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SLIDE Semana 12

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INVALIDADE DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
DIREITO CIVIL I –PARTE GERAL– LUCY FIGUEIREDO
figueiredo.lucy@gmail.com
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1 - INVALIDADE DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS 1.1 A teoria da inexistência jurídica 1.2 Ineficácia e invalidade 1.3 Nulidade: características, espécies, causas e efeitos 1.4 Tratamento da figura da nulidade pelo Código Civil de 2002 1.5 Simulação
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A expressão “Da invalidade do negócio jurídico”, abrange a nulidade e a anulabilidade do negócio jurídico. É utilizada para designar o negócio jurídico que não produz os efeitos desejados pelas partes, o qual será classificado pela forma supramencionada de acordo com o grau de imperfeição verificado. Quando o negócio jurídico se apresenta de forma irregular, defeituosa, tal irregularidade ou defeito pode ser mais ou menos grave, e o ordenamento jurídico pode atribuir reprimenda maior ou menor.
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Ora a lei simplesmente ignora o ato, pois não possui mínima consistência, nem mesmo aparece como simulacro perante as vistas do direito, que não lhe atribui qualquer eficácia; 
ora a lei fulmina o ato com pena de nulidade, extirpando-o do mundo jurídico; 
ora a lei o admite, ainda que viciado ou defeituoso, desde que nenhum interessado se insurja contra ele e postule sua anulação.
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Inexistência do negócio jurídico
O negócio é inexistente quando lhe falta algum elemento estrutural, como o consentimento. Se não houve qualquer manifestação de vontade, o negócio não chegou a se formar; inexiste, portanto.
No ato ou negócio inexistente, há, quando muito, "aparência" de ato ou negócio jurídico. 
A denominação ato ou negócio inexistente é, sem dúvida, ambígua e contraditória, pois o que não existe não pode ser considerado "ato". Contudo, o que dizemos é que, embora existente porque possui aparência material, o ato ou negócio não possui conteúdo jurídico. Na verdade, o ato não se formou para o Direito.
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INVALIDADE E INEFICÁCIA
INEFICÁCIA: o vocábulo ineficácia é empregado para todos os casos em que o negócio jurídico se torna passível de não produzir os efeitos regulares.A ineficácia do negócio jurídico é conseqüência de sua inexistência, nulidade ou anulação.
INVALIDADE: Quando o negócio jurídico é declarado judicialmente defeituoso, torna-se inválido. Nesse sentido, há que se tomar o termo invalidade.
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A invalidade, para BETTI, “é aquela falta de idoneidade para produzir, por forma duradoura e irremovível, os efeitos essenciais do tipo”, como sanção à inobservância dos requisitos essenciais impostos pela lei. 
Já a ineficácia qualifica-se, ao contrário, como característica de um ato “em que estejam em ordem os elementos essenciais e os pressupostos de validade, quando, no entanto, obste à sua eficácia uma circunstância de fato a ele extrínseca” .
Distinção entre invalidade e ineficácia 
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Há três categorias de ineficácia dos negócios jurídicos: 
 Negócios inexistentes, 
Negócios nulos, e 
 Negócios anuláveis.
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Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem observância dos requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos que lhes são próprios. O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam à sociedade. Assim, quando o interesse público é lesado, a sociedade o repele, fulminando-o de nulidade, evitando que venha a produzir os efeitos esperados pelo agente. A função da nulidade é tornar sem efeito o ato ou negócio jurídico. A idéia é fazê-lo desaparecer, como se nunca houvesse existido
NULIDADE
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A nulidade pode ser: absoluta e relativa, total e parcial, textual e virtual.
 Nulidade absoluta – nos casos de nulidade absoluta, existe um interesse social, além do individual, para que se prive o ato ou negócio jurídico dos seus efeitos específicos, visto que há uma ofensa a preceitos de ordem pública e, assim, afeta a todos. Por essa razão, pode ser alegada por qualquer interessado, devendo ser pronunciada de ofício pelo juiz (art. 168,CC)
Espécies de Nulidade
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Nulidade relativa – a nulidade relativa é denominada anulabilidade e atinge negócios que se acham inquinados de vício capaz de lhes determinar a invalidade, mas que pode ser afastado ou sanado.
Nulidade total – é a que atinge todo o negócio jurídico.
Nulidade parcial – afeta somente parte dele – a nulidade parcial do negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável(art. 184,CC)
Nulidade textual ou expressa - quando vem expressa na lei. Ex. Art. 548, CC.
Nulidade virtual ou implícita – quando não expressa, pode ser deduzida de expressões utilizadas pelo legislador. Ex. Art. 1.521 “não podem”, art. 380 “não se admite”, etc.
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A ocorrência de qualquer dessas hipóteses é reputada pela lei como séria causa de sua infringencia; leva a decretação de nulidade.
