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Obstetrícia em equinos

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Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Obstetrícia em equinos 
Introdução 
A obstetrícia é o ramo da medicina que se 
ocupa da gravidez, do parto e da evolução 
da saúde feminina no período pós parto. 
Neste setor iremos realizar diagnóstico e 
acompanhamento de gestação além de 
atuar na prevenção de possíveis 
complicações. 
 
A gestação é dividida em 3 fases: 
OVO: Há fecundação, início da clivagem e 
formação do blastocisto. 
EMBRIÃO: Há a eclosão do blastocisto, 
formação da placenta e mineralização do 
embrião. 
 Ainda não é possível identificar a 
espécie. 
FETO: há o crescimento do feto, placenta até 
que chegue o momento do parto. 
 
Sexagem fetal 
A sexagem fetal pode ser realizada dos 120 
dias de gestação até os 140 dias. Após esse 
período será perdido o mediastino testicular 
podendo haver falso diagnóstico. Fêmeas 
possuem zona medular e cortical do ovário 
evidenciado enquanto os machos possuem o 
mediastino testicular evidenciado. Dessa 
forma, é possível distinguir o sexo do feto. 
 
 
Fêmea 
 
 
Macho 
 
Gestação gemelar 
 
Em gestação gemelar devemos separar os 
embriões manualmente (ideal antes do 17 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
dia) e esmagar um já que gêmeos são 
incompatíveis com a gestação equina. 
 
O parto 
O parto compreende eventos fisiológicos que 
ocorrem com o objetivo de expulsar o feto e 
envoltórios fetais de dentro do útero 
materno. Para que isso aconteça haverá 
diversas mudanças no organismo da fêmea 
em que todos os sistemas estarão focados 
nesse propósito. 
O feto é quem desencadeia o parto por ficar 
apertado dentro do útero entrando em 
hipóxia fetal aumentando os níveis de 
cortisol devido ao estresse dando início ao 
trabalho de parto. 
A fêmea, por sua vez, começa a atividade 
muscular e uterina que estava quiescente 
pela ação da progesterona. O útero entra na 
fase contrátil havendo alterações hormonais. 
 
O cortisol fetal estimula a enzima 17alfa 
hidroxilase a converter progesterona em 
estrógeno que fará vasodilatação, atuará nos 
receptores de ocitocina aumentando a 
responsividade, além de promover o 
relaxamento da cérvix e contribuir na 
produção de muco. O útero também irá 
produzir prostaglandinas como a PGF-2α 
que atuará na contratilidade endometrial, 
PGI 2 – prostaciclina que atua como 
vasodilatador realizando perfusão vascular 
da placenta, PGE atuando no relaxamento 
da cérvix e canal do parto, CTH e Relaxinas 
que irão promover relaxamento dos 
ligamentos pélvicos. 
Fases do parto 
1º ESTÁGIO: apresentação do feto no orifício 
interno da cérvix pelo aumento da atividade 
do miométrio devido a prostaglandina. O 
feto realiza um giro de 180º e se insinua no 
orifício interno da cérvix. 
 
2º ESTÁGIO: a cérvix se abre e o feto passa pelo 
canal pélvico até a vagina onde irá 
comprimir o nervo pudendo que irá se 
contrair iniciando as contrações abdominais 
(reflexo de Fergunson) para que haja sua 
expulsão (nascimento). 
 
As éguas podem ficar em decúbito esternal 
ou lateral em que estica as patas para 
expulsar o feto. 
Na imagem acima podemos ver que já houve 
expulsão da bolsa – alatocorion auxiliando na 
lubrificação. 
 
 A maioria das éguas dão à luz a noite 
e isso ocorre de forma rápida. 
 
 Para saber se o parto está próximo 
podemos também observar o pH do 
leite que quando diminui o parto está 
próximo. Além disso, haverá também 
serosidade na ponta dos tetos. 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
3º ESTÁGIO: há a expulsão das membranas 
fetais como placenta que pode sofrer 
retenção comprometendo a saúde 
reprodutiva e a vida do animal. Se isso 
ocorrer, podemos realizar tração leve 
(tomando muito cuidado já que a placenta 
dos equinos é difusa e se a tracionarmos com 
força podemos trazer o útero). Podemos 
também colocar peso de até 1kg na placenta 
na sua saída por conta da força da 
gravidade e podemos também contar com a 
aplicação de ocitocina para que haja 
contração uterina promovendo a expulsão 
da placenta. É possível também dissecar a 
veia calibrosa da placenta e injetar água que 
irá pesar uniformemente auxiliando sua 
descida. 
Expulsão do feto 
Para ser expulso o feto deve passar pela via 
fetal dura (óssea) composta pelo íleo, ísquio, 
púbis, sacro e primeiras vértebras coccígeas. 
Essas estruturas, por serem ósseas, não 
podem sofrer alterações. Já a via fetal mole 
composta por cérvix, vagina, vestíbulo, vulva 
e ligamentos sacro – isquiático conseguem se 
adaptar para facilitar a saída do feto. 
 
Quando a saída do feto não ocorre 
adequadamente chamamos esse evento de 
distocia que podem ocorrer por causas 
maternas (nutricionais, neoplasias, 
imaturidade, problemas na pelve, problemas 
na cérvix, alterações congênitas, 
estreitamento de vagina, hipoplasia vulvar, 
inércia/atonia uterina, hipotonia uterina ou 
hipertonia uterina, obesidade, fatores 
genéticos e hormonais) ou por causas fetais 
(monstruosidades, hidrocefalia, alterações 
de cordão umbilical). 
 
