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Nome: Carolina Rodrigues Gomes Lage RA: 5150271 QUESTÕES DISCURSIVAS 01 (Dosimetria Penal). João praticou um crime de receptação (art. 180 do CP) no dia 10/01/2015, um crime de estelionato (art. 171 do CP) no dia 25/11/2016 e um crime de apropriação indébita (art. 168 do CP) no dia 30/5/2018. João foi condenado pelo crime de receptação em 20/11/2016, e a sentença penal condenatória transitou definitivamente em julgado no dia 31/03/2017. Pelo crime de estelionato, foi condenado em 30/01/2017, com sentença transitada em julgado definitivamente em 10/06/2018 e, pelo crime de apropriação indébita, foi condenado em 20/8/2019, com sentença transitando definitivamente em julgado no dia 10/6/2020. Com base nos dados acima, bem como nos estudos da reincidência e dos maus antecedentes na dosimetria penal, discorra fundamentadamente e de forma completa acerca dos antecedentes criminais do João. (2,00 – DOIS PONTOS) João é reincidente. De acordo com o artigo 63, CP. A reincidência é uma circunstância legal de aumento de pena, aplicada na segunda fase da dosimetria, quando o sujeito comete novo crime após ter transitado em julgado sentença condenatória por crime anterior. Da dicção legal, emergem três consequências: na segunda o sujeito deve cometer o novo crime APÓS a sentença transitar em julgado, o que implica que, se cometer antes, ou NO DIA do trânsito em julgado, não pode ser considerado reincidente. A terceira consequência é que, se o sujeito cometer um crime após o trânsito em julgado de uma contravenção, não poderá ser reincidente. João só não será mais considerado reincidente, segundo a jurisprudência dominante dos tribunais, após os cinco anos, mas terá maus antecedentes, pois se entende que os antecedentes não se apagam, leva-se para sempre. 02 (Extinção da Punibilidade). José, vulgo Ratão, por força de divergência ideológica, publicou, em 03 de fevereiro de 2020, artigo científico ofensivo à honra de Milton (Dos crimes contra a honra – art. 138 – 145, CP), dizendo que este, quando no exercício de função pública na Prefeitura do município de Araxá/MG, desviou verba da educação em benefício de empresa de familiares. Milton, inconformado com a falsa notícia, apresentou queixa-crime (art. 145, CP) em face de João, sendo a inicial recebida em 02 de maio de 2020. Após observância do procedimento adequado, o juiz designou data para a realização da audiência de instrução e julgamento, sendo as partes regularmente intimadas. No dia da audiência, apenas o querelado José, vulgo Ratão e sua defesa técnica compareceram. Noutras palavras, a parte autora e seu advogado não compareceram e nem justificaram suas ausências. Considerando que você é o advogado de defesa de José, vulgo Ratão, e relacionado ao conteúdo Da extinção da punibilidade, apresente a tese defensiva a ser alegada na audiência. Justifique e fundamente por completo sua resposta. (2,00 – DOIS PONTOS) A ausência injustificada do querelante a qualquer ato do processo a que deva estar presente configura perempção (requisito processual negativo importante dentro do direito, que tem como finalidade punir o autor que entra com uma ação judicial e não dá continuidade a mesma, tomando tempo das partes e poluindo o fluxo judiciário sem necessidade) da ação penal. Consequentemente, a punibilidade do querelado é extinta. (Art. 60, III, CPP c/c art. 107, IV, CP). 03. (Extinção da punibilidade). João e Maria iniciaram uma romance no Bar Dos Amigos na noite de 17 de janeiro de 2019. No dia 30 de dezembro daquele ano, o casal teve uma séria discussão, e Maria, nitidamente enciumada, investiu contra o carro de João, que já não se encontrava em bom estado de conservação, com três exercícios de IPVA inadimplentes, a saber: 2016, 2017 e 2018. Além disso, Maria proferiu diversos insultos contra João no dia de sua festa de formatura, perante seu amigo Paulo, afirmando ser ele “covarde”, “corno” e “frouxo”. A requerimento de João, os fatos foram registrados perante a Delegacia