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Hiago Manoel Araujo Medicina-P3 FARMACOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO CARDÍACA -Ciclo cardíaco 1. Diástole atrial 2. Sístole atrial 3. Diástole ventricular 4. Sístole ventricular -O músculo cardíaco é formado por fibras estriadas cardíacas Miócitos/Cardiomiócitos -As fibras cardíacas possuem unidades funcionais chamadas de sarcômeros -Formados por filamentos de actina e miosina -Filamentos não ligados em repouso, ligam-se apenas na hora da contração -Miosina, a partir do uso de ATP, liga-se à actina que, tem seu sítio de ligação cobertor pela tropomiosina em repouso -A ligação de cálcio com a troponina é que desloca a tropomiosina do sítio de ligação e permite o contato entre actina e miosina para ocorrer a contração -O ATP e o cálcio possuem funções essenciais na contração da fibra cardíaca -Quanto + cálcio Mais possibilidade de ligamentos entre actina e miosina + forte é a contração -A fibra cardíaca possui diversos transportadores de cálcio, devido a sua importância -Transportador Ca+/ATPase -Canal de cálcio tipo L (voltagem dependente) -SERCA2 (transporta cálcio do citoplasma para retículo) -RyR2 (transporta cálcio do retículo para o citoplasma) -NCX (trocadores de cálcio e sódio) -Polarizada: cálcio para fora -Despolarizada: cálcio para dentro -O canal NCX é dependente da concentração de sódio e cálcio nomeio intra e extracelular -Dependência da ação de canais de sódio e bombas de Na/K ATPase -EX: Inibição da bomba de Na/K ATPase Acúmulo de sódio intracelular NCXp é inibida (não joga mais sódio para dentro por já estar muito concentrado, logo não joga mais cálcio para fora) NCXd é induzida (precisa jogar excesso de sódio para fora, logo acaba jogando cálcio para dentro) Aumento da concentração de cálcio -REGULADORES DA CONTRATILIDADE CARDÍACA *Receptores beta-adrenérgicos -Aumentam a contratilidade cardíaca e intensificam o relaxamento -Ligação entre agonista beta1 (catecolaminas, ex.) e receptor beta1 Ativação da proteína G (Receptor acoplado à proteína G) Complexo Gs ativa enzima Adenilil Ciclase Converte ATP em AMPc -AMPc atua na ativação da PKA (proteína quinase A) que atua por duas vias -Fosforila canais de cálcio na membrana plasmática, permitindo o influxo de cálcio para o citoplasma Aumenta força de contração -Fosforila canais de fosfolambam na membrana do retículo endoplasmático, permitindo entrada de cálcio e seu armazenamento no RE Aumenta seu relaxamento *Vias de sinalização da adenilil-ciclase -Quando normal, atua na fosforilação dos canais de cálcio e fosfolambam, regulando a concentração citoplasmática de cálcio e a contração cardíaca -Presença de moléculas inibidoras da via Não permitem ativação da enzima pela proteína G Queda na produção de AMPc e, por conseguinte, ativação de PKA Reduz fosforilação de canais de cálcio e fosfolambam Menor regulação do intropismo *Homeostase do cálcio -Funcionamento normal dos canais de cálcio Homeostase mantida Controle das concentrações de cálcio -Inotropismo constante Poupa energia e evita falência da bomba cardíaca -Alteração no funcionamento do organismo (desnutrição, hipóxia, acometimentos vasculares) Alterações no funcionamento dos canais de cálcio +evasão de cálcio –armazenamento de cálcio força de contração diminuída falência *Alterações dos filamentos contráteis -Presença normal de ATP e cálcio permite ativação e desativação do complexo actina-miosina -Contração regulada -Disfunção nas concentrações de cálcio ou falta de ATP Dificuldade de ativação dos complexos actina-miosina Contratilidade cardíaca reduzida INSUFICIÊNCIA CARDÍACA -Incapacidade do coração em adequar seu volume de ejeção às necessidades metabólicas do corpo -Adequação sob elevadas pressões de enchimento também caracterizam IC -Reflexo de uma queda no DC -Sinais e sintomas voltados à sobrecarga hídrica (encharcamento de tecidos – interstício e intravascular) -Dispneia -Estertores creptantes -Edema periférico -Manifestações clínicas voltadas para baixa perfusão sanguínea -Menor capacidade de exercícios -Disfunção renal (queda da FG) -Fadiga -Pode ser classificada em DIREITA e ESQUERDA *DIREITA: Causada, principalmente, por acometimentos pulmonares (hipertensão pulmonar, embolia pulmonar) ou Infarto do ventrículo esquerdo -Manifestações: confusão mental, dificuldade de concentração, insônia, ansiedade, estase jugular, fadiga, astenia, cardiomegalia, taquicardia, arritmias, hepatomegalia, dor pulsátil, esplenomegalia, refluxo hepatojugular, noctúria, edema em MMII e cianose *ESQUERDA: Relaciona-se a problemas pressóricos sistêmicos ou do coração esquerdo (Cardiopatia isquêmica, HAS, disfunção valvar) -Manifestações: Confusão, dificuldade de concentração, cefaleia, insônia, ansiedade, dispneia, ortopneia, DPN, edema agudo, respiração de Cheyne-Stokes, cardiomegalia, taquicardia, arritmias, oligúria, noctúria, fadiga e astenia -CAUSAS: -IC Aguda: IAM extenso, Miocardite aguda -IC Crônica: IAM, HAS, cardiopatia dilatadas, valvopatias -MECANISMOS COMPENSATÓRIOS: -Para