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O Novo ICMS Prof. Loberto Sasaki O NOVO ICMS CAPÍTULO I Noções de Direito Tributário e de Direito Empresarial 1- Inscrições fiscais.................................................................................................... 1 1.2- Inscrições federal................................................................................................ 1 Esquema 1................................................................................................................. 1 Esquema 2................................................................................................................. 2 1.3- Inscrição Estadual.............................................................................................. 2 Esquema 3................................................................................................................. 2 Esquema 4................................................................................................................. 3 Esquema 5................................................................................................................. 3 1.4- Inscrição municipal............................................................................................. 4 Esquema 6................................................................................................................. 4 Esquema 7................................................................................................................. 4 1.5- Inscrição distrital................................................................................................. 4 2- Profissional autônomo........................................................................................... 5 2.1- Requisitos........................................................................................................... 5 2.2- Autônomo estabelecido...................................................................................... 5 2.3- Autônomo não estabelecido............................................................................... 5 3- Empresas.............................................................................................................. 5 3.1- Empresário individual......................................................................................... 5 3.2- Empresário individual de responsabilidade limitada – EIRLI............................. 5 3.3- Sociedades empresárias.................................................................................... 5 3.4- Sociedade simples.............................................................................................. 6 4- Constituição de uma empresa............................................................................... 6 4.1- Instrumento constitutivo...................................................................................... 6 4.2- Procedimentos de constituição de uma empresa............................................... 6 5- Sociedade limitada................................................................................................ 8 5.1- Quanto ao instrumento constitutivo.................................................................... 8 Esquema 8................................................................................................................. 8 Esquema 9................................................................................................................. 8 5.2- Quanto à responsabilidade dos sócios............................................................... 9 O Novo ICMS Prof. Loberto Sasaki Esquema 10............................................................................................................... 10 5.3- Quanto ao nome da sociedade........................................................................... 10 5.4- Quanto à administração...................................................................................... 11 Esquema 11............................................................................................................... 11 6- Empresa individual de responsabilidade limitada – EIRELI.................................. 12 7- Sociedade anônima ou companhia....................................................................... 12 7.1- Quanto ao instrumento constitutivo.................................................................... 12 7.2- Quanto à impessoalidade................................................................................... 12 7.3- Quanto à divisão e representação do capital...................................................... 12 7.4- Quanto ao nome da sociedade........................................................................... 12 7.5- Quanto aos tipos de sociedades anônimas........................................................ 13 7.6- Quanto à estrutura de uma S/A.......................................................................... 13 Esquema 12............................................................................................................... 13 Esquema 13............................................................................................................... 14 9- Diversas formas (ou regimes) de tributação.......................................................... 14 9.1- Tributo cumulativo............................................................................................... 14 9.2- Tributo não cumulativo....................................................................................... 15 9.3- ICMS substituição tributária............................................................................... 15 9.4- ICMS tributação monofásica............................................................................... 16 9.5- Retenção tributária.............................................................................................. 17 CAPÍTULO II Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS 1- ICMS – Lei Federal e Lei Estadual....................................................................... 18 1.1- Lei Federal......................................................................................................... 18 1.2- Lei Estadual e Distrital........................................................................................ 18 Emenda constitucional nº 87, de 16 de abril de 2015................................................ 19 Convênio ICMS 93, de 17 de setembro de 2015....................................................... 20 CAPÍTULO III O ICMS Interpretado Passo a Passo 1- Regras constitucionais........................................................................................... 25 1.1- Princípios............................................................................................................ 25 1.2- Alíquotas............................................................................................................. 25 O Novo ICMS Prof. Loberto Sasaki Esquema 1................................................................................................................ 26 1.3- Alíquotas nas operações interestaduais............................................................ 26 Esquema 2.................................................................................................................26 Esquema 3................................................................................................................. 27 Esquema 4................................................................................................................. 27 Esquema 5................................................................................................................. 28 1.4- O princípio da não cumulatividade e seus efeitos.............................................. 28 Esquema 6................................................................................................................. 29 1.5- A seletividade e seus efeitos.............................................................................. 29 Esquema 7................................................................................................................. 29 2- O fato gerador do ICMS........................................................................................ 30 3- Sujeição passiva tributária..................................................................................... 30 4- ICMS (substituição tributária)................................................................................ 31 Esquema 8................................................................................................................. 