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APS Municipios saudaveis, lixo que nao é lixo

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UNIVERSIDADE PAULISTA
ANA CÁSSIA DE PAULA SANTOS
ANNA CATARINA DE SOUZA GONÇALVES
SILVIA LEÃO CANGUSSÚ
MUNICÍPIOS SAUDÁVEIS
Promoção da saúde e em ambientes saudáveis.
Educando para a cidadania: lixo que não é lixo.
CAMPINAS/SP
2018
ANA CÁSSIA DE PAULA SANTOS
ANNA CATARINA DE SOUZA GONÇALVES
SILVIA LEÃO CANGUSSÚ
MUNICÍPIOS SAUDÁVEIS
Promoção da saúde e em ambientes saudáveis.
Educando para a cidadania: lixo que não é lixo.
Trabalho de Atividades Práticas Supervisionadas do curso de graduação em Enfermagem, primeiro semestre, período noturno, para a matéria de Praticas Educativas em Saúde, apresentada à respectiva turma.
Orientador: Prof.ª Dr.a Maria do Carmo Silva Fochi
CAMPINAS/SP
2018
ANA CÁSSIA DE PAULA SANTOS
ANNA CATARINA DE SOUZA GONÇALVES
SILVIA LEÃO CANGUSSÚ
MUNICÍPIOS SAUDÁVEIS
Promoção da saúde e em ambientes saudáveis.
Educando para a cidadania: lixo que não é lixo.
Trabalho de Atividades Práticas Supervisionadas do curso de graduação em Enfermagem, primeiro semestre, período noturno, para a matéria de Praticas Educativas em Saúde, apresentada à respectiva turma.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
_______________________/__/___
Prof.ª Dr.a Maria do Carmo Silva Fochi
Universidade Paulista – UNIP
RESUMO
O conceito de Municípios Saudáveis traz uma interligação entre diversos serviços, é uma estratégia em escala mundial de promoção da saúde para melhorar a vida da população. Um processo realizado em nível municipal, essa estratégia precisa de ações intersetoriais que vai desde a participação local, para os agentes de saúde, políticos, autoridades locais, organizações governamentais, inclusive empresas e prestadores de serviços. Essa estratégia se iniciou no Canadá e foi disseminada pelo mundo graças à OMS em conjunto aos Congressos Internacionais de Promoção da Saúde. Dentro desse projeto há várias atividades a ser desenvolvidas com a população, uma delas é de que o lixo não é lixo, de que é possível aproveitar tudo como recurso de desenvolvimento humano, na geração de empregos, na preservação do meio ambiente, na garantia de que as gerações futuras tenham suas necessidades supridas, na economia. Todo esse pensamento sustentável gira em torno de produzir um município saudável, que esteja presente e que garanta a melhor qualidade de vida possível para seus habitantes.
Palavras-chave: Municípios saudáveis. Saúde. Lixo. Reciclagem.
SUMÁRIO
1 	INTRODUÇÃO ...........................................................................................	5
2 	PROMOÇÃO DA SAÚDE ..........................................................................	7
2.1	Promoção da Saúde no Brasil ................................................................	8
3	MUNICÍPIOS SAUDÁVEIS ........................................................................	8
3.1	Diferenças entre países de primeiro e terceiro mundo ........................	10
3.2	O Movimento no Brasil ............................................................................	11
4 	LIXO QUE NÃO É LIXO ............................................................................	12
4.1 	Reciclagem ...............................................................................................	12
4.2 	Reciclagem no mundo e no Brasil .........................................................	13
4.3 	A reciclagem na geração de empregos .................................................	14
4.4	 A reciclagem na geração de empregos no Brasil ................................ 15
4.5 	Perigo para a saúde pública ................................................................... 17
4.5 	Avanço para o Brasil ...............................................................................	17
5 	CONCLUSÃO ............................................................................................	19
	REFERÊNCIAS .........................................................................................	20
INTRODUÇÃO
	O mundo todo se preocupa com Promoção da Saúde, dentro desse trabalho existe a estratégia Municípios Saudáveis. O país pioneiro no assunto é o Canadá, mas a OMS disseminou pelo mundo o projeto. No Brasil a estratégia chegou logo, mas poucas cidades a utilizaram, algumas o projeto foi feito, porém modificado. 