Policial como crime de injúria (art. 140, CP), onde a testemunha foi ouvida. João comparece ao seu escritório e contrata seus serviços profissionais, a fim de serem tomadas as medidas legais cabíveis. Você, como profissional diligente, após verificar não ter passado o prazo decadencial, interpõe Queixa-Crime ao juízo competente no dia 29/6/2020. O magistrado ao qual foi distribuída a peça processual profere decisão rejeitando-a, afirmando tratar-se de clara decadência, confundindo-se com relação à contagem do prazo legal. A decisão foi publicada dia 02 de julho de 2020. Com base somente nas informações acima, responda: Ocorreu a não a decadência? Justifique por completo sua resposta. (2,0 – DOIS PONTOS) Como se trata de crime de menor potencial ofensivo, o recurso cabível é Apelação, de acordo com o artigo 82 da Lei 9099/95. Vale lembrar que a qualificadora do art. 163, parágrafo único, IV, do CP, relativa ao motivo egoístico do crime de dano, caracteriza-se apenas quando o agente pretende obter satisfação econômica ou moral. Assim, a conduta de Maria, motivada por ciúme, não se enquadra na hipótese e configura a modalidade simples do delito de dano (art. 163, caput). Cabe ainda destacar que não houve prejuízo considerável a João, já que o carro danificado estava em mau estado de conservação, o que afasta definitivamente a qualificadora tipificada no art. 163, parágrafo único, IV, do CP. Assim, o concurso material entre o crime patrimonial e a injúria não ultrapassa o patamar máximo e 2 anos, que define os crimes de menor potencial ofensivo e a competência dos Juizados Especiais Criminais, sendo cabível, portanto, apelação (art. 82 da Lei 9.099/95). 04 (Extinção da punibilidade). Paulo, nascido em 13/05/2000, reincidente em crime doloso, foi preso em flagrante delito em 20/10/2019, por ter em tese, cometido o crime de Lesão Corporal grave (art. 129, § 2o, IV, CP) em desfavor da sua ex-mulher. Após o processo criminal regular, Paulo foi condenado, porém em lesão corporal desclassificado para natureza leve no contexto da lei maria da penha (art. 129, § 9o, CP) a uma pena de 9 meses de detenção. Referida publicada em 29/05/2020 e transitou em julgado em 20/06/2020. Considerando o caso narrado, qual o prazo prescricional da Prescrição da Pretensão Punitiva Retroativa? Justifique e fundamente por completo sua resposta. (2,0 – DOIS PONTOS) Prescrição retroativa refere-se à prescrição da pretensão punitiva do Estado e relação ao agente criminoso, tendo como base a lei aplicada. O prazo de prescrição da pena é baseado no máximo da pena em abstrato. No caso em tela, a pena em abstrato é de 8 anos, o que resultaria em uma prescrição em 12 anos, porém a condenação foi de 09 meses. Além disso, o autor tinha menos de 21 anos, à época, fazendo com que o prazo prescricional caia pela metade, mas aumentado de 1/3 pela reincidência em crime doloso. Portanto, o prazo da prescrição da pretensão punitiva do Estado é de 2 anos e meio. QUESTÃO TEÓRICA PRÁTICA (7,00 – SETE PONTOS) 05. Você deverá fazer a leitura do caso abaixo (SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA ADAPTADA) identificando todas as circunstâncias pertinentes para a aplicação da pena. De acordo com o citado caso abaixo (SENTENÇA PENAL ADAPTADA), o trabalho consiste na aplicação da pena (dosimetria penal), seguindo as três fases pertinentes para aplicação (art. 68, CP), quais sejam: 1a fase – Pena base - Circustâncias judiciais (art. 59, CP); 2a fase – Pena Provisória - Circunstâncias Legais – agravantes e atenuantes (arts. 61-66, CP) e, 3a fase – Pena Definitiva – Circunstâncias de aumento e diminuição de pena, conforme trabalhado nas aulas e ilustrado/exemplicado com o caso Lindemberg. Na aplicação da pena e consequente elaboração dos motivos e fundamentos, poderá ser utilizado todo o material de pesquisa disponibilizado, inclusive as decisões do Caso Lindemberg (Sentença Penal Condenatória e Acórdão),bem como as aulas (gravadas em formato de áudio e/ou gravadas no Google Meet), comentários a respeito e