteúdo compartilhado na análise não irá sair dali.
 Na mesma linha da simplicidade dos brinquedos, o 
equipamento do consultório de crianças também é
simples. Não contém nada, com exceção do que é
necessário à psicanalise. É ideal que o espaço tenha
paredes e chão laváveis; além disso, pode ser útil ter
uma pia, já que as crianças gostam de brincar com
água e tinta. A mobília deve ser igualmente
resistente. 
 Os brinquedos, no entanto, não são o único 
 requisito para uma análise através do brincar.
Muitas das atividades da criança são por vezes
desenhos, pinturas, recortes e assim por diante.
 As vezes brinca com jogos em que atribui papéis ao
analista e a si mesmo, tais como brincar de loja,
medico, escola etc. Em tais jogos, a criança
frequentemente assume o papel do adulto,
expressando assim não apenas seu desejo de
revertes os papeis, mas demonstrando também
como sente quando seus pais ou outras pessoas de
autoridade comportam-se em relação a ela – ou
deveriam comporta-se. Algumas vezes ela dá vazão
à sua agressividade e ressentimento sendo, no papel
de um dos pais, sádica em relação a criança,
representada pelo analista. 
 A agressividade é expressa de várias formas no
brincar da criança, seja direta ou indiretamente.
Frequentemente, um brinquedo se quebra ou
quando a criança é mais agressiva, ataques são
feitos. É essencial permitir a criança trazer à luz sua
agressividade; mas o que conta mais é compreender
por que nesse momento particular da situação
transferencial apareceram os impulsos destrutivos, e
observar suas consequências. Sentimento de culpa
podem seguir-se logo após a criança ter quebrado,
por exemplo, uma pequena figura. 
 Esta culpa refere-se não apenas ao estrago real,
mas ao que o brinquedo representa no inconsciente
da criança. A atitude da criança para com um
brinquedo que ela danificou é muito reveladora. 
 Frequentemente, põe de lado esse brinquedo – que
representa por exemplo um irmão e o ignora por um
tempo; isso indica desagrado pelo objeto danificado,
devido ao medo persecutório de que a pessoa
atacada (representada pelo brinquedo) tenha se
tornado retaliatória e perigosa.
 O sentimento de perseguição pode ser tão forte
que encobre sentimento de culpa e depressão que
também são despertados pelo dano produzido.
 No entanto, um dia a criança pode procurar pelo
brinquedo danificado em sua caixa. Isso sugere que,
nessa altura, fomos capazes de analisar algumas
defesas importantes, diminuindo assim os
sentimentos persecutórios e tornando possível que
o sentimento de culpa.
 O analista não deve mostrar desaprovação por
ter a criança quebrado um brinquedo; ele não deve,
no entanto, encorajar a criança a expressar sua
agressividade, ou sugerir a ela que o brinquedo
poderia ser consertado. Em outras palavras, ele deve
permitir à criança vivenciar suas emoções e fantasias
na medida em que aparecem. 
Motivo da consulta/ sintomas apresentados;
Dados sobre o desenvolvimento da criança;
Rotina da criança, dinâmica familiar; 
Reação ao nascimento de irmãos;
Possíveis questões sexuais;
Questões escolares e alfabetização. 
 Devemos contar com a colaboração dos pais desde
o inicio do tratamento. Alguns cuidados que o
psicólogo deve ter frente a essas figuras: não
demonstrar preferencia por um dos responsáveis;
não tornar a entrevista um interrogatório, colocando
o sentimento de possível culpa dos pais no problema
da criança. 
 Dados que o psicólogo deve colher com os
responsáveis: 
Sigilo: o conteúdo das sessões deverá ser mantido
em sigilo, passando aos responsáveis apenas o
conteúdo extremamente essencial. A criança deve
ser informada sobre cada entrevista que for
realizada com seus responsáveis. 
 Ao realizar o primeiro encontro com a criança, o
psicólogo deve explicar a ela qual seu papel ali e qual
o motivo que ela está ali. Falar para ela que já
conversou com seus pais. Ao final do primeiro
encontro, o psicólogo deve realizar o "contrato" com
a criança e assegurar para ela o sigilo. 
 Vale ressaltar que os pais podem adotar uma
postura ambivalente frente ao psicologo. Os pais
podem ver o psicólogo como um rival que rouba o
afeta do filho, e ainda que aponta e procura corrigir
seus possíveis erros de educação.

Continue navegando