	Dentro disso, um projeto mundial envolve o lixo, na ideia de que nada é lixo e que tudo pode ser utilizado para alguma coisa. Países desenvolvidos trabalham com seriedade, implantando políticas públicas rígidas, incentivando sua população. A tecnologia é um grande aliado, trazendo a mais nova solução para a destinação do lixo: energia. Além da sustentabilidade, o impacto ambiental e social, a geração de empregos é garantida. Tudo isso envolvendo o objetivo da promoção da saúde: melhorar a qualidade de vida da população.
2 PROMOÇÃO DA SAÚDE
	
	Fatores políticos, sociais, econômicos, culturais, ambientais, comportamentais, educacionais e biológicos favorecem e prejudicam a saúde, a promoção da saúde visa melhorar a qualidade de vida da população, levando em conta todos esses fatores.
Teve início com a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, em 1986. A Carta de Ottawa, apresentada nessa conferência, buscava contribuir com as políticas de saúde em todos os países, ela define a promoção da saúde como:
“[…] o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo […] saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas […] a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global. ” (CARTA DE OTTAWA, 1986.)
	Sendo assim, definiram alguns dos objetivos da promoção da saúde, são eles:
· Fazer com que fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos sejam cada vez mais favoráveis e impactem positivamente a saúde;
· Alcançar a equidade, buscando diminuir as diferenças de saúde da população e garantindo oportunidades e recursos iguais, a fim de capacitar toas as pessoas a realizar plenamente seu potencial de saúde;
· Propõe uma concepção que não restrinja a saúde à ausência de doenças, mas que seja capaz de atuar sobre seus determinantes – saneamento básico, renda de trabalho, alimentação, meio ambiente, bens e serviços essenciais, lazer, entre outros;
· Coordenação entre todas as partes envolvidas: Governo, setor de saúde, setor social, setor econômico, população, organizações voluntárias e não governamentais, autoridades locais, industrias e meios de comunicação.
A promoção da saúde aponta para a necessidade de se construir políticas saudáveis, de se criar ambientes favoráveis à saúde das pessoas.
2.1 Promoção da Saúde no Brasil
Os paradigmas da Saúde Coletiva no Brasil e a Promoção da Saúde nos países desenvolvidos influenciaram o desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS), que nasceu de uma necessidade de uma nova visão sobre a saúde do Brasil. E é o SUS quem cuida da promoção da saúde no país. 
	A Política Nacional de Promoção da Saúde, adotada em 2006 e modificada em 2014, tem como objetivo geral promover a qualidade de vida e reduzir fragilidade e riscos à saúde, com base no fator determinante (social, de renda, de trabalho, habitação, ambiente, etc.). O SUS vem trabalhando muito nisso e dispondo muitos esforços, mas os objetivos desejados ainda parecem muito distantes. 
	No Brasil um dos maiores problemas de saúde pública a ser enfrentado é a violência. Em 2007, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), iniciou uma série de ações a fim de discutir e diminuir esse problema. Uma das ações foi a realização de palestras (Violência: uma epidemia silenciosa), que mostrou mais de 100 experiências intra e intersetoriais de serviços públicos para enfrentar o problema, que além de ajudar a vítima, se liga à prevenção da violência, houve tambémo debate sobre álcool e drogas, violência na adolescência, violência no transito e prevenção do suicídio. 