os livros que abordam o assunto. SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA ADAPTADA Processo Criminal no 0000013-13.2019.13.0701 Vistos, JOÃO, vulgo RATÃO e ARIOSVALDO, vulgo MAGRELO, qualificados nos autos, foram denunciados pela prática do crime previsto no artigo 180 “caput” do Código Penal, porque no ano de 2018, segundo a denúncia antes do dia 29 de outubro de 2018, nesta cidade, adquiriram e receberam, em proveito comum, o automóvel modelo I/Chevrolet Agile Ltz, cor cinza, pertencente a Maria, coisa alheia móvel que sabiam ser produto de crime. Consta da denúncia que, em data incerta, no ano de 2018, nesta cidade, o veículo I/Chrevrolet Agile Ltz, cor cinza, foi furtado, sendo o fato noticiado no boletim de ocorrência no 4491/2018. E, em data incerta, mas antes do dia 29 de outubro de 2018, os acusados adquiriram e receberam o referido veículo. Policiais receberam informações de uma empresa de rastreamento comunicando a localização do sinal do aparelho rastreador do veículo, e dirigiram- se até a Avenida Faustino Ramalho, no 614, Galvão, nesta cidade, onde encontraram um galpão, no interior do qual os réus tinham a posse do veículo. Os acusados, ao perceberem a chegada da Polícia, tentaram empreender fuga a pé, mas foram detidos. Indagados, mantiveram-se em silêncio. O local, as ferramentas apreendidas e o estado em que se encontravam os acusados (roupa e mãos sujas de graxa) demonstravam que ambos atuavam no desmonte de veículos, e o automóvel supramencionado estava totalmente desmontado. A denúncia veio acompanhada do respectivo inquérito policial e foi recebida no dia 23 de novembro de 2018. Os acusados foram citados e apresentaram defesa preliminar. Na audiência foram colhidos os depoimentos de duas testemunhas arroladas pelas partes. E, por fim, o réu RATÃO foi interrogado, tudo por meio audiovisual. O Ministério Público ofertou ao réu MAGRELO o benefício da suspensão condicional do processo, na forma do artigo 89 da Lei no 9.099/96. O réu aceitou o benefício, conforme termo de audiência, sendo portanto o processo suspenso. Em alegações finais, o Ministério Público manifestou-se pela condenação do acusado RATÃO, entendendo comprovadas a materialidade e autoria do delito narrado na denúncia. A Defesa, por sua vez, pleiteou a absolvição do réu, por insuficiência probatória. E, para o caso de condenação, a fixação da pena mínima; reconhecimento da atenuante da confissão espontânea; regime aberto; substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos; e recurso em liberdade. É o relatório. Fundamento e decido. Não será analisada a responsabilidade criminal do acusado MAGRELO, que foi beneficiado com a suspensão condicional do processo na forma do artigo 89 da Lei no 9.099/95. Quanto ao acusado RATÃO, a presente ação penal deve ser julgada inteiramente procedente, impondo-se sua condenação nos termos da denúncia. As provas colhidas em Juízo, analisadas em cotejo com aquelas trazidas no inquérito policial, não deixam dúvidas quanto à materialidade do crime, sendo igualmente irrefutável a participação do acusado RATÃO, impondo-se, dessa forma, a condenação. As circunstâncias da prisão, narradas minuciosamente pelos policiais aqui ouvidos, tendo os réus a posse do veículo furtado, e o desmanche do veículo empreendido pelos dois réus (flagrados em plena ação criminosa), no interior de galpão alugado mediante a utilização de documentos falsificados (o que também narrado pelas testemunhas), e, ainda, a tentativa de evasão dos acusados com a chegada dos policiais, evidenciam a intensidade dolosa dos réus, não deixando dúvidas, portanto, quanto à presença de todas as elementares do tipo penal infringido. Mais: as circunstâncias dessa posse do veículo de origem criminosa, apenas pouquíssimas horas após a subtração, o que se extrai do boletim de ocorrências acostado aos autos, furto empreendido em cidade vizinha, tudo isso somado ao tempo que se leva no percurso entre as duas cidades e para desmanchar o veículo e deixá-lo nas condições em que