Devemos conhecer então a estática fetal 
(posicionamento do feto no útero) e relação 
com a pelve da mãe e canal do parto. A 
partir disso fazemos o prognóstico: bom, 
reservado ou ruim. Fazem parte da estática 
a APRESENTAÇÃO, POSIÇÃO e ATITUDE do feto. 
 
APRESENTAÇÃO 
É relação do eixo longitudinal fetal com o 
eixo longitudinal materno. A apresentação 
pode ser longitudinal posterior ou anterior. 
 
Já em apresentações transversas não há 
relação de paralelismo havendo a formação 
de uma cruz entre os eixos materno fetais. 
As apresentações transversas podem ser 
verticais ou horizontais podendo ser dorsal 
ou ventral em que ao palparmos sentiríamos 
o dorso ou o ventre do feto. 
 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
 
O feto pode nascer na apresentação 
longitudinal anterior ou posterior, porém na 
longitudinal posterior é perigoso inalar o 
líquido amniótico havendo aspiração logo 
devemos auxiliar tirando o feto o mais 
rápido possível. 
 
O posicionamento transverso dorsal ou 
ventral são distócicos necessitando de uma 
correção. 
 
POSIÇÃO 
É a relação da coluna do feto com a pelve 
materna. Nomeamos com base de qual 
porção da coluna do feto está em contato 
com a determinada porção da pelve 
materna, ou seja, na posição vertebro sacra 
as vértebras cervicais do feto estão em 
contato com o sacro da mãe. 
 
Sendo vertebro sacra eutócica e vertebro 
púbica distócica. 
 
 
ATITUDE 
É a relação das extremidades do feto com 
seu próprio corpo. Esperamos sempre a 
atitude estendida e não encolhida. 
 
ATITUDES DISTÓCICAS 
 
CABEÇA E PESCOÇO: desvio esternal ou 
dorsal, desvio lateral direito ou esquerdo, 
flexão da articulação atlanto-occiptal. 
 
 
 
 
 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
MEMBROS TORÁCICOS: flexão de articulações 
escápulo-umeral e úmero radial além da 
flexão da articulação cárpica. Essas distocias 
podem causar lacerações perineais simples 
ou graves nas mães além de fístulas reto-
vaginais. 
MEMBROS PÉLVICOS: flexão de articulações 
coxofemoral, társica. 
 
Podemos corrigir essas distocias com 
operações obstétricas que podem ser 
cruentas ou incruentas. 
 
INCRUENTAS: manobras obstétricas; 
CRUENTAS: cesariana, fetotomia (feto está 
morto então são realizados cortes por meio 
de fetotomo para que seja retirado da 
fêmea), episiotomia (abertura da vulva), 
perineoplastia. 
 
Devemosconter adequadamente as fêmeas 
que devem estar em posição quadrupedal, 
realizar antissepsia rigorosa, atar a cauda 
(éguas), lubrificar muuuuito. Podemos sedar 
as fêmeas com anestesia epidural, 
tranquilização ou até mesmo não utilizar 
sedativos para contar com o auxílio da mãe 
para as contrações. 
 
Manobras 
RETROPULSÃO: recolocar o feto dentro do 
útero, manualmente ou com instrumento 
garantindo maior espaço físico para 
manuseio. 
 
EXTENSÃO: corrigir estruturas com atitude 
incorreta: estender porções flexionadas de 
membros, cabeça e pescoço manualmente 
ou com instrumento. 
 Devemos tampar os cascos dos fetos 
para que não lesionem o útero. 
 Não devemos puxar pelos ossos longos, 
mas sim pelas articulações. 
 
ROTAÇÃO: corrigimos distocias de posição: 
impingir ao feto um giro sobre seu eixo de 
posição, manualmente ou com garfo 
obstétrico podendo haver risco de torção 
uterina. 
 
VERSÃO: alterar apresentações transversas 
(vertical ou longitudinal) em apresentação 
longitudinal anterior ou posterior realizando 
movimento fetal sobre seu eixo menor. 
 
TRAÇÃO (realizar por último) 
Tracionar o feto para fora quando 
devidamente insinuado, com uso das mãos 
ou instrumentos, obedecendo-se uma serie 
de normas. 
 As trações devem ser simultâneas à 
contração materna. 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
 Puxar em direção ao solo um membro 
por vez diminuindo os espaços das 
escápulas facilitando a passagem 
 
Após a saída do feto 
Podemos romper a estrutura amniótica 
para que o potro não aspire e devemos secar 
as narinas e realizar cura do umbigo com 
iodo a 5% diariamente até fechar. 
 
O potro deve mamar até 2 horas após o 
parto já que nascem sem imunoglobulinas e 
será nessas primeiras duas horas o momento 
em que o organismo terá máxima absorção. 
 éguas que sentem cocegas nos tetos 
podem ser seguradas para se 
acostumarem. 
 Quando o potro não consegue ingerir o 
colostro podemos fazer plasma hiper 
imune. 
 
Devemos observar se há liberação de 
mecônio (primeiras fezes) que podem ser 
retidas. O mecônio é liberado após a ingestão 
de leite. Quando há retenção o animal 
mimetiza a defecação, porém não há saída 
do mecônio.

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