compensar a incapacidade do coração de garantir a perfusão necessária, o corpo se utiliza de mecanismos para aumentar o débito cardíaco 1. Aumento da atividade simpática -Aumento da FC (aumentará DC) -Aumento da vasoconstricção (aumenta a pré-carga aumento da VSE aumenta DC) -Aumento da RVP, consequentemente, da PA Aumento do trabalho cardíaco Necessidade de mais nutrientes -A longo prazo, mecanismo contribui para falência 2. Hipertrofia compensatória -Aumento da espessura da parede ventricular -Formação de novos sarcômeros paralelos ou em série -Devido ao aumento do trabalho cardíaco (“fica mais forte”) -Tende a diminuir capacidade de relaxamento ventricular Queda do VSE -A longo prazo, diminuição cada vez maior do DC 3. Ativação do SRAA -Queda do DC gera hipotensão Ativador do SRAA -No entanto, aumenta volemia Coração não consegue dar conta de alta do volume sanguíneo -A longo prazo, pode causar edema periférico e pulmonar -ESTÁGIOS: 1. Estágio A: Alto risco, mas sem sintomas -Reduzir fatores de risco MEV 2. Estágio B: Paciente com cardiopatia estrutural, mas sem sintomas -Tratar possíveis causas (dislipedemias, HAS) -Uso de medicamentos que inibam mecanismos compensatórios de forma direta (IECA, ex.) Em alguns casos 3. Estágio C: Paciente com doença estrutural, com presença de sintomas -Uso de medicamento inibidores de mais mecanismos de compensação (betabloqueadores, IECA) Em todos os casos 4. Estágio D: Presença de sintomas refratários que exigem intervenção especial -Uso de medicamentos que agem no que ativa os mecanismos compensatórios (como a queda do DC) -MECANISMOS COMPENSATÓRIOS, FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTOS TRATAMENTOS -Existem diversos medicamentos que atuam na IC, podendo atuar em diferentes locais -Pré-carga: é a força máxima de estiramento do ventrículo durante o enchimento (diástoles ventricular e sístole atrial) -O que aumenta: volemia, vasoconstricção -Pós-carga: é a força máxima que a parede do ventrículo precisa vencer para ejetar o sangue no momento da sístole -O que aumenta: HA, vasoconstricção -Aumento da pré e pós carga gera sobrecarga cardíaca *REDUÇÃO DA PRÉ-CARGA -Diuréticos -Antagonistas dos receptores de aldosterona (espironolactona) Diurético -Vasodilatadores *REDUÇÃO DA PÓS-CARGA -IECA -Beta-bloqueadores -Vasodilatadores *AGENTES INOTRÓPICOS -Aumentam a força de contração (contratilidade miocárdica), sem alteração demanda energética (não altera FR) aumenta DC evita ativação de mecanismos compensatórios -Digitálicos -Também chamados de glicosídeos cardiotônicos -Recebem esse nome por serem isolados da planta digitalia -Possuem açucares na molécula (glicosídeos) -Possuem moléculas derivadas do colesterol (esteroides cardioativos) -Ação inibe bomba de Na/K ATPase Causa acúmulo de sódio intracelular Inibe a NCXp (impede saída de cálcio da célula) e induz NCXd (aumenta a entrada de cálcio nacélula) -Levam ao acúmulo de cálcio intracelular -Acabam reduzindo a condução AV por atuarem na bomba de Na/K ATPase retardam a condução do estímulo (atuam beneficamente na FC) -EXEMPLOS: Digoxina e digitoxina -Ações da digoxina: Todas decorrem do bloqueio da bomba Na/K ATPase Efeitos variam de acordo com célula que atuam = Inibição do fluxo nervoso simpático = Sensibilização dos barorreceptores = Estímulo do tônus parassimpático = Diminuição da automacidade do nó AV (prolonga o período refratário demora mais para iniciar um novo impulso Diminui a velocidade de condução do nó) Empregado na Fibrilação Atrial = Intensifica a automacidade do sistema de condução de His-Purkinje -Baixo índice terapêutico (níveis terapêutico é próximo da dose tóxica) -Baixa especificidade Se liga a bombas de Na/K de várias partes do corpo (exceção do músculo esquelético) -TOXICIDADE: Aumento dos níveis de K+ podem reduzir efeitos da toxicidade K+ compete com a digoxina pelo sítio de ligação da bomba (aumento dos níveis de K+, reduz afinidade da bomba com o fármaco) -EFEITOS DA INTOXICAÇÃO: Diminuição do potássio intracelular (por não funcionamento da bomba) gera efeitos cardíacos, gastrointestinais e nervosos (disfunção nos estímulos elétricos das células – despolarização e repolarização comprometidas) -INTERAÇÕES: Eritromicina (destroem bactérias entéricas que metabolizam digoxina Menos metabolização Aumento da absorção de digoxina Risco de toxicidade) -Antiarrítmicos (diminuem excreção de digoxina nos rins possível toxicidade) -Agonistas beta -Não agem sobre a bomba de Na/K -Substâncias parecidas com as adrenérgicas que ativam os receptores beta1-adrenérgicos (catecolaminas, ex.) -Estimulam receptores beta1 Elevam ativação de AMPc Ativam PKA Fosforila canais de cálcio Aumentam força de contração -Inibidores de fosfodiesterase -Enzima fofodiesterase é responsável por metabolizar AMPc (vira AMP) -Inibição dessa enzima, aumenta a quantidade de AMPc -Efeito final similar aos agonistas beta -Uso de combinação farmacológica é mais eficaz e reduz agravamento de ICC I: Inotrópico; V: Vasodilatador; D: Diurético
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