Art. 166 "É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Causas da Nulidade
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 Art.168. “As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las ainda a requerimento das partes”
opera-se de pleno direito;
Pode ser invocada por qualquer interessado, inclusive pelo Ministério Público;
Não admite confirmação, sendo pois, irratificável.
É imprescritível;
Pode ser conhecida ex officio.
Características da nulidade
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O presente Código, buscando maior compreensão do tema, diz que o negócio jurídico será nulo quando a lei proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. Assim, fica mais simples o raciocínio do intérprete: diante das expressões; "não pode", "é vedado", "é proibido" etc. sem qualquer referência sancionatória diversa, o negócio será nulo. No entanto, vale a pena observar que em Direito qualquer afirmação categórica é arriscada: pode haver situações em que o negócio aparentemente seria nulo, mas através de interpretação sistemática o teremos como anulável  
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Assim, a regra "o que é nulo não pode produzir qualquer efeito“ deve ser entendida com o devido temperamento. Na maioria das vezes, embora o ato seja tido como nulo pela lei, dele decorrem efeitos de ordem material.
Daí a razão de o art. 182 dispor: "Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado, em que antes dele se achavam, e não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente." A regra, apropriada ao negócio anulado, aplica-se, quando for o caso, ao negócio nulo para efeitos práticos.
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A nulidade não pode ser suprida pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes. 
O ato ou negócio nulo não pode ser ratificado.
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Nulidade Relativa ou Anulabilidade – refere-se a negócios que se acham eivados de vício capaz de lhes determinar a ineficácia, mas que poderá se eliminado, restabelecendo-se a normalidade. Serão anuláveis os atos negociais: a) Se praticados por pessoa relativamente incapaz, sem a devida assistência de seus legítimos representantes. b) Se viciado por erro, dolo, coação, lesão e estado de perigo, ou fraude contra credores. c) Se assim a lei o declarar, tendo em vista a situação particular em que se encontra determinada pessoa.
ANULABILIDADE
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Diferentemente da nulidade em que se viola preceitos de ordem pública, na anulabilidade têm-se presente, basicamente, o interesse privado, não havendo, via de consequência, gravidade tão relevante quanto na hipótese de nulidade.
A anulabilidade é sanção mais branda ao negócio jurídico.
O atual Código, dispõe no art. 171: 
"Além dos casos expressamente
declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores."
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o negócio existe e gera efeitos concretos até que sobrevenha a declaração de invalidação;
somente a pessoa juridicamente interessada poderá promover a anulação negocial;
admite ratificação;
submete-se aos prazos prescricionais;
o juiz não pode conhecer a anulabilidade de ofício, nem o Ministério Público pode suscitá-la.
Características da anulabilidade
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As causas de anulabilidade residem no interesse privado. Há razões de ordem legislativa que têm em mira amparar esse interesse. Na verdade, o negócio jurídico realiza-se com todos os elementos necessários a sua validade, mas as condições em que foi realizado justificam a anulação, quer por incapacidade relativa do agente, quer pela existência de vícios do consentimento ou vícios sociais. A anulação é concedida a pedido do interessado.
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Tratando-se de vício de natureza privada, logicamente, o ato anulável admite confirmação, que pode ser expressa ou tácita, resguardando-se, obviamente, os direitos de terceiros.
A anulabilidade é reconhecida por meio de ação anulatória, ajuizada pelo interessado exclusivamente
O ato ou negócio jurídico anulável produz efeitos até ser anulado. Os efeitos da anulação passam a ocorrer a partir do decreto anulatório (ex nunc).
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Nulidade X Anulabilidade
NULIDADE
opera-se de pleno direito;
Pode ser invocada por qualquer interessado, inclusive pelo Ministério Público;
Não admite confirmação, sendo pois, irratificável.
É imprescritível;
Pode ser conhecida ex officio.
Efeitos ex tunc
ANULABILIDADE
o negócio existe e gera efeitos concretos até que sobrevenha a declaração de invalidação; ação desconstitutiva (efeitos ex nunc)
somente a pessoa juridicamente interessada poderá promover a anulação negocial;
admite ratificação;
submete-se aos prazos prescricionais; 
o juiz não pode conhecer a anulabilidade de ofício, nem o Ministério Público pode suscitá-la.
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A simulação é o artifício ou fingimento na prática ou na execução de um ato, ou contrato, com a intenção de enganar ou de mostrar o irreal como verdadeiro, ou lhe dando aparência que não possui. Negócio simulado é aquele forjado pelas partes e que na verdade não existe, com o objetivo de prejudicar terceiros ou fraudar a lei. As partes emitem, em suma, de comum acordo, com o intuito de enganar terceiros, uma declaração divergente da vontade real. A simulação é o produto de um conluio entre os contratantes, visando obter efeito diverso daquele que o negócio aparenta conferir.
SIMULAÇÃO
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Simulação no Código de 1916 - a anulação (anulabilidade) do ato jurídico com um prazo prescricional de 4 anos. 
Simulação no Código de 2002 - nulidade, portanto nunca prescreverá, nunca terá um prazo de decadência. 
