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Nathália Machado – MED FTC Ginecologia Classificação: Reversíveis Irreversíveis Comportamentais Esterilização cirúrgica feminina De barreira Esterilização cirúrgica masculina Dispositivos intrauterinos - Hormonais - De emergência - Escolha do método: Deve levar em consideração: Eficácia e conveniência (uso ideal x uso real); Tempo de ação; Acessibilidade; Reversibilidade e tempo para retorno da fertilidade; Benefícios não contraceptivos; Efeito no sangramento uterino; Tipo e frequência de efeitos colaterais e eventos adversos; Contraindicações; Proteção contra doenças sexualmente transmissíveis. Existe o índice de Pearl que avalia a eficácia do método e, portanto, a taxa de falha dos métodos. Critério de elegibilidade: Categorias: 1 – método pode ser usado sem qualquer restrição; 2 – risco menor que benefício; 3 – risco maior que benefício; 4 – risco à saúde inaceitável (contraindicado). Métodos Comportamentais Método da tabelinha: - Avaliar, no mínimo, 6 ciclos. - A paciente precisa ter ciclos regulares. Desses 6 ciclos, deve pegar o mais longo e diminuir 18, e o mais curto e diminuir 11. Nathália Machado – MED FTC Assim, teremos a duração do período fértil da paciente, e nesses dias não deve ter relações sexuais. Método do muco cervical: Quando o muco estiver pilante, transparente e menos denso, indica que a paciente está em período de ovulação e não deve ter relações sexuais. Método pouco efetivo, uma vez que vários fatores podem alterar o aspecto do muco cervical. Curva térmica: Durante a ovulação ocorre um aumento da temperatura, que pode chegar até 5ºC, mas também é um método pouco efetivo. Sintotérmico: Combina a medição de temperatura com os métodos de muco e tabelinha. Coito interrompido: Inicia a relação e no momento da ejaculação, retira-se o pênis. Esse método pode ter falhas, pois existe chance de liberação de espermatozóide durante o ato sexual. Métodos de barreira Preservativo masculino e feminino: Anticoncepção hormonal: Existem os combinados e os só de progestágenos. Como avaliar a paciente: - Aferir pressão arterial + investigar história médica adequada para excluir contraindicações. - Realizar exame de mama e pélvicos, rastreio de câncer do colo do útero e rastreio de IST. - Deve excluir a possibilidades de gestação para àquelas pacientes com vida sexual ativa e sem uso de método contraceptivo – bHCG. Quais exames realizar antes de iniciar um contraceptivo? O rastreio de trombofilia antes de pescrever combinados não é necessário. Não precisa pois o risco de trombose por contraceptivo combinado é de 4 a cada 100 mulheres, ou seja, muito baixo. Nathália Machado – MED FTC Anticoncepcionais hormonais Mecanismo de ação -> Contraceptivos combinados - Bloqueio gonadotrófico -> gerando anovulação; - Bloqueio do eixo hipotálamo hipofisário; - O componente progestágeno inibe o LH; - Componente estrogênico inibe o FSH e os efeitos da progesterona isolada. -> Contraceptivos orais progestagênicos - Promovem atrofia do endométrio; - Torna o muco cervical mais espesso; - Causa uma alteração da motilidade tubária. Classificação dos métodos contraceptivos orais: Existem dois tipos de estrógenos em contraceptivos combinados: 1- Etinilestradiol 2- Estradiol ou valerato de estradiol: é bioidêntico, muito parecido com o estradiol produzido pela mulher. E existem três tipos de progestágenos: 1- Derivados da 17-hidroxiprogesterona: pode ser muito androgênico e maior chance de efeitos colaterais. 