3 MUNICÍPIOS SAUDÁVEIS
Nos próximos 50 anos após a Segunda Guerra Mundial, houve um grande crescimento populacional nas áreas urbanas, mas também muitas pessoas das áreas rurais saíram de suas casas em busca de melhoria de vida nas grandes cidades. Esse “BUM” populacional trouxe grandes problemas, pois os recursos já não estavam sendo suficientes para suprir as necessidades da população. Cresce também a violência, desemprego, pobreza, poluição do ar, do solo e da água, consequentemente mudando o cenário da saúde.
Nesse cenário encontramos a necessidade de uma mudança e é em Toronto, Canadá, nos anos 70 que surge o movimento “Cidades Saudáveis”, sendo uma proposta para melhorar as condições de vida da população. Vários países da América Latina têm se mostrado a favor dessa forma de administrar as cidades, procurando melhorar positivamente a situação econômica do país. 
A estratégia de Municípios e Comunidades Saudáveis é uma das abordagens de promoção da saúde mais efetivas, tendo como foco os fatores determinantes da saúde. Assim, procura-se melhorar e facilitar oportunidades e mecanismos que melhoram a vida das pessoas, tentando unir autoridades locais e membros da comunidade, estabelecendo e fortalecendo parcerias. Nessa estratégia a visão é de integralidade, sendo que a saúde estaria constituída por quatro elementos principais: a biologia humana, o meio ambiente, os estilos de vida e a organização dos serviços de saúde (INFORME LALONDE, 1996).
Um município saudável, de acordo com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), é aquele em que 
“As autoridades políticas e civis, as instituições e organizações públicas e privadas, os proprietários, empresários, trabalhadores e a sociedade dedicam constantes esforços para melhorar as condições de vida, trabalho e cultura da população; estabelecem uma relação harmoniosa com o meio ambiente físico e natural e expandem os recursos comunitários para melhorar a convivência, desenvolver a solidariedade, a cogestão e a democracia. ” (OPAS, 1996).
Uma cidade saudável deve proporcionar, segundo a OMS: um ambiente físico limpo e seguro, um ecossistema estável e sustentável, alto suporte social e sem exploração, alto grau de participação social, necessidades básicas satisfeitas, acesso a experiências, recursos, contatos, interações e comunicações, economia local diversificada e inovativa, orgulho e respeito pela herança biológica e cultural, serviços de saúde acessíveis a todos e alto nível de saúde.
A união entre as organizações que representam a sociedade, instituições de diversos setores e autoridades políticas locais, com o comprometimento da promoção da saúde para melhorar a qualidade de vida da população é o que define um município saudável. Para isso, é preciso uma mudança de atitude na maneira de promover a saúde, todo o corpo técnico municipal deve conhecer as estratégias de MCS e adotá-las em sua rotina, pois cada pessoa e cada setor pode trazer contribuições construtivas para essa abordagem. Logo, essa estratégia deve ter ações intersetoriais, pois áreas além da saúde contribuem para uma melhoria da qualidade de vida da população. 
O prefeito é a figura de maior importância, pois ele é o maior capacitado a trazer comunicação e integração entre os setores, fator de maior necessidade para o sucesso do projeto. Sendo assim, o movimento não pode depender de governos, deve ser permanente e quem garante isso é a população, a participação social deve ser garantida. 
É através disso que se aumenta a consciência social, uma construção de cidadania sobre os problemas da cidade. Distribuindo e democratizando as decisões rumo à uma cidade saudável. Mas, para isso, é preciso que todos os setores envolvidos tenham consciência de sua responsabilidade sobre o projeto.
