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Direito Processual Civil II DA RECONVENÇÃO Contexto histórico Conceito, ainda falando do Código de Processo Civil de 1973; “chama-se de reconvenção a ação proposta pelo réu (reconvinte) contra o ator (reconvindo). Embora tratada pelo código como modalidade de resposta do réu, a reconvenção é verdadeira ação, distinta da originária” (Barbosa Moreira). Dizendo com outras palavras, reconvenção é uma das possibilidades de resposta do réu, em que ele não só se defende, mas formula outra ação contra o autor pleiteando um bem da vida, entendido pela doutrina como um “contra -ataque’. Para o juiz passa a ter duas ações que devem ser julgadas no mesmo momento por existir relação entre si, teria como um objetivo contra ataque ao autor, e passando as duas partes, simultaneamente, autor e réu. Cabe salientar que a reconvenção não deve ser confundida com nenhuma espécie de resposta do réu, ela também é opcional ao réu, porém mesmo que ele não tenha arguido-a reconvenção na contestação, nada impedirá que ele ajuíze uma ação em processo independente contra o autor. Fundamento O fundamento do instituto está no princípio de economia processual, com que se procura evitar a inútil abertura de múltiplos processos, entre as mesmas partes, versando sobre questões conexas, que muito bem podem ser apreciadas e decididas a um só tempo. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS Cabe mencionar alguns requisitos para a arguição da reconvenção, o qual é necessário que estejam presentes as condições da ação: legitimidade de parte, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido. Cabe mencionar alguns detalhes imprescindíveis para propositura desta: a) Existência de uma causa pendente: É necessário que exista uma demanda originária; b) Obediência ao prazo de resposta: mesma peça de contestação, regra geral 15 dias; c) Competência do juízo: Mesmo juiz da ação em que esteja vinculada; d) Compatibilidade de procedimento; e) Conexão – Deve haver a finidade de questões, entre ação proposta pelo autor e pelo réu; f) Réu deve ter interesse pessoal; g) Cabimento; h) Pagamento das despesas (se houver). PROCEDIMENTO Arguida a reconvenção,o juiz competente irá verificar se estão presentes todos os requisitos de admissibilidade. Feito isso, caso não corra nenhum óbice e a petição seja válida,o juiz receberá e determinará o reconvindo seja intimado, o qual terá o prazo para contestá-lo em 15 dias. Importante observar que conforme artigo 343, §2º,CPC, a desistência da ação, ou até mesmo ocorrendo alguma hipótese de causa extintiva que impeça análise do mérito não impede o processo quanto a reconvenção. Marcus Vinícius Rios Gonçalves traz um ponto muito importante quanto a não contestação do reconvindo, o autor diz que “se o reconvindo não contestar a reconvenção, nem por isso se presumirão verdadeiros os fatos alegados pelo reconvinde’’. Afinal, o autor ajuizou a demanda, e os fatos nela narrados possivelmente estarão em contraposição aos mencionados pelos réus. Desse modo é entendido que não ocorre revelia, mesmos na contestação, pois o réu da reconvenção é o próprio autor da ação principal, e por esse motivo ele já se encontra no processo, e se decreta revelia pela falta de comparecimento, e não a falta de contestação. Assim a instrução da reconvenção e da propositura original será conjunta, o qual o juiz irá proferir uma sentença única para as duas, não gerando nenhuma nulidade no processo. Ações que não admitem a reconvenção: Também não cabe reconvenção no processo cautelar nem no processo de execução, que não se presta a nenhuma resposta do demandado, mas apenas a atos executivos, de modo que não enseja, por isso mesmo, o pedido reconvencional. Nos embargos do devedor, que têm a natureza de ação de cognição, também não se concebe a reconvenção, por parte do embargado, dado o procedimento especial que devem observar. No que toca ao executado, não deverá usar a reconvenção para pleitear possível compensação de crédito, bastará se valer, para tanto, dos embargos à execução. Não cabe reconvenção, por absoluta desnecessidade, em ações dúplices, como as possessórias e as de prestação de contas, pois, pela própria natureza dessas causas, a contestação do demandado já tem força reconvencional. Por outro lado, é admissível reconvenção em ação declaratória (Súmula nº 258 do STF). DISTINÇÕES ENTRE RECONVENÇÃO E AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL. Arruda Alvim aponta várias distinções entre a Ação Declaratória Incidental e a Reconvenção. São elas: a) o pedido de declaração incidental repousa sempre sobre questão prejudicial, o que pode não ocorre na Reconvenção; b) o art. 319,do CPC, incide quando a Reconvenção não é contestada, o mesmo não se verifica na Ação Declaratória Incidental. Em geral ,as consequências práticas da distinção são pequenas, pois nada obsta que o Réu deixando de pedir a declaração incidental, formule idêntica pretensão em sede reconvencional, posto que, ambas são consideradas tecnicamente ações, ou seja, não se confundem com a contestação do réu. Cândido Rangel Dinamarco diverge da doutrina dominante e entende que o réu que reage à citação recebida, propondo uma nova demanda a ser julgada no mesmo processo, seja ela qual for, estará formulando reconvenção. FALTA DO INTERESSE DE AGIR. A Doutrina deixa evidente hipóteses em que não há serventia em arguira reconvenção, há uma hipótese em que o réu em uma nulidade processual, possa utilizar da reconvenção para realizar um pedido, porém com a própria improcedência foi possível ao réu êxito em conseguir exatamente o que foi pedido na reconvenção. Desta maneira, se é possível conseguir o bem da vida simplesmente pela resposta da contestação, não há serventia arguira reconvenção ,ocorre ação dúplice neste caso. Vale mencionar o exemplo do Doutrinador Daniel Amorim Assumpção Neves: Imagine-se um autor que pretenda em juízo obter a certeza jurídica a respeito da existência de uma relação jurídica de doação. Contestando o réu a demanda, alegar á que nunca houve a doação alegada, e o acolhimento de tal defesa gerará a certeza jurídica de que nunca houve a relação de direito material alegada pelo autor, o que significa dizer que a certeza jurídica– bem da vida em disputa nas ações meramente declaratórias – será concedida favoravelmente ao réu. De fato, nenhuma utilidade tem a reconvenção pleiteando a declaração de que a relação jurídica de doação não existiu”. (NEVES, Daniel Amorim Assumpção, Manual de Direito Processual Civil - Volume Único, 8ª Edição, Editora jus Podivm- 2016, Pág.1090). Nesse sentido, fica claro que é útil, com alguma serventia a reconvenção, onde com a simples alegação na contestação não seja possível obter a tutela que lhe convém. GRUPO 9 Giovana Abreu Bianca Espelho Laura Gabriele Gabriela Assis Jéssica Caroline Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9
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