2- Derivados da nortestosterona 3- Derivados da espironolactona: é mais antiandrogênico, mais diurético. Tem maior efeito pró-trombótico. Eles possuem ações diferentes. Efeitos no metabolismo O anticoncepcional tem efeito sistêmico. Efeitos do etinilestradiol: Um dos efeitos é nas proteínas hepáticas, aumento da albumina e SHGB, causando edema nas pacientes. Nathália Machado – MED FTC Aumentam o substrato da renina, por isso que as pacientes hipertensas descompensadas não devem utilizar, pois existe chance de vasoconstricção e retenção de água e sódio, causando um aumento da PA. Efeitos dos progestágenos: Pacientes com risco de trombose podem usar apenas o progestágeno, enquanto o combinado está contraindicado. E o ganho de peso? Nenhum anticoncepcional está relacionado a um ganho de peso absoluto, a maior parte deles o máximo de peso que pode ganhar é de 12%. Efeitos colaterais Náuseas: não deve suspender o ACO -> o ideal é que altere para uso noturno ou durante as refeições e afaste as doenças do TGI. Cefaleia: avaliar se tem aura. Se tiver aura o ACO deve ser suspenso. Identificar o tipo de cefaleia, associar com anti- inflamatórios de for leve, e o sintoma tende a melhorar. Em caso refratário, avaliar com neurologista. Spotting: são comuns nos primeiros três ciclos, após esse período pode pensar em trocar o ACO para um com dose maior. Pode-se também recorrer a adição de estrogênios por duas semanas mantendo o contraceptivo ou utilizar anti-inflamatórios são hormonais. Acne: preferir ACO com progestagênios antiandrogênicos. Mastalgia: preferir os de menor dose estrogênica. Ganho de peso: não existem evidências que o ACO é o responsável pelo ganho. Benefícios não contraceptivos ➔ Diminui a dismenorréia; ➔ Diminui o volume menstrual; ➔ Diminui a acne e hirsutismo; ➔ Diminui sintomas da TPM; ➔ Diminui a dor e proliferação em caso de endometriose; ➔ Diminui os riscos de câncer de ovário (20%), endométrio (50%) e de cólon (20%). Nathália Machado – MED FTC Contraindicações absolutas: Categoria 4 da OMS Em caso de trombofiliar conhecida, se não posso usar os de categoria 4, qual usar? Pode ser utilizado os de categoria 1 ou 2: ACO de progesterona, DIU, implantes. Quais as contraindicações absolutas aos combinados e até aos progestágenos? Câncer de mama e gravidez. Hipertensão O ideal é usar o DIU de cobre ou apenas o progestágeno isolado. Diabetes Sem lesões de órgão algo e compensada, pode usar qualquer método. Mas se descompensada ou com lesão não deve utilizar os combinados. Qual o modo de uso do ACO? Iniciar o uso no primeiro dia da menstruação. Diariamente e de preferência no mesmo horário. A cartela pode conter 21/24/28 comprimidos, no de 21 teremos pausa de 7 dias, no de 24 pausa de 4 dias, e no de 28 não tem pausa, as cartelas são imendadas. ➔ Cartela de 21: pausa de 7 dias ➔ Cartela de 24: pausa de 4 dias ➔ Cartela de 28: sem pausa Algumas cartelas de 21 e 24 possuem comprimido placebo ao final da cartela para simular os dias de pausa. Após o fim da pausa, inicia-se uma nova embalagem. Se sem pausa, liga as cartelas. Orientar que pode ocorrer escape nos primeiros três meses, no período de adaptação. Não é uma menstruação, é uma hemorragia de privação na pausa. E se esquecer de tomar? Esqueceu 1 pílula: tomar a pílula esquecida imediatamente quando lembrar e a seguinte deve ser tomada no horário regular. Esqueceu 2 ou mais: orientar uso de barreira complementar por 7 dias. Toma uma pílula imediatamente e9iu conta quantas restaram na cartela, se: - Restam 7 ou mais: toma o restante como de costume; Nathália Machado – MED FTC - Restam menos de 7: tomar o restante como de costume e iniciar a nova cartela sem pausa. Contraceptivos injetáveis Trimestrais: - São apenas de progestágenos. - Acetato de medroxiprogesterona 150mg – AMPD (Deprovera e contracep) Uso: 1 ampola intramuscular até o 5º dia da menstruação a cada 90 dias. Efeitos indesejáveis: sangramento irregular, atraso noretorno da fertilidade, depressão, ganho de peso, alteração de humor e libido, acne, queda de cabelo e mastalgia, osteopenia (reversível com a suspensão). Em outros contraceptivos, quando suspende a medicação, o retorno da fertilidade é imediato. O injetável trimestral é o único que tem um certo atraso. - Pode ser usado no puerpério. - É encontrado no SUS. Mensais: - Estrogênio natural. - Diidroxiprogesterona 150mg + enatata de estradiol 10mg (Perlutan). - Enatato de noretisterona 50mg + valerato de estradiol 5mg (Mesigyna). - AMP 25mg + cipionato de estradiol 5mg (Ciclofemina). Uso: 1 ampola intramuscular até o 5º dia da menstruação a cada mês (intervalos de 27 a 35 dias). Implante subdérmico Progesterona