Esse processo passa por 5 fases, segundo a OPAS:
1. Declaração pública de compromisso do governo local por avançar para a meta de ser um município saudável;
1. Criação e funcionamento de um comitê intersetorial;
1. Elaboração de um diagnóstico com a participação dos cidadãos e instituições locais;
1. Implementação de um plano consensual estabelecendo prioridades e recursos;
1. Estabelecimento de um sistema de informação para o monitoramento e a avaliação no nível local.
Após a criação das redes (redes subnacionais que integram os municípios e cidades), deu uma acelerada na disseminação dessa nova estratégia. As redes têm quatro funções básicas: 
1. Difundir os conteúdos do projeto entre as autoridades municipais, os promotores potenciais e a própria comunidade, estimulando desta maneira a criação e a ampliação do movimento;
1. Ser uma instância de credenciamento e de incorporação dos municípios à rede;
1. Acumular e trocar experiências e informações mediante reuniões periódicas e através da utilização de diferentes meios de comunicação;
1. Reconhecer e estimular aos municípios que executem seus projetos com eficiência e eficácia.
3.1 Diferenças entre países de primeiro e terceiro mundo
Apesar do compromisso com a saúde, ações intersetoriais, participação comunitária e da busca de inovação das políticas públicas serem características em comum entre os países de primeiro e terceiro mundo, há grandes diferenças entre os projetos, diferenças essas que estão no conteúdo programático e nos objetivos imediatos. 
	Nos países desenvolvidos, essas ações baseiam-se em hábitos mais saudáveis. Enquanto nos países subdesenvolvidos o foco é a melhoria da qualidade dos serviços de saúde, do saneamento básico, das moradias, etc., tentando não esquecer de todas as situações que envolvem a qualidade de vida com a preservação do meio ambiente. 
3.2 O Movimento no Brasil
	São poucas as cidades e municípios que fazem parte do movimento, algumas estão em potencial por desenvolverem trabalhos integrados ou em rede, outras cidades fazem projetos paralelos ao movimento. 
	A maior dificuldade para definir os municípios brasileiros no movimento é a falta de critérios, de parâmetros para aplicar nessa estratégia. Algumas cidades já se declaram pertencentes ao movimento por implementar alguma política pública feita pelo movimento Cidades Saudáveis, como participação popular ou intersetorialidade. 
	Também, a pouca participação social e a descontinuidade do trabalho na administração da cidade fragilizam o movimento, mostrando a carência do suporte político e social permanentes. 
	Um “quase” exemplo brasileiro ocorreu em 1994, na cidade de Campinas, São Paulo. A prefeitura da cidade procurou a OPAS para uma parceria, implantando o movimento Cidade Saudável. Nesse programa havia um projeto específico para a Comunidade São Marcos, um plano intersetorial envolvendo a Secretaria Regional Norte (educação, saúde, lazer, esporte, cultura, urbanismo, ações sociais, etc.). Na comunidade haviam dois grandes problemas que a própria população escolheu como prioridade: Infraestrutura e saneamento básico e a questão de crianças e adolescentes em situação de rua. 
	As soluções encontradas foram:
· Reurbanização da Comunidade realocando 1.500 famílias em um loteamento em área vizinha;
· Programa para as crianças e adolescentes, que envolvia lazer, cultura, educação, geração de renda, trabalho com a família;
· Recuperação de dependentes de drogas.
Foi um projeto rico, com integração social, intersetorialidade, participação ativa do governo e de organizações não governamentais, o que impactou positivamente essa região de Campinas. Mas após uma mudança da administração o projeto foi alterado, ainda há a recuperação de dependentes de drogas, mas o restante das atividades do projeto voltadas às crianças e os adolescentes ficaram em responsabilidade de ONGs. O projeto desenvolvido na cidade foi referencial para outras cidades. 
4 LIXO QUE NÃO É LIXO
	Parece que tudo que não nos serve mais é lixo, entretanto o que para nós é lixo para outros é fonte de renda ou mesmo sobrevivência. Se não gostamos mais de uma roupa, vira lixo? Os restosde alimentos, viram lixo? Os papeis que não nos servem mais, viram lixo?
	Se estivermos jogando alimentos no lixo, por certo estamos comprando em quantidades acima do que propriamente consumimos. Já é hora de deixar o consumismo de lado e partimos para um consumo mais consciente.