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Consideram-se ilícitos os atos jurídicos quando infringem as normas legais instituídas. Uma vez praticados, geram relação jurídica, independentemente da vontade do agente (art. 186 CC). Por exemplo, a agressão, o furto, o homicídio geram a obrigação de pagar indenização (art. 927 CC) à vítima do evento danoso e ilícito ou a seus herdeiros; o excesso de velocidade na direção de veículo gera a obrigação de pagar  multa ao Estado.
ATO ILÍCITO
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
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Também comete ato ilícito aquele que pratica abuso de direito. 
Constitui abuso de direito, o exercício irregular, portanto anormal, de um direito, causando dano a outrem. 
Exemplos: 
a) matar o gado alheio que pasta no campo, ou matar o gato do vizinho que invade quintal ou área de serviço. 
b) revogação, pelo mandante, de procuração sem nenhuma razão plausível;
c) esgotar o proprietário as fontes em seu terreno, por mera emulação e em detrimento dos vizinhos.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
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A ação humana, da pessoa jurídica ou do ente despersonalizado capaz de geral ato jurídico ilícito é qualificável tanto subjetiva quanto objetivamente.
 
No primeiro caso está a teoria da responsabilidade subjetiva, que nasce do dolo ou da culpa do agente causador do dano. 
O dolo é um elemento psíquico, a intenção ou vontade consciente, que sustenta um ato capaz de causar dano a outrem, ou que, ao ser praticado, o seu autor o tenha feito de forma que assuma o risco de causar o dano a outrem. É exercício de ato ilícito, portanto,e, como tal, proibido pelas normas jurídicas. 
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O dolo é um elemento psíquico, a intenção ou vontade consciente, que sustenta um ato capaz de causar dano a outrem, ou que, ao ser praticado, o seu autor o tenha feito de forma que assuma o risco de causar o dano a outrem. 
É exercício de ato ilícito, portanto, e, como tal, proibido pelas normas jurídicas.
DOLO
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A CULPA é caracterizada pela execução de ato danoso por negligência, imprudência ou imperícia. 
NEGLIGÊNCIA – é aquele que causa o dano a outrem por omissão.
IMPERÍCIA – é o profissional que não age com o cuidado que dele se espera.
IMPRUDÊNCIA – é o que causa o dano por ação.
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No Código de 1916, os vícios dos negócios jurídicos eram erro, dolo, coação, simulação e fraude contra credores, todos esses atos ocasionando a anulação do ato jurídico com um prazo prescricional de 4 anos. 
Hoje temos um prazo decadencial de quatro anos também para a anulação desses negócios, mas com exceção da simulação.
O ato simulatório não é mais uma causa de anulabilidade, mas de nulidade, portanto nunca prescreverá, nunca terá um prazo de decadência. 
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Caso Concreto 1
Ramon Lopez, argentino, proprietário no Brasil de dois imóveis, alienou um deles por escritura particular e o segundo por escritura pública. O primeiro teve seu registro negado, sob argumento de falta de observância da forma legal determinada. Já o segundo, entrou em exigência, porque não constava do instrumento do negócio jurídico a outorga da mulher de Ramon Lopez, que não compareceu no ato da escritura, pois fora presa no aeroporto de Assunção, envolvida com excesso de bagagem e pequenos recuerdos considerados destinados para comercialização, pelos agentes alfandegários. A assinatura da mulher, pelo regime matrimonial, se considera indispensável para perfeita elaboração do negócio. 
Caso Concreto 1
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1) Tendo em conta,  em ambas as hipóteses, a existência, validade e eficácia dos negócios jurídicos, responda:
a)Na primeira hipótese – da escritura particular –, quais destes elementos estão presentes? 
 
b) No que se refere à segunda hipótese, da mesma forma, analise-a, tendo em mente que o registro, para ambos os casos, se impõe como complementar necessidade para constituição plena da propriedade.
 
2)Como se analisam os negócios jurídicos diante dos planos da existência, validade e eficácia?
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Antônio comparece ao seu escritório e formula a seguinte consulta: Ele outorgou procuração para a Administradora KXM LTDA., para que esta locasse um imóvel de sua propriedade. Constava neste documento os poderes de praxe para contratar, distratar, fixar valores e demais condições do contrato, receber os aluguéis e os acessórios da locação, bem como para dar quitação. Na carta que encaminhou o instrumento de mandato à Administradora, Antônio recomendou, por escrito, que o imóvel não fosse locado para órgãos públicos, para escolas e para hospitais. Estipulou, ainda, que o aluguel mínimo mensal deveria ser de R$ 10.000,00. Duas semanas depois, recebeu em sua casa uma cópia do contrato de locação recém-assinado pela Administradora, como sua procuradora, no qual figurava como locatária a Secretaria de Segurança Pública do Estado. O aluguel mensal fora fixado em R$ 7.500,00. 1) Antônio pode anular o contrato de locação ? Por quê?
Caso Concreto 2
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