31 Esquema 9................................................................................................................. 32 5- Base de cálculo...................................................................................................... 32 6- Dispensas de tributação........................................................................................ 33 7- Benefícios fiscais................................................................................................... 33 8- O novo ICMS interestadual, alterado pela EC nº 87/2015.................................... 33 8.1- Aplicação............................................................................................................ 33 8.2- Alíquota.............................................................................................................. 33 8.3- Novo diferencial de alíquota............................................................................... 33 8.4- Partilha do DIFAL – regras de transição............................................................ 34 8.5- Rentabilidade pelo recolhimento........................................................................ 34 Esquema 10............................................................................................................... 34 Esquema 11............................................................................................................... 35 8.6- Síntese conclusivo.............................................................................................. 35 8.7- Normas estaduais que recepcionaram a EC 87/15............................................ 36 8.8- Base de cálculo................................................................................................... 36 8.9- Base de cálculo com benefícios fiscais.............................................................. 37 8.10- Cálculo do imposto........................................................................................... 37 8.11- Cálculo do fundo de combate a pobreza (FCP)................................................ 37 8.12- Cálculo do imposto da prestação de serviço de transporte.............................. 38 8.13- Recolhimento.................................................................................................... 38 8.14- Momento de recolhimento................................................................................ 38 O Novo ICMS Prof. Loberto Sasaki 8.15- Obrigações acessórias..................................................................................... 39 8.16- Fiscalização...................................................................................................... 39 8.17- Simples nacional.............................................................................................. 39 8.18- Obrigação acessória – considerações finais.................................................... 39 Índice da coletânea de legislação pertinente (atualizado até 20/1/2016).................. 41 Exercício para fixação nº 1......................................................................................... 42 Exercício para fixação nº 2......................................................................................... 43 Exercício para fixação nº 3......................................................................................... 44 Exercício para fixação nº 4......................................................................................... 45 Exercício para fixação nº 5......................................................................................... 46 Exercício para fixação nº 6......................................................................................... 47 O Novo ICMS – Loberto Sasaki 1 CAPÍTULO I NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO E DE DIREITO EMPRESARIAL 1 - INSCRIÇÕES FISCAIS 1.1 - A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS PRINCIPAIS IMPOSTOS CF/88 UNIÃO IR ESTADOS E DF ICMS * PRODUTOS *SERVIÇOS MINERAIS ENERGIA ELÉTRICA COMUNICAÇÕES TRANSPORTES ESTADUAL MUNICIPAL *Os impostos incidentes sobre esses produtos e serviços acima eram da competência tributária federal; mas, a partir da CF/88, passaram a ser da competência tributária dos Estados e do Distrito Federal. MUNICÍPIOS ISS 1.2 - INSCRIÇÃO FEDERAL É a inscrição no CNPJ; A pessoa jurídica e a ela equiparada na forma da Lei do Imposto de Renda está obrigada a inscrever-se no CNPJ; A matriz e a filial são uma única pessoa jurídica, devendo possuir inscrição federal única. Os tributos federais, tais como Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), PIS sobre faturamento e COFINS devem ser recolhidos centralizadamente na matriz. ESQUEMA 1: Contrato Social Alteração Contratual CNPJ: CNPJ: 00.111.222/0001-42 00.111.222/0002-58 Cláusula 1ª Sede → Matriz Cláusula 2ª Endereço: “X” Cláusula 1ª Filial Cláusula 2ª Endereço: “Y” O Novo ICMS – Loberto Sasaki 2 ESQUEMA 2: Exemplo: 1.3 - INSCRIÇÃO ESTADUAL É a inscrição no ICMS; Está obrigada a inscrever-se no ICMS o contribuinte do ICMS; Fundamentalmente, contribuinte do ICMS é a pessoa física ou pessoa jurídica que circula mercadorias e/ou presta serviços de comunicação e/ou transportes interestadual e/ou intermunicipal, com habitualidade ou com fins econômicos, devendo constituir-se na forma de sociedade empresária ou empresário individual. Como o ICMS é da competência tributária Estadual e Distrital, a inscrição estadual deve ser feita por estabelecimento. Isto significa que a filial deve ter sua inscrição estadual independente da inscrição estadual da matriz. ESQUEMA 3: Matriz Filial Pessoa Jurídica LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL A Legislação Tributária Federal, no que tange à IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, determina que a apuraçãodeve ser pela pessoa jurídica, com recolhimento centralizado na matriz. Cálculo: Receita (Matriz + Filial) (x) Alíquota (=) COFINS DARF CNPJ da Matriz Código da Receita Tributária Valor: Contribuinte do ICMS Circula mercadorias e/ou Presta Serviços Comunicações e/ou Transportes Interestaduais e/ou Intermunicipais Habitualidade com e/ou Fins econômicos NOTA: o contribuinte do ICMS, via de regra, deve estabelecer-se, constituir-se na forma de sociedade empresária ou empresário individual e escrever-se no ICMS (inscrição estadual). O Novo ICMS – Loberto Sasaki 3 ESQUEMA 4: ESQUEMA 5: Matriz Filial Pessoa Jurídica Um estabelecimento Outro estabelecimento LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL É aplicada ao estabelecimento, e não à pessoa jurídica. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 4 1.4 - INSCRIÇÃO MUNICIPAL É a inscrição no ISS; Está obrigada a inscrever-se no ISS o contribuinte do ISS, que é o profissional autônomo e a empresa prestadora de serviços, exceto os serviços que incidem ICMS; A inscrição no ISS também deve ser feita por estabelecimento. Assim, a matriz e a filial devem ter inscrições municipais autônomas, ou seja, uma independente da outra. ESQUEMA 6: ESQUEMA 7: 1.5 - INSCRIÇÃO DISTRITAL As empresas do Distrito Federal estão obrigadas à inscrição no Cadastro Fiscal do DF (CF/DF), que substitui as inscrições no ICMS e no ISS. Matriz Filial Pessoa Jurídica Um estabelecimento Outro estabelecimento LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA MUNICIPAL É aplicada ao estabelecimento, e não à pessoa jurídica. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 5 2 - PROFISSIONAL AUTÔNOMO 2.1 - REQUISITOS a. deve possuir formação técnica de nível médio ou superior e diploma registrado no MEC; b. deve inscrever-se no órgão da sua classe profissional. Por exemplo, CRM, CRC, OAB, etc; c. deve inscrever-se no ISS na categoria profissional autônomo; e d. deve inscrever-se no regime geral da previdência social (INSS). 2.2 - AUTÔNOMO ESTABELECIDO a. deve possuir estabelecimento (sede), ou seja, local (próprio ou alugado) para a prestação dos serviços; b. deve possuir alvará de funcionamento; e c. pode contratar até dois empregados (técnicos ou não técnicos). 2.3- AUTÔNOMO NÃO ESTABELECIDO a. não possui estabelecimento e, geralmente, presta serviços no local do tomador do serviço; b. deve informar, no RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo), o endereço residencial; c. não pode contratar empregado. 3 - EMPRESAS 3.1 - EMPRESÁRIO INDIVIDUAL a) Atividade: é mercantil (venda de mercadorias, produtos e serviços que não requer formação técnica); b) Registro: na Junta Comercial; c) Fundamento: Código Comercial alterado pelo novo código civil; d) No campo do Direito: pessoa física; e) No campo da Legislação Tributária: é equiparada à pessoa jurídica; f) No campo da Contabilidade: o princípio contábil da entidade determina que a contabilidade visa o patrimônio da entidade (empresa individual) independentemente do patrimônio empreendedor (proprietário); g) Nome da firma: é o da própria pessoa investidora. 