	A redução do volume diário, a separação da produção há de ser realizada de forma a proporcionar a reutilização e reciclagem do lixo, uma vez que ao juntarmos os materiais recicláveis ou reutilizáveis com outros materiais não reaproveitáveis estamos impactando o meio ambiente e dificultando ou impossibilitando a reciclagem ou reutilização. Devemos pensar duas vezes antes de descartar qualquer material de forma a separar o reaproveitável do lixo propriamente dito
Lixo que não é Lixo
Fonte: https://bit.ly/2VnAE3S
4.1 Reciclagem
A reciclagem é um processo que transforma materiais usados em produtos novos, que poderão ser reinseridos na cadeia de consumo. É uma ação que contribui significativamente para a preservação ambiental e para a redução do lixo gerado.
Diversos produtos como vidro, plástico, papel ou alumínio podem ser reciclados, de modo a reaproveitar os materiais, reduzir o consumo de matéria-prima e diminuir a poluição da água, do ar e do solo. A reciclagem também diminui a quantidade de lixo em aterros sanitários e lixões, contribuindo para a redução da produção de gases tóxicos e de chorume (substâncias que prejudicam o ambiente.)
A reciclagem é importante para a sociedade, gerando empregos em cooperativas e ajudando para a renda de catadores de materiais recicláveis.
	Temos como exemplo na reciclagem a utilização de paletes na transformação de móveis, garrafas pets que são muito utilizadas em artesanatos, pneus que viram vasos, decorações nos jardins, camas para animais, proteções de muretas em parques infantis, etc.
4.2 Reciclagem no mundo e no Brasil
	Em alguns países do mundo, a reciclagem é lei e os cidadãos que não a cumprirem podem ser multados. São exatamente esses países que os índices de reciclagem são maiores, Áustria, Alemanha, Bélgica, Holanda, Coréia do Sul, Suíça e a Suécia são exemplos a serem seguidos. Esse último país é o que mais recicla, extremamente rígidos nesse setor, hoje falta lixo no país. Políticas como impostos mais altos para quem faz mais lixo foram implantados na Suécia, e assim o país chegou na taxa de 96% de lixo reciclado ou reaproveitado.
	A cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, é um destaque no país, pois em 1996 implantou-se uma política de não tolerância sobre o descarte inadequado de resíduos sólidos, multando os cidadãos que não respeitam a lei de descarte de lixo. Nessa política, a meta é de lixo zero até 2020, sendo que em 2011 72% dos lixos gerados eram reciclados. Resultados positivos já foram observados: cerca de 3 milhões de metros cúbicos que seriam para aterros sanitários foram salvos e cerca de 600 mil metros cúbicos de adubo orgânicos foram produzidos.
	Enquanto há mais de quinze anos muitos países implementam políticas de resíduos sólidos, o Brasil passou a se preocupar mais com um plano nacional, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, feita em 2010. Dados do PNRS apontam que o Brasil produz 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos, reciclando apenas 3%.
	Conforme o IBGE, cerca de 18% das cidades brasileiras possuem coleta seletiva, enquanto os outros 82% misturam lixo orgânico e reciclável num saco só. Cerca de 60% das cidades brasileiras encaminham 30 milhões de toneladas de lixo por ano para locais inadequados. Esse manejo do lixo resulta no terceiro maior gasto das cidades.
4.3 A reciclagem na geração de empregos
	Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a reciclagem e sustentabilidade pode criar 24 milhões de empregos no mundo até 2030. Mas, para isso é preciso implantar as medidas corretas, visando diminuir o aquecimento global e transformando a economia, deixando-a mais verde.
	Parte desses novos empregos vão ocorrer na área de energia, pelo aumento do uso de veículos elétricos e pelo aumento e melhoria da eficiência energética dos edifícios. O lixo é um gerador de energia, a Suécia é o melhor exemplo do setor, no país, apenas 4% do seu lixo vai para aterros, o restante vai para usinas a fim de ser transformado em energia, além dos que são reciclados e reutilizados no círculo da sustentabilidade. 