foi encontrado na posse dos réus, formam um conjunto que em tudo aponta até mesmo para a autoria do crime mais grave, precedente, de furto qualificado. Realmente, há fortes suspeitas de que tenham sido os próprios réus os furtadores do carro, sendo certo, inclusive, que há sobeja Jurisprudência no sentido da presunção da autoria do furto nessas circunstâncias fáticas. Ocorre que a denúncia é por crime de receptação. E a posse ilegítima do veículo furtado, com a inequívoca ciência da origem criminosa, exorbita em provas. Ademais, as condutas dos réus, vez não imputada e não provada a autoria do furto, de qualquer modo mostram-se de especial gravidade, extrapolando em gravidade as normais circunstâncias previstas no tipo penal. Isso porque, como se extrai do conjunto probatório, não apenas os réus receberam sabendo da origem criminosa o veículo, e tiveram sua posse espúria, como, ainda, empreendiam freneticamente o seu desmanche, o que denota, em especial do réu RATÃO, cuja conduta está aqui em julgamento, uma personalidade inteiramente voltada para o mundo do crime, e inafastável vínculo com membros de grupos criminosas, senão organização criminosa, que atua em uma intrincada malha de furtos e roubos de veículos, seguidos de receptações, desmanches, e vantagem financeira decorrente de destinações diversas às peças veiculares. E tudo isso se extrai facilmente das circunstâncias fáticas aqui verificadas, a denotar que não se trata de um crime elementar de receptação, como os que cotidianamente são julgados nesta Comarca. Como se extrai dos firmes depoimentos prestados em Juízo, os réus tinham a posse do veículo muito recentemente subtraído, em estágio avançado de desmanche. Acrescente-se que, pelo que se extrai do boletim de ocorrências, o veículo foi furtado por volta das 11h50 daquela data (a mesma da apreensão), e o réu RATÃO, em seu interrogatório judicial, alega que desde por volta do meio-dia já estava no galpão fazendo o desmanche do veículo, para o que alega ter sido contratado por indivíduo que não identificou, mediante pagamento da quantia de R$ 100,00. Se o veículo foi furtado às 11h50 daquela manhã, e o réu ao meio-dia já havia sido “contratado” para o desmanche e já estava no galpão fraudulentamente alugado para tal fim, isso tudo torna irrefutável o prévio ajuste de inúmeros criminosos, dentre eles os furtadores (se não foram os próprios réus), os acusados como os indivíduos que fariam o desmanche, as pessoas que fraudulentamente obtiveram a posse do galpão (no qual os policiais narraram existirem inclusive vestígios de outros desmanches). Esse prévio ajuste denota essa intrincada rede criminosa, que torna muito mais graves as circunstâncias fáticas do crime, a determinarem resposta mais efetiva do Estado-Juiz, por meio de uma pena que não possa ser tida por irrisória. Que o veículo era produto de furto, isso restou demonstrado pelas declarações da vítima perante a Autoridade Policial, pela informação da empresa de rastreamento, o que gerou a atuação policial (tudo confirmado pelas testemunhas ouvidas em Juízo), e pelo boletim de ocorrências. Conforme narrativa das testemunhas Pedro e Daniel - ambos Policiais Civis - na delegacia de Polícia e em Juízo, consta que receberam a informação da empresa de rastreamento acerca da localização do veículo furtado. Chegando ao local indicado verificaram a existência de um galpão. E lá, encontraram os dois réus, visualizando no interior do galpão os dois em franco desmonte do veículo, que já estava em estágio avançado desse desmanche. Ao perceberem a presença dos policiais, os réus passaram a empreender fuga pelos fundos do galpão. Foi feito o cerco, e as testemunhas detiveram os réus no quarteirão de trás, reconhecendo-os pelas fisionomias que já tinham avistado, pelas vestes, informando, ainda,que ambos tinham graxa nas vestes e nos corpos, a não deixar dúvidas de que estavam desmanchando o carro. No interior do galpão, os agentes encontraram o veículo completamente desmontado. Somente por seus sinais