3.2 - SOCIEDADES EMPRESÁRIAS a) Atividade: é mercantil (venda de mercadorias, produtos e serviços que não requer formação técnica); b) Registro: na Junta Comercial; c) Fundamento: Código Comercial alterado pelo novo Código Civil; d) Exemplo: Sociedade Limitada, Sociedade Anônima,... 3.3 - SOCIEDADE SIMPLES a) Atividade: a sociedade simples não exerce atividade para a produção de bens e serviços, destina-se a atividades intelectuais, científicas, literárias ou artísticas que unem capitais e criam uma pessoa jurídica sem adoção de uma organização empresária. Segundo o artigo 982 do código civil, a sociedade simples é definida como uma forma de exclusão das outras sociedades, conforme segue: “considera-se empresária as sociedades que tem por objeto o exercício da atividade própria de empresário sujeito a registro (artigo 967); e, Simples, as demais.” b) Registro: no Cartório de Registro de Títulos e Documentos, exceto sociedade simples de advogados , que dever ser registrada na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); c) Fundamento: Código Civil. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 6 4 - CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA 4.1 - INSTRUMENTO CONSTITUTIVO a) Empresário Individual Termo de constituição de empresário individual; b) Sociedades Limitada e Sociedade Simples Contrato Social, devendo conter assinaturas de todos os sócios; c) Sociedade Anônima Estatuto Social, devendo conter assinaturas somente dos representantes (membros do conselho de administração). NOTA: usa-se estatuto, também, na formalização de entidades sem fins lucrativos, como, por exemplo: Club, Associação, Condomínio, organização não governamental. 4.2 - PROCEDIMENTOS DE CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA 1º PASSO: Preparar o processo (documentação). - Contrato Social (mínimo: 4 vias) Cláusula primeira Sociedade Limitada Cláusula segunda Venda e prestação de serviços Ass. dos Sócios Ass. duas testemunhas - outros documentos: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; Escritura do imóvel ou contrato de locação (cópia); Carteira de identidade e CPF dos sócios (cópias); Guia de recolhimento da taxa de registro; outros. 2º PASSO: Legalizar a empresa na esfera Federal. Órgão: Junta Comercial - Registro no comércio (nasce a pessoa jurídica); - Inscrição Federal (CNPJ) 00.111.222/0001-41 - Inscrição na Seguridade Social (INSS), é automática, sendo que o número é o mesmo do CNPJ. 3º PASSO: Legalização na esfera Estadual Órgão: Secretaria da Fazenda Estadual - Inscrição Estadual (ICMS) Caso a empresa seja contribuinte do ICMS. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 7 4º PASSO: Legalização na esfera Municipal Órgão: Secretaria de Finanças Municipal ou Equivalente - Inscrição Municipal (ISS) Caso a empresa seja contribuinte do ISS. 5º PASSO: Solicitar o alvará de funcionamento, para tal receberá as seguintes inspeções: Corpo de Bombeiro Saúde Pública 6º PASSO: Confeccionar notas fiscais para iniciar as atividades. A autorização para a impressão de Documentos Fiscais é dada pela secretaria da fazenda estadual, no caso de notas fiscais de vendas e serviços de comunicação e transporte interestadual e intermunicipal e pela secretaria de finanças municipal, no caso de notas fiscais de serviços. PROCEDIMENTO: 1º) Preencher a AIDF (autorização para impressão de documentos fiscais) em três vias, com assinaturas dos representantes legais da gráfica e da empresa encaminhá-la ao órgão competente. 2º) O órgão fazendário (estadual ao municipal) autoriza, retém uma via e devolve duas vias à gráfica. 3º) A gráfica por sua vez, confecciona as notas fiscais e as encaminha à empresa, acompanhada de uma via da AIDF. Estadual (Nota Fiscal de Contribuinte do ICMS) Órgão Municipal (Nota Fiscal de Contribuinte do ISS) Empresa Gráfica AIDF Solicitamos autorização para impressão de 500 blocos de notas fiscais, série 1, de nº 001 ao 12.500. Ass. Gráfica Ass. Empresa O Novo ICMS – Loberto Sasaki 8 5 - SOCIEDADE LIMITADA 5.1 - QUANTO AO INSTRUMENTO CONSTITUTIVO Deve ser constituída por meio de Contrato Social, devendo conter no mesmo as assinaturas de todos os sócios. Como fica a partir do NCC (11/1/2003). a) Sociedade antiga, constituída antes de 11/1/2003: 1º) fazer a reformulação do contrato social, adaptando a sociedade às exigências do NCC;2º) daí por diante, qualquer modificação deve ser realizada por meio de Ata, devendo a mesma ser registrada na junta comercial. ESQUEMA 8: b) Sociedade nova, constituída a partir de 11/1/2003: 1º) a constituição da sociedade deve ser por meio de contrato social. 2º) daí por diante, qualquer modificação deve ser realizada por meio de Ata, devendo a mesma ser autenticada na Junta Comercial. ESQUEMA 9: c) O DNRC (Departamento Nacional do Registro do Comércio), orienta que as Deliberações dos sócios serão: a) formalizadas em alteração contratual, quando tomadas por todos os sócios e por esses assinada, dispensada, nesse caso, a reunião ou assembléia de sócios. (art. 1.072, § 3º CC/2002); b) formalizadas em Ata de Reunião de Sócios, quando as deliberações não forem tomadas por todos os sócios e o número dos sócios da sociedade não exceder a 10 (art. 1.072 CC/2002); c) formalizadas em Ata de Assembléia de Sócios, quando as deliberações não forem tomadas por todos os sócios e o número deles for superior a dez. A Ata de Reunião ou Assembléia de Sócios, mesmo que contenha a aprovação e a transcrição do texto da alteração contratual, não dispensa o arquivamento deste instrumento em separado. Ass. todos os sócios Contrato Social Ass. todos os sócios Ass. todos os sócios ATA Reunião ≤ 10 Sócios Assembléia > 10 Sócios Alteração Contratual Reformulação Contratual Ass. todos os sócios Contrato Social ATA Reunião ≤ 10 Sócios Assembléia > 10 Sócios O Novo ICMS – Loberto Sasaki 9 5.2 - QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital. Isto significa que cada sócio (quotista) entra com uma parcela do capital social, ficando responsável diretamente pela integralização da cota que subscreveu e indiretamente ou subsididariamente pela integralização das quotas subscritas por todos os outros sócios. Uma vez integralizadas as quotas de todos os sócios, nenhum deles pode mais ser chamado para responder com seus bens particulares pelas dívidas da sociedade. Por exemplo, João e José constituíram em 20/4/20X3, a sociedade Zebu Agroindustrial Ltda, subscrevendo cada um o capital de R$ 500,00, sendo que João integralizou o seu capital assim que a sociedade foi constituída. Após dois anos de funcionamento, a justiça decretou a falência da sociedade e o quadro da massa falida é o seguinte, sabendo-se que o sócio José não chegou a integralizar a sua parte e não possui nenhum patrimônio particular. BP (Massa Falida) A = 3.000 P = 6.000 A Administração Judicial da massa falida assim procedeu: 1º) vendeu os ativos .........................................................................R$ 3.000 2º) com valor arrecadado, pagou uma parte dos passivos.............R$ 3.000 3º) cobrou do sócio João a parcela do capital que o sócio José subscreveu e não integralizou, para pagar mais uma parte dos passivos........................................R$ 500 4º) após as operações acima, ainda sobraram dívidas no valor de R$ 2.500. Significa que é o passivo a descoberto, que reverte-se ao nome dos sócios, após o término do processo de falência. PL = 3.000 NOTA: A limitação de responsabilidade acima descrita é exclusivamente junto a credores de operações mercantis, especificamente em caso de falências; não se lhe aplicando às dívidas tributárias, trabalhistas, ambientais e consumeristas, tendo em vista que nestas se aplica a teoria da desconsideração, ou seja, desconsidera-se o NCC e aplica-se as leis especificas de cada área. Em outras palavras, os patrimônios dos sócios respondem, ilimitadamente para pagar as referidas dívidas. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 10 ESQUEMA 10: SOCIEDADE LIMITADA A responsabilidade dos sócios é solidária e limitada ao valor do Capital Social. 2 Anos ▪ João Subscreveu: R$ 500 e integralizou no ato Foi decretada a falência do devedor Administrador Judicial Vendeu........................... R$ 3.000 SÓCIOS A = 3.000 (–) Liquidou parte ................ R$ 3.000 (–) Patrimônio do João ........ R$ 500 ▪ José Subscreveu: R$ 500 e não integralizou P = 6.000 (=) Passivo a descoberto .......R$ 2.500 NOTA 1: Por trata-se de sociedade de pessoas, “esse passivo a descoberto” será registrado em nome dos sócios e estes não poderão praticar o ato empresarial até que paguem essa dívida ou aguardem o transcurso do período decadencial (entre cinco e dez anos, conforme o caso). NOTA2: A responsabilidade é limitada ao valor do capital social, mas somente para as dívidas mercantis, não se aplicando para as seguintes dívidas: 1- Trabalhistas, 2- Tributárias, 3- Consumeristas e 4- Legislação Ambiental. 5.3 - QUANTO AO NOME DA SOCIEDADE Conforme art. 1.158, pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final “limitada” ou a sua abreviatura “LTDA”. a) - Razão Social (§1º) A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. Exemplo: . Duarte e Moraes Ltda . Abreu, Gonçalves & Cia Ltda . Santos & Netos Ltda b) - Denominação Social (§2º) A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 11 Exemplo: . ABC Comercial de Papéis Ltda . Ivan Alves Curso de Língua Portuguesa Ltda . Vicente Paulo Orientações para Concursos Ltda . Sementes Willian Douglas Ltda Nota (§3º): A omissão da palavra “limitada” determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade. 5.4 - QUANTO À ADMINISTRAÇÃO A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado (Ata). A Administração atribuída no contrato, a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquirem essa qualidade. Se o contrato permitir administradores estranhos, a designação deles dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a integralização. O Administrador é aquele que exerce o ato de gestão, ou seja, assina e responde pelos atos da sociedade; tendo direito a remuneração denominada “Pró-Labore”. A sociedade deve ter pelo menos um administrador, sócio ou terceiro. Neste último, o contrato deve prever a possibilidade de nomeação de gestor estranho à sociedade. Contudo, é necessário fazer constar no contrato quantas assinaturas no mínimo vão validar os atos da gestão. Os sócios que não exercem atividades administrativas (gestão) são denominados sócios- quotistas. A sua condição na sociedade é de investidor, apenas. ESQUEMA 11: TODOS OS SÓCIOS → SÃO QUOTISTAS ADMINISTRADOR a) Cada sócio entra com uma parcela do capital social; b) Cada sócio participa da distribuição do lucro na proporção percentual de sua participação no capital social ou por outra forma de distribuição pactuada em contrato social. a) Exerce no ato da gestão, assinando e respondendo pelos atos da sociedade; b) Tem direito a remuneração, pelos serviços prestados, denominada “Pró-Labore”. Obs.: administrador pode renunciar-se do seu cargo, bastando, para tal, registrar na junta comercial, o documento de renúncia assinado. c) A sociedade deve ter, no mínimo, um administrador. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 12 6- EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA - EIRELI DEFINIÇÃO Criada pela Lei 12.441, de 11/07/2011, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI é aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário- mínimo vigente no País. O titular não responderá com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Ao nome empresarial deverá ser incluído a expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. A EIRELI também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. A Empresa individual de responsabilidade limitada será regulada, no que couber, pelas normas aplicáveis às sociedades limitadas. O DREI - Departamento de Registro Empresarial e Integração, publicou a Instrução Normativa nº 10/2013, em 05/12/2013, que aprova o Manual de Atos da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, conforme seu Anexo V (consulte o Manual da EIRELI, no site da Junta Comercial). 7 - SOCIEDADE ANÔNIMA OU COMPANHIA 7.1 - QUANTO AO INSTRUMENTO CONSTITUTIVO A sociedade anônima deve ser constituída por meio de estatuto social, devendo nele conter somente as assinaturas dos representantes da sociedade. 7.2 - QUANTO À IMPESSOALIDADE A sociedade é anônima no sentido de que o que interessa são apenas os capitais aplicados pelos sócios (acionistas) e não os seus nomes, ou seja, não há maiores preocupações com qualidades ou aptidões pessoais dos acionistas. 7.3 - QUANTO À DIVISÃO E REPRESENTAÇÃO DO CAPITAL O capital social é dividido ou fracionado em pequenas partes rigorosamente iguais, ou seja, o capital é dividido em pequenos quinhões e representado por valores mobiliários denominados ações. Exemplo: Cláusula primeira O capital social e de R$ 1.000.000,00, dividido e representado por 4.000.000 de ações de R$ 0,25 cada. 7.4 - QUANTO AO NOME DA SOCIEDADE A sociedade anônima só pode adotar denominação social, já que o nome dos sócios não tem importância e sim os seus capitais. Exemplos: . ABC indústrias metalúrgicas S/A . S/A Correio Braziliense . Companhia Brasileira de Distribuição NOTA: O termo “Companhia” só deve ser usado no início da denominação social e “S/A” é a sigla que pode ser usada no início ou no final da denominação social. http://www.juntacomercial.pr.gov.br/arquivos/File/2014/LEGISLACAO_REGISTRO_MERC/eireli.pdf http://www.juntacomercial.pr.gov.br/arquivos/File/2014/LEGISLACAO_REGISTRO_MERC/eireli.pdf O Novo ICMS – Loberto Sasaki 13 7.5 - QUANTO AOS TIPOS DE SOCIEDADES ANÔNIMAS A sociedade anônima pode ser caracterizada como de capital fechado ou de capital aberto. a) S/A de Capital Fechado: As suas ações são vendidas somente para um grupo restrito de pessoas (Mercado Primário). b) S/A de Capital Aberto: Parte das suas ações são vendidas no mercado de valores mobiliários (Mercado Secundário - bolsas de valores). 7.6 - QUANTO À ESTRUTURA DE UMA S/A .AO compra .AP Elegem É a parcela do lucro que a lei exige a distribuição entre os acionistas NOTA: Valores mobiliários são papéis que somente podem ser emitidos por sociedades anônimas; e representam, para o subscritor, investimento e, para o emitente (S/A), meios de captar recursos junto ao público em geral. ESQUEMA 12: S/A Emite Valores Mobiliários: - Ações - Debêntures - Bônus de Subscrição - Partes Beneficiárias - Outros Investidor (acionista) ABC S/A Capital Conselho de Administração Lucro Reservas de Lucros Total de ações Dividendos AÇÕES ORDINÁRIAS (AO) . dão direito a voto AÇÕES PREFERÊNCIAIS (AP) . não dão direito a voto, porém dão várias preferências (vantagens), principalmente, na distribuição de dividendo. . Limite: até 50% total das ações emitidas. = ÷ O Novo ICMS – Loberto Sasaki 14 ESQUEMA 13: 8 - SPED – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (Noções) 9 - DIVERSAS FORMAS (OU REGIMES) DE TRIBUTAÇÃO 9.1 - TRIBUTO COMULATIVO É o tributo que incide a cada circulação (saída), não podendo abater o tributo que incidiu na operação anterior (entrada). Em outras palavras, é o imposto que incide sob “cascata”. É o caso, por exemplo, do PIS e da COFINS de empresa tributada pelo lucro presumido, do ISS e outros. Exemplo: Cia “A” Cia “B” Cia “C” Vendas: R$ 100,00 (x) Alíquota: 3% (=) COFINS: 3 Vendeu: R$ 100,00 (x) Alíquota: 3% (=) COFINS: 3 ▪ NOTA FISCAL ELETRÔNICA 3) Emite Ao consumidor ▪ ESCRITURAÇÃO FISCAL ELETRÔNICA ▪ Livros Fiscais ▪ ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ELETRÔNICA ▪ Diário ▪ Razão ▪ ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL - ECF ▪ E-LALUR ▪ E-LACS ▪ E-DIPJ EMPRESA GOVERNO SPED Trata-se de um grande Software Usuários ▪ SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil e Órgãos Governa- mentais conveniados. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 15 9.2 - TRIBUTO NÃO CUMULATIVO Nesta modalidade, do tributo que incidir na saída é permitido subtrair o tributo que incidiu na operação anterior (entrada). É o caso do ICMS, IPI, PIS e COFINS, sendo que estes dois últimos quando a empresa é tributada pelo Regime do Lucro Real. Exemplo: Cia “A” Cia “B” Cia “C” Vendas: R$ 100,00 (x) Alíquota: 10% (=) ICMS: R$ 10,00 Vendas: R$ 100,00 (x) Alíquota: 10% (=) ICMS....... R$ 10,00 (–) ICMS .......R$ 10,00 (=) ICMS.............. 9.3 - ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ICMS – Normal: R$ 100 ICMS – Subst. Trib.: R$ 70 IND. A Vendeu COM. B Vendeu CONSUMIDOR Nota Fiscal Nota Fiscal Produtos.................. *ICMS – ST........... 1.000,00 70,00 Mercadorias................. 1.700, ICMS Incluso: 1.000 x10% 100 ICMS Incluso: ICMS Tributado na origem - ST T = 1.070,00 T = 1.700,00 Na IND. “A” Na COM. “B” 1 1 Caixa a Diversos: a Vendas.....................................................1.000,00 a ICMS a Recolher ..……….........…… 70,00 1.070,00 Caixa a Vendas................................................................1.700,00 1.1 Fim ICMS a ICMS a Recolher.................................... 100,00 Fim O Novo ICMS – Loberto Sasaki 16 Cálculo – IND. A (+) (=) (x) (=) (–) *(=) Mercadorias.........................................................................1.000, Margem de Lucro Estimada (70%).................................... 