	O estudo da OIT mostra que áreas como agricultura, pesca e turismo também são atingidas pelas medidas sustentáveis. Quanto maior o número de pessoas reciclando, menos lixo na natureza, mais peixes para pescar e mais lugares bonitos para visitar. Quanto menor o número de aterros, mais espaço para a agricultura.
	Apesar disso, haverá uma perda de empregos em áreas como a de mineração e combustíveis fósseis, porém os estudos mostram que os ganhos ainda superam as perdas:
· 6 milhões de empregos podem ser criados por essa economia circular (reciclagem, reparos, aluguel e remanufatura), substituindo a extração, fabricação, uso e descarte;
· 2,5 milhões de postos de trabalho serão criados em eletricidade baseada em fontes renováveis, compensando cerca de 400.000 empregos perdidos na geração de eletricidade baseada em combustíveis fósseis;
· Dos 163 setores analisados, apenas 14 perderão mais de 10 mil empregos no mundo;
· Apenas dois setores (extração e refino de petróleo) apresentam perdas de 1 milhão ou mais de empregos;
· Os aumentos de temperatura global poderão causar uma perda global de 2% nas horas trabalhadas até 2030, por causas médicas.
Fonte: https://glo.bo/2wL4p3k
4.4 A reciclagem na geração de empregos no Brasil
A grande quantidade de lixo descartado não deve ser encarada como um problema da sociedade, mas sim como um nicho de oportunidades econômicas e sociais. Ele pode ser base de renda, energia, matéria prima para indústria e ser um indutor de inclusão social, mas isso se ele for separado corretamente, coletado e destinado de forma adequada.
	Quanto maior a separação de lixo, maior a quantidade de empregos que são gerados: Catadores, separadores, motoristas de caminhões, carroceiros, artesãos, atendentes, administradores. Maior também o número de cooperativas, logo aumenta o número de funcionários dentro delas. 
	A função social desse trabalho vem da iniciativa das prefeituras, que tendem a contratar pessoas marginalizadas dentro desse setor, procurando incluí-las novamente no mercado de trabalho. Também, trabalhos de cooperativas, buscam trazer uma conscientização do lixo, algumas trazem atividades para crianças, jovens e adultos. 
Um exemplo que temos é a Rede Asta, que conecta artesãos de todo o Brasil, fazendo um trabalho com uso de materiais reciclados. Em dados, nos últimos anos já foram reaproveitadas mais de 12 toneladas de resíduos, gerando aproximadamente R$ 10 milhões de faturamento. A empresa atende pedidos de grandes empresas, como Porto Seguro e Instituto C&A.
Dentro do setor de alimentos, o Favela Orgânica, localizado no Rio de Janeiro, faz um trabalho de aproveitamento total dos alimentos. Regina Tchelly, a fundadora da empresa, usa cascas de legumes, sementes, raízes, talos de verduras e legumes nas suas receitas, mostrando que nada é desperdiçado e tudo pode ser usado. A empresa oferece cursos em escolas e empresas, buscando conscientizar sobre o uso dos alimentos. Afinal, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 1,3 bilhão de toneladas de alimentos é desperdiçado por ano, o que daria para alimentar cerca de dois bilhões de pessoas.
	Mas para que toda essa geração de empregos seja efetuada com sucesso no Brasil, é preciso que tenha uma atenção regulamentária do processo, desde os equipamentos de proteção individual e coletiva até as garantias de proteção da lei, afinal muitos catadores de lixo não são equipados corretamente, levando sua saúde em risco, e muitas pessoas trabalham de forma informal, sem nenhuma garantia empregatícia. 
	Além disso, segundo estudos da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil perdecerca de 3 bilhões de reais ao ano por não reciclar resíduos, esse gasto é para socorrer o meio ambiente e tratando pessoas doentes em decorrência do lixo. Esse dinheiro, além de gerar empregos diretos, poderia movimentar muito a economia do país, gerando empregos indiretamente em todos os setores. 