isolada: - Norplant, Implanon, Norplant-2, Uniplant, Elmetrim. Inserção: pequeno procedimento cirúrgico, a 6cm da prega do cotovelo, no sulco entre o bíceps e o tríceps na face medial do braço. Desvantagens: alteração do padrão menstrual, necessidade de profissional habilitado e alto custo. Uso: realizar o implante até o 5º dia do ciclo em região subcutânea, realizar troca a cada 3 anos. Adesivos trandérmicos Composição: etinilestradiol 750microg e norelgestromin 6mg (baixo poder androgênico). Uso: iniciar até o 5º dia do ciclo, 1 adesivo por semana durante três semanas, na 4ª semana faz a pausa. A eficácia, contraindicações e os benefícios não contraceptivos são iguais aos contraceptivos orais. A dose de estrogênio liberada é maior que na pílula combinada. Existem relatos de risco de trombose. Não deve ser usado por mulheres que pesam mais de 90kg, pois há redução significativa de eficácia. Nathália Machado – MED FTC Anel vaginal Composição: etinilestradiol e etonogestrel (Nuvaring). Uso: introduzir até o 5º dia do ciclo, deixar por três semanas e fazer pausa na 4ª semana. Dispositivo intrauterino Existe o DIU medicado e o DIU sem medicação. Medicados: com hormônio – progesterona ou levonorgestrel. Não medicados: DIU de cobre ou de prata. Mecanismo de ação: reação inflamatória no endométrio, alterações histológicas e bioquímicas importantes, que interferem na fisiologia normal da espermomigração, fertilização do óvulo e implantação do blastocisto. Recomenda-se inserir o DIU enquanto a paciente estiver menstruada, pois nesse momento o diâmetro do orifício está maior e facilita a inserção. Os DIUs são altamente eficazes, seguros e bem tolerados, com taxas de falha semelhantes à esterilização cirúrgica feminina. Nesse sentido, são métodos apropriados para a maioria das mulheres, incluindo nulíparas. Nathália Machado – MED FTC Não deve ser usado nas seguintes situações: O DIU pode ser colocado imediatamente após o parto, mas se não foi colocado logo após esse evento, deve esperar 4 semanas para inserir. Progesterona isolada Vantagem: dose oral de progestogênio de metade a 1/10 dos combinados. Indicação: lactação, HAS, passado de tromboflebite, passado de trombose, etc. Mecanismo de ação: promove espessamento do muco cervical e hipotrofia/atrofia do endométrio. Contracepção de emergência Usar até 72h da relação desprotegida. Porém, importante lembrar que quanto mais perto de 72h, menor será a eficácia. Para essas pacientes é indicado solicitar sorologia pela possibilidade de exposição a IST. Se a paciente achar que o parceiro tinha comportamento de risco, pode orientar tratamento profilático. Indicação: rompimento de condom, uso incorreto de pílulas, violência sexual ou qualquer situação onde não se tenha utilizado método de barreira ou métodos contraceptivos de maneira correta. Mecanismo de ação: impede ovulação, fertilização, transporte do embrião para o útero e implantação do endométrio. A alta dose hormonal torna o ambiente rico em hormônios e pouco propício para a gravidez. O uso repetitivo deve ser fortemente desencorajado e desaconselhado, pois pode aumentar a chance de gravidez indesejada por induzir a ovulação. Esterilização cirúrgica 1- Só é permitida a esterilização voluntária em homens ou mulheres maiores de 25 anos ou, pelo menos, com 2 filhos vivos. 2- Prazo de 60 dias entre a expressão do desejo da esterilização e sua realização. 3- A esterilização é permitida se houver risco à vida ou à saúde da Nathália Machado – MED FTC mulher ou do futuro concepto, desde que testemunhado por dois médicos em relatório. A laqueadura e a vasectomia são métodos reversíveis, não é um método 100% eficaz e existe uma pequena chance de gravidez. Retorno da fertilidade após interrupção Taxa de gravidez após a descontinuação de contraceptivos: ➔ Orais: 70-95% ➔ Acetado de metroxiprogesterona: 50% COC: contraceptivos orais. Métodos que dependem da ação diária estão associados a maior risco de esquecimento. Levar em consideração o acesso ao método, o custo, e os demais fatores.
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