identificadores, inclusive as placas, que estavam no local, puderam constatar tratar-se do veículo furtado. No local, ainda foram encontradas ferramentas próprias no desmonte de veículo. A vítima, proprietário do veículo furtado, perante a Autoridade Policial afirmou que seu veículo foi subtraído quando se encontrava estacionado na Rua Luiz José Montesanti, 173, Uberlândia/MG. Após perceber a subtração, registrou o Boletim de Ocorrências na Delegacia. Posteriormente, recebeu a informação de que seu veículo havia sido localizado. Não foi localizada para ser ouvida em Juízo. O acusado RATÃO, que na delegacia permaneceu em silêncio, em Juízo de bom grado confirmou a receptação do veículo, alegando ter sido contratado por indivíduo de vulgo “Negão” para desmanchar o veículo furtado. Disse que chegou ao local e começou o desmanche por volta do meio-dia. Como se vê, é irrefutável a ciência da origem criminosa do veículo, por tudo o quanto acima especificado. No mais, o acusado não é pessoa neófita no cometimento de crimes patrimoniais. Pela folha de antecedentes e certidões criminais juntadas aos autos, pese embora a primariedade técnica do réu, verifica-se que já possui condenação justamente por crime de furto de veículo, bem como responde a outro processo, por adulteração de sinal identificador de veículo. Tal sequência criminosa não deixa dúvidas da dedicação de RATÃO a crimes patrimoniais tendo por objeto veículos automotores, do que faz verdadeiro meio de vida. Embora a condenação anterior e processo ainda em andamento pelos crimes acima mencionados, não possam ser tidos quer como reincidência, quer como mau antecedente, por outro lado estão a evidenciar que o réu tem a clara intenção de continuar suas incursões na criminalidade, e reiteradamente volta a delinquir, certamente contando com a plena impunidade, mensagem inteiramente equivocada que lhe foi passada pelas solturas precoces previstas pelo sistema penal frouxo que vige. E mais, as circunstâncias do desmanche, somadas às circunstâncias dos crimes anteriores, que não podem ser ignoradas na análise da personalidade do réu, evidenciam personalidade deturpada, e já voltada para o mundo do crime, com conduta social absolutamente reprovável. A reiteração no cometimento de crimes patrimoniais, mormente relacionados a veículos automotores, salta aos olhos. Diante disso, o réu demonstrou às escâncaras que sua permanência no convívio social é deletéria e coloca em risco o patrimônio alheio. Impõe-se seja aplicada pena ao réu que constitua algum freio a essa reiteração criminosa, sem o que, qualquer pena a ser aqui imposta mostrar-se-á inócua e não atenderá à sua finalidade. A materialidade e autoria delitivas são inquestionáveis e estão comprovadas pela apreensão do veículo na posse do acusado e comparsa nas circunstâncias narradas no inquérito policial e em Juízo. Pondero que, em se tratando de receptação, é entendimento pacífico na Jurisprudência que, sendo a res furtivae encontrada na disponibilidade do acusado, a ele caberia fornecer justificativa plausível e minimamente convincente para convencer da existência de boa-fé ou mera culpa na posse desse bem. A prova produzida pela acusação, portanto, é coesa, firme, e aponta o réu como autor do delito narrado na denúncia, bem como demonstra a existência do dolo e a consumação do crime. Ante todo o exposto, JULGO PROCEDENTE a pretensão punitiva estatal, a fim de CONDENAR o acusado JOÃO, vulgo RATÃO pela prática do crime previsto no artigo 180 “caput” do Código Penal. Passo à dosimetria da pena a ser aplicada.(...) (...) FAZER A DOSIMETRIA PENAL (...) • ARTIGO 59 CP Ø Desacato à autoridade policial: art 330 CP CP – reclusão de 15 dias; Ø Fixada pena mínima em decorrência de baixo potencial lesivo do agente; Ø Reclusão de um ano; Ø Art 180 CP, receptação – reclusão de no máximo 4 anos. Ø Artigo 65, inciso III alínea D/CP:réu confesso Ø Redutor de pena Ø Ratão deve pegar pena mínima, progressão rápida em regime semiaberto.
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