4.5 Perigo para a saúde pública
	A separação e o descarte incorretos do lixo causam um perigo na saúde do trabalhador dos aterros sanitários, dos lixões e da coleta, assim como dos moradores da região. Além da utilização correta dos equipamentos de proteção individual e coletivos para prevenir acidentes físicos, é preciso a conscientização das transmissões de doenças que podem ocorrer nesses locais, tanto por contaminação do solo, água, ar, quanto por insetos, animais e resíduos contaminados. 
	Algumas doenças que podem ser adquiridas nessas situações são:
· Tétano; 
· Hepatite A;
· Cólera;
· Dermatite de Contato;
· Tracoma;
· Febre Tifoide;
· Verminoses.
4.5 Avanço para o Brasil
	Brasil ganhará a primeira usina de biogás do país, que será construída no estado do Paraná, no município de São José dos Pinhais, e terá capacidade de produzir 2,8 MW, abastecendo cerca de duas mil casas. A empresa CS Bioenergia conseguiu a Licença de Operação do Instituto Ambiental do Estado (IAP).
A usina produzirá biogás para a região a partir da matéria-prima de estações de tratamento de esgoto e lixo produzido por shoppings, restaurantes e supermercados da região. Segundo a empresa de energia, isso resultará em um corte de cerca de 1000 metros quadrados de esgoto e 300 toneladas de lixo orgânico para o estado.
A usina também produzirá um biofertilizante, inodoro, que poderá ser utilizado na agricultura. Nos primeiros quatro anos, este produto ficará em aterros. Depois de receber a certificação do Ministério da Agricultura, será utilizado como fertilizante.
O material inorgânico separado será aproveitado como matéria-prima para criar sacolas plásticas. A usina ficará dentro das instalações da Estação de Tratamento de Esgoto de Belém, que já atua com processamento do lodo e tratamento de fluentes líquidos. 
O programa da empresa foi inspirado na Europa, pioneira na produção de biogás com 14 mil usinas no total. No Brasil, o biogás tem participação pequena, e junto com os biocombustíveis, como o bagaço da cana (biomassa), representa 8,8% da energia produzida no país.
5 CONCLUSÃO
	Com esse trabalho vimos a importância da conscientização sobre o lixo, que ações responsáveis sobre a coleta, separação, reciclagem, destinação estão dentro de programas como Municípios Saudáveis, da OMS, visando a promoção da saúde e procurando trazer ambientes saudáveis para a população. 
	Percebemos que, do mesmo modo que o Brasil tem poucas cidades inseridas na estratégia de município saudável, também temos poucas cidades com uma correta coleta de lixo, onde muitas ainda têm os lixões e mais ainda destinam todo o seu lixo para os aterros sanitários. Que perdemos muito dinheiro com ações de recuperação e mais ainda no descarte do lixo, quando poderíamos ganhar bilhões na geração de empregos, na reciclagem, fazendo a economia do país girar ainda mais. 
	Programas e empresas no segmento andam devagar no país, precisamos de mais conscientização e de melhores políticas públicas, investir mais nos Municípios Saudáveis e seguir o exemplo de países desenvolvidos, buscando garantir na lei uma diminuição da produção do lixo e na sua correta destinação.
REFERÊNCIAS
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Computador. Disponível em: <https://coletalixo.curitiba.pr.gov.br/> Acesso em 22/03/2019
Computador. Disponível em: < https://vivoverde.com.br/o-lixo-que-nao-e-lixo/> Acesso em 22/04/2019
Computador. Disponível em: < https://www.fragmaq.com.br/blog/afinal-importancia-reciclagem-meio-ambiente/> Acesso em 22/04/2019
Computador. Disponível em: < https://www.folhadelondrina.com.br/geral/apenas-1-do-plastico-gerado-no-brasil-e-reciclado-1028150.html> Acesso em 22/04/2019
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