700, Vendas futuras Estimadas...................................................1.700, Alíquota.............................................................................. 10% Débito de ICMS Estimado.................................................170,00 Crédito de ICMS................................................................100,00 ICMS – Substituição Tributária.........................................70,00 NOTA Substituição Tributária: apoia-se na margem de lucro majorada; É retenção tributária (antecipação). 9.4 - ICMS TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA ICMS - Monofásica R$ 170 IND. A Vendeu COM. B Vendeu CONSUMIDOR Nota Fiscal Nota Fiscal Produtos.................. 1.000,00 Mercadorias................. 1.700, ICMS Incluso: 1.000 x17% 170 ICMS Incluso: ICMS Tributado na origem – monofásica T = 1.000,00 T = 1.700, Na IND. “A” Na COM. “B” 1 1 Caixa a Vendas.....................................................1.000,00 Caixa a Vendas................................................................1.700,00 1.1 Fim ICMS a ICMS a Recolher...................................... 170,00 Fim NOTA Tributação Monofásica: apoia-se na alíquota majorada; e É retenção tributária (antecipação). O Novo ICMS – Loberto Sasaki 17 9.5 - RETENÇÃO TRIBUTÁRIA Trata-se de modalidade tributária em que a pessoa jurídica compradora de bens ou tomadora dos serviços está obrigada a descontar do valor devido o(s) tributo(s) e recolhê-lo(s). ISSRF: 50 Cia “a” Cia “B” Serviço ................................................ 1.000 ISS Incluso: Retenção na fonte pagadora T = 1.000 Cálculo: Valor Faturado .................1.000 (–) ISSRF (5%) ..................... 50 (=) Líquido a Pagar............... 950 9.6 - TRIBUTO CALCULADO “POR DENTRO” É o tributo que está incluso na sua base de cálculo, ou seja, no valor da operação (preço). 9.7 - TRIBUTO CALCULADO “POR FORA” É o tributo que não está incluso na sua base de cálculo, e é cobrado à parte. Estado Cia “B” Cia “A” Nota Fiscal Mercadoria........................................ 1.000 ICMS incluso: 1.000 x 17% = 170 T = 1.000 paga ICMS: 170 União Com. “B” Ind. “A” Nota Fiscal Produto.................................................. 1.000 IPI incluso: 1.000 x 20% ...................... 200 T = 1.200 paga IPI: 200 O Novo ICMS – Loberto Sasaki 18 CAPÍTULO II IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS - ICMS 1 - ICMS – Lei Federal e Lei Estadual 1.1 - LEI FEDERAL Aplica-se nas operações externas. 1.1.1 - OPERAÇÕES EXTERNAS Sinteticamente, entende-se por operações externas: a) as operações interestaduais entre contribuintes; b) as operações de exportações; c) as operações de incentivo a produção. 1.1.2 - QUANTO ÀS ALÍQUOTAS EXTERNAS a) Operações interestaduais entre contribuintes dos estados das regiões sul e sudeste para estados de outras regiões: 7% b) Outras operações interestaduais entre contribuintes: 12% c) Operações de exportações: isentas NOTA: para fins de ICMS o Estado do Espírito Santo é equiparado a estado da Região Nordeste. 1.1.3 - OBJETIVOS DA LEI FEDERAL a) Proporcionar a distribuição da renda tributária, beneficiando os estados das regiões menos favorecidas economicamente; SP PI Venda...................R$ 1.000,00 Venda ...............R$ 1.000,00 (x) Alíquota............... 7 % (x) Alíquota............ 17 % (=) ICMS.................. R$ 70,00 (=) ICMS............... R$ 170,00 (- ) ICMS ...............R$ 70,00 (=) ICMS ...............R$ 100,00 b) Incentivar a exportação, desonerando o custo e a receita de exportação, para tornar o produto brasileiro mais competitivo no mercado externo; c) Incentivar a produção, desonerando o custo do investimento em imobilizado. Para isso, permite-se recuperar o ICMS incluso na compra de imobilizado com o ICMS incluso na venda do produto fabricado. d) Harmonizar as operações interestaduais entre contribuintes com intuito de evitar a “Guerra Fiscal” entre os Estados e Distrito Federal. 1.2 - LEI ESTADUAL E DISTRITAL Aplicam-se nas operações internas. 1.2.1 - OPERAÇÕES INTERNAS Entende-se por operações internas, basicamente: a) Operações entre contribuintes dentro do Estado ou Distrito Federal; e * b) Operações de vendas a consumidores finais. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 19 1.2.2 - QUANTO A ALÍQUOTAS INTERNAS a) Produtos que compõem a denominada cesta básica: 12% b) Produtos supérfluos: 25% ou mais c) Alíquota Geral: 17% ou mais Aplica-se esta alíquota para produtos que não estejam na lista de isentos, não tributáveis e tributáveis com alíquota específica. d) Existem outras alíquotas intermediárias, que devem ser consultadas na legislação específica de cada Estado ou Distrito Federal. * NOTA: observar EC nº 87/2015, a partir de 1º/1/2016. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 87, DE 16 DE ABRIL DE 2015 Altera o § 2º do art. 155 da Constituição Federal e inclui o art. 99 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para tratar da sistemática de cobrança do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação incidente sobre as operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: Art. 1º Os incisos VII e VIII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal passam a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 155.................................................................................... .......................................................................................................... § 2º............................................................................................ .......................................................................................................... VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual; a) (revogada); b) (revogada); VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; ................................................................................................."(NR) Art. 2º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte art. 99: "Art. 99. Para efeito do disposto no inciso VII do § 2º do art. 155, no caso de operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte localizado em outro Estado, o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual será partilhado entre os Estados de origem e de destino, na seguinte proporção: I - para o ano de 2015: 20% (vinte por cento) para o Estado de destino e 80% (oitenta por cento) para o Estado de origem; II - para o ano de 2016: 40% (quarenta por cento) para o Estado de destino e 60% (sessenta por cento) para o Estado de origem; III - para o ano de 2017: 60% (sessenta por cento) para o Estado de destino e 40% (quarenta por cento) para o Estado de origem; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art155§2vii. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art155§2viii. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart99 O Novo ICMS – Loberto Sasaki 20 IV - para o ano de 2018: 80% (oitenta por cento) para o Estado de destino e 20% (vinte por cento) para o Estado de origem; V - a partir do ano de 2019: 100% (cem por cento) para o Estado de destino." Art. 3º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos no ano subsequente e após 90 (noventa) dias desta. Brasília, em 16 de abril de 2015. CONVÊNIO ICMS 93, DE 17 DE SETEMBRO DE 2015 Publicado no DOU de 21.09.15, pelo Despacho 180/15. Alterado pelo Conv. ICMS 152/15. Vide cláusula terceira do Conv. ICMS 152/15, que trata de inscrição estadual e de procedimento a ser adotado na fiscalização. Vide Conv. ICMS 153/15, que dispõe sobre a aplicação dos benefícios fiscais da isenção de ICMS e da redução da base de cálculo de ICMS. Vide Convs. ICMS 81/93, 92/15 e 155/15, relativamente ao regime de substituição tributária e antecipação de recolhimento do ICMS. Dispõe sobre os procedimentos a serem observados nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS, localizado em outra unidade federada. O Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ, na sua 247ª reunião extraordinária, realizada em Brasília, DF, no dia 17 de setembro de 2015, tendo em vista o disposto nos incisos VII e VIII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal e no art. 99 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT da Constituição Federal, bem como nos arts. 102 e 199 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966), resolve celebrar o seguinte: CONVÊNIO Cláusula primeira Nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS, localizado em outra unidade federada, devem ser observadas as disposições previstas neste convênio. Cláusula segunda Nas operações e prestações de serviço de que trata este convênio, o contribuinte que as realizar deve: I - se remetente do bem: a) utilizar a alíquota interna prevista na unidade federada de destino para calcular o ICMS total devido na operação; b) utilizar a alíquota interestadual prevista para a operação, para o cálculo do imposto devido à unidade federada de origem; c) recolher, para a unidade federada de destino, o imposto correspondente à diferença entre o imposto calculado na forma da alínea “a” e o calculado na forma da alínea “b”; II - se prestador de serviço: a) utilizar a alíquota interna prevista na unidade federada de destino para calcular o ICMS total devido na prestação; https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/despacho/2015/despacho-180-15 https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/convenio-icms/2015/convenio-icms-152-15 https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/convenio-icms/2015/convenio-icms-152-15 https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/convenio-icms/2015/convenio-icms-153-15 https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/convenio-icms/1993/cv081_93 https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/convenio-icms/2015/convenios-icms-92-15 https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/convenio-icms/2015/convenio-icms-155-15 O Novo ICMS – Loberto Sasaki 21 b) utilizar a alíquota interestadual prevista para a prestação, para o cálculo do imposto devido à unidade federada de origem; c) recolher, para a unidade federada de destino, o imposto correspondente à diferença entre o imposto calculado na forma da alínea “a” e o calculado na forma da alínea “b”. Nova redação dada ao § 1º da cláusula segunda pelo Conv. ICMS 152/15, efeitos a partir de 01.01.16. § 1º A base de cálculo do imposto de que tratam os incisos I e II do caput é única e corresponde ao valor da operação ou o preço do serviço, observado o disposto no § 1º do art. 13 da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Redação original, sem efeitos. § 1º A base de cálculo do imposto de que tratam os incisos I e II do caput é o valor da operação ou o preço do serviço, observado o disposto no § 1º do art. 13 da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Acrescido o § 1º-A à cláusula segunda pelo Conv. ICMS 152/15, efeitos a partir de 01.01.16. § 1º-A O ICMS devido ás unidades federadas de origem e destino deverão ser calculados por meio da aplicação das seguintes fórmulas: ICMS origem = BC x ALQ inter ICMS destino = [BC x ALQ intra] - ICMS origem Onde: BC = base de cálculo do imposto, observado o disposto no § 1º; ALQ inter = alíquota interestadual aplicável à operação ou prestação; ALQ intra = alíquota interna aplicável à operação ou prestação no Estado de destino. § 2º Considera-se unidade federada de destino do serviço de transporte aquela onde tenha fim a prestação. § 3º O recolhimento de que trata a alínea “c” do inciso II do caput não se aplica quando o transporte for efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem (cláusula CIF - Cost, Insurance and Freight). § 4º O adicional de até dois pontos percentuais na alíquota de ICMS aplicável às operações e prestações, nos termos previstos no art. 82, §1º, do ADCT da Constituição Federal, destinado ao financiamento dos fundos estaduais e distrital de combate à pobreza, é considerado para o cálculo do imposto, conforme disposto na alínea “a” dos incisos I e II, cujo recolhimento deve observar a legislação da respectiva unidade federada de destino. Acrescido o § 5º à cláusula segunda pelo Conv. ICMS 152/15, efeitos a partir de 01.01.16. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 22 § 5º No cálculo do imposto devido à unidade federada de destino, o remetente deve calcular, separadamente, o imposto correspondente ao diferencial de alíquotas, por meio da aplicação sobre a respectiva base de cálculo de percentual correspondente: I - à alíquota interna da unidade federada de destino sem considerar o adicional de até 2% (dois por cento); II - ao adicional de até 2% (dois por cento). Cláusula terceira O crédito relativo às operações e prestações anteriores deve ser deduzido do débito correspondente ao imposto devido à unidade federada de origem, observado o disposto nos arts. 19 e 20 da Lei Complementar nº 87/96. Acrescida a cláusula terceira-A pelo Conv. ICMS 152/15, efeitos a partir de 01.01.16. Cláusula terceira-A As operações de que trata este convênio devem ser acobertadas por Nota Fiscal Eletrônica - NFe, modelo 55, a qual deve conter as informações previstas no Ajuste SINIEF 07/05, de 30 de setembro de 2005. Cláusula quarta O recolhimento do imposto a que se refere a alínea “c” dos incisos I e II da cláusula segunda deve ser efetuado por meio da Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais - GNRE ou outro documento de arrecadação, de acordo com a legislação da unidade federada de destino, por ocasião da saída do bem ou do início da prestação de serviço, em relação a cada operação ou prestação. Renumerado o parágrafo único para § 1º da cláusula quarta pelo Conv. ICMS 152/15, efeitos a partir de 01.01.16. § 1º O documento de arrecadação deve mencionar o número do respectivo documento fiscal e acompanhar o trânsito do bem ou a prestação do serviço. Acrescidos os §§ 2º e 3º à cláusula quarta pelo Conv. ICMS 152/15, efeitos a partir de 01.01.16. § 2º O recolhimento do imposto de que trata o inciso II do § 5º da cláusula segunda deve ser feito em documento de arrecadação ou GNRE distintos. § 3º As unidades federadas de destino do bem ou do serviço podem, na forma de sua legislação, disponibilizar aplicativo que calcule o imposto a que se refere a alínea “c” dos incisos I e II da cláusula segunda, devendo o imposto ser recolhido noprazo previsto no § 2º da cláusula quinta. Cláusula quinta A critério da unidade federada de destino e conforme dispuser a sua legislação tributária, pode ser exigida ou concedida ao contribuinte localizado na unidade federada de origem inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS. § 1º O número de inscrição a que se refere esta cláusula deve ser aposto em todos os documentos dirigidos à unidade federada de destino, inclusive nos respectivos documentos de arrecadação. § 2º O contribuinte inscrito nos termos desta cláusula deve recolher o imposto previsto na alínea “c” dos incisos I e II da cláusula segunda até o décimo quinto dia do mês subsequente à saída do bem ou ao início da prestação de serviço. https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/ajustes/2005/aj_007_05 O Novo ICMS – Loberto Sasaki 23 § 3º A inadimplência do contribuinte inscrito em relação ao imposto a que se refere a alínea “c” dos incisos I e II da cláusula segunda ou a irregularidade de sua inscrição estadual ou distrital faculta à unidade federada de destino exigir que o imposto seja recolhido na forma da cláusula quarta. § 4º Fica dispensado de nova inscrição estadual ou distrital o contribuinte já inscrito na condição de substituto tributário na unidade federada de destino. Acrescido o § 5º à cláusula quinta pelo Conv. ICMS 152/15, efeitos a partir de 01.01.16. § 5º Na hipótese prevista no § 4º o contribuinte deve recolher o imposto previsto na alínea “c” dos incisos I e II da cláusula segunda no prazo previsto no respectivo convênio ou protocolo que dispõe sobre a substituição tributária. Cláusula sexta O contribuinte do imposto de que trata a alínea “c” dos incisos I e II da cláusula segunda, situado na unidade federada de origem, deve observar a legislação da unidade federada de destino do bem ou serviço. Acrescido o parágrafo único à cláusula sexta pelo Conv. ICMS 152/15, efeitos a partir de 01.01.15. Parágrafo único. As unidades federadas de destino podem dispensar o contribuinte de obrigações acessórias, exceto a emissão de documento fiscal. Cláusula sétima A fiscalização do estabelecimento contribuinte situado na unidade federada de origem pode ser exercida, conjunta ou isoladamente, pelas unidades federadas envolvidas nas operações ou prestações, condicionando-se o Fisco da unidade federada de destino a credenciamento prévio na Secretaria da Fazenda, Economia, Finanças, Tributação ou Receita da unidade federada do estabelecimento a ser fiscalizado. § 1º Fica dispensado o credenciamento prévio na hipótese de a fiscalização ser exercida sem a presença física da autoridade fiscal no local do estabelecimento a ser fiscalizado. § 2º Na hipótese do credenciamento de que trata o caput, a unidade federada de origem deve concedê-lo em até dez dias, configurando anuência tácita a ausência de resposta. Cláusula oitava A escrituração das operações e prestações de serviço de que trata este convênio, bem como o cumprimento das respectivas obrigações acessórias, devem ser disciplinadas em ajuste SINIEF. Cláusula nona Aplicam-se as disposições deste convênio aos contribuintes optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, em relação ao imposto devido à unidade federada de destino. NOTA: Notícias STF - Quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016 LIMINAR SUSPENDE CLÁUSULA DE CONVÊNIO DO CONFAZ SOBRE ICMS EM COMÉRCIO ELETRÔNICO O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar para suspender cláusula do Convênio ICMS 93/2015, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que trata da incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações de comércio eletrônico. A decisão, proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5464, suspende a cláusula nona do convênio, que inclui as micro e pequenas empresas optantes pelo Simples no novo regime do comércio eletrônico. Segundo o entendimento adotado pelo ministro, a norma prevista na cláusula nona do convênio cria novas obrigações que ameaçam o funcionamento das empresa optantes pelo Simples, e invade área reservada a disciplina por lei complementar – o O Novo ICMS – Loberto Sasaki 24 Simples é regulado pela Lei Complementar 123, de 2006. Segundo o relator, a norma criada pela cláusula nona do convênio contraria o regime diferenciado das micro e pequenas empresas previsto na legislação. A cláusula questionada na ADI determina às empresas do Simples, assim como às empresas incluídas nos demais regimes de tributação, o recolhimento de alíquotas do ICMS sobre operações que destinem bens e serviços ao consumidor final localizado em outro estado. Segundo o pedido feito pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), autor da ADI, pela Lei Complementar 123/2006 as empresas do Simples são sujeitas a uma alíquota única sobre a receita bruta mensal. A nova regra, ao impor a cobrança do ICMS sobre cada operação, ameaça a competitividade e a própria sobrevivência das pequenas empresas, conforme a entidade. “A Constituição dispõe caber a lei complementar – e não a convênio interestadual – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte”, afirmou o ministro Dias Toffoli em sua decisão. Liminar O ministro entendeu ser o caso de concessão da liminar em razão do perigo da demora, uma vez que a norma questionada coloca em risco as micro e pequenas empresas optantes pelo Simples. Citando o pedido feito pela OAB, o ministro afirma que a norma ameaça o funcionamento dessas empresas ao impor custos burocráticos e financeiros, encarecer seus produtos e dificultar o cumprimento de obrigações assessórias. A decisão (leia a íntegra) deve ser submetida a referendo do Plenário do STF. ADI 5469 O relator observou ainda que o Convênio ICMS 93/2015 como um todo é objeto de questionamento na ADI 5469, ajuizada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), e também de sua relatoria. Segundo a Abcomm, o convênio é ato normativo inadequado para tratar de fato gerador específico (as operações envolvendo consumidor final não contribuinte do ICMS e localizado em outra unidade da federação), pois a matéria cabe à lei complementar (artigo 146 da Constituição). Entre outros pontos, a associação a Lei Complementar 87/1996, que trata do ICMS, não dispõe sobre a base de cálculo aplicada ao consumidor final da forma descrita no Convênio 93, que criou quatro bases para estas operações – uma para aplicação da alíquota interestadual, outra diferencial de alíquota partilha para o estado de origem, a terceira diferencial de alíquota partilha para o estado de destino e a quarta destinada ao Fundo de Amparo à Pobreza (FECOP). E aponta “a superficialidade com a qual o tema foi tratado, ferindo por completo qualquer segurança jurídica”. A ADI 5469 pede a concessão de medida cautelar para suspender a eficácia dos dispositivos questionados até o julgamento do mérito. A Abcomm acena para o risco que o convênio representa para a manutenção da ordem econômica e financeira, “tendo por fim principal a busca da segurança jurídica do sistema tributário nacional”. Cláusula décima Nos exercícios de 2016, 2017 e 2018, no caso de operações e prestações que destinem bens ou serviços a consumidor final não contribuinte localizado em outra unidade federada, o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual deve ser partilhado entre as unidades federadas de origem e de destino, cabendo à unidade federada: I - de destino: a) no ano de 2016: 40% (quarenta por cento) do montante apurado; b) no ano de 2017: 60% (sessenta por cento) do montante apurado; c)no ano de 2018: 80% (oitenta por cento) do montante apurado; II - de origem: a) no ano de 2016: 60% (sessenta por cento) do montante apurado; b) no ano de 2017: 40% (quarenta por cento) do montante apurado; c) no ano de 2018: 20% (vinte por cento) do montante apurado. § 1º A critério da unidade federada de origem, a parcela do imposto a que se refere o inciso II do caput deve ser recolhida em separado. § 2º O adicional de que trata o § 4º da cláusula segunda deve ser recolhido integralmente para a unidade federada de destino. Cláusula décima primeira Este convênio entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro de 2016. http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADI5464.pdf O Novo ICMS – Loberto Sasaki 25 CAPÍTULO III O ICMS INTERPRETADO PASSO A PASSO 1- REGRAS CONSTITUCIONAIS 1.1 - PRINCÍPIOS Compete aos estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre prestação de serviços transportes interestadual, e intermunicipal e de comunicação (ICMS), ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior, observado o seguinte: a) será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; b) poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e de serviços; c) não incidirá sobre operações com destinatário no exterior. Fundamento: CF/88 – art. (está ilegível na foto) 1.2 - ALÍQUOTAS Basicamente, no ICMS, há duas espécies de alíquotas: Interna e Interestadual, quais sejam: a) nas operações ou prestações internas → 7% a 19% (como regra, de acordo com o RICMS de cada Estado); b) nas operações ou prestações interestaduais: 12%, exceto b.1) nas operações e prestações realizadas nas Regiões Sul e Sudeste, destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo, em que a alíquota será de 7%. c) nas operações interestaduais com bens e mercadorias importadas do exterior: 4% (bens industrializados: conteúdo de importação superior a 40%; não se aplica a produtos “sem similar nacional” listados pela CAMEX). O Novo ICMS – Loberto Sasaki 26 ESQUEMA 1: Operações e Prestações Interestaduais b) Regra Geral b.1) Exceção c) Mercadorias Importadas do Exterior Fundamento: CF/88, art. 155, §2º, Resolução do Senado Federal nºs 22/89 e 13/2013. 1.3 - ALÍQUOTAS NAS OPERAÇÕES INTERESTADUAIS REGRA ATÉ 31/12/2015: Em relação à operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro estado, adotar-se-á: a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; ESQUEMA 2: SP DF Vende Alíquota Interestadual: 7% Cálculo: Alíquota interna 17% (–) Alíquota interestadual: 7% (=) DIFAL: 10 Estado 1 Estado 2 12% Estado Estado 7% Sul e Sudeste N, ND, CO e ES Exterior Estado 1 Estado 2 4% O Novo ICMS – Loberto Sasaki 27 b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele; ESQUEMA 3: Na hipótese da alínea “a” do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual (DIFAL). REGRA A PARTIR DE 1º/1/2016: Operação e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual: A responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual (DIFAL) será atribuída: a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; ESQUEMA 4: SP NÃO CONTRIBUINTE Vende Alíquota Interna Estado 1 Estado 2 Vende Contribuinte NF → Alíquota Interestadual Contribuinte Cálculos e Recolhimentos: Alíquota interna (–) Alíquota interestadual (=) DIFAL → partilha: 2016, 2017 e 2018 + FCP O Novo ICMS – Loberto Sasaki 28 b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; ESQUEMA 5: Fundamento: CF/88 – art. 155 (II), §2º, inciso VII e VIII, Emenda Constitucional nº 87/2015. 1.4 - O PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE E SEUS EFEITOS 1. O princípio da não cumulatividade emerge de norma constitucional, e não de lei, assim o legislador não poderá condicionar o seu exercício. 2. O princípio da não cumulatividade esta direcionado ao consumidor final, buscando inibir o duplo pagamento do tributo sobre a mesma base no ciclo de produção e comercialização dos produtos. 3. O crédito e o débito são antes distintos e inconfundíveis. 4. O direito ao crédito na entrada não está condicionado ao efetivo pagamento de tributo que se encontra no documento fiscal do fornecedor. 5. O aproveitamento do crédito não está vinculado ao período da saída da mercadoria. Estado 1 Estado 2 Vende Contribuinte Não Contribuinte NF → Alíquota interestadual Cálculos e Recolhimentos: Alíquota interna (Estado de destino) (–) Alíquota interestadual (=) DIFAL → partilha: 2016, 2017 e 2018 + FCP (Estado de destino) O Novo ICMS – Loberto Sasaki 29 ESQUEMA 6: Fundamento: CF/88 art. 155 (II) / LC nº 87/96, artigos 19 e 20. 1.5 - A SELETIVIDADE E SEUS EFEITOS a) A seletividade requer a verificação do grau de essencialidade (utilidade) do produto para o consumidor final e atende ao princípio da capacidade contributiva. b) Quando mais essencial o produto, menor será a tributação. Assim, temos 3 categorias de utilidade: 1. Fundamental à subsistência → alíquotas brandas, podendo chegar ao zeramento; 2. útil, mas não fundamental → alíquotas moderadas; 3. produtos supérfluo → alíquotas elevadas. NOTA: Embora a CF/88 trate a seletividade no ICMS como um princípio facultativo, o STF já se manifestou no sentido de que deve ser obrigatório. ESQUEMA 7: Alíquotas Internas Usuais 1 – Produtos da Cesta Básica: 7ou 12% 2 – Produtos em Geral: 17% ou mais 3 – Produtos da Cesta Básica: 25% ou mais Fundamento: CF/88 – arts. 153 (IV) e 155 (II) / Recurso Extraordinário nº 634.457/RJ e RE nº 714.139/SC. Cia “A” Cia “B” Vendeu Vendeu: R$ 1.000 Vendeu: R$ 1.000 (x) Alíquota: 10% (–) Alíquota: 10% (=) Débito: R$ 100 (=) Débito: R$ 100 (–) Crédito: R$ Ø (–) Crédito: R$ 100 (=) ICMS: R$ 100 (=) ICMS: R$ Ø + Conclusão: Entrada Saída Crédito de ICMS Débito de ICMS Consumidor Vendeu O Novo ICMS – Loberto Sasaki 30 2 - O FATO GERADOR DO ICMS Considerando-se ocorrido o fato gerador do ICMS: a) em se tratando de mercadoria: a saída do estabelecimento do contribuinte: b) em se tratando de serviços de transporte: o início da prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal, por qualquer via; c) no fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: 1. não compreendidosna competência tributária dos Municípios; 2. compreendidos na competência tributária dos Municípios em com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar aplicável; d) no desembaraço aduaneiro de mercadorias importadas do exterior. Fundamento: LC 87/96 – art. 12. 3 - SUJEIÇÃO PASSIVA TRIBUTÁRIA Contribuinte: aquele que pratica o fato gerador. Responsável: uma terceira pessoa que possui uma vinculação com o fato gerador praticado pelo contribuinte e que é chamado expressamente pela lei para responder pelo pagamento (antecipado) do crédito tributário por ele devido. Exemplo: o industrial no recolhimento do ICMS. NOTA: há duas hipóteses de Responsabilidade Tributária, basicamente: Por transferência: a obrigação nasce contra o contribuinte que praticou o fato gerador e, em virtude de fato posterior, é transferida para uma terceira pessoa. Exemplo: o herdeiro, em relação à dívida tributária do falecido; Por substituição: a lei elege uma terceira pessoa a colaborar com o fisco, atribuindo- lhe o dever de recolher o tributo cujo fato gerador é praticado pelo contribuinte. Razões de racionalização e efetivação da tributação, através da ampliação das garantias de recebimento do tributo e diminuição da inadimplência. Exemplo: o mecanismo de ST para frente do ICMS e nova regra de recolhimento do ICMS/DIFAL para consumidores finais não contribuintes. Fundamento: Código Tributário Nacional (CTN), arts. 121 e 128. O Novo ICMS – Loberto Sasaki 31 4 - ICMS (SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA) OBJETIVO: Instrumento de facilitação da fiscalização tributária e combate à evasão fiscal. NATUREZA: Consiste na imputação de responsabilidade a terceiro que é chamado a responder pelo pagamento de obrigação tributária originalmente atribuída ao contribuinte. O responsável não prática diretamente o fato gerador, porém possui com ele uma vinculação. Há duas espécies de ST: a) Para frente (operação subsequentes); e ESQUEMA 8: NOTA: Fabricante vendeu por R$ 1.000 Atacadista vendeu por R$ 2.000 Varejista vendeu por R$ 3.000 Alíquota considerada: 10% Fabricante Contribuinte e Contribuinte por ST das Operações Posteriores Nota Fiscal Atacadista Varejista Consumidor Mercadoria ICMS-ST 1.000 200 ICMS incluso: 100 T = 1.200 paga O Novo ICMS – Loberto Sasaki 32 b) Para trás (operações antecedentes). ESQUEMA 9: Fundamento: CF/88 – art. 150 (§ 7º), CTN – arts. C/C 128, LC 87/96 – art. 6º. 5 - BASE DE CÁLCULO A base de cálculo do imposto é: o valor da operação, na saída de mercadoria; o preço do serviço na prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; Na importação, a soma das seguintes parcelas: a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação; b) imposto de importação; c) imposto sobre produtos industrializados; d) imposto sobre operações de câmbio; e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras; Fundamento: LC 87/96 – art. 13. Fazenda 1 Contribuinte e Contribuinte por ST das Operações Anteriores Nota Fiscal Fazenda 2 Frigorifico Supermercado Mercadoria ICMS-ST 1.000 200 ICMS incluso: 100 T = 1.200 Consumido r O Novo ICMS – Loberto Sasaki 33 6 - DISPENSAS DE TRIBUTAÇÃO Há várias espécies de dispensa de tributação: a) NÃO INCIDÊNCIA → Fato econômico não-imponível, também conhecido como operação não tributada. b) IMUNIDADE → Vedação de incidência sobre fatos econômicos taxativamente previstos pela CF/88. Trata-se da limitação ao poder de tributar dos entes federativos. c) ISENÇÃO → Fato econômico imponível, porém, em lei expressa-se a dispensa por prazo indeterminado. d) ALÍQUOTA ZERO → Fato econômico imponível, mas que resulta em não- pagamento do tributo em face da alíquota (“zero”). Técnica de não-incidência utilizada em função de sua “flexibilidade”, permitindo ao ente tributante suprimir rapidamente o benefício de não-incidência e passar a tributar determinado produto/operação. e) SUSPENSÃO → Fato econômico que deixa de ser tributado enquanto vigorar condição suspensiva. f) DIFERIMENTO → Fato econômico imponível, mas que desloca o momento da tributação para operação futura. 7 - BENEFÍCIOS FISCAIS Cabe à lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. As isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias serão concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal (Convênio ICMS, no âmbito do CONFAZ). Aprovação unânime por parte dos Estados. Fundamento: CF/88 – art. 155, § 2º, inciso XII, “g”, LC nº 24/75. 8 - O NOVO ICMS INTERESTADUAL, ALTERADO PELA EC Nº 87/2015 8.1- APLICAÇÃO Se aplica a operações e prestações que destinem bens e serviços CONSUMIDOR FINAL, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado. 8.2- ALÍQUOTA Adota-se sempre a alíquota interestadual nas operações entre Estados. 8.3 - NOVO DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA Cabe ao Estado de localização do destinatário o “DIFAL” = Diferencial de Alíquota (Diferença entre a alíquota interna do Estado do destinatário e a alíquota interestadual). O Novo ICMS – Loberto Sasaki 34 8.4 - PARTILHA DO DIFAL – REGRA DE TRANSIÇÃO Nos exercícios de 2016, 2017 e 2018, no caso de operações e prestações que destinem bens ou serviços a consumidor final não contribuinte localizado em outra unidade federada, o DIFAL deve ser partilhado entre as unidades federadas de origem e de destino, cabendo à unidade federada: I. de destino a) no ano de 2016: 40% (quarenta por cento) do montante apurado; b) no ano de 2017: 60% (sessenta por cento) do montante apurado; c) no ano de 2018: 80% (oitenta por cento) do montante apurado; II. de origem a) no ano de 2016: 60% (sessenta por cento) do montante apurado; b) no ano de 2017: 40% (quarenta por cento) do montante apurado; c) no ano de 2018: 20% (vinte por cento) do montante apurado. 8.5 - RENTABILIDADE PELO RECOLHIMENTO A responsabilidade pelo recolhimento DIFAL será atribuída: a) ao destinatário: quando este for contribuinte do imposto; ESQUEMA 10: Estado 1 Estado 2 Vende Contribuinte NF → Alíquota Interestadual Contribuinte Cálculos e Recolhimentos: Alíquota interna (–) Alíquota interestadual (=) DIFAL → partilha: 2016, 2017 e 2018 + FCP O Novo ICMS – Loberto Sasaki 35 b) ao remetente: quando o destinatário não for contribuinte do imposto. ESQUEMA 11: Conclusão: a regra de responsabilidade tributária relativa a o DIFAL passou a ser objetiva e de aplicação nacional, independentemente de previsão em Convênio/Protocolo (como ocorria até 31/12/2015). 8.6 - SÍNTESE CONCLUSIVO: a) Foi criada uma nova hipótese de DIFAL, inexistente até 31/12/2015, com regra de partilha transitória: b) Nada muda nas vendas interestaduais para contribuintes que adquirem a mercadoria para revenda ou industrialização; c) No caso de uma venda para consumidor final contribuinte do imposto, o DIFAL já existia. Assim, não há partilha imposto. Fundamento: CF/88 – art. 155, § 2º, incisos VII e VIII, na redação da EC nº 87/15. Estado 1 Estado 2 Vende Contribuinte Não Contribuinte